VALOR NUTRITIVO E CARACTERÍSTICAS FERMENTATIVAS DE

Transcrição

VALOR NUTRITIVO E CARACTERÍSTICAS FERMENTATIVAS DE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE AGRONOMIA
VALOR NUTRITIVO E CARACTERÍSTICAS
FERMENTATIVAS DE SILAGENS DE CAPIM
ELEFANTE (Pennisetum purpureum Schum.) cv. ROXO
CONTENDO NÍVEIS CRESCENTES DO SUBPRODUTO
DA SEMENTE DO URUCUM (Bixa orellana L.)
JOSEMIR DE SOUZA GONÇALVES
Monografia apresentada ao Curso de
Agronomia do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do
Ceará, como parte das exigências da
Disciplina Atividade Supervisionada
(Estágio Curricular Obrigatório).
Orientador
José Neuman Miranda Neiva
FORTALEZA
CEARÁ - BRASIL
2004
JOSEMIR DE SOUZA GONÇALVES
VALOR NUTRITIVO E CARACTERÍSTICAS
FERMENTATIVAS DE SILAGENS DE CAPIM
ELEFANTE (Pennisetum purpureum Schum.) cv. ROXO
CONTENDO NÍVEIS CRESCENTES DO SUBPRODUTO
DA SEMENTE DO URUCUM (Bixa orellana L.)
Monografia apresentada ao Curso de
Agronomia do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do
Ceará, como parte das exigências da
Disciplina Atividade Supervisionada
(Estágio Curricular Obrigatório).
APROVADA em 28 de Junho de 2004
_____________________________
Magno José Duarte Cândido – Dr
_____________________________
José Osvaldo Beserra Carioca - Dr
(Conselheiro)
(Conselheiro)
_____________________________
José Neuman Miranda Neiva – Dr.
(Orientador)
ii
Ao Prof. Dr. José Neuman Miranda
Neiva, pela sua incansável vontade em
transmitir
seus
ensinamentos,
demonstrando em todos os momentos
sua compreensão, paciência e valiosa
amizade
que
sempre
teve
para
comigo.
OFEREÇO
Aos meus pais José Almir Gonçalves e
Maria Luiza Vieira de Souza Gonçalves, por todo
carinho, apoio, incentivo e amor que sempre me
dedicaram nas horas mais difíceis da minha vida.
À
minha
irmã
Mirta,
meus
avós
Raimundo e Sebastiana e tias Elizabete, Fátima,
Lourdes e Lúcia e meus primos Larisse e Marcos
Vinícius.
A todos os meus amigos pelo incentivo,
compreensão e ajuda.
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por guiar meus passos me fornecendo força e coragem rumo aos caminhos
que sempre levaram ao alcance dos meus objetivos, mesmo sendo eles os mais difíceis
de se conseguir alcançar.
A meus pais e todos os meus familiares, pela constante demonstração de carinho e
afeto para comigo e por sempre estarem presentes nos momentos mais difíceis da minha
vida, sempre me dando conselhos para que eu seguisse em frente a fim de vencer todos
os obstáculos da vida.
À Universidade Federal do Ceará, pela oportunidade de realização deste curso de
Graduação em Agronomia.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de iniciação científica.
Ao Professor Dr. José Neuman Miranda Neiva, pela maestria na transmissão de
seus ensinamentos e pela demonstração de compreensão, paciência e valorosa amizade
durante os últimos três anos em que fui seu orientado de iniciação científica até a
orientação desta monografia.
Aos demais mestres do curso de Agronomia da Universidade Federal do Ceará,
destacando os professores Assis Júnior, João Moreira, Maria Nenmaura, Sebastião
Filho, Adunias Teixeira e Patrícia Verônica, que juntamente com os demais
contribuíram de forma significativa para a minha formação acadêmica, profissional e
humana.
Ao Doutor Magno José Duarte Cândido, pelo companheirismo e ensinamentos
repassados como participante da banca examinadora da defesa desta monografia
juntamente com o Professor Dr. Osvaldo Beserra Carioca.
iv
Aos amigos do Núcleo de Pesquisa em Forragicultura Geraldo Filho, Roberto
Cláudio, Cynthia Renata, Pedro Neto, Bruno César, Davi Aquino, Najla Vieira,
Marcílio Teixeira, Thiago Almeida, Abner, Ana Cristina, Salete Moraes, Guaraciaba
Santana, Rodrigo Gregório, Canindé, Edilton Lousada, Alcides, Margareth e Rossana,
por todos os momentos de aprendizados vivenciados durante esta caminhada de busca
de conhecimentos e aventuras.
Aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal nas pessoas da Helena,
Roseane e Natan, pela convivência harmoniosa e por tudo o que me ensinaram no
decorrer da realização das minhas análises laboratoriais.
Aos meus grandes amigos de curso Júnior Régis e Ciro de Miranda Pinto, que
comigo conseguiram vencer e chegar hoje, unidos desde o primeiro semestre, até o fim
da nossa jornada de graduação; e aos amigos João Paulo Cajazeira e Henrique Michael
pelos bons momentos de descontração e humor proporcionados.
Aos demais colegas de curso, com quem passei bons momentos da minha vida
acadêmica, ressaltando aqui todas os nossos momentos de descontração, alegria,
frustração, preocupação e de sucesso alcançado.
Aos meus amigos Tarso e Allan, pelos momentos vividos e pelo companheirismo
demonstrado no decorrer das nossas convivências.
A todas as outras pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a
condução deste trabalho e que fizeram com que eu me tornasse o ser humano que sou
hoje.
v
BIOGRAFIA
Josemir de Souza Gonçalves, filho de José Almir Gonçalves e Maria Luiza Vieira
de Souza Gonçalves, nasceu na cidade de Russas, estado do Ceará, no dia 14 de março
de 1982.
Concluiu toda a sua vida pré-acadêmica na Unidade Educacional Coração
Imaculado de Maria – UNECIM, finalizando seus estudos em nível de Ensino Médio no
ano de 1999.
Em março de 2000, iniciou o curso de Agronomia na Universidade Federal do
Ceará (UFC), exercendo atividades de pesquisa e iniciação científica através do
programa PIBIC/CNPq, nas áreas de Forragicultura e Nutrição Animal sob orientação
do Prof. Dr. José Neuman Miranda Neiva.
vi
ÍNDICE
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Resumo
Sumary
1. Introdução
2. Revisão de Literatura
I.- CAPIM ELEFANTE (Pennisetum purpureum Schum.)
I.1 – Características do Capim Elefante
I.2 – Limitações apresentadas pelo Capim Elefante para ensilagem
II.- SILAGEM
II.1 – Silagem como alimento volumoso para ruminantes
II.2 – Qualidade da Silagem
II.3 – Valor Nutritivo das silagens de Capim Elefante
II.3.1 – Teores de Matéria Seca (MS)
II.3.2 – Carboidratos Solúveis (CHOs) e Ácidos Orgânicos
II.3.3 – Nitrogênio Amoniacal (N-NH3)
II.3.4 – Valores de pH
II.4 – Utilização de aditivos na ensilagem do Capim Elefante
III.- URUCUM ( Bixa orellana L.)
III.1 – Importãncia e industrialização no Brasil
III.2 – Características do subproduto do processamento das sementes do
urucum
III.3 – Propriedades do urucum
III.4 – Utilização do subproduto das sementes do urucum na alimentação
animal
3. Material e Métodos
3.1 – Localização
3.2 – Tratamentos, Delineamento Experimental e Ensilagem
3.3 – Capim Elefante e Subproduto da semente do Urucum
3.4 – Silos Experimentais
3.5 – Abertura dos Silos e Amostragem
3.6 – Análises Laboratoriais e Estatísticas
4. Resultados e Discussão
4.1 – Teor de Matéria Seca (MS)
4.2 – Teor de Proteína Bruta (PB)
4.3 – Teor de Fibra em Detergente Neutro (FDN)
4.4 – Teor de Fibra em Detergente Ácido (FDA)
4.5 – Teor de Hemicelulose (HC)
4.6 – Teor de Extrato Etéreo (EE)
4.7 – Teor de Nitrogênio Amoniacal
4.8 – pH
5. Conclusão
6. Referências Bibliográficas
7. Apêndice A
8. Apêndice B
Pág
vii
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vii
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1
Ensilagem
31
Figura 2
Capim elefante e Subproduto da semente do Urucum
32
Figura 3
Fechamento dos silos experimentais de PVC
33
Figura 4
Perdas por desenvolvimento de fungos
34
viii
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 1
Tabela 2
Teores de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), proteína bruta
(PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido
(FDA) e hemicelulose (HC) do capim Elefante (Pennisetum
purpureum Schum.) e do subproduto da semente do Urucum (Bixa
orellana L.) pré-ensilados
Teores de matéria seca (MS), de extrato etéreo (EE), de proteína
bruta (PB), de fibra em detergente neutro (FDN), de fibra em
detergente ácido (FDA), de hemicelulose (HC), de nitrogênio
amoniacal (N-NH3), valores de pH e equações de regressão das
silagens de capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) com
adição de níveis crescentes do subproduto da semente do Urucum
(Bixa orellana L.)
32
36
ix
RESUMO
GONÇALVES, Josemir de Souza. Valor nutritivo e características fermentativas de
silagens de capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) cv. Roxo contendo
níveis crescentes do subproduto da semente do Urucum (Bixa orellana L.).
Fortaleza: UFC, 2004. 61p. (Monografia).*
O experimento foi desenvolvido no Núcleo de Pesquisa em Forragicultura do
Departamento de Zootecnia (DZ) da Universidade Federal do Ceará (UFC), localizado
no Campus do PICI em Fortaleza-CE. Objetivou-se avaliar o valor nutritivo e
características fermentativas de silagens de capim elefante (Pennisetum purpureum
Schum.) com adição de níveis crescentes do subproduto da semente do Urucum (Bixa
orellana L.). Utilizaram-se silos experimentais de cano PVC com 340 mm de
comprimento e 100 mm de diâmetro em delineamento inteiramente casualizado com
cinco níveis de adição (0; 5; 10; 15 e 20%) do subproduto das sementes do Urucum e
quatro repetições. Passados 64 dias da ensilagem os silos foram abertos e retiradas
amostras para a determinação dos teores de Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB),
Extrato Etéreo (EE), Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra em Detergente Ácido
(FDA), Hemicelulose, Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) e valores de pH. Observaram-se
elevações nos teores de MS das silagens quando se adicionou o subproduto das
sementes do Urucum. No maior nível de adição (20%) as silagens atingiram o
percentual de 28,53% de MS, valor superior ao nível mínimo indicado para a ocorrência
de fermentação lática. Com a adição de 4,04% de subproduto das sementes do Urucum
o nível mínimo de PB (7%) necessário para um bom funcionamento ruminal foi
alcançado. Apesar de se terem verificado elevações de 0,03 unidades percentuais a cada
1% de adição do subproduto das sementes do Urucum nas silagens os teores de extrato
etéreo permaneceram, em todos os níveis de adição do subproduto das sementes do
x
Urucum, abaixo de 5% de EE, valor considerado o limite a partir do qual há diminuição
do consumo. Os teores de FDN e FDA reduziram 0,64 e 0,81 unidades percentuais,
respectivamente, para cada 1% de adição do subproduto das sementes do Urucum.
Todas as silagens apresentaram valores de N-NH3 abaixo do limite de 12%
comprovando a ocorrência de bom processo fermentativo sem ocorrência de
fermentações secundárias que poderiam prejudicar a qualidade das silagens. Os valores
de pH, em todos os níveis de adição, ficaram abaixo do limite superior da faixa
indicadora de silagens que passaram por um bom processo fermentativo (3,8 a 4,2).
Conclui-se que a adição do subproduto das sementes do urucum promove adequada
fermentação e melhoria nas características químicas de silagens de capim elefante não
havendo nenhuma restrição à sua inclusão até o nível máximo (20%) testado na presente
pesquisa.
__________________________
*Orientador: José Neuman Miranda Neiva. Membros da Banca: Magno José Duarte
Cãndido e José Osvaldo Beserra Carioca
xi
SUMARY
GONÇALVES, Josemir de Souza. Nutritive value and fermentative characteristics
of silages of Elephant grass (Pennisetum purpureum Schum.) cv. Roxo with
growing levels of Annatto (Bixa orellana L.) Seed By Product. Fortaleza: UFC,
2004. 60p. (Monography).*
The experiment was developed at Forage Research Unit of the Department of
Animal Science of the Federal University of Ceará (UFC), located in the Campus of
PICI in Fortaleza-CE. It aim was to evaluate the nutritional value and fermentative
characteristics of elephant grass (Pennisetum purpureum Schum.) silages with
increasing levels of the Annatto (Bixa orellana L.) seed by-product addition.
Experimental silos of PVC pipe with 340 mm of length and 100 mm of diameter in a
completely randomized design with five addition levels (0; 5; 10; 15 and 20%) of
Annatto seeds by-product and four replicates were used. After 64 days of the ensilage,
the silos were open and samples were removed for the determination of the Dry Matter
(DM), Crude Protein (CP), Ethereal Extract (EE), Neutral Detergent Fiber (NDF), Acid
Detergent Fiber (ADF), Hemi-cellulose (HC), Ammonia Nitrogen (N-NH3) levels and
pH values. Elevations were observed in the levels of DM of the silages when Annatto
seeds by-product was added. In the largest addition level (20%) the silages reached the
percentual of 28.53% of DM, higher than minimum level for predominance of latic
fermentation. With the addition of 4.04% of Annatto seeds by-product, the minimum
level of CP (7%) necessary for a good ruminal functioning was reached. In spite of
0.03 percentual units elevation to each 1% of addition of Annatto seeds by-product in
the silages, the levels of ethereal extract stayed, in all the levels of addition of Annatto
seeds by-product, below 5%, considered the limit beyond is a decrease in the
consumption. The NDF and ADF levels were reduced by 0.64 and 0.81 percentual units,
xii
respectively, for each 1% of Annatto seeds by-product addition. All silages showed
N-NH3 levels below the limit of 12%, denoting absence of secondary fermentations that
could harm the silages quality. The pH values, in all the addition levels, were below the
superior limit
(4.5), which characterizes a good fermentative process. It can be
concluded that the addition of Annatto seeds by-product promotes appropriate
fermentation and improvement in the chemical characteristics of silages of elephant
grass, moreover, there is no restriction to its inclusion up to the highest addition level
tested in the present research.
__________________________
*Adviser: José Neuman Miranda Neiva. Committee Members: Magno José Duarte
Cãndido and José Osvaldo Beserra Carioca
13
1. INTRODUÇÃO
O Nordeste Brasileiro é uma região caracterizada por apresentar índices produtivos
de seus rebanhos inferiores aos de outras regiões do país. Este fato está intimamente
ligado aos poucos meses de chuva ocorrentes nesta região, o que acarreta a baixa
disponibilidade de alimento volumoso em quantidade e qualidade para ser destinado aos
ruminantes durante os períodos de seca.
Desta forma busca-se alternativas para garantir o fornecimento de alimento
volumoso para a manutenção dos rebanhos durante este período crítico do ano,
mantendo a oferta de produtos de origem animal na região, a fim de se atender à forte
demanda existente, utilizando para isto insumos de baixo custo na obtenção de um
produto final de qualidade.
Das práticas realizadas para a obtenção de alimento volumoso para o período de
estiagem, a ensilagem é uma das que mais se destaca, por apresentar vantagens quanto
14
ao requerimento de menor espaço de armazenagem por unidade de matéria seca, quando
comparada à fenação; manutenção do valor nutritivo do material ensilado desde que o
processo da ensilagem seja realizado de forma adequada; menor dependência das
condições climáticas, dentre outras.
A silagem é um produto originado de processo fermentativo que depende das
condições do material ensilado, assim como das condições proporcionadas no interior
do silo. De acordo com Nussio et al. (2002), a utilização de silagens como fonte de
alimento volumoso para os animais no período da seca é uma prática que contribui com
10-25% dos alimentos destinados para ruminantes em algumas partes do mundo,
representando 2% do suprimento de alimentos suplementares, como média global.
Das gramíneas tropicais utilizadas para se ensilar, o capim Elefante (Pennisetum
purpureum Schum.) se destaca como uma das principais na região Nordeste, por ser
uma das gramíneas mais plantadas, apresentando certa tolerância a períodos de
estiagem, adaptação a uma ampla faixa de tipos de solos, aliada a uma excelente
produção anual, superior ao milho e ao sorgo, sendo, portanto, mais econômico.
Contudo, a utilização dessa elevada produção de massa contrasta com a elevada
umidade e reduzidos teores de carboidratos solúveis associados a elevado poder tampão
(Lavezzo, 1994).
Como alternativa a ser utilizada para a minimização das limitações apresentadas
pelo capim Elefante na sua ensilagem, a adição de subprodutos oriundos do
processamento das sementes do urucum poderia se constituir em uma alternativa viável
e de resultados satisfatórios.
15
O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os efeitos da adição de
níveis crescentes do subproduto do urucum sobre o valor nutritivo e características
fermentativas de silagens de capim Elefante.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
I. CAPIM ELEFANTE (Pennisetum purpureum Schum.)
I.1 - Características do Capim Elefante
O capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.), de origem Africana, foi
introduzido no Brasil no início da década de 20 (Faria et al., 1998). Segundo Granato
(1924), a introdução desta gramínea em território nacional ocorreu a partir de estacas
procedentes de Cuba. A sua rápida disseminação se deu baseada em várias
características como elevado potencial de produção de matéria seca, adaptação a
diversos sistemas e formas de exploração, rusticidade, facilidade de multiplicação,
existência de diversas variedades e cultivares, certa resistência a seca e a pragas e
doenças, além do fato de apresentar um bom valor nutritivo quando novo (Granato,
1924; Lavezzo, 1994).
17
Por possuir tais características, esta gramínea vem sendo bastante utilizada na
forma de pastejo direto para vacas em lactação, sendo considerada ainda a sua utilização
na forma de forragem conservada (feno e silagem) como alternativa para alimentação
animal na época seca do ano.
Segundo Silveira (1976), o capim Elefante se destaca pela elevada produção de
matéria seca (MS)/ha, podendo chegar a 60 toneladas/ha, com 9-12% de proteína bruta
(PB), 57-62% de fibra em detergente neutro (FDN), 55-59% de digestibilidade, de
forma que a silagem obtida desse capim colhido num estádio adequado foi considerada
satisfatória.
Lavezzo et al. (1983) obtiveram produções de 70,3 e 83,2 toneladas de matéria
verde/ha para as cultivares Mineiro e Vruckwona cortadas aos 60 dias de idade. Para as
mesmas cultivares cortadas aos 75 dias de desenvolvimento, foram observadas
produções de 77,2 e 97,2 toneladas/ha, respectivamente (Lavezzo et al., 1990).
No geral, o capim Elefante deve ser cortado para ensilagem em um estádio de
desenvolvimento cujo “equilíbrio nutritivo” esteja mais adequado, ou seja, quando for
razoável o seu rendimento de massa seca por área, bom teor protéico e baixos conteúdos
das frações fibrosas no material (Ferrari Jr e Lavezzo, 2001). Vilela (1990) concluiu que
o momento de corte adequado seria quando o capim Elefante estivesse com,
aproximadamente, 70 dias de crescimento.
I.2 - Limitações apresentadas pelo capim Elefante para a ensilagem
Apesar de se ter bom rendimento de massa verde/ha, o capim Elefante apresenta
problemas como elevado teor de umidade, reduzido teor de carboidratos solúveis, que
18
são os substratos necessários para o desenvolvimento de bactérias láticas presentes no
processo fermentativo; e elevado poder tampão (Lavezzo, 1994).
De acordo com McCullough (1977) e McDonald (1981), para um bom processo
fermentativo a planta forrageira deve apresentar teor de umidade entre 65 e 72%. O teor
de carboidratos solúveis deve ser no mínimo entre 6 e 8%% (McCullough, 1973 citado
por Gourley e Lusk, 1978), além de baixo poder tampão, permitindo a redução do pH
para valores inferiores a 4,5 (Jaster, 1995).
Destes, o teor de umidade se destaca como um dos principais fatores limitantes
para a obtenção de silagens de boa qualidade.
Para se conseguir adequação dos níveis de matéria seca para se ensilar o capim
Elefante, o seu corte deveria ser realizado quando o mesmo estivesse em avançado
estádio de desenvolvimento. Tal situação é incompatível com a obtenção de silagem de
valor nutritivo aceitável, já que apesar de se ter maiores teores de matéria seca, o teor
dos componentes fibrosos torna-se elevado, o que faz com que a digestibilidade destas
silagens seja reduzida, conseqüentemente afetando negativamente seu valor nutritivo.
II. SILAGEM
II.1 - Silagem como alimento volumoso para ruminantes
O sistema mais econômico para a alimentação dos rebanhos domésticos sem
dúvida, é a utilização direta das pastagens. Porém, devido à estacionalidade das chuvas
ocorridas na região nordeste do Brasil, é necessário se criar alternativas para a produção
de alimentos que serão destinados a estes animais durante as épocas de estiagem.
19
A produção de silagem é um dos processos mais importantes na conservação de
plantas forrageiras sendo uma técnica antiga, porém que está tendo seu uso expandido
no Brasil apenas nos últimos anos.
II.2 - Qualidade da Silagem
O termo qualidade da silagem é utilizado pra descrever até que ponto o processo
fermentativo ocorreu de maneira desejável (Silveira et al., 1979).
Para que se disponha de condições favoráveis para a ocorrência de um bom
processo fermentativo, é necessário esmero na execução de todas as etapas do processo
da ensilagem, para que se garanta a eficiência de cada uma delas na obtenção do
produto final.
Dentre os passos a serem seguidos para a obtenção de silagens de boa qualidade
podem ser destacados o ponto de colheita, o corte da forragem, o tempo de enchimento
do silo, compactação e vedação (Silobac, 19-?).
O ponto de colheita dever ser aquele que forneça um ótimo rendimento de matéria
seca por hectare, associado a um elevado valor nutritivo.
A picagem da forragem tem como objetivo facilitar a compactação bem como o
rompimento de células, permitindo uma atuação imediata dos microrganismos. Com
partículas variando entre 1 e 2 cm de tamanho, melhor será a compactação e a expulsão
do ar.
Na operação de compactação, o objetivo é a expulsão do ar, o que diminui a fase
aeróbica da fermentação e favorece o desenvolvimento das bactérias produtoras de
ácido lático.
20
A vedação é a última etapa da ensilagem, o que garantirá a anaerobiose do meio
evitando a entrada de ar para o interior da massa ensilada.
II.3 - Valor Nutritivo das silagens de Capim Elefante
O valor nutritivo de uma forragem é função do teor de nutrientes da mesma, da sua
taxa de consumo, da digestibilidade da fração consumida e da partição dos produtos
metabolizados dentro do animal. Muitas vezes, devido à impossibilidade do uso de
animais, podem-se executar análises químicas e ensaios de digestibilidade in vitro para
se estimar o valor nutritivo de um alimento (Buxton e Mertens, 1995).
II.3.1 - Teores de Matéria Seca
Os teores de matéria seca apresentam efeito significativo na obtenção de um bom
processo fermentativo e conseqüentemente no valor nutritivo do produto final
produzido. Uma elevada umidade no momento da ensilagem poderá desencadear perdas
por efluentes que se constituem em perdas de nutrientes pela planta e dificuldade no
abaixamento do pH (Woolford, 1984). Um bom percentual de matéria seca promoverá a
inibição de bactérias do gênero Clostridium, que são produtoras de ácido butírico o
qual, quando presente em grandes quantidades, reduz a qualidade das silagens. Já no
caso de se ter elevados percentuais de matéria seca, poderá se elevar as perdas durante a
colheita no campo, além de se dificultar a compactação da massa no momento da
ensilagem (Oliveira, 1998).
De acordo com McCullough (1977) e McDonald (1981) uma planta a ser ensilada
deve conter entre 28 e 35% de matéria seca.
21
II.3.2 - Carboidratos Solúveis (CHOs) e Ácidos Orgânicos
O teor de carboidratos solúveis na forragem a ser ensilada é afetado por fatores
como: radiação solar no dia do corte, horário do corte, extensão do período de
emurchecimento, exposição à chuva no campo, compactação da forragem e velocidade
de fechamento do silo.
Sacarose e os produtos de sua hidrólise (glicose e frutose) são os principais
carboidratos solúveis das forrageiras tropicais, os quais devem compor, no mínimo, 6 a
8% da matéria seca da planta, para promover adequada fermentação (McCullough,
1973, citado por Gourley e Lusk, 1978).
Já para Kearney e Kennedy (1962), a porcentagem mínima de carboidratos
solúveis para se produzir silagens láticas deve ser, em média, 15% na matéria seca do
material ensilado. Catchopoole e Henzel (1971), concluíram que são necessários de 13 a
16%.
Vilela (2000) ressaltou que a disponibilidade de carboidratos de uma forragem,
tanto
estruturais como os solúveis, depende da espécie forrageira, sua relação
folha/colmo, estádio de maturidade, densidade do plantio e fertilização nitrogenada.
Os ácidos orgânicos oriundos da fermentação dos carboidratos solúveis, são
solúveis em água e apresentam caráter ácido fraco, sendo representados pelos ácidos
acético, lático, butírico e propiônico. Todos os ácidos orgânicos se combinam para dar a
acidez durante o processo fermentativo, porém o ácido lático é o mais importante, pois é
ele que apresenta maior constante de dissociação, sendo o ácido forte, responsável pela
redução do pH para aquém do limite de 4,5, Jaster, (1995).
Durante a ensilagem de culturas com baixos teores de matéria seca, o total de
ácidos orgânicos produzidos pode superar o total de carboidratos solúveis da cultura,
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comprovando que proteínas, aminoácidos e outros ácidos orgânicos também são
utilizados como substrato para a produção dos mesmos, embora a hemicelulose seja a
principal fonte de substrato adicional (McDonald e Whittenburry, 1973; Henderson,
1993). McDonald e Whttenburry (1973) ressaltaram ainda que, em virtude de os ácidos
orgânicos estarem presentes na planta sob a forma de sais, como o citrato e o malato, a
sua degradação atua contra o princípio da conservação, já que a descarboxilação dos
mesmos promove a liberação de cátions e CO2.
II.3.3 - Nitrogênio Amoniacal
Os teores de nitrogênio amoniacal, juntamente com os valores de pH e os
percentuais de ácidos orgânicos, são um dos parâmetros para se caracterizar a qualidade
das silagens produzidas ao término do processo fermentativo.
O nitrogênio amoniacal como percentual do nitrogênio total quantifica o quanto em
nitrogênio foi perdido na forma de amônia durante o desenvolvimento do processo
fermentativo. Menores teores de nitrogênio dependerão das condições do material
ensilado, assim como da realização de todas as etapas da ensilagem de maneira
satisfatória. A elevada umidade é um fator que exerce grande influência nos teores de
nitrogênio amoniacal, já que a umidade excessiva atrasa a redução do pH promovendo o
desenvolvimento de bactérias clostrídicas, que provocarão perdas de nutrientes via
proteólise, com formação de CO2, nitrogênio amoniacal e ácidos acético e butírico.
Na planta verde, 75 a 90% do nitrogênio total estão sob a forma de proteína, e o
restante compõe-se principalmente de peptídios, aminoácidos livres e amidas. Após a
colheita, ocorre rápida proteólise, que cessa somente quando o pH é reduzido abaixo de
23
4,5 (Jaster, 1995), mas varia em extensão, dependendo da espécie ensilada, do teor de
matéria seca e da temperatura.
Grandes concentrações de nitrogênio amoniacal em silagens no final do processo
fermentativo indicarão a conseqüente redução do seu valor nutritivo, devido à perda de
nutrientes como proteína e energia e escurecimento da silagem.
II.3.4 - Valores de pH
No interior do silo, as bactérias lácticas multiplicam-se rapidamente, produzindo
ácidos lático e acético, provocando rápida queda no pH, proporcionalmente ao teor de
carboidratos solúveis do material ensilado (Van Soest, 1994), até um nível que inibe a
proliferação dos microrganismos indesejáveis e, em seguida, impede o seu próprio
crescimento, quando é atingida a estabilidade anaeróbia.
Para Woolford (1984), o rápido abaixamento do pH é mais importante do que o
próprio valor de pH obtido no final do processo fermentativo. Isto está relacionado ao
fato de que a acidificação rápida do meio reduz o crescimento e desenvolvimento das
bactérias do gênero Clostridium, que promoveriam fermentações secundárias com
conseqüente redução no valor nutritivo das silagens. Contudo, para ocorrer este rápido
abaixamento do pH, fatores como teor de umidade do material à ensilagem,
concentração de substrato prontamente fermentável (Johnson et al., 1966; Fairbairn et
al., 1992), rápida expulsão do oxigênio presente no silo (Kearney e Kennedy, 1962) e
baixo poder tampão da planta ensilada (Meeske et al., 1993) são fatores que devem ser
levados em consideração.
24
II.4 - Utilização de aditivos na ensilagem do capim Elefante
Devido ao crescente desenvolvimento da fruticultura irrigada na região Nordeste
do Brasil, alguns autores vêm trabalhando com os mais variados subprodutos do
processamento de frutos na ensilagem do capim Elefante na tentativa de se obter
reduções dos elevados níveis de umidade apresentados por esta gramínea, além de
incrementos no teor de proteína e de carboidratos solúveis.
Oliveira Filho et al. (2002), utilizando o subproduto do abacaxi na ensilagem do
capim Elefante, observaram elevações lineares nos teores de matéria seca quando foi
adicionando o referido subproduto ao capim Elefante. Relataram também que o
subproduto do abacaxi promoveu reduções nos componentes da parece celular,
melhorando o valor nutritivo das suas silagens.
Gonçalves et al. (2002), adicionando o subproduto da acerola na ensilagem do
capim Elefante, observaram acréscimos nos teores de matéria seca e de proteína bruta
das silagens, porém sendo evidenciada elevação no teor de fibra em detergente ácido.
Trabalhando com o pedúnculo do caju desidratado na ensilagem da mesma
gramínea, Gonçalves et al (2003) obtiveram também elevações nos teores de matéria
seca, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido.
Ferreira (2002), utilizando o bagaço do caju “in natura”, oriundo do processamento
do pedúnculo do caju para a fabricação de suco, nos níveis de 0; 12; 24; 36 e 48% de
adição observou que o teor mínimo de 28% de matéria seca, citado por McCullough
(1977), indicado para a predominância de fermentação lática não foi alcançado.
Neiva et al. (2001) obtiveram maiores teores médios de matéria seca quando se
utilizou o bagaço do caju na ensilagem do capim Elefante, fato atribuído à maior idade
de corte do capim.
25
A adição do subproduto do maracujá desidratado promoveu elevação no teor de
matéria seca das silagens de capim Elefante, porém sem atingir o limite mínimo de
28%, elevação no teor de proteína bruta, até 10,30% no maior nível de adição do
referido subproduto (20%) e redução no teor de fibra em detergente neutro (Aquino et
al., 2003).
O subproduto da goiaba adicionado ao capim Elefante no momento da ensilagem
não apresentou efeitos significativos na composição química das silagens (Neiva et al.,
2002). A adição deste subproduto proporcionou elevação do teor de matéria seca para
níveis ideais e elevações no teor de proteína bruta. Neste último caso, contudo, mesmo
no maior nível de adição (20%), não se alcançou o nível mínimo de 7% a fim de se
garantir o bom funcionamento ruminal. Esta resposta modesta deveu-se ao subproduto
da goiaba apresentar apenas 7,80% de PB no momento da ensilagem, e o capim Elefante
apenas 4,50%.
Pompeu et al. (2002), ensilando o capim Elefante com a adição do subproduto do
melão, observou que os valores de pH das silagens ficaram acima de 4,5, considerado
como o máximo permitido para a ocorrência de um bom processo fermentaivo (Jaster,
1995). Os valores de pH destas silagens atingiram valores de até 5,6 com a adição de
20% de subproduto do melão, o que é bastante negativo já que em pH acima de 4,5,
bactérias do gênero Clostridium podem degradar o material ensilado, causando perdas
de proteína e energia.
26
III. URUCUM (Bixa orellana L.)
III.1 - Importância e industrialização no Brasil
O cultivo do Urucum (Bixa orellana L.) tem como finalidade a produção de
corantes que após sua extração (Rodrigues, 1985), são bastante utilizados nas indústrias
farmacêuticas, têxteis, de laticínio, de alimentos, de bebidas, de tintas e de cosméticos
(Carvalho, 1999).
De acordo com Torres (1986), a impossibilidade da utilização de corantes
artificiais em alimentos faz com que este ramo procure, cada vez mais, alternativas para
se extrair corantes naturais para serem aplicados aos mesmos.
Segundo Pimentel (1995), no Brasil o comércio de Urucum está estimado
aproximadamente em 9000 t/ano onde, do total de sementes, 14,4% são exportadas na
forma in natura, 28,6% são industrializadas para a produção de corantes e,
aproximadamente 57% das sementes produzidas são comercializadas na forma de
sementes moídas integralmente, produto conhecido como colorau.
Tonani (1995) ressaltou que o principal pigmento (bixina) extraído das sementes do
Urucum representa apenas 6% do peso total da semente, o que gera uma grande
quantidade de subproduto que não possui, ainda, uma aplicabilidade viável.
III.2 - Características do subproduto do processamento das sementes do
Urucum
Após a extração da bixina das sementes do Urucum gera-se um subproduto que
não tem sido utilizado na alimentação de animais, adubação ou até mesmo na
reciclagem de nutrientes.
27
Determinando a composição bromatológica deste subproduto oriundo da extração
dos pigmentos do Urucum, Wurts e Torreblanca (1983) encontraram valores de 13,70%
de Proteína Bruta, 14,40% de Fibra Bruta, 1,4% de Extrato Etéreo, 5,9% de Matéria
Mineral e 64,9% de Extrato Não Nitrogenado.
De acordo com os resultados obtidos em seus estudos, Tonani (1995) concluiu que
a composição bromatológica do subproduto das sementes do Urucum se assemelha
muito à do farelo de trigo, sendo uma alternativa na alimentação animal como
concentrado, já que o mesmo apresenta reduzido teor de fibra (menos de 18%).
Analisando a qualidade da proteína apresentada pelo subproduto do Urucum
Wurts e Torreblanca (1983) encontraram 0,88% de lisina, 0,49% de isoleucina, 0,19%
de metionina e 0,10% de triptofano. Os mesmos autores, analisando a fração mineral
apresentada pelo referido subproduto observaram valores de 0,16% de cálcio, 0,35% de
fósforo e apenas 0,006% de ferro, sendo este subproduto muito pobre neste elemento.
Prosseguindo em seus estudos estes autores não observaram presença de
hemaglutininas, glicosídeos cianogênicos e alcalóides no subproduto do Urucum. Nos
seus relados apenas pequenas quantidades de saponinas (438 µg/g) foram evidenciadas
o que não restrige o uso destes subprodutos na alimentação animal.
III.3 - Propriedades do urucum
As folhas e ramos do urucuzeiro apresentam eficiência no combate a
microrganismos como Pseudomonas aeruginosa, Cândida albicans, Cryptococcus
neoformans, Aspergillus niger, dentre outros, causadores de disenteria (Lentz et al.,
28
1998) e infecções leves e até mais graves (Irobi et al., 1996, Cáceres et al., 1998, e
Freixa et al., 1998).
Segundo Broussalis et al. (1999) os extratos do urucum, como suas folhas
principalmente, possuem propriedades inseticidas de média potência podendo ser
inibidor parcial do Plasmodium falciparum.
Por outro lado, suspeita-se que a casca das sementes do Urucum possam causar
efeitos tóxicos no pâncreas e fígado e conseqüente hiperglicemia com tendência a
aumento dos níveis de insulina (Morrison et al., 1991 e Catálogo Rural, 2001).
III.4 - Utilização do subproduto das sementes do urucum na alimentação
animal
Atualmente são poucos os trabalhos sobre os efeitos da adição do subproduto
oriundo do processamento das sementes do Urucum utilizado na alimentação animal.
Tonani (1995) não observou alteração na digestibilidade dos nutrientes no
desempenho e nem na conversão alimentar dos animais, quando se utilizou 26% do
subproduto do urucum na dieta de bovinos de corte.
Squib et al. (1953), citados por Tonani (1995) verificaram, em frangos, que houve
redução no ganho de peso dos mesmos quando se substituiu tanto 30 como 50% do
milho pelo subproduto do Urucum. Este fato deve ter ocorrido possivelmente pelo
maior teor de fibra e redução na energia da dieta.
Utilizando níveis crescentes (0; 5; 10; 15 e 20%) na alimentação de suínos, Alva
(1991) citado por Tonani (1995), verificou que a melhor conversão alimentar, ingestão
de matéria seca e ganho de peso foram obtidos com a inclusão de 5% do subproduto do
Urucum na dieta.
29
Estudos realizados por Silva (2000) observaram efeitos positivos na intensificação
da pigmentação da gema de ovos em poedeiras com a utilização do extrato de Urucum.
Este extrato corresponde à fração que foi extraída da semente de Urucum que possui
uma concentração elevada de bixina (Hernandez e Rusig, 1992), sem contudo haver
efeito no desempenho dos animais.
30
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 - Localização
O experimento foi conduzido no Núcleo de Pesquisa em Forragicultura (NPF) do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará (DZ/UFC), localizado no
Campus do PICI na cidade de Fortaleza-CE.
O município de Fortaleza situa-se na Zona Litorânea, a 15,49m de altitude,
3°43'02'' de Latitude Sul e 38°32'35'' de Longitude Oeste.
3.2 - Tratamentos, Delineamento Experimental e Ensilagem
Foram avaliados cinco níveis de adição do subproduto da semente do Urucum (0;
5; 10; 15 e 20%) em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. O
capim Elefante e o subproduto da semente do Urucum foram pesados previamente e
homogeneizados para posteriormente serem ensilados. Colocou-se uma quantidade,
31
aproximadamente, de 1,6 kg de material em cada silo, de modo a atingir uma densidade
de 600 kg/m3, proporcionando boa compactação da massa ensilada (Figura 1).
Figura 1 – Ensilagem
Terminada a ensilagem, os silos foram pesados, sendo registrados seus pesos, e
acomodados na sala de preparo de amostras do NPF.
3.3 - Capim Elefante e Subproduto da Semente do Urucum
O capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) cv. Roxo utilizado no
experimento foi colhido em áreas de capineira do Setor de Forragicultura da UFC com
idade de 100 dias, aproximadamente. O capim foi cortado manualmente, rente ao chão,
e transportado para o NPF onde foi processado em picadeira de forragem em partículas
de 1 a 2 cm. Em seguida, o capim sofreu homogeneização para que se dispusesse de um
material onde estivessem bem distribuídos folhas e colmos, garantindo uma maior
uniformidade do material ensilado (Figura 2).
32
Figura 2 – Capim Elefante e Subproduto da semente do Urucum
O subproduto utilizado, gerado quando da extração da bixina da semente do
Urucum, foi oriundo da agroindústria Serra Grande, localizada na cidade de Sobral-CE
de onde foi transportado até o NPF para a confecção das silagens. Antes de ser ensilado,
o subproduto da semente do Urucum foi triturado em moinho tipo martelo utilizando
peneira de 5 mm.
A composição químico-bromatológica do capim Elefante assim como do
subproduto da semente do urucum pré-ensilados, podem ser vistos na Tabela 1.
Tabela 1 – Teores de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), fibra
em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e
hemicelulose (HC) do capim Elefante (Pennisetum purpureum Schum.) e do
subproduto da semente do Urucum (Bixa orellana L.) pré-ensilados
MATERIAIS
MS
EE
PB
FDN
FDA
HC
(%)
17,90
1,54
5,36
74,92
47,47
27,25
Capim Elefante
Subproduto da semente
85,08
2,90
14,57
55,91
23,39
32,52
do Urucum
33
3.4 – Silos Experimentais
Foram utilizados 20 silos experimentais confeccionados com cano tipo PVC
composto de um segmento de 340 mm de comprimento e 100 mm de diâmetro e
dotados de válvula tipo Bunsen (Figura 3).
Figura 3 – Fechamento dos silos experimentais de PVC
3.5 - Abertura dos Silos e Amostragem
Passados 64 dias da ensilagem, os silos foram novamente pesados e registrados
seus pesos para que se pudesse quantificar as perdas ocorridas dentro dos silos no
decorrer do processo fermentativo (Apêndice A). Após esta operação, os silos foram
abertos e realizada a verificação de ocorrência de perdas de material por escurecimento
de partes da massa ensilada ou propagação de fungos (Figura 4). Na existência destas
perdas, as mesmas foram pesadas e anotadas.
Posteriormente, toda a silagem foi retirada do silo, novamente homogeneizada e
colhidos, aproximadamente, 300 g da silagem de cada silo para serem realizadas as
análises químico-bromatológicas.
34
Figura 4 – Perdas por desenvolvimento de fungos
3.6 - Análises Laboratoriais e Estatísticas
No Laboratório de Nutrição Animal do DZ/UFC, foram determinados os teores de
Matéria Seca (MS), Extrato Etéreo (EE), Proteína Bruta (PB) e valores de pH de acordo
com metodologias descritas em Silva e Queiroz (2002); Fibra em Detergente Neutro
(FDN) e Fibra em Detergente Ácido (FDA) pelo método alternativo de Souza et al.
(1999) e Nitrogênio Amoniacal (N-NH3) seguindo metodologia desenvolvida por Vieira
1980 e Bolsen et al (1992), adaptada por Cândido (2003). Os teores de Hemicelulose
(HC) foram obtidos através da fórmula HC = FDN – FDA.
Os dados foram avaliados quanto à pressuposição de normalidade, aditividade e
homocedasticidade, não havendo necessidade de transformar nenhuma variável.
Em seguida, foi executada análise de variância e regressão, adotando-se apenas o
modelo linear, quando significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas, foi utilizado o procedimento
GLM do pacote estatístico SAS (SAS Institute, 1991).
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 – Teor de Matéria Seca (MS)
Os dados referentes aos teores de matéria seca das silagens contendo níveis
crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
Segundo a equação de regressão o teor de matéria seca variou de 17,39% com 0%
de adição do subproduto da semente do Urucum até 28,59% com o maior nível de
adição (20%). Para cada 1% de adição do subproduto da semente do Urucum, foram
observadas elevações de 0,56 pontos percentuais no teor de matéria seca das silagens.
O resultado observado mostrou que o subproduto da semente do Urucum
apresentou grande efeito na elevação dos teores de matéria seca das silagens observando
acréscimos de 11,20 unidades percentuais quando se comparou as silagens do
tratamento testemunha (0%) com as do tratamento com o maior nível de adição do
subproduto da semente do Urucum (20%).
36
Tabela 2 - Teores de matéria seca (MS), de extrato etéreo (EE), de proteína bruta (PB),
de fibra em detergente neutro (FDN), de fibra em detergente ácido (FDA),
de hemicelulose (HC), de nitrogênio amoniacal (N-NH3), valores de pH e
equações de regressão das silagens de capim Elefante (Pennisetum
purpureum Schum.) com adição de níveis crescentes do subproduto da
semente do Urucum (Bixa orellana L.)
VARIÁVEIS
NÍVEIS DE ADIÇÃO (%)
EQUAÇÕES DE
R2
CV
REGRESSÃO
(%)
0
5
10
15
20
17,20 20,24 23,37 25,86 28,53 Ŷ=17,39+0,56x
0,99 1,73
MS
5,74 7,47 8,59 10,10 11,00 Ŷ=5,95+0,26x
0,98 3,55
PB
75,61 72,14 69,29 66,38 62,56 Ŷ=75,57-0,64x
0,97 1,06
FDN
50,08 45,30 40,84 37,94 33,37 Ŷ=49,66-0,81x
0,96 2,92
FDA
25,53 26,84 28,45 28,44 29,19 Y=25,90 + 0,18x
0,56 4,07
HC
1,83 2,26 2,28 2,40 2,65 Ŷ=1,93+0,03x
0,65 8,19
EE
ns
9,51
N-NH3
7,81 6,80 6,80 6,26 6,10
=6,75%
3,56 3,64 3,74 3,80 3,82 Ŷ=3,58+0,01x
0,92 0,79
pH
R2 – Coeficiente de Determinação
ns – Não significativo (P>0,05) pelo teste F
CV – Coeficiente de Variação
No nível de adição de 18,95% do subproduto da semente do Urucum (20%) as
silagens alcançaram o limite mínimo de 28% de matéria seca, citado por McCullough
(1977), como necessário para a predominância de fermentação lática e inibição de
fermentação clostrídica.
Aquino et al. (2003) trabalhando com o subproduto do maracujá na ensilagem da
mesma gramínea, em que, apesar de se verificarem elevações de 0,44 unidades
percentuais, nos teores de matéria seca, a cada 1% de adição do subproduto do
maracujá, no maior nível de adição as silagens apresentaram apenas 27,73 de matéria
seca. Já Neiva et al. (2002) obtiveram níveis superiores ao limite mínimo de 28% de
matéria seca quando adicionando apenas 15% do subproduto da goiaba. Possivelmente,
o maior percentual de matéria seca apresentado pelo subproduto da goiaba, comparado
ao do capim Elefante no momento da ensilagem tenha sido o responsável pelas
elevações evidenciadas.
37
4.2 – Teor de Proteína Bruta (PB)
Os dados referentes ao teor de proteína bruta das silagens contendo níveis
crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
O teor de proteína bruta variou de 5,95% no tratamento sem adição do
subproduto da semente do Urucum até 11,15% com 20% de adição, de acordo com a
equação de regressão. Ainda segundo a equação de regressão, observou-se que foram
promovidas elevações de 0,26 unidades percentuais no teor de proteína bruta das
silagens a cada 1% do subproduto da semente do Urucum adicionado às mesmas.
O percentual de proteína bruta apresentado pelo subproduto da semente do
Urucum pré-ensilado (14,57%) fez com que, no maior nível de adição (20%), as
silagens atingissem 11,15% de proteína bruta, valor este 5,20 pontos percentuais acima
do tratamento testemunha (0% de subproduto da semente do Urucum), podendo-se
considerar estas silagens como alimentos volumosos de boa qualidade. Destaca-se que
com a adição de apenas 4,04% de subproduto da semente do Urucum, o nível mínimo
de 7% de proteína bruta (Silva e Leão, 1979) necessário para o bom funcionamento
ruminal já foi alcançado.
Estes resultados estão de acordo com os obtidos por Aquino et al. (2003),
Gonçalves et al. (2003) e Oliveira Filho et al. (2002), que observaram bons níveis
protéicos nas silagens do capim Elefante, com valores superiores a 9% de proteína
bruta, utilizando como aditivos o subproduto do maracujá, do abacaxi e o pedúnculo do
caju desidratado, respectivamente. Ao contrário dos resultados observados neste
experimento, Neiva et al. (2002) e Sá et al. (2004) trabalhando com o subproduto da
goiaba e o subproduto da manga, respectivamente, apesar de também terem observado
elevações nos teores de proteína bruta de suas silagens. Os autores supracitados
38
verificaram que mesmo no maior nível de adição (20% de subproduto da goiaba e
subproduto da manga) o nível mínimo de 7% de proteína bruta não foi alcançado.
Possivelmente, neste caso, o percentual de proteína bruta apresentado por estes
subprodutos não foi capaz de suprir o déficit de proteína bruta verificado no capim
Elefante pré-ensilado, fazendo com que o nível mínimo não fosse atingido.
4.3 – Teor de Fibra em Detergente Neutro (FDN)
Os dados referentes ao teor de fibra em detergente neutro das silagens contendo
níveis crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
A cada 1% de adição do subproduto da semente do Urucum observou-se um
decréscimo de 0,64 pontos percentuais nos teores de fibra em detergente neutro. Este
fato fez com que o teor deste componente passasse de 75,57% nas silagens exclusivas
de capim Elefante para 62,77%, no tratamento com o maior nível de inclusão do
subproduto da semente do Urucum, representando uma redução de 12,80 pontos
percentuais.
Tal resposta deveu-se ao teor de fibra em detergente neutro do subproduto da
semente do Urucum apresentar um teor de fibra em detergente neutro (55,91%) 25,37%
inferior ao do capim Elefante (74,92%).
Oliveira Filho et al. (2002), utilizando o subproduto do abacaxi como aditivo na
ensilagem do capim Elefante, também observaram que a adição do referido subproduto
provocou declínio de 0,35 unidades percentuais a cada 1% de subproduto do abacaxi
adicionado.
Infere-se diante dos resultados obtidos, que a ingestão de matéria seca destas
silagens provavelmente seria incrementada, já que foi observada redução no teor de
39
fibra em detergente neutro. De acordo com Resende et al. (1994) elevação progressiva
no teor de fibra em detergente neutro pode implicar em redução na ingestão da matéria
seca em razão do efeito físico de enchimento do rumem pelo material excessivamente
fibroso, reduzindo a taxa de passagem do alimento pelo trato digestivo.
Gonçalves et al. (2002) e Gonçalves (2003) trabalhando com o subproduto da
acerola e o pedúnculo do caju desidratado não observaram efeito sobre os teores de fibra
em detergente neutro em silagens de capim Elefante. Neste último caso, o fato dos
teores de fibra em detergente neutro do pedúnculo do caju desidratado e do capim
elefante serem próximos, levou a não observância de alterações nos teores deste
componente nas silagens.
4.4 – Teor de Fibra em Detergente Ácido (FDA)
Os dados referentes ao teor de fibra em detergente ácido das silagens contendo
níveis crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
De acordo com a equação de regressão, verificou-se que os teores de fibra em
detergente ácido variaram de 49,66% no tratamento testemunha até 33,46% quando se
adicionou 20% do subproduto da semente do Urucum às silagens. Isto mostrou que a
cada 1%de subproduto da semente do Urucum adicionado nas silagens foram reduzidos
0,81 pont os percentuais no teor de fibra em detergente ácido das silagens. Observa-se
que este declínio acentuado ocorreu devido ao fato do subproduto da semente do
Urucum apresentar baixos teores de fibra em detergente ácido (23,39%). O capim
Elefante no momento da ensilagem com 47,47% de fibra em detergente ácido
apresentou um valor 103% superior
Urucum.
ao encontrado no subproduto da semente do
40
A diminuição no teor de fibra em detergente ácido é uma boa indicação de
melhoria no valor nutritivo das silagens, pois segundo Van Soest (1994), um teor
elevado deste componente dificulta a fragmentação do alimento e sua digestão pelas
bactérias ruminais.
Oliveira Filho et al. (2002) e Sá et al. (2004) ambos ensilando o capim Elefante
com adição do subproduto do abacaxi e do subproduto da manga, respectivamente,
também observaram reduções no teor de fibra em detergente ácido das silagens. Já
Aquino et al. (2003) e Neiva et al. (2002) utilizando o subproduto do maracujá e o
subproduto da goiaba, respectivamente, não observaram nenhum efeito significativo
também utilizando subprodutos na ensilagen do capim Elefante. Outros autores como
Gonçalves et al. (2002), e Gonçalves et al. (2003), utilizando o subproduto da acerola e
o pedúnculo do caju, nesta ordem, obtiveram resultados opostos aos encontrados com a
adição do subproduto da semente do Urucum em silagens de capim Elefante, com
elevação no teor desta variável nas silagens, à medida que se adicionava níveis
crescentes dos referidos subprodutos.
4.5 – Teor de Hemicelulose (HC)
Os dados referentes ao teor de hemicelulose das silagens contendo níveis
crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
Pela equação de regressão os teores de hemicelulose variaram de 25,90%, nas
silagens exclusivas de capim Elefante, até 29,50% com o maior nível de adição do
subproduto da semente do Urucum (20%). A cada 1% de adição do subproduto da
semente do Urucum, os teores de hemicelulose das silagens foram elevados em 0,18
unidades percentuais. O maior valor de hemicelulose apresentado pelo subproduto da
41
semente do Urucum (32,52%) possivelmente tenha sido o responsável por estas
elevações, já que o capim Elefante apresentava, no momento da ensilagem teor inferior
de hemicelulose (27,69%).
De posse dos teores de matéria seca e de hemicelulose do capim Elefante e do
subproduto da semente do Urucum à ensilagem (Tabela 1), estimar-se-ia em 30,05% o
teor de hemicelulose da silagem com 20% de adição do subproduto, o qual elevar-se-ia
para 30,12%, considerando a perda de matéria seca (31,34-28,59%) destas silagens
durante o processo conservativo. Como o teor de hemicelulose estimado pela equação
de regressão para as silagens com 20% de subproduto da semente do Urucum foi de
29,50%, infere-se que essa pequena diferença (redução de 0,62 pontos percentuais)
decorra de variações na amostragem pré e pós-ensilagem, e/ou nas determinações
laboratoriais da fibra em detergente neutro e ácido ou, ainda, à utilização de uma porção
ínfima da hemicelulose como substrato fermentativo.
Gonçalves et al. (2002) e Neiva et al. (2002), adicionando o subproduto da acerola
e o subproduto da goiaba na ensilagem do capim Elefante, respectivamente, não
observaram variações no teor de hemicelulose das silagens produzidas. Já Oliveira Filho
et al. (2002), trabalhando com o subproduto do abacaxi, verificaram elevação no teor de
hemicelulose em suas silagens enquanto que Sá et al. (2004), Gonçalves et al. (2003) e
Pompeu et al. (2002) obtiveram redução nos teores de hemicelulose quando
adicionaram respectivamente o subproduto da manga, pedúnculo do caju desidratado e o
subproduto do melão na ensilagem do capim Elefante.
4.6 – Teor de Extrato Etéreo (EE)
42
Os dados referentes ao teor de extrato etéreo das silagens contendo níveis
crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
De acordo com a equação de regressão, o teor de extrato etéreo variou de 1,93%
nas silagens exclusivas de capim Elefante até 2,53% com a adição de 20% do SU. Para
cada 1%de adição do subproduto da semente do Urucum observou-se um incremento de
0,03 pontos percentuais nos teores de extrato etéreo das silagens. Apesar de se ter
observado tal elevação, mesmo no nível de adição de 20% o teor deste componente não
ultrapassou o limite de 5% de extrato etéreo a partir do qual se poderia limitar o
consumo de matéria seca (Palmquist, 1994). Apesar de se ter trabalhado com um
subproduto basicamente composto de sementes, as quais geralmente possuem grandes
quantidades de lipídios, as sementes do Urucum se caracterizaram como uma exceção a
este fato, daí porque a elevação no teor de extrato etéreo das silagens com níveis
crescentes do subproduto ter sido mínima.
4.7 – Teor de Nitrogênio Amoniacal (N-NH3)
Os dados referentes ao teor de nitrogênio amoniacal das silagens contendo níveis
crescentes do subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
Não foram verificadas variações no teor de nitrogênio amoniacal com a adição do
subproduto da semente do Urucum (P>0,05), tendo sido observado um valor médio de
6,75% do nitrogênio total, ou seja, abaixo do limite de 12% para se classificar as
silagens como de boa qualidade (Silveira, 1975 e McDonald, 1981). Apesar da elevada
umidade apresentada pelo capim Elefante (82,10%), mesmo no tratamento sem adição
do subproduto da semente do Urucum, foi obtido teor de nitrogênio amoniacal inferior a
12%.
43
Este resultado difere dos encontrados por Ferreira (2002), trabalhando com adição
do bagaço do caju “in natura” em silagens de capim Elefante, que encontraram o valor
de 13,16% de amoniacal nas silagens do tratamento sem adição do bagaço do caju “in
natura”. Neste caso, as silagens com mais elevado teor de umidade podem ter
favorecido ao desenvolvimento de bactérias do gênero Clostridium e ação de proteases
que desdobram proteínas e aminoácidos em amônia.
4.8 – pH
Os dados referentes ao valor de pH das silagens contendo níveis crescentes do
subproduto da semente do Urucum podem ser vistos na Tabela 2.
O valor de pH sofreu variação com a adição do subproduto da semente do Urucum
(P<0,05). Apesar da elevação observada de 0,01 unidades a cada 1%de adição do
subproduto da semente do Urucum, as mesmas apresentaram reduzidos efeitos quanto a
elevação dos valores de pH das silagens, já que em todos os tratamentos o valor dos
mesmos se manteve abaixo do limite de 4,5 unidades, a partir do qual poder-se-ía ter
dificuldade em se alcançar a estabilidade anaeróbica das silagens, promovendo perdas
de energia e proteína e conseqüente redução do valor nutritivo das mesmas (Jaster
1995). O valor de pH variou desde 3,58 até 3,78, respectivamente, considerando as
silagens exclusivas de capim Elefante e as silagens com a adição de 20% de subproduto
da semente do Urucum.
Pompeu et al. (2002) obtiveram resultados opostos aos encontrados neste
experimento. Utilizando o subproduto do melão, este autor observou elevações nos
valores de pH das silagens de capim Elefante, ficando os mesmos acima do limite
indicativo de silagens bem conservadas (4,5).
44
Já Oliveira Filho et al. (2002) e Gonçalves et al. (2002), adicionando o subproduto
do abacaxi e o subproduto da acerola, respectivamente, na ensilagem do capim Elefante,
verificaram resultados semelhantes aos obtidos neste experimento, com redução no
valor de pH à medida que se adicionou os referidos subprodutos.
45
5. CONCLUSÃO
A adição do subproduto do urucum apresentou efeitos significativos na
composição química das silagens, promovendo elevação nos teores de matéria seca e
proteína bruta e reduções no teor dos componentes da parede celular. Com as
modificações observadas, houve melhorias na qualidade e no valor nutritivo das
silagens produzidas, sendo o subproduto da semente do Urucum indicado para ser
adicionado na ocasião da ensilagem do capim Elefante até o nível de 20%, na matéria
natural da gramínea.
Novos estudos devem ser conduzidos para se avaliar o efeito de níveis
superiores de adição, levando em conta, principalmente, a elevação no teor de matéria
seca das silagens.
46
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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58
APÊNDICE A
59
APÊNDICE A – Valores (kg) dos pesos dos silos logo após a ensilagem e antes da
abertura
Nível de adição
Ensilagem
Abertura
do subproduto
da semente do R1
R2
R3
R4
R1
R2
R3
R4
Urucum
0%
2,11 2,12 2,13 2,11
2,12
2,12 2,13 2,11
5%
2,10 2,11 2,11 2,10
2,10
2,11 2,11 2,10
10%
2,10 2,11 2,11 2,11
2,10
2,10 2,11 2,14
15%
2,12 2,10 2,10 2,14
2,11
2,10 2,09 2,13
20%
2,10 2,12 2,13 2,12
2,10
2,12 2,12 2,11
60
APÊNDICE B
61
APÊNDICE B – Perdas verificadas (kg) nas silagens por
desenvolvimento de fungos
Perdas
Nível de adição
do subproduto da
semente do
R1
R2
R3
R4
Média
Urucum
0%
0,00
0,01
0,20
0,17
0,09
5%
0,11
0,00
0,14
0,06
0,08
10%
0,16
0,06
0,05
0,00
0,07
15%
0,04
0,00
0,10
0,04
0,04
20%
0,07
0,00
0,03
0,00
0,02

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