4° parte da Interpretação da Surata n°90

Em nome do Altíssimo
Sermão de sexta-feira dia 01/07/2011
Texto:
XEIQUE Mohammad Sadek Ebrahimi
Líder espiritual da comunidade muçulmana de Curitiba
Tradução e edição de texto:
Gamal Fouad El Oumairi
Revisão: Omar Nasser Filho
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4° parte da Interpretação da Surata n°90 - Al Balad/A Metrópole
ْ ِ‫أَ ْو إ‬
‫ط َعب ٌم فِي يَ ْى ٍم ِذي َه ْس َغبَ ٍت‬
“(...) Ou alimentar, num dia de privação (...)”
Este é um dos versículos exemplares sobre alimentar o necessitado em épocas
de fome e os idosos que não têm mais condições de trabalhar. Em várias
narrativas está escrito que ninguém sabe qual será a recompensa diante de
Deus, no Juízo Final, para aquele que alimentar um crente até saciar a sua
fome. Na continuação desta narrativa, contudo, está expresso que uma das
formas de misericórdia divina é alimentar um muçulmano nos dias em que este
tem fome.
A fome voluntária, como o jejum, também é valida neste sentido. O mês
abençoado do Ramadã está chegando e é importante que aqueles que têm
condições separem algo de seus bens para contribuir nas quebras de jejum
com os menos favorecidos.
Um dos exemplos importantes no sentido do alimentar é o de nutrir a mente
com o saber. O homem necessita de conhecimento e sabedoria, sendo igualado
ao faminto neste sentido. Tanto o conhecimento quanto as informações
corretas obtidas de um professor ou por outros meios podem nutrir o ser
humano com o saber.
‫يَتِي ًوب َذا َه ْق َسبَ ٍت‬
“(...) Ou parente órfão (...)”
Da mesma forma que o tempo e o espaço são importantes, a particularidade
das pessoas também o é. Quer dizer, doar comida em qualquer época é
importante, mas nas épocas de fome e miséria é mais importante. Ajudar um
órfão é muito importante em qualquer momento, mas se ajudamos uma família
é mais meritório. Ajudar qualquer pobre é importante mas, ajudar aquele que
necessita mais é a prioridade.
‫أَ ْو ِه ْس ِكيًٌب َذا َه ْت َسبَ ٍت‬
“(...) Ou um indigente necessitado”
A palavra “necessitado”, no idioma árabe (miskin), procede daquele que
necessita de uma residência (sakinah), significando que quando está faminto e
sem condições básicas necessárias, o ser humano não chega nem a sair de
casa.
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A palavra ‫ت‬
ٍ َ‫ َه ْت َسب‬/Matrâbat, no idioma árabe, tem o sentido de terra ou pó.
Quer dizer que, quando a pessoa quer descansar, deve fazê-lo sobre a terra.
Como aquelas pessoas que vemos nos parques, deitadas, dormindo por não ter
uma residência, permanecendo ao relento. Deus, que lhe dá o dinheiro,
também diz que você deve pensar na possibilidade de lhes comprar um colchão
para amenizar seu sofrimento.
Aqueles que se reúnem em grupos sociais devem levar em consideração os
sentimentos das pessoas. Devem falar com os ricos, ajudando-lhes a despertar
com relação ao seu objetivo de vida, com recomendações que os levem a
convencer-se que os pobres devem ser ajudados. A Surata Al Balad,
rememorando as dádivas divinas que Deus nos outorgou, também fala da
riqueza como um sinal para os ricos ajudarem aos pobres. Aqueles que querem
convidar os demais ao exercício do bem, antes devem ser lembrados das
dádivas de Deus; depois disso, devemos sugerir-lhes que ajudem o próximo.
Dos versículos anteriores, entendemos que o Islã está diretamente envolvido
em ajudar os necessitados, pobres, órfãos e famintos, assim como os
prisioneiros. O dinheiro foi feito com o objetivo de ajudarmos os demais. Na
mesma Surata, o Versículo n°6 nos diz:
ُ ‫يَقُى ُل أَ ْهلَ ْك‬
‫ت َهبال لُّبَدًا‬
“Ele diz: Já consumi vastas riquezas.”
O dinheiro foi dado para o consumo, mas o cerne da questão está em onde
estamos gastando estes recursos.
Uma das interpretações de “miserável” é a daqueles que têm poucos
conhecimentos sobre religião, referindo-se à necessidade de saberem mais. As
narrativas nos relatam que aquele supre as necessidades de outrem que não
tinha conhecimento sobre a religião, quando for inquirido pelos anjos Munkar e
Nakir e não souber responder aos questionamentos, será ajudado por Deus
nesta hora difícil.
َّ ‫اص ْىا بِبل‬
‫اص ْىا بِ ْبل َوسْ َح َو ِت‬
َ ‫بى ِه َي الَّ ِر‬
َ ‫ثُ َّن َك‬
َ ‫صب ِْس َوتَ َى‬
َ ‫يي آ َهٌُىا َوتَ َى‬
“E, ademais, contar-se-ão entre os fiéis, que recomendam
mutuamente a perseverança e se encomendam à misericórdia.”
A importância da fé é muito maior do que simplesmente doar alimentos. E,
talvez, possamos com coragem dizer que libertar um prisioneiro, ajudar um
faminto, auxiliar um órfão ou exercer outras ações benéficas sem que haja uma
intenção de aproximação em relação a Deus ou de fazê-lo por Sua Causa não
terá efeito e não haverá a recompensa por tais atos no Dia do Juízo Final.
Talvez, no mundo, para agradar nossos sentimentos ou para conquistar uma
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posição na sociedade fazer tudo isso seja útil. Temos pessoas que ajudam os
necessitados, mas não estão prontas para aceitar o que é justo. Exemplo como
estes não contrariam a nossa própria crença?
A fé é uma condição e um fator crucial para aquele que deseja fazer o bem. O
homem sedento necessita de água, mas se em vez de água lhe derem um copo
com um líquido sujo, ele não aceitará. Se o coração não estiver puro, limpo, por
mais que se façam boas ações, elas não serão aceitas. Se nós quisermos saciar
os sedentos, mas no lugar de um copo com líquido saboroso lhes dermos um
amargo, eles não aceitarão. O mais importante é que o objetivo da ação seja
por Deus e não por outras coisas. Se alguém deseja votar em fulano em uma
eleição, isso não é feito para realizar uma boa ação em favor de outra pessoa,
mas tem um fim particularmente político. A palavra que o versículo acima cita é
“recomendar”, que aparece por duas vezes na Surata Al-„Assar/A Era, no
Versículo n°103. Em uma vez ela está relacionada com a misericórdia e na
outra com o juízo, sendo que em ambas tem o sentido de paciência. Assim, a
importância da paciência é salientada.
A palavra “Tawâsso”, no idioma árabe, significa “recomendar uns aos outros”. E
isto quer dizer que o ser humano deve sempre ser lembrado. O conhecimento,
por si só, não e suficiente. Devemos convidar às boas ações. Algumas vezes,
uma pessoa não convida outra aos bons atos porque ambas se conhecem.
Mas, conhecer não é suficiente. Devemos ir além e convidar o nosso próximo à
prática do bem. Apenas ajudar os necessitados não é suficiente; devemos
recomendar aos outros que também o façam. Nesta questão, convidar os
outros vem depois de ajudar ou colaborar. Pois bem, se Deus nos deu dois
olhos, uma língua e dois lábios, deveríamos utilizá-los para guiar as outras
pessoas. Algumas vezes, na universidade, encontramos um jovem que é de
uma família rica e se torna amigo de um estudante pobre. Conversando com o
seu pai, o estudante rico fala em ajudar o mais pobre. Então, pega um cheque
de seu pai e, por intermédio do professor, entrega ao seu amigo pobre. O
jovem que não ajuda os outros não será, no futuro, um bom arquiteto.
Algumas vezes, um pouco de dinheiro faz com que realizemos grandes ações.
Um prato de leite com fermento vira coalhada.
‫ك أَصْ َحبةُ ْال َو ْي َوٌَ ِت‬
َ ِ‫أُ ْولَئ‬
“Seus lugares serão à destra.”
O significado do termo “lugar destro”, isto é, o da direita, é que ele é reservado
aos prediletos, aos que foram selecionados a morar eternamente no Paraíso por
seu mérito, suas ações.
‫يي َكفَسُوا بِآيَبتٌَِب هُ ْن أَصْ َحبةُ ْال َو ْشؤ َ َه ِت‬
َ ‫َوالَّ ِر‬
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“Por outra, aqueles que negam os Nossos versículos terão os seus
lugares à sinistra.”
Deus dá dinheiro a alguns, que por causa disso perdem o sono. Você não deve
observar sua casa, seu carro ou suas roupas. Deve observar o quanto é feliz em
sua vida com o que tem. Às vezes, ter muito dinheiro causa stress e uma vida
ruim. Deus, na Surata n°9 - AT TAUBAH/O Arrependimento - no Versículo n°55
nos diz:
َّ ‫ك أَ ْه َىالُهُ ْن َوالَ أَ ْوال ُدهُ ْن إًَِّ َوب ي ُِسي ُد‬
‫َّللاُ لِيُ َع ِّربَهُن بِهَب فِي ْال َحيَب ِة ال ُّد ًْيَب‬
َ ‫ْج ْب‬
ِ ‫فَالَ تُع‬
‫ُوى‬
َ ‫ق أًَفُ ُسهُ ْن َوهُ ْن َكبفِس‬
َ َ‫َوتَ ْزه‬
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“Que não lhes maravilhem os seus bens, nem os seus filhos, porque
Deus somente quer, com isso, atormentá-los na vida terrena e fazer
com que suas almas pereçam na incredulidade.”
O dinheiro pode causar modalidades diversas de stress e nervosismo, dentre
elas as citadas abaixo:
1) Ocupa a mente plenamente. Ter maiores ganhos implica utilizar mais a
capacidade mental para suprir as despesas;
2) Inveja e ambição crescentes;
3) Enormes gastos com proteção e segurança, para que os bens não sejam
roubados.
4) O dinheiro faz com que os olhos dos mal intencionados se abram, colocando
a vida do seu possuidor em risco. Os pobres na rua são menos incomodados
que os outros. Mas, os ricos têm de ter sistemas de alarme e segurança e ainda
assim dormem aflitos e preocupados.
Aquele que não possui muito dinheiro não deve se entristecer por isto, pois, às
vezes, Deus dá muito dinheiro a alguns para castigá-los depois. As pessoas que
vivem em apartamentos pequenos têm menos chance de ser incomodados.
Mas, quando constroem casas grandes, as pessoas passam a falar delas. Há,
ainda aqueles que são avaros: possuem dinheiro mas não ajudam a sua
comunidade, não fazem nenhum bem ao seu próximo, apenas a si mesmos.
Quanto aos ricos que ajudam o próximo, não só as pessoas não falam mal
deles como oram e pedem pelo seu bem.
ٌ‫ص َدة‬
َ ‫َعلَ ْي ِه ْن ًَب ٌز ُّه ْؤ‬
“E serão circundados pelo fogo infernal!”
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A palavra “MO‟SSADAH”, em português, significa “fechar a tampa como uma
panela de pressão”. Em outras palavras, quero dizer que o fogo infernal atingirá
os pecadores por todos os lados. Deus, o Altíssimo, na Surata n°7 - Al´ARAF/Os
Cimos - no Versículo n°41 nos diz:
‫ش‬
ٍ ‫لَهُن ِّهي َجهٌََّ َن ِههَب ٌد َو ِهي فَ ْىقِ ِه ْن َغ َىا‬
“Terão o inferno por leito, cobertos com mantos de fogo”
Aqueles que por serem avaros entesouram seu dinheiro, deixando que a
ganância os domine, no Dia do Juízo final serão tratados com mantos cobertos
de fogo.
Da mesma forma, aqueles que negam a verdade, escondendo-a, e não
permitem que os homens tenham acesso à realidade assim também sofrerão no
Dia do Juízo Final.
Aqueles que, em vida, não utilizaram seu cérebro e a sua inteligência, não
permitindo que a Misericórdia de Deus adentrasse seu ser, isto é, a sua alma,
também serão castigados no Dia do Juízo final.
Deus, nestes versículos, nos indica o caminho do Paraíso, assim como o
caminho do Inferno. Os exemplos servem para compreendermos os opostos e
conhecermos a importância da boa conduta. Para que conheçamos o bem,
temos de saber o que é o mal. Para que saibamos o que é ser belo e bonito,
temos de saber o que é feio. Portanto, as mulheres bonitas são devedoras das
feias, pois se as feias não existissem, não seriam consideradas bonitas. A
importância da saúde é percebida quando não estamos doentes. Os mais idosos
sabem da importância de ser mais jovens. Quando o ser humano é uma
criança, pensa o tempo todo em ser grande. Mas, quando se torna adulto,
sente saudade da infância.
Devemos mostrar os dois lados das coisas importantes – o bom e o ruim – para
que o ser humano possa compreender melhor. O final da Surata Al Balad se
refere a isto. O penúltimo versículo fala sobre os prediletos do Paraíso e o
ultimo sobre o inferno, para que o ser humano possa conhecer com facilidade a
diferença entre ambos. E então, entre os dois caminhos, possa antever qual
será o seu destino.
Deus, o Altíssimo, além de indicar os caminhos, adverte o ser humano. Às
vezes, apenas os sinais do Paraíso não são suficientes, por isso, conjuntamente,
deve ser ele alertado sobre o inferno. Quando lhe mostra o bom caminho, a
Senda Reta, Deus também explica sobre o caminho errado e o engano em que
o ser humano pode cair. Um dos erros de alguns é que ensinam o caminho
errado, apenas, não o correto. Deus, o Altíssimo, antes de proibir algo permite
diversas outras coisas. Deus, antes de proibir a árvore do Paraíso para Adão,
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permitiu várias outras frutas. Deus, na Surata n°2 - Al Baqara/A Vaca - no
Versículo n°35 nos diz:
ِِ
ِ ُ ‫وُكالَ ِمْن ها ر َغ ًدا حي‬
‫َّجَرَة‬
َْ َ َ
َ ‫ث شْئتُ َما َوالَ تَ ْقَربَا َهذه الش‬
َ
“Desfrutai dele com a prodigalidade que vos aprouver; porém, não vos
aproximeis desta árvore”
Dentro da visão educacional o pai, antes que proíba os seus filhos de realizar
algo exemplar, deve informá-los sobre o sentido oposto. Por exemplo, se deseja
proibi-los de ver um canal de televisão, deve proporcionar-lhes um canal
adequado para assistir. Deve comprar-lhes bons brinquedos, para depois proibilos de utilizar brinquedos inadequados. Deve apresentar-lhes bons amigos
dentro da comunidade muçulmana para depois proibir-lhes as amizades ruins.
Apenas dizer que “tal coisa não é boa” não é o suficiente. Deve mostra-lhes o
que é bom e o que é melhor. O Profeta Lot (a.s), quando proibiu a prática
homossexual, ofereceu as próprias filhas em casamento para coibi-la. Deus, na
Surata n°11 – Hud – no Versículo n°78 nos revela:
ْ َ‫بل يَب قَ ْى ِم هَ ُؤالء بٌََبتِي هُ َّي أ‬
‫طهَ ُس لَ ُك ْن‬
َ َ‫ق‬
“Ó povo meu! Eis aqui minhas filhas; elas vos são mais puras”
O conjunto dos atos que são permitidos no Islã é bastante vasto. Por outro
lado, as coisas que são proibidas são poucas e limitadas. Por exemplo, há
vários tipos de suco cujo consumo é permitido. O único tipo de bebida proibida
é a alcoólica. Quando o ser humano deixa de consumir as bebidas saudáveis e
licitas e parte as ilícitas, o erro foi dele e ele, apenas, deve responder por sua
negligência perante Deus.
Resumo do Sermão
A Surata Al Balad/A Metrópole tem vinte versículos. Inicialmente, Deus jura pela
importância de um País, assim como jura pelo ser humano. Da mesma forma,
jura por um pai e por uma mãe que a vida não é um lugar de descanso e sim
de dificuldades. O objetivo de comentar isto tem o sentido de que o ser
humano busque a sua evolução, a sua perfeição, não a comodidade e a
facilidade.
A força de um ser humano está em seu conhecimento, em seus colegas de
trabalho e amigos e, até mesmo, nos bens materiais que adquiriu com seu
trabalho e esforço. A força que tem, contudo, não deve servir para aumentar o
seu orgulho. O Imam Ali (a.s) nos diz quanto incapaz é o ser humano, pois um
simples pernilongo consegue incomodá-lo. Se uma gota de água adentrar nos
seus pulmões, pode levá-lo à morte.
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O ser humano, no Dia do Juízo final ou no momento de sua morte, será
questionado sobre o dinheiro ilícito que adquiriu ou dos projetos mal
administrados em sua vida. Nesta hora ele se arrependerá. O ser humano deve
pensar muito bem antes de gastar o seu dinheiro, onde e como o gasta. Um
dos pontos fundamentais para o sucesso de um ser humano é que todos o
observam. Se as pessoas não o fazem, Deus está acima dos humanos e o
observa. Deus, que foi Quem lhe deu dois olhos, não pode ser cego e, com
certeza, o vê o tempo todo.Desta forma, Deus nos sinaliza a existência de dois
lábios e uma língua, que não foram feitos apenas para falar e sim para diversas
outras finalidades. Por exemplo, a importância dos lábios é desconhecida de
muitos, que imaginam servirem apenas para beijar. Porém, a vida sem os lábios
é impossível, pois como um pequeno exemplo temos um recém nascido, que se
mantém vivo graças ao leite materno, sugado pelos músculos labiais.
Nesta surata, Deus, o Altíssimo, nos indica e nos orienta. Pois não só Deus nos
deu os lábios, a língua e os demais órgãos, mas nos ensinou a forma como
devemos utilizá-los. E depois de dar ao ser humano as condições e mostrar o
certo e o errado, deu-nos o livre arbítrio, para que escolhamos o que
desejamos realizar. Seguir o bom caminho ou o mau caminho é uma liberdade
de escolha que Deus nos proporciona e que deve ser feita sabiamente, pois
dela advêm a nossa salvação ou a nossa perdição terra e eterna.Nesta surata,
aprendemos que Deus deu extrema importância ao ser humano e lhe colocou
numa posição privilegiada, para que atinja o mais alto nível evolucional que
puder. Ele adverte os preguiçosos e aqueles que não trabalham. Neste sentido,
temos os quatro fatores citados abaixo:
1. O primeiro e mais importante fator lembrado nesta surata é o de libertar o ser
humano de qualquer forma de prisão, seja material ou psicológica. Devemos ajudar os
presos, os prisioneiros, auxiliar aqueles que não têm conhecimento.
2. O segundo ponto mais importante é que as necessidades básicas sejam oferecidas aos
que precisam, como auxiliar com comida as pessoas carentes, idosos (as), assim como
oferecer desjejum para os jejuantes no mês abençoado de Ramadã. Um dos exemplos
edificantes é o de alimentar mentalmente aquele que necessita do saber.
3. Frisamos também que a ajuda a familiares que têm necessidades é prioritária. Em
outras palavras, ajudar a suprir a fome de alguém é uma boa ação e nos dias em que a
vida está mais cara, suas bênçãos são maiores. E se ajudarmos aos órfãos, isso é
considerado um bom trabalho; ajudar aqueles que são da comunidade traz uma
recompensa maior. Se dar dinheiro a um pobre é uma boa ação, ajudar um miserável faz
com que a recompensa seja maior.
4. Devemos convidar as pessoas a agir com paciência e que sejam misericordiosas entre si.
É possível que a maioria dos homens não tenha condições de alimentar os pobres, mas
todos juntos podemos ajudar-nos uns aos outros, chegando a este objetivo.
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No final desta surata, Deus especifica quem são os prediletos do Paraíso, assim como
aqueles que adentrarão ao inferno, para que o ser humano possa comparar os dois lados
e conhecer melhor a diferença entre eles. Assim, com clareza, fará a sua própria escolha.
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