títulofiliação resumo - Mudi

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D7-ANÁLISE DO PLEXO SUBMUCOSO DE Rattus norvegicus
PALTANIN1, Alessandra; PONTES1, Willian; PAOEAGUA2, Ederson Camilo;
GÓIS3, Marcelo Biondaro; ARAÚJO4, Eduardo José de Almeida;
SANT´ANA5, Débora de Mello Gonçales
E-mail: [email protected]
1- Graduando do curso de Farmácia, UNIPAR, Umuarama, PR.
2- Graduando do curso de Enfermagem, UNIPAR, Umuarama, PR.
3- Mestre, docente da UNIPAR, Umuarama, PR.
4- Doutor, docente da UEL, Londrina, PR.
5- Doutor, docente da UEM, Maringá, PR.
Resumo
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi analisar a organização dos
gânglios e a densidade dos neurônios submucosos do jejuno de ratos. Os
preparados totais foram submetidos às técnicas de Giemsa, NADH-diaforase
NADPH-diaforase para evidenciar a população neuronal total, a
subpopulação metabolicamente mais ativa e a subpopulação de neurônios
nitrérgicos, respectivamente. Os neurônios do plexo submucoso de ratos
adultos organizam-se em gânglios de formatos e tamanhos variados. A
técnica de Giemsa evidencia a população total de neurônios. Os neurônios
NADH-dp representam 85% e os NADPH-dp 7.5% da população total. As
marcações enzimáticas demonstraram uma grande quantidade de neurônios
isolados, ou presentes em gânglios nos quais os demais neurônios não
expressavam estas enzimas.
Palavras-chave: plexo de meissner, NADPH-diaforase, NADH-diaforase
Introdução
O sistema nervoso entérico (SNE) é uma divisão do sistema
nervoso autônomo com dois plexos nervosos ganglionares e interligados, o
plexo mientérico, e o plexo submucoso1. Ambos possuem neurônios
sensitivos, interneurônios e neurônios motores, que apresentam distintas
organizações e códigos químicos².
O plexo submucoso é formado por uma rede de gânglios pequenos
e fibras conectantes que ficam dentro da tela submucosa. Essa rede é
menor que a formada pelo plexo mientérico, as fibras interconectantes são
mais finas e os gânglios menores3. O plexo submucoso atua no controle da
contratibilidade da musculatura lisa da mucosa, no controle da absorção e
da secreção de células glandulares1.
Ao longo das últimas décadas o plexo mientérico recebeu uma
atenção especial e numerosos estudos foram realizados visando
compreender com detalhamento sua organização, funções e alterações.
Todavia, o plexo submucoso ainda carece de estudos, já que foi menos
explorado em seus aspectos morfofuncionais e patológicos. Neste sentido, o
objetivo deste estudo foi analisar morfométrica e quantitativamente os
neurônios submucosos do jejuno de ratos.
Metodologia
Foram utilizados quinze ratos (Rattus norvegicus) Wistar machos,
com 150 dias de idade provenientes dos Biotérios da Universidade Estadual
de Maringá (UEM) e da Universidade Paranaense (UNIPAR).
Os animais foram submetidos à eutanásia por aprofundamento
anestésico4, o jejuno foi retirado, mensurado, tendo como referência a
flexura duodeno-jejunal e a prega íleo-cecal.
Para obtenção dos preparados totais da tela submucosa, inicialmente
foi removida a túnica mucosae a túnica muscular por dissecção com auxílio
de estereomicroscópio com trans-iluminação. Os preparados totais foram
submetidos às técnicas de Giemsa5, NADH-diaforase6 e NADPH-diaforase7
para evidenciar a população neuronal total, a subpopulação
metabolicamente mais ativa e a subpopulação de neurônios nitrérgicos
respectivamente.
Com um microscópio fotônico utilizando a objetiva de 40x, foi
contado o número de gânglios e de neurônios presentes em 50 campos
microscópicos, o número de neurônios por gânglio em 50 gânglios da tela
submucosa do jejuno de ratos em todas as técnicas. Na contagem de
gânglios nos preparados de membrana corados pela técnica de Giemsa
foram considerados aqueles que tinham três ou mais neurônios. Já para os
marcados pelas técnicas de NADH-d e NADPH-d foram considerados
gânglios com mais de dois neurônios.
Resultados e Discussão
Em algumas espécies animais como os suínos e os seres humanos, o
plexo submucoso, é subdividido em dois plexos. Nestes, o plexo é dividido
entre plexo submucoso profundo e superficial, por sua organização em
planos distintos, um na base da túnica mucosa, direcionando-se às
estruturas aí localizadas e outro no interior da tela submucosa inervando
glândulas e vasos aí situados2,8. Entretanto, em roedores o plexo
submucoso apresenta-se como um único plexo1,2. Neste experimento, em
ratos adultos, o plexo submucoso foi observado como uma estrutura única,
sem aparentes divisões, quando visualizado em preparados totais.
Os neurônios do plexo submucoso dos ratos adultos organizam-se
em gânglios interconectados por feixes de fibras e apresentam distintos
formatos: triangular, oval, poligonal e alongado e com tamanhos variados.
Neurônios isolados foram também observados em menor número. Quando
comparados visualmente aos gânglios do plexo mientérico de ratos, os
gânglios submucosos são menores e mais próximos. A organização do plexo
submucoso e o formato de seus gânglios foram semelhantes ao encontrado
para outros roedores como o porco da guiné9 e o Calomyscallosus10.
A organização do plexo submucoso pode ser observada na Figura 1,
onde são apresentados fotomicrografias de neurônios isolados e sua
formação ganglionar para as três técnicas utilizadas neste experimento.
Figura 1.
Fotomicrografias de neurônios submucosos isolados (A, B e C) e gânglios
do plexo submucoso (D, E e F) marcados pela técnica de Giemsa (A e D), NADH-d (B e E)
e NADPH-d (C e F), do jejuno de ratos barra de 50 µm.
A organização de gânglios foi semelhante quando observadas as três
técnicas de evidenciação neuronal. A variação do número de neurônios nos
gânglios foi semelhante ao observado para o plexo mientérico, com maior
número de células evidenciadas pela técnica de Giemsa, que marca toda a
população neuronal, seguidas pelos neurônios NADH-dp, que evidenciam os
neurônios metabolicamente mais ativos e por fim os nitrérgicos (NADPH-dp).
Os resultados da análise quantitativa podem ser observados na Tabela 1.
Verifica-se que a população de neurônios NADH-dp representa 85% da
população total de neurônios, semelhante ao observado para os neurônios
mientéricos. Já a subpopulação de neurônios nitrérgicos é 7.5% do total.
Tabela 1.
Distribuição de neurônios do plexo submucoso. Número de
gânglio, total de neurônios/mm2, e o numero de neurônios por gânglio em 50
gânglios. Dados apresentados pela Média e ± Erro Padrão.
Gânglios/mm
Giemsa
NADH-d
NADPH-d
2
134.50 ± 6.95
25.54 ± 3.03
0.48 ± 0.03
2
Neurônio/Gânglio
Neurônios/mm
11.40 ± 0.22
5.36 ± 0.63
2.40 ± 0.10
1707.50 ± 53.76
139.09± 11.14
127.2 ± 1.99
Quando avaliamos o número e tamanho dos gânglios verificamos que
os gânglios evidenciados pela técnica de Giemsa eram visivelmente
maiores, reunindo em média mais que o dobro do número de neurônios do
que nos gânglios evidenciados pelo NADH-diaforase e cerca de cinco vezes
mais do que nos neurônios nitrérgicos. Todavia, ao verificarmos os dados
quantitativos em conjunto, verificamos que a maioria dos neurônios NADHdp e NADPH-dp não foram encontrados em gânglios dentro dos parâmetros
pré-estabelecidos. Ou seja, encontravam-se isolados. Este isolamento pode
representar neurônios isolados em meio aos feixes de fibras nervosas, ou,
mais provavelmente, neurônios presentes em gânglios nos quais a maioria
dos demais neurônios eram NADH-d e NADPH-d negativos, portanto não
marcados por estas técnicas histoenzimológicas, mas, evidenciáveis pela
técnica de Giemsa.
Verificamos que em média os gânglios submucosos do jejuno de
ratos possuem 11.40 neurônios, variando de 4 a 20 neurônios/gânglio.
Nossos achados são semelhantes ao observado por Zanesco e Souza9 que
descreveram gânglios submucosos evidenciados pela técnica de Giemsa
variando de 1 a 30 neurônios tendo como média 9 neurônios por gânglio em
outro roedor. Por outro lado, o número de neurônios/gânglio observado com
a marcação da miosina V em ratos foi em média de 4.7911. Ao compararmos
o número de neurônios evidenciados pela técnica de Giemsa neste estudo
(243 neurônios/mm2) com os obtidos com a marcação da miosina V (94.12
neurônios/mm2)11verifica-se uma maior população neuronal evidenciada pelo
azul de metileno. Todavia, a comparação do número de gânglios/mm2 não
apresentou diferença entre as duas técnicas.
Conclusão
Os neurônios do plexo submucoso de ratos adultos organizam-se em
gânglios de formatos e tamanhos variados. As marcações demonstraram
uma grande quantidade de neurônios isolados, ou presentes em gânglios
nos quais os demais neurônios não expressavam estas enzimas.
Referências
1 FURNESS, J. B. The enteric nervous system, New York: Churchill
livingstone, 2006.
2 FURNESS, J. B. Types of neurons in the enteric nervous system. Journal
of the Autonomic Nervous System, v. 81, n. 1-3, p. 87-96, 2000.
3 FURNESS, J. B.; COSTA, M. The enteric nervous system, New York:
Churchill livingstone,1987.
4 VIVAS, L. A. M. et al. Anesthetic experimental device for small animal.
Acta Cir. Bras, v. 22, n. 3, p. 229-233, 2007.
5 BARBOSA, A.J. A. Técnica histológica para gânglios nervosos intramurais
em preparados espessos. Rev. Bras. Pesq.Med. Biol, v. 11, p. 95-97, 1978.
6 GABELLA, G. Detection of cells by histochemical technique. Experientia.
v. 25, n. 2, p. 218-219, 1969.
7 SCHERER-SINGLER, U. et al. Demonstration of a unique population of
neurons with NADPH-diaforase histochemistry. J. Neurosci Methods, n. 9,
p. 229-234, 1983.
8 GUNN, M. Histological and histochemical observations on the myenteric
and submucous plexus of mammals. J. Anat., v. 102, n. 2, p. 223-239, 1968.
9 ZANESCO, M. C.; SOUZA, R. R. Morphoquantitative study of the
submucous plexus (of Meissner) of the jejunum-ileum of young and old
guinea pigs.Arq. Neuropsiquiatr, v. 69, n. 1, p. 85-90, 2011.
10 SOUSA, N.B.; LIBERT, E.A.; DE SOUZA, R.R. Estudo
morfoquantitativo, histoquímico e ultraestrutural do plexo submucoso
do tubo digestivo do Calomyscallosus. Tese (doutorado) USP, São
Paulo, 1994.
11 BUTTOW, N. C. et al. Study of the myenteric and submucous plexus
anfer BAC treatment in the intestine of rats. Biocell, v. 28, n. 2, p. 135-142,
2004.

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