PICUM Boletim Julho 2010
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PICUM Boletim Julho 2010
PICUM Boletim Julho 2010 Terminado no dia 01 Julho 2010 Este boletim debruça-se sobre as notícias e os desenvolvimentos políticos relativos aos direitos sociais fundamentais de imigrantes em situação irregular na Europa. Atualmente está disponível no formato PDF e no sítio Internet da PICUM (www.picum.org) nos seguintes idiomas: inglês, alemão, holandês, espanhol, francês, italiano e português. Convidamo-lo a divulgar este boletim a quem possa interessar. Índice 01 | Morte na fronteira 02 | Notícias das Nações Unidas, dos Estados-membros da UE + Suíça + E.U.A. 03 | Desenvolvimentos na política Europeia 04 | Cuidados com a saúde 05 | Trabalho e condições laborais 06 | Crianças indocumentadas 07 | Mulheres indocumentadas 08 | Eventos 09 | Publicações 10 | Notícias PICUM 11 | Vários Observe que a edição da newsletter PICUM de agosto 2010 não será publicada. A próxima edição sera a de Septembro 2010. | 1 | Morte na fronteira Um migrante afegão foi encontrado morto no tanque de um camião, num barco que seguia de Igoumenitsa, na Grécia, para Ancona, na Itália. Segundo o “Movimento Antiracista de Igoumenitsa” que foi formado há 5 meses, quer na cidade quer nas redondesas de Igoumenitsa – uma pequena cidade na costa oeste da Grécia, de onde partem embarcações para Itália – existem cerca de 400 imigrantes escondidos nas montanhas que circundam a cidade, à espera de serem transportados para Itália. A maior parte deles sofre de graves problemas de saúde como constipações e pneumonia no inverno, e problemas de pele no verão. Alguns ficam com ferimentos após serem agredidos pela polícia, ou nos camiões onde são transportados. Cerca de 20% deles tem menos de 18 anos e a maioria é apanhada na área. Fonte: tvxs.gr, 18 de junho de 2010 http://tvxs.gr/news/νεκρός-µετανάστης/νεκρός-σε-ρεζερβουάρ-φορτηγού-εντοπίστηκεµετανάστης . PICUM Boletim Julho 2010 | página 1 A 8 de junho a polícia de Orestiada, no norte da Grécia, recuperou no rio Evros o corpo de um jovem que se supõe ser um migrante africano. Acredita-se que o homem pertencia a um grupo de emigrantes que se afogaram no fim de maio quando tentavam entrar na Grécia através do rio Evros a partir da Turquia. A polícia encontrou os corpos de dois somalis e um tunisino, entre os 20 e os 25 anos, no rio a 26 de maio. Suspeita-se também que a mãe de um menino de cinco meses de idade que foi entregue por migrantes africanos às autoridades três dias antes também tenha se afogado no Evros. Fonte: UNHCR Greece Press Review, 8-9 de junho de 2010. Um agente da Patrulha de Fronteira norte-americana matou a tiro um menino mexicano de 15 anos depois de um grupo que tentava entrar irregularmente no Texas ter atirado pedras aos agentes perto do centro de El Paso, nos EUA. O tiroteio, que aconteceu na noite de 7 de junho debaixo de uma ponte ferroviária que liga as duas nações, provocou fortes críticas do México, onde o Presidente Felipe Calderón disse que seu governo utilizará todos os recursos disponíveis para proteger os direitos dos migrantes mexicanos. O presidente acrescentou num comunicado que o governo reitera a sua rejeição do uso desproporcional da força da parte das autoridades norte-americanas na fronteira com o México. Fonte: The Huffinghton Post, 8 de junho de 2010, http://www.huffingtonpost.com/2010/06/08/border-patrol-agentshoot_n_604358.html . | 2 | Notícias das NU, dos Estados-membros da UE + Suíça + E.U.A. Nações Unidas Por ocasião do 20 º aniversário da adopção da Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das Suas Famílias, foi lançada uma campanha global exortando os governos a agirem imediatamente para acabar com as violações generalizadas dos direitos humanos, sofridas diariamente por migrantes em todo o mundo, ao ratificar a presente Convenção. A campanha convida todos os governos a aproveitarem a ocasião do aniversário de 20 anos para ratificar a Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das Suas Famílias e, assim, afirmar o seu empenho em proteger os direitos humanos dos trabalhadores migrantes. A Petição pode ser assinada aqui: www.migrantsconvention.eu O Alto Comissariado das nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou a 25 de junho que recebeu ordens para terminar algumas atividades na Líbia. O governo líbio evocou várias razões para esta ordem, nomeadamente queixas de que o ACNUR estabeleceu acordos de cooperação com ONG locais dentro da Líbia sem autorização, alugou espaço de escritório sem permissão, exibiu o logótipo do ACNUR de modo inapropriado e, mais recentemente, que uma ou mais pessoas associadas ao ACNUR aceitaram suborno e/ou favores sexuais de pessoas em troca do estatuto de refugiado. Adrian Edwards, o porta voz do Alto Comissariado, sublinhou que as alegações da Líbia permanecem sem fundamento. Ele disse que o ACNUR pediu ao governo líbio que fundamentasse estas queixas específicas de modo a poderem investigar através dos procedimentos normais. A agência da ONU para os refugiados foi ordenada a deixar a Líbia no começo de junho, o que tem particular significado devido à política italiana de devolver imigrantes à Líbia. O ACNUR tem trabalhado na Líbia desde 1991 e atua PICUM Boletim Julho 2010 | página 2 essencialmente como um sistema de asilo, já que a nação norte-africana não possui procedimentos de registo de refugiados. O Alto Comissariado está agora a negociar com a Líbia na esperança de permanecer no país. Fonte: Migrant at Sea, 27 de junho de 2010, http://migrantsatsea.wordpress.com/ , Fonte: BBC News http://news.bbc.co.uk/2/hi/world/africa/10264625.stm Um novo relatório do ACNUR, «As Árvores Só se Movem ao Vento», conclui que são cada vez mais as crianças afegãs desacompanhadas que fazem a perigosa viagem por terra para a Europa. Mais de 5.900 crianças, a maior parte meninos, procuraram asilo na Europa no ano passado e há possivelmente muitas outras crianças afegãs a caminho que não solicitaram asilo. O Afeganistão fez vista grossa ao papel dos traficantes de migração irregular, inclusive de crianças. Pais afegãos, famílias e comunidades têm permitido e encorajado a partida dos seus filhos em arriscadas viagens. Os jovens afegãos que chegam à Europa nem sempre recebem o apoio de que precisam e além disso permanecem frequentemente nas mãos de atravessadores, que os persuadem a continuar a viagem. Grandes contingentes de meninos afegãos estão entre os habitantes de acampamentos de transição em lugares como Calais, em França, e Patras, na Grécia. Fonte: UNHCR http://www.unhcr.org.uk/news-and-views/uk-press-releases/unhcr-london-press-releases-2010/unhcr-says-more- attention-needed-for-afghan-children-on-the-move.html . Uma publicação recente do Serviço de Desenvolvimento e Avaliação de Políticas do ACNUR “No Entry! Uma Resenha da Resposta do ACNUR a Situações de Encerramento de Fronteiras de Fluxo em massa de Refugiados” observa que fechar as fronteiras nao reduz necessariamente o movimento, mas em vez disso aumenta o contrabando, a corrupção policial e a migração irregular, com consequências negativas não apenas para os refugiados, como também para o país hospedeiro e a comunidade. Fonte: ACNUR http://www.unhcr.org/4c207bd59.html . A 30 de abril de 2010, num importante passo rumo à proteção dos direitos de trabalhadores domésticos migrantes, o Comité da ONU para Trabalhadores Migrantes anunciou a libertação da primeira versão pública de um Comentário Geral (General Comment) sobre trabalhadores domésticos migrantes que estabelece precedente neste campo. O Comité comprometeu-se a trabalhar em conjunto com ONG e organizações internacionais para rever esta versão neste ano, e planeia adotar um texto final como o Primeiro Comentário geral sob a Convenção de Trabalhadores Migrantes na sua próxima sessão em novembro. Fonte: http://www.icmc.net/article/renewed-hope-migrant-domestic-workers-and-their-families . Dinamarca Num tom extremamente crítico, o Instituto Dinamarquês para os Direitos Humanos, subsidiado com fundos públicos, publicou um relatório em maio condenando o novo sistema de pontos para residência permanente, afirmando que é quase ilusório para um estrangeiro conseguir residência na Dinamarca após a introdução do sistema. O novo sistema, decidido pelo governo de minoria no mês de março, deve entrar em vigor durante o verão. Os críticos acusam a legislação de ser apenas um esforço do governo para agradar ao Partido do Povo Dinamarquês que não faz parte do governo mas é indispensável para a aprovação do orçamento anual do país. Jonas Christoffersen, diretor do Instituto PICUM Boletim Julho 2010 | página 3 afirmou que grande parte dos imigrantes não tem como cumprir com os requerimento. O requerimento de emprego é especialmente rígido: se o imigrante perder o seu emprego, deve recomeçar do início o esforço para cumprir com o requerimento de 2 anos e meio de emprego a tempo inteiro. Um mínimo de 100 pontos deve ser atingido para solicitação de residência permanente. O imigrante deve ainda passar por um teste de proficiência em Dinamarquês, ser independente do sistema de benefícios sociais do país e estar empregado. Christoffersen ressaltou que a nova lei violará direitos humanos a menos que sejam abertas excepções à lei. Migration News Sheet, junho de 2010, pág 4. França Mais de 3.500 pessoas assinaram uma petição proposta por artistas franceses pelo respeito aos direitos dos imigrantes em situação irregular. Alguns artistas devem participar de um concerto intitulado “Rock sans papiers (Rock-n-Roll sem documento)” que acontecerá no dia 18 de setembro em Paris com o objetivo de atrair atenção para a causa. Os artistas pedem o fim da deportação de imigrantes em situação irregular e da separação de famílias e recusam a legislação de imigração proposta pelo Ministro de Imigração Besson. Para mais informação e para o programa do concerto: http://rocksanspapiers.org/ . O ministro do interior da França foi considerado culpado de afirmações racistas ‘incontestavelmente ofensivas’ feitas a um homem de origem norte-africana em 4 de junho e enfrenta agora pedidos da oposição para que se renuncie. Brice Hortefeux, ex-ministro do interior e amigo do presidente Nicolas Sarkozy, foi multado em €750 (£621) e sentenciado a pagar €2.000 em danos por insultos de natureza racial num encontro político em setembro. Os seus advogados disseram que vão apelar. Fonte: The Guardian, 2 de junho de 2010, http://www.guardian.co.uk/world/2010/jun/04/france-minister-racist-comments . O tour entre as “selvas” (termo usado para designar os abrigos de imigrantes em situação irregular que esperam encontrar uma maneira de imigrar para o Reino Unido) na região norte de Pas-de-Calais, que deve acontecer entre 4 e 11 de junho com o objetivo de promover os direitos desses imigrantes, tem agora uma página web http://www.jungletour.sitew.com/ onde se pode encontrar informação prática sobre o passeio, textos sobre os direitos dos imigrantes, um poster e um folheto com mais informações. A nova proposta de imigração do Ministro de Imigração Éric Besson foi criticada por treze ONG francesas (ADDE, Acat France, Anafé, CFDA, Cimade, Fasti, Gisti, InfoMIE, Migreurop, MOM, Association Primo Levi, SAF, Syndicat de la magistrature) que trabalham com o tema. A crítica, feita numa publicação coletiva, discute a legislação que deve ser aprovada no outono e é considerada mais restritiva do que a legislação em vigor. As ONG temem que a nova legislação cause um aumento no número de deportações. O relatório (em francês) pode ser encontrado em: http://www.gisti.org/IMG/pdf/hc_analyse-pjl-besson-20100330.pdf . PICUM Boletim Julho 2010 | página 4 Alemanha Peter Trapp, porta-voz em Berlim do partido Democrata-Cristão, disse ao jornal Bild que o país precisa de novas regras para a imigração. Ele afirmou que o país precisa de uma legislação que realmente sirva ao país. Além de educação e qualificação profissional, ele acredita que a inteligência também deve ser um dos requerimentos exigidos aos imigrantes. Por isso defende a introdução de um teste de QI no processo de seleção e considera que a ideia não deve ser tabu. Markus Ferber, membro do Parlamento Europeu, concorda com a preocupação de Trapp e usa o exemplo do Canadá em comparação. Ele afirmou ao jornal Bild que a Europa necessita de uma política de imigração unificada e que o Canadá está numa situação avançada a este respeito requerendo que os filhos de imigrantes tenho um QI mais alto do que os filhos de cidadãos nativos. Na sua opinião, razões humanitárias como reunião de famílias não podem ser o único critério de imigração a longo prazo. Fonte: http://www.thelocal.de/society/20100628-28141.html . Grécia No dia 14 de maio, a Grécia e a Turquia assinaram um acordo bilateral que prevê a implementação efetiva de um acordo de readmissão assinado pelos dois países há 10 anos. De acordo com Atenas, as autoridades turcas têm sido relutantes em respeitar tal acordo até ao momento. O novo acordo bilateral foi assinado pelo ministro grego para a proteção dos cidadãos, Michalis Chryssohoïdis, e pelo ministro turco do interior, Besir Atalays, por ocasião da visita a Atenas do primeiro ministro turco Recep Tayyip Erdogan. Num comunicado emitido pelo governo grego, o governo turco comprometeu-se a tomar as medidas necessárias para implementar o acordo de readmissão assinado há 10 anos. O comunicado também informou que a Turquia precisa de decidir onde abrir um posto de readmissão de imigrantes irregulares nos próximos 3 meses. As opções são o porto de Izmir ou alguma localidade próxima desta cidade. Além disso, a Turquia aceitou aprovar a readmissão de pelo menos 1.000 imigrantes irregulares por ano. Migration News Sheet, junho de 2010, pág 7. O movimento “Juntos contra o Racismo e a Ameaça Fascista” e o “Sindicato dos Trabalhadores Imigrantes” realizaram um protesto em Atenas no dia 22 de junho, contra as medidas para ‘limpar Atenas’, tomadas pelo governo grego. Foram realizadas batidas policiais em certas áreas da cidade e, segundo os participantes do protesto, grupos neo-nazis acompanharam a polícia perseguindo vendedores de rua. As organizações envolvidas no protesto propõem um plano mais elaborado que inclui usar espaços vazios da cidade para receber os imigrantes e o trabalho de psicólogos e assistentes sociais para ajudar no processo de integração dos imigrantes. Fonte: tvxs.gr, 22 de junho de 2010 http://tvxs.gr/news/ελλάδα/η-άλλη-όψη-της-εκστρατείας-«ασφαλής-αθήνα». Um comité inter-ministerial composto por representantes de sete ministérios, autoridades locais e ONG, sob os auspícios do Ministro para Proteção dos Cidadãos, apresentou uma série de propostas para revitalizar o centro de Atenas. As medidas incluem uma proposta da polícia grega para registar imigrantes irregulares (o número de imigrantes em situação irregular ainda é desconhecido no país); a oferta de abrigo aos imigrantes que cooperarem com a polícia e denunciarem atos ilegais; o uso de hotéis fora de operação para a recepção de grupos vulneráveis e o estabelecimento de abrigos PICUM Boletim Julho 2010 | página 5 noturnos com alimentação e itens de higiene pessoal, além de um lugar para os imigrantes passarem a noite. Fonte: UNHCR Greece Press Review, 8-9 de junho de 2010. “O problema da imigração irregular pode tornar-se uma bomba nas fundações da sociedade grega se não for atacado de forma adequada”, disse o Ministro para a Proteção dos Cidadãos, Michalis Chryssochoidis, ao dirigir-se ao Comité Parlamentar de Ordem Pública no dia 17 de junho. Chryssochoidis enfatizou que o problema está na ausência de cooperação do governo da Turquia em readimitir imigrantes. Fonte: UNHCR Greece Press Review, 19 a 23 de junho de 2010. Irlanda Tendo em conta o aumento do desemprego e o problema de falsos casamentos entre estrangeiros que são cidadãos da UE e estrangeiros de países terceiros, o Ministério da Justiça anunciou na sua página no dia 10 de maio de 2010, que o direito imediato a um emprego para os familiares de países não europeus deixará de existir no final de maio. Até 1 de junho de 2010, o cônjuge de um cidadão da UE residente na Irlanda que fosse oriundo de um país terceiro, tinha o direito a procurar emprego imediatamente. A partir de 1 de junho de 2010, tal como qualquer outro estrangeiro, terá o direito de permanecer na Irlanda enquanto aguarda o resultado de uma investigação sobre o seu caso e pedido de direito de residência. A pessoa não vai, no entanto, ter autorização para trabalhar. O Ministério da Justiça é da opinião que, embora a legislação comunitária exija à Irlanda a concessão de uma autorização de residência a um familiar não-europeu de um cidadão europeu que tenha exercido o direito de livre circulação, não há obrigação de emitir a esta pessoa também um visto de autorização de trabalho. Não é certo que o Tribunal Europeu de Justiça apoie este ponto de vista. Este Tribunal, na verdade, sempre entendeu que o direito de nacionais de países terceiros (de um cidadão turco, por exemplo) a uma autorização de trabalho seria desprovida de qualquer efeito significativo se não fosse acompanhado de uma autorização de residência. No entanto, ainda não decidiu que o direito a uma autorização de residência ao abrigo da legislação europeia implica necessariamente ter também o direito ao trabalho. Folha de Notícias de Migração, junho 2010, pág. 4. Numa jogada surpresa, o ministro da Justiça, Dermot Ahern retirou o projeto de lei da Imigração, Residência e Proteção 2008, que deve ser reformulado para atender centenas de alterações. A legislação visa reformar o processo de asilo e criar um estatuto de residente de longa duração. O Conselho de imigrantes da Irlanda manifestou preocupação que o projeto de lei na sua redação actual permitisse a deportação de qualquer pessoa sem aviso prévio de alguém que se encontrasse ilegalmente no Estado. Assim, este projeto de lei pode levar à expulsão sumária de imigrantes em situação vulnerável que possam ter ficado em situação irregular sem culpa própria. O ministro disse que o projeto de lei se tornou um “entrave" e que seria mais rápido publicar uma nova lei do que continuar com a actual. Uma das alterações sugeridas, e que o ministro disse que será incorporada na nova lei, é a extensão do período de "recuperação" de residência às vítimas de tráfico de seres humanos que passará de 45 para 60 dias. Um porta-voz do ministro disse que gostaria de ter a PICUM Boletim Julho 2010 | página 6 alteração ao projecto de lei pronta ainda antes do Verão, mas que esta "poderia ocorrer apenas no Outono". Fontes: The Irish Times 1 de junho, 2010, http://www.irishtimes.com/newspaper/ireland/2010/0601/1224271588076.html, Immigrant Council of Ireland, http://www.immigrantcouncil.ie/images/7670_irpbillanalysisplusamendments.pdf . Itália A 10 de Maio de 2010, a presidente da câmara de Milão, Letizia Moratti, provocou fortes críticas e a condenação da sua observação que relacionou imigrantes em situação irregular com a criminalidade. Moratti, que é membro do Partido do Povo Livre (PDL) do primeiro-ministro Silvio Berlusconi e exministra da educação, disse que os imigrantes sem documentos e sem trabalho regular normalmente cometem crimes. A observação foi feita durante uma conferência sobre imigração na Universidade Católica de Milão e muitos dos participantes reagiram com indignação com sons de desaprovação e vaias. Folha de Notícias de Migração, junho 2010, pág. 8. A 5 de maio de 2010, o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, encontrou-se com o seu homólogo egípcio, Habib El Adly Ibrahim, por ocasião da doação de duas embarcações motorizadas ao Egipto com o propósito de ajudar este país nos seus esforços de combater as entradas clandestinas pelo mar até ao sul da Europa. Maroni elogiou o Egipto por ser um dos poucos países africanos, juntamente com a Líbia, a cooperar com Roma no repatriamento forçado dos seus cidadãos detidos por tentarem entrar na Itália de forma irregular. Maroni, mais uma vez elogiou a cooperação da Líbia na implementação da política de prevenção que resultou na quase eliminação do problema da chegada clandestina de imigrantes irregulares ao sul de Itália por via marítima. No primeiro trimestre de 2010, apenas 52 imigrantes clandestinos foram interceptados no mar, em comparação com 4450, no mesmo período do ano passado. Maroni informou que esta política foi tão bem sucedida que não tinha sido necessário fazer uso dela desde agosto de 2009. Um dia antes da sua visita ao Cairo, o Sr. Maroni rejeitou as críticas feitas contra a política de prevenção pelo especialista do Vaticano em matéria de imigração, o Arcebispo Agostino Marchetto, que disse que a política violava a proibição internacional no regresso dos requerentes de asilo para países onde a sua segurança estava em risco. Folha de Notícias de Migração, junho 2010, pág. 8. Holanda “Justitia et Pax Netherlands” publicou o relatório ‘Humanity in migrant detention’ (“Humanidade na detenção de migrantes”). Neste relatório, os capelães da prisão “Roman Catholic” expressam as suas preocupações acerca da forma como os refugiados e migrantes indocumentados estão detidos. A investigação foi feita pela “Justitia et Pax” em 2009 por entre os capelães da “Roman Catholic” que trabalham nos centros holandeses de detenção de migrantes. Anualmente, na Holanda, são detidos dez mil refugiados e pessoas indocumentadas nos centros de detenção de migrantes. Os detidos podem requerer cuidados aos pastores e existem pastores de quase todas as religiões e visões da vida. Oito pastores da “Roman Catholic” estão empregados nos seis centros de detenção de migrantes. PICUM Boletim Julho 2010 | página 7 Das experiências diárias destes pastores, a “Justitia et Pax” infere que parte da política actual para a detenção de migrantes é inaceitável. Pessoas que não são suspeitas ou que não tenham cometido nenhum crime, podem ser detidas durante meses sob circunstâncias muito mais severas do que em prisões normais. A detenção oficial de migrantes é uma medida administrativa, não penal, mas na prática é equivalente. Para mais informações (em holandês), leia o comunicado de imprensa em: http://justitiaetpax.nl/nieuwsbericht/50 . A secção holandesa “Defence for Children International” deu início a uma campanha em maio de 2010 chamada “Geen kinder op de straat” (“Nenhuma criança na rua”) contra as práticas do governo holandês de desalojar famílias migrantes com crianças que estão nos centros de detenção, após ser recusado o pedido de asilo. Leia acerca da campanha e assine a petição em http://www.geenkindopstraat.nl/pages/gkos/English. O Ministro da Justiça anunciou que serão dados poderes adicionais à política externa para procurarem alojamentos onde os indivíduos indocumentados têm sido abordados. Também poderão procurar alojamentos adjacentes a locais de trabalho onde os trabalhadores indocumentados foram encontrados e tomar medidas extra para verificar a identidade destes assim que sejam presos, por exemplo, procurando na memória dos telemóveis. Para mais informações (em holandês): http://www.justitie.nl/actueel/nieuwsberichten/archief-2010/100625sneller-vastellenidentiteit-illegale-vreemdelingen.aspx?cp=34&cs=578 . Espanha Alguma comunicação social espanhola salientou que existe pouca diferença entre a lei anti-imigração no Arizona e o que acontece todos os dias em Espanha, onde as políticas também levam a cabo operações massivas nas áreas frequentadas por imigrantes, abordando todos aqueles que não parecem europeus e pedindo os documentos de identificação e permissão de residência. Um imigrante irregular que seja, por exemplo, ucraniano, moldavo ou russo não precisa, evidentemente de se preocupar. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, pág. 1. A 13 de maio de 2010, a nova Ministra da Imigração, Ana Terrón, anunciou que faria uma visita a Melilla e que uma das preocupações a que daria a sua atenção era a um grupo de migrantes em situação irregular do sub-continente indiano, presumivelmente Bengalis, que vive no centro de acolhimento (CETI), destinados a uma estadia temporária, há mais de cinco anos. A sua longa estadia no CETI deve-se ao facto de se recusarem a colaborar com a repatriação. Eles estão convencidos de que se ficarem lá muito tempo, eventualmente lhes será permitido viajar até Espanha, como foi o caso de inúmeros migrantes irregulares sub-saharianos. A Ministra reconheceu que mais do que cinco anos no CETI é um “período excessivo”. Contudo, ela sublinhou que é necessário ter em conta o facto de que estes migrantes chegam de forma irregular e têm-se mantido de forma irregular na cidade enclave. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, pág. 8. PICUM Boletim Julho 2010 | página 8 No início de Junho, alguns migrantes presos num centro de detenção em Barcelona, iniciaram uma greve de fome em forma de protesto contra os maus-tratos e condições degradantes. A 11 de junho, o grupo “Solidarity” fez uma declaração, na qual denunciou o tratamento racista de que têm sido alvo. Hector Silveira, do Observatório dos Direitos Humanos da Universidade de Barcelona, declarou que foram violados os direitos mínimos nos procedimentos de deportação. A 13 de Maio, um marroquino de 22 anos, Maohamed Abagui, suicidou-se numa cela do centro de detenção. Fonte: Migreurope, 14 de junho de 2010. Polónia O Centro de Acolhimento de Varsóvia iniciou um abaixo assinado para que o governo polaco passe a legislação para facilitar a regularização de imigrantes em situação irregular. A petição assinala que as condições impostas aos programas de regularização organizados em 2003 e 2007 impediu quase 99% dos migrantes em situação irregular de se candidatarem. O Conselho insta o Governo polaco a aproveitar as competências da sua população para permitir que esses imigrantes em situação irregular, muitos dos quais criaram os seus filhos na Polónia, contribuam para o desenvolvimento do país. A 13 de Junho, o Centro de Acolhimento organizou uma acção de informação sobre a legalização de estadia na Polónia, através de um cartão de residência temporária (karta pobytu). Esta acção proporcionou informações sobre os requisitos de elegibilidade, bem como sobre o processo de candidatura. Para mais informações acerca do Centro de Acolhimento visite: http://www.centrumpowitania.org.pl/en.html; A Petição pode ser assinada aqui: http://www.petycje.pl/petycjePodglad.php?petycjeid=5106. Portugal De acordo com o relatório sobre "Imigração, Fronteiras e Asilo", o número de expulsões de migrantes irregulares processados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) aumentou 26% em 2009 (2.476 casos), em comparação com os números de 2008. O número de estrangeiros residentes em Portugal aumentou 3,3 por cento no ano passado, o que corresponde a 454.191 indivíduos. Os migrantes brasileiros são o maior grupo de imigrantes em Portugal (25%), seguida pela Ucrânia (12%), Cabo Verde (11%) e a Roménia (7%). A maioria dos migrantes, independentemente do seu estatuto, residem nas áreas costeiras ao redor de Lisboa, Faro e Setúbal. Fonte: Diário Digital, 23/06/2010. http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=456651 . Reino Unido A COMPAS está actualmente a desenvolver o “The Migration Observatory at Oxford” (antigamente conhecido como MIDAS), uma nova iniciativa baseada num sítio da Web que será formalmente lançado em 2011 e que fornecerá os últimos dados e análises oficiais sobre migração e integração no Reino Unido. A COMPAS estabeleceu um processo de consulta para descobrir a forma como as pessoas acedem actualmente a dados e informação acerca da migração e integração no Reino Unido, as falhas na oferta da informação e ideias em como fazer com que o “The Migration Observatory at Oxford” seja o mais benéfico possível para os utilizadores. PICUM Boletim Julho 2010 | página 9 A pesquisa online está disponível para preencher em: http://www.compas.ox.ac.uk/news/latest/article/date/2010/05/themigration-observatory-survey/ . A Ministra da Administração Interna, Theresa May, anunciou que o número de trabalhadores de fora da UE que entram no Reino Unido deve ser sujeito a um limite permanente em abril de 2011. Um limite temporário, criado para prevenir uma corrida de pessoas que tentam entrar no Reino Unido antes que o limite permanente seja posto em prática, deve passar a ter efeito a 19 de julho. Contudo, cerca de metade dos migrantes especializados que vêm de fora da EU para o Reino Unido, estarão isentos do limite temporário. As transferências internas de pessoal, feitas pelas empresas multinacionais – que são 45% do total – estarão inicialmente isentas, tal como os ministros de culto religioso e pessoas da elite do desporto. O topo da imigração foi um dos maiores compromissos durante as campanhas eleitorais com o partido a acusar os Trabalhistas de terem perdido o controlo da imigração. A pressão da indústria pode ver a alteração de um topo rígido por um sistema mais flexível que pode acabar por assemelhar-se ao sistema existente introduzido pelos Trabalhistas. Os Democratas Liberais opuseramse ao topo durante as campanhas eleitorais, mas foi incluído no acordo com os Tories que formou a base para a coligação do governo. Fontes: The Guardian, 25 de junho de 2010 http://www.guardian.co.uk/uk/2010/jun/28/theresa-may-immigration-cap-economy ; The Guardian 28 de junho de 2010, http://www.guardian.co.uk/uk/2010/jun/28/theresa-may-immigration-cap-economy ; The Guardian 28 de junho de 2010, http://www.guardian.co.uk/uk/2010/jun/28/immigration-cap-theresa-may . Um apelo de emergência para salvar o fundo de caridade legal “Refugee and Migrant Justice (RMJ)” viu o compromisso público de £76,525 em 24 horas. Mas o fundo de caridade, que entrou para a administração em Maio, deve ser liquidado. A razão do encerramento é o atraso de pagamento de £1.8m da Comissão de Serviços Jurídicos, o maior financiador da RMJ. O governo disse que outras organizações estavam a colaborar com um novo sistema de pagamentos e que a RMJ devia fazer o mesmo. A RMJ foi a maior especialista nacional a fornecer representação jurídica a requerentes de asilo e a outros migrantes vulneráveis. Foi premiada com o “Liberty/Justice Human Rights Award” em 2005, em particular pelo seu trabalho contencioso para com os requerentes de asilo do Zimbabwe. Fontes: Third Sector, 23 de junho de 2010, http://www.thirdsector.co.uk/channels/Finance/Article/1012073/Emergency-appealfails-save-Refugee-Migrant-Justice/; Refugee and Migrant Justice 23 de junho, 2010 http://refugee-migrantjustice.org.uk/downloads/23%20june%20final%20release.pdf. Um manual para as pessoas que aconselham os migrantes sem documentos foi elaborado por Praxis Community Projects (Projetos Comunitários Praxis) com financiamento da fundação City Parochial Foundation. O manual é um guia completo sobre como aconselhar esta categoria de clientes e um recurso importante para todos aqueles que encontram migrantes sem documentos no âmbito do seu trabalho. Os tópicos incluem: assuntos de imigração, acesso a cuidados de saúde e sociais, educação, habitação e assuntos práticos e de ética em trabalhos de consultoria. Mais informações no site: http://www.praxis.org.uk/index.php?page=5_29 . A Cruz Vermelha Britânica lançou um relatório de advocacia que realça as duras condições enfrentadas por requerentes de asilo indigentes – e a necessidade urgente de um sistema de asilo mais humano. O relatório, intitulado “Not gone, but forgotten” (Não partiram, mas foram esquecidos), descreve o trabalho de apoio da Cruz Vermelha a milhares de solicitantes de asilo e refugiados necessitados em todo o Reino Unido, e os desafios diários que enfrentam só para sobreviver. PICUM Boletim Julho 2010 | página 10 Fonte: Migrants’ Rights Network Newsletter, 21 de junho de 2010, mais informações no site: http://www.redcross.org.uk/uploads/documents/Not-gone-but-forgotten-British-Red-Cross-destitution-report.pdf . O Centro de Recursos para Migrantes em Londres lançou um novo site: http://www.thenewlondoners.co.uk e uma nova edição digital da revista The New Londoners. A revista, que agora aparece trimestralmente, tem como objetivo reunir as comunidades londrinas, velhas e novas, e corrigir as imagens negativas dos migrantes que muitas vezes são produzidas na mídia. Este primeiro número enfoca a desmistificação do impacto da migração sobre Londres e realça o quanto a sociedade é enriquecida com ela, explicando porque a migração é necessária para o bemestar econômico da capital. Também conta as histórias de Iémen, um jornalista de celebridades, que foi forçado a fugir da Eritreia, e Anas, que foi cada vez mais perseguido em Bagdad após a guerra do Iraque. A revista é produzida com as contribuições de muitos voluntários e usuários da organização, do Grupo de Ação da Mídia dos Migrantes e Refugiados. Fonte: NCADC News 21 de junho de 2010. República Tcheca Pela primeira vez na história, Checos e imigrantes na República Checa foram às ruas lutar pelo direito dos migrantes. Em 6 de junho de 2010, 200 pessoas protestaram seu desagrado com crescentes restrições das autoridades checas que estavam a colocar em perigo a legalidade da permanência e dignidade económica, social e humana de quase 150.000 migrantes. Esta marcha foi organizada por uma recém-fundada iniciativa informal pelos direitos de trabalhadores migrantes (http://www.zapravamigrantu.cz/). Esta plataforma apolítica defende os direitos destes migrantes no período de crise econômica e como resultado de práticas inapropriadas por parte das autoridades checas. EUA O Centro Nacional de Leis de Imigração e uma coaligação de grupos de direitos civis abriram um processo de ação de classe no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Arizona, contestando a nova lei do Estado de Arizona (SB 1070), que requer que a polícia exija os documentos das pessoas que interceptam por suspeita de não terem estadia autorizada nos EUA. A coaligação acredita que a lei promove a classificação racial de pessoas de cor, viola a Primeira Emenda a interfere com a legislação federal. Fonte: National Immigration Law Centre, http://www.nilc.org/pubs/news-releases/nr014.htm. A Rede Nacional de Organização do Trabalhador Diário apela para que este verão seja um Verão dos Direitos Humanos e está a planear várias atividades pacíficas de resistência à legislação do Estado de Arizona, SB 1070. Em cooperação com outras organizações, está preparando um boicote nacional das companhias e produtos do Arizona cujos donos contribuíram financeiramente para promover as leis e políticas anti-imigrantes. Planeia também lançar uma campanha de desafio em julho no Arizona contra a lei SB 1070, que está programada para começar em 29 de julho. Fonte: National Day Labourer Organizing Network, http://altoarizona.com/index.html PICUM Boletim Julho 2010 | página 11 O Supremo Tribunal concordou em ouvir argumentos que propõem que a lei estatal do Arizona promulgada em 2007 infringe os poderes federais de imigração e deverá ser anulada. A lei em questão é diferente da nova lei de imigração muito restritiva do Arizona, promulgada este ano no Estado, que requer que a polícia determine a situação de imigração de qualquer pessoa suspeitada de estar no país sem documentos. A Lei dos Trabalhadores Legais do Arizona suspende e revoga as licenças das empresas que trabalham no Estado para penalizar os patrões que conscientemente contratam migrantes sem documentos. Também requer que os patrões usem um sistema de verificação eletrónico para verificar a situação de autorização de trabalho dos funcionários através dos registros federais. O Supremo Tribunal emitirá uma decisão durante o próximo período de trabalho que começa em outubro. Fonte: Reuters, 28 de junho de 2010, http://www.reuters.com/article/idUSTRE65R3CQ20100628?type=politicsNews. No Estado de Nova York (EUA), o Senado aprovou um projeto de lei que obrigaria o pagamento para os trabalhadores domésticos de férias, dias de ausência por doença e feriados, assim como horas extras. Haveria um prazo de aviso prévio de 14 dias ou pagamento equivalente para esse período antes de se poder demitir um trabalhador doméstico. A Assembleia aprovou uma medida semelhante no ano passado e os legisladores esperam que as duas versões sejam reconciliadas e que o Governador assine a primeira proteção para trabalhadores domésticos no país. Afetaria um número estimado de 200.000 trabalhadores na área metropolitana, incluindo trabalhadores sem documentos. Defensores nos Estados da Califórnia e Colorado esperam introduzir uma legislação semelhante nos seus Estados no ano que vem. Fonte: The New York Times, 2 de junho de 2010 http://www.nytimes.com/2010/06/03/nyregion/03nanny.html?pagewanted=1&hp . Os republicanos no Estado do Arizona provavelmente introduzirão uma legislação neste outono que negaria o direito a certidões de nascimento para crianças nascidas no Arizona de pais sem documentos nos EUA e que, portanto, teriam direito à cidadania americana de acordo com a constituição dos EUA. A legislação provavelmente focalizará nas crianças e impedirá a próxima geração de migrantes de jamais obterem cidadania americana. A ideia é tornar o processo de cidadania tão difícil que os migrantes sem documentos acabariam partindo. A ideia da lei se origina do senador do mesmo Estado que é o arquiteto principal da lei do Arizona (SB 1070), que permite aos policiais perguntar sobre a situação de imigração das pessoas durante uma parada do trânsito, detenção ou prisão se existir suspeita razoável para isso. Fonte: Time Magazine, 11 de junho de 2010, http://www.time.com/time/nation/article/0,8599,1996064,00.html . | 3 | Desenvolvimentos na política Europeia Geral No dia 18 de maio de 2010, por ocasião da 6ª cúpula EU-América Latina e Caribe, realizada em Madri, a Presidenta da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, na sua qualidade de porta-voz do bloco latino-americano, alertou a UE contra a tentação de fazer os imigrantes pagarem pela atual grave crise económica. Ela disse que vê com muita preocupação o tratamento discriminatório aplicado em alguns PICUM Boletim Julho 2010 | página 12 países, especialmente nos mais desenvolvidos, colocando os imigrantes como adversários a serem postos de lado, apesar de os imigrantes fazerem o trabalho que os cidadãos desses países não estão dispostos a fazer. Sem fazer referência explícita a isso, os participantes estavam conscientes de que Fernandez Kirchner tinha em mente a lei anti-imigrante do Estado americano de Arizona quando ela apelou a todos os países no mundo para evitarem leis discriminatórias contra a imigração. No seu papel de presidente atual da UE, José Luis Rodriguez Zapatero, cujo próprio país tem de lidar com mais de quatro milhões de trabalhadores desempregados, incluindo bem mais que 600.000 imigrantes, assegurou aos participantes que ele compartilhava essa preocupação. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, página 1. Falando em Milão, o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, criticou Malta por se recusar a tomar parte na missão de vigilância da FRONTEX este Verão devido à sua forte oposição às novas orientações da agência da UE em 10 de maio de 2010. Maroni disse que a recusa de Malta em participar na operação "Chronos" deste Verão poderia ter consequências graves, porque quebra um vínculo que até agora tem sido bastante singular no Mediterrâneo. Maroni disse que não poderia fazer mais do que tentar convencer Malta a regressar à mesa das negociações e a participar na missão da FRONTEX. Como resultado da recusa de Malta em participar, a missão "Chronos" da FRONTEX, com um orçamento de 9.000.000 Euros foi cancelada. A reunião agendada entre Maroni e o seu homólogo maltês, Mifsud Bonnici, prevista para acontecer em Roma em 13 de maio de 2010, foi posteriormente cancelada. Os dois lados iriam estavam supostos a discutir a recusa de Malta em participar na “Chronos”. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, página 6. Numa conferência de imprensa realizada em Varsóvia em 25 de maio de 2010, a agência da UE de vigilância das fronteiras externas informou que o número de imigrantes clandestinos interceptados quando tentavam atravessar terrenos da União ou do mar fronteiras em 2009 havia caído cerca de um terço quando comparado com 2008, atingindo um total de 106.200. No entanto, a FRONTEX, cuja sede encontra-se em Varsóvia, não deu crédito à queda da chamada política de reposição de Roma, que consiste em interceptar os imigrantes ilegais no mar e retornar todos eles para a Líbia se foi de lá que partiram, independentemente de existirem quaisquer requerentes de asilo entre eles. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, página 6. A Amnistia Internacional invocou a UE para assegurar que qualquer acordo bilateral com a Líbia, incluindo o acordo-quadro entre a UE e a Líbia que está a ser negociado, deve ser baseado no respeito integral dos direitos dos requerentes de asilo, refugiados e migrantes. A Amnistia divulgou um relatório em 23 de junho, intitulado "A Líbia do Amanhã: Que esperança para os Direitos Humanos?", que mostra que os refugiados, requerentes de asilo e migrantes em situação irregular são explorados e abusados de formas que podem constituir tortura enquanto estava sob custódia das autoridades líbias. Vários milhares são detidos em centros de detenção sobrelotados por tempo indefinido e muitos estão em risco de serem mandados de volta para países onde eles podem enfrentar perseguição e tortura. Desde 2008, a UE tem procurado a cooperação da Líbia para controlar o fluxo de migrantes para a Europa através de um acordo-quadro que incluam o controle da migração,com um acordo de readmissão potencial para nacionais de países terceiros que tenham transitado pela Líbia em seu caminho para a Europa. A Itália já celebrou um acordo com a Líbia para combater a "imigração ilegal" PICUM Boletim Julho 2010 | página 13 com patrulhas conjuntas do Mediterrâneo. Durante o ano passado, a Itália mandou de volta os migrantes para a Líbia, após interceptar os seus navios em águas internacionais, sem verificar se as pessoas estavam a bordo necessitam de protecção internacional ou assistência humanitária básica. Fonte: Amnistia Internacional UE Office http://www.amnesty-eu.org/static/html/pressrelease.asp?cfid=12&id=463&cat=4. A Agência Europeia dos Direitos Fundamentais (FRA) e Frontex, o corpo de gestão das fronteiras da UE, assinaram um acordo de cooperação no final de Maio, que visa ajudar as duas agências melhorar aspectos importantes do seu trabalho. A FRA ajudará a Frontex a integrar a abordagem dos direitos fundamentais nas suas actividades, tal como preconizado em numerosas comunicaçõe no Conselho e Parlamento, enquanto a Frontex fornecerá apoio logístico, organizacional e técnico aos trabalhos da FRA na recolha de informações relacionadas com as fronteiras, sobre a situação dos direitos fundamentais em toda a UE, para alcançar o seu objectivo de fornecer conselho baseado em evidências para os políticos e profissionais. Enquanto a Frontex e a FRA colaboraram numa base ad hoc, no passado, principalmente no contexto de formação e de actividades de investigação, o acordo de cooperação vai proporcionar um enquadramento claro para apoiar o trabalho futuro. Fonte: Agência dos Direitos Fundamentais, http://fra.europa.eu/fraWebsite/media/mr-270510_en.htm. Em 13 de maio de 2010, por ocasião do Dia Internacional das Famílias (15 de maio), o secretário de Estado belga para a Política da Família, Melchior Wathelet, e a Confederação das Organizações Familiares da União Europeia (COFACE) lembraram a importância da integração da família dimensão das políticas, tanto a nível da UE e a nível nacional. O ministro Wathelet declarou que a partir de um estudo apoiado pela Comissão Europeia, a fim de manter as famílias no circuito ao decidir sobre questões que dizem respeito à vida familiar, como social, fiscal, económica ou mesmo políticas ambientais, o seu gabinete decidiu apoiar COFACE na organização de uma grande conferência centrada na inclusão social das famílias, em 14 de outubro e 15 sob a Presidência belga. Organizações familiares, as instituições europeias e delegações de cada Estado-membro serão convidados a esta conferência. Para mais informações sobre as iniciativas do Secretário de Estado belga para Política Familiar visite o website trilingue(francês, holandês e alemão): http://www.lesfamilles.be/ Arias Fernandez, diretor executivo adjunto da Frontex, anunciou em 16 de junho de 2010 que a primeira filial regional da Frontex para o Sul da Europa será inaugurada em julho. O ramo de agência estará operacional em outubro. Será composta por 13 peritos oriundos de vários países da UE. Este programa piloto vai durar até o final de 2011. Em seguida, ele deverá ser avaliado antes de continuar. Fonte: Eleftherotypia newspaper, 16 de junho de 2010 Conselho da Europa Em 25 de maio de 2010, o Ministério francês da Imigração informou que o seu director, Eric Besson, tinha concordado em fazer uma visita ao gabinete do Comissário dos Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammarberg. A visita deverá ocorrer em 7 de julho. Segundo o Sr. Hammarberg, as duas partes vão analisar os problemas da imigração e esclarecer as medidas que deverão ser tomadas para resolver as dificuldades persistentes que digam respeito a questões de migração na França e na Europa. Stefano MONTANARI, um importante assessor do deputado Hammarberg, informou que a visita do senhor Besson seria a primeira vez que um ministro do governo viajou para o PICUM Boletim Julho 2010 | página 14 escritório do comissário, localizado em Estrasburgo, para discutir assuntos de migração. Senhor Montanari considera que essa reunião seria equivalente a um reconhecimento pelo Governo francês da complexidade crescente de um problema que a Europa trata predominantemente como uma preocupação de segurança. O próprio Sr. Hammarberg tinha feito uma visita à região de Calais, em 19 de maio de 2010, onde centenas de imigrantes em situação irregular / requerentes de asilo se reúnem, à espera de uma oportunidade de viajar clandestinamente para o Reino Unido. Depois de reuniões com autoridades francesas, representantes de instituições de caridade e migrantes, o Comissário declarou que os problemas ainda não foram resolvidos. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, página 2. O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos concedeu uma injunção interna congelando os planos do governo para deportar 46 Kurdos Sírios reunidos pelas autoridades a 11 de junho e considerados a viver ilegalmente no Chipre no seguimento do indeferimento dos seus requerimentos de asilo. A 14 de Junho o Tribunal ordenou ao governo que suspendesse todas as deportações até ter oportunidade para examinar todos os documentos relativos aos 46 pedidos de asilo e ordens de deportação. A intervenção do Tribunal foi pedida pelo grupo de apoio a migrantes KISA. Fonte: Cyprus Mail http://www.cyprus-mail.com/cyprus/cyprus-falls-foul-echr-over-kurds/20100617 . Comissão Europeia A opinião da Comissária Malmström de que o registo de migrantes irregulares em municipalidades espanholas viola a “Directiva de Retorno” foi criticada como demasiado restricta e estreita numa carta dirigida ao Comissário Europeu para os Assuntos Internos e datada de 26 de maio de 2010, por Stefan Kessler Serviço Jesuíta para os Refugiados - Europa. Kessler referiu-se à sua reposta a uma questão sobre a prática municipal única espanhola de registar todos os habitantes, independentemente de estarem na posse de uma autorização de residência válida. Malmström afirmou, entre outras coisas, que as autoridades espanholas já não são livres – desde que conhecendo a presença irregular de um nacional de um país terceiro no seu território – para tolerar essa situação sem iniciar procedimentos de retorno ou iniciando procedimentos no sentido de atribuir o direito de permanência. Na sua carta, Kessler informou o Comissário de que o Serviço Jesuíta para os Refugiados enviou para o seu escritório a 24 de março de 2010 o seu relatório entitulado “Vivendo no Limbo. Destituição Forçada dos Migrantes na Europa” (“Living in Limbo. Forced Migrant Destitution in Europe”) no qual é claramente explicado que o propósito real por detrás do sistema espanhol de empadroniamento, é fazer um censo da população residente de maneira a obter financiamento proporcional do governo central para providenciar os serviços sociais mínimos, para o qual nada mais é necessário para além de um passaporte e prova de residência no município em questão. Fonte: Migration News Sheet, junho 2010, página 8. Para mais informação de fundo sobre este assunto, por favor consultar as newsletters anteriores da PICUM em: http://www.picum.org/article/newsletter-archive . The European Commission adopted an Action Plan on 6 May, calling for increased protection of unaccompanied children entering the EU. Although exact statistics are difficult to obtain, asylum applications from 2009 indicated increasing numbers of unaccompanied children arriving at the EU borders. The Action Plan called for unaccompanied migrant children to be treated as children first; protection against traffickers, violence or exploitation; efforts at family reunification; swift decisions on PICUM Boletim Julho 2010 | página 15 durable solutions based on individual assessments; and provision of appropriate accommodation. The EU Commissioner for Home Affairs, Cecilia Malström, called on member states to apply high standards of reception, protection, and integration, and return conditions allowing reunification with relatives. O comunicado de imprensa está em: http://europa.eu/rapid/pressReleasesAction.do?reference=IP/10/534&format=HTML&aged=0&language=EN&guiLanguage=en Conselho da União Europeia A migração irregular para a Europa via Turquia foi o tema principal da agenda de uma reunião dos ministros da Justiça e Assuntos Internos do Conselho da União Europeia que teve lugar no Luxemburgo no dia 3 de junho de 2010, com a participação do ministro Grego para a Protecção dos Cidadãos, Michalis Chrysohoidis. Chrysohoidis observou que a Grécia é o país com maior influxo de migração irregular vindo da Turquia, o que, sublinhou, é a maior passagem de migração irregular para a Europa. O ministro Grego disse que a Turquia tem de assumir a responsabilidade e participar na implementação de um acordo relevante, para combater a imigração irregular com a cooperação com a Agência Europeia FRONTEX. Fonte: UNHCR Greece Press Review, 5 a 7 de junho 2010. O Conselho Europeu para a Justiça e Assuntos Internos reuniu a 3-4 de junho. Entre outros assuntos na agenda, JHA divulgou as suas conclusões sobre o acompanhamento do Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo. As conclusões centraram-se sobretudo na gestão da migração laboral e nas medidas que melhorem o controlo das fronteiras europeias externas, sobretudo nas alterações pendentes ao regulamento da FRONTEX. No domínio da migração irregular, as conclusões centraram-se inteiramente sobre o aumento de recursos e cooperação orientada para retornos e readmissões, sem menção a direitos humanos para além de uma breve referência sobre a necessidade de manter em mente os melhores interesses da criança no caso de crianças desacompanhadas. As conclusões relativas ao Pacto encontram-se em: http://www.consilium.europa.eu/ueDocs/cms_Data/docs/pressData/en/jha/114881.pdf. O comunicado de imprensa cobrindo todos os tópicos discutidos na reunião do Conselho podem ser descarregados em: http://www.statewatch.org/news/2010/jun/eu-jha-council-3-4-june-10-press-release.pdf. Tribunal de Justiça São os migrantes irregulares “pessoas”? Esta é uma das questões que o Tribunal Europeu de Justiça (TEJ) terá que resolver quando decidir sobre dois pedidos acerca de uma questão preliminar relativamente a dois argelinos, Aziz MELKI (C-188/10) e Sélim ABDELI (C-189/10), que questionaram a legalidade do controlo de identidade efectuado sobre eles em março passado, a cerca de 20 quilómetros da fronteira Francesa com a Bélgica. A sua queixa é feita com fundamento, entre outros, no Artigo 67 (2) do Tratado de Funcionamento da União Europeia, que garante “a ausência de controlo fronteiriço interno sobre pessoas (...)". A 12 de maio de 2010, o Presidente do TJE aceitou o pedido do tribunal em causa, o Supremo Tribunal Francês (Cour de cassation), para decisão dos dois casos usando o procedimento acelerado. O TEJ aceitou o argumento do Supremo Tribunal Francês que tinha ele próprio três meses para decidir do envio do caso para o Conselho Constitucional uma vez que MM PICUM Boletim Julho 2010 | página 16 MELKI e ABDELI alegam também que uma disposição do Código Penal Francês, que foi a base legal para justificar a verificação da identidade, é contrária à Constituição Francesa em função das obrigações assumidas pela França que resultam da implementação do Tratado de Lisboa, que alterou o Tratado da União Europeia, em particular o mencionado Artigo 67 (2) que assegura a ausência de controlo de fronteiras internas para pessoas. Além disso, o TEJ teve em consideração o Artigo 267 (4) do Tratado de Funcionamento da União Europeia que estipula que se uma questão num requerimento para uma decisão preliminar é suscitada num processo pendente num tribunal de um Estado Membro relativamente a uma pessoa detida, O Tribunal de Justiça da União Europeia agirá com o menor atraso possível. Não é, obviamente, possível saber se se trata de um migrante a residir ilegalmente ou a sua nacionalidade antes de um controlo de identidade ser levado a cabo. Assim, parece que a provisão que garante a ausência de controlo de fronteiras internas para “pessoas” se aplica a todos. Fonte: Migration News Sheet, junho 2010, página 1. Numa decisão proferida a 29 de abril de 2010, o Tribunal de Justiça Europeu confirmou a queixa apresentada pela Comissão Europeia contra a Holanda por cobrar taxas cerca de 27 vezes mais altas a cidadãos turcos do que aos cidadãos da UE para a emissão de autorização de residência ou a sua renovação. Estas taxas são cobradas a todos os cidadãos de países terceiros, mas a denúncia só poderia referir-se a cidadãos turcos porque eles beneficiam da cláusula “standstill” e da cáusula de antidiscriminação, incluídas no Acordo de Associação CEE-Turquia de 1963 [Artigo 9, que proíbe a discriminação], no Protocolo Adicional de novembro de 1970 [Artigo 41 (1), a cláusula “standstill”], e na Decisão nº 1/80 da Associação do Conselho CEE Turquia estabelecida de acordo com os termos do Acordo de Associação de 1963 [artigo 10 (1) que proíbe a discriminação e o artigo 13 que corresponde à cláusula “standstill”]. Fonte: Migration News Sheet, junho de 2010, página 3. Parlamento Europeu Em 17 de junho de 2010, o Parlamento Europeu adotou uma resolução sobre execuções na Líbia, que inclui quatro parágrafos importantes sobre migração. O Parlamento Europeu solicita à Líbia ratificar a Convenção de Genebra sobre Refugiados e expressa profunda preocupação em relação ao fechamento do Escritório do ACNUR na Líbia. Solicita também que os Estados-membros que deportam migrantes para Líbilia em cooperação com Frontex parem de fazê-lo imediatamente para os lugares onde há sérios riscos que as pessoas envolvidas sejam sujeitas à pena de morte, tortura e outros tratamentos ou punições desumanos ou degradantes. Para ler o texto completo em todos os idiomas da UE, siga este link: http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=//EP//TEXT+TA+P7-TA-2010-0246+0+DOC+XML+V0//EN. Em 23 de junho, a Comissão JURE (Comissão de Assuntos Jurídicos) do Parlamento Europeu votou para contestar a regra da Frontex sobre a fiscalização das fronteiras marinhas (Decisão do Conselho 2010/252/EU) perante o Tribunal de Justiça Europeu. A contestação solicita que o tribunal declare que a medida não foi adequadamente adotada, mas permitirá que a medida fique em operação até que uma nova lei seja adotada para substituí-la. MPE Simon Busuttil, PPE Coordenador da Comissão das Liberdades Cívicas (LIBE), disse que a LIBE notificou a Comissão Europeia a respeito das falhas nas PICUM Boletim Julho 2010 | página 17 orientações da Fontex e da necessidade de repensá-las. Ambas as comissões LIBE e JURE acreditam que a Comissão Europeia excedeu o seu poder quando apresentou a nova norma da Frontex sob um procedimento que permitia ao Parlamento apenas aceitar ou rejeitar a medida inteira, ao invés de usar o procedimento legislativo habitual, sob o qual o Parlamento pode acrescentar emendas à medida em questão. Fonte: Migrants at Sea, 28 de junho de 2010, http://migrantsatsea.wordpress.com/. | 4 | Cuidados com a saúde O National Immigration Law Centre atualizou ficha de informação sobre como os imigrantes são incluídos no recente projeto de reforma do sistema de saúde nos Estados Unidos. A ficha fornece informações para cidadãos naturalizados bem como para migrantes documentados e indocumentados e indica quais são os critérios de verificação de elegibilidade sob a lei de reforma do sistema de saúde federal. Fonte: National Immigration Law Centre, http://www.nilc.org/immspbs/health/immigrant-inclusion-in-HR3590-2010-04-19.pdf . Trabalhadores indocumentados nos Estados Unidos enfrentam muitos desafios para manter boa saúde e limitações para receber cuidado adequado. Alguns estados e condados nos Estados Unidos procuram mitigar isso fornecendo clínicas itinerantes que fornecem serviços básicos por nenhum ou por baixo custo. Na exibição fotográfica, uma clínica móvel e seus pacientes são mostrados no estado do Colorado: http://www.newsweek.com/photo/2010/05/10/mobile-care-for-migrant-workers1.html . O Women’s College Hospital-Network for Uninsured Clients divulgou relatório de uma conferência que realizou em Ontário, Canadá, em fevereiro de 2010, sobre o estado de saúde para pessoas sem seguro e indocumentadas. A conferência foi um passo inicial para colher e possibilitar uma pesquisa mais abrangente. Os temas debatidos foram a saúde reprodutiva, saúde mental e migrantes e trabalhadores temporários. Fonte: Women’s College Hospital –Network on Uninsured Clients, abril de 2010, http://www.womenscollegehospital.ca/programs/pdfs/Feb%202010%20Uninsured%20Conference%20final%20report.pdf Médicos Sem Fronteiras Grécia publicou um novo relatório acerca das condições de detenção de migrantes na Grécia. O relatório intitulado "Migrantes em detenção – Vidas em espera" visa sensibilizar e manifestar preocupação sobre o impacto do atual sistema de detenção na saúde mental e no bemestar dos migrantes e requerentes de asilo na Grécia. O relatório documenta as condições de vida inaceitáveis em três centros de detenção onde MSF interveio e apresenta dados de sessões de aconselhamento psicológico, bem como testemunhos individuais. Isso mostra que a detenção pode exacerbar os sintomas existentes e contribuir para novos traumas e distúrbios psicológicos. O relatório cita que muitas vezes os migrantes recém-chegados disseram às equipas de MSF sobre suas experiências na prisão. Fonte: http://www.msf-media.gr/press/reports/1006_migrants/report2010_en_light.pdf . PICUM Boletim Julho 2010 | página 18 | 5 | Trabalho e condições laborais Foi realizada uma manifestação em Dublin sobre o direito dos trabalhadores migrantes de mudarem de empregadores. Até 200 trabalhadores, batendo tambores, soprando apitos e carregando cartazes dizendo "autorização de trabalho = licença para explorar", participaram na marcha fora do Ministério da Empresa, do Comércio e da Inovação. A delegação que representa os trabalhadores migrantes entregou uma carta ao Ministro Batt O'Keeffe, que eles dizem ter feito inúmeros pedidos para responder sobre a questão. Fonte: The Irish Times, 3 de junho de 2010, http://www.irishtimes.com/newspaper/breaking/2010/0602/breaking52.html. De acordo com a análise jurídica da Lei de Tráfico de Seres Humanos do Centro de Direitos dos Migrantes da Irlanda (MRCI) e do Congresso Irlandês de Sindicatos, empregadores de pessoas coagidas a trabalhar em restaurantes ou casas particulares poderão enfrentar processo criminal segundo a nova Lei de Tráfico de Seres Humanos. A Lei de Tráfico de Seres Humanos, aprovada há dois anos, torna o tráfico de pessoas para fins comerciais uma ofensa criminal. A lei não só criminaliza os indivíduos que trazem pessoas traficadas para o país, mas também criminaliza o trabalho forçado no próprio país. Fonte: The Irish Times, 10 de junho de 2010, http://www.irishtimes.com/newspaper/ireland/2010/0610/1224272192078.html e http://www.irishtimes.com/newspaper/opinion/2010/0614/1224272437627.html e http://www.mrci.ie/publications/documents/MRCIPPForcedLabour.TheCaseforCriminalization.pdf . Na Irlanda do Norte, a ex-líder do Partido Unionista Progressista (Progressive Unionist Party) Dawn Purvis falou em defesa dos trabalhadores migrantes que sofretam ataques esporádicos em algumas partes da província. Ela afirmou que os trabalhadores migrantes são um benefício para a sociedade da Irlanda do Norte e que eles devem ser protegidos contra o racismo. Ela alertou as comunidades para não serem influenciadas pelas tentativas racistas de mudar a opinião contra os migrantes, e aplaudiu a contribuição dos recém-chegados. Fonte: Belfast Telegraph, 27 de junho de 2010, http://www.belfasttelegraph.co.uk/breaking-news/uk-ireland/loyalist-speaks-upfor-migrants-14857137.html A produção de leite no estado do Wisconsin (Estados Unidos da América) está a tornar-se cada vez mais dependente do trabalho dos imigrantes, muitos dos quais encontram-se em situação irregular no país. Tendo isto em conta, entre 2006 e 2008, uma equipa de académicos da Universidade de Wisconsin-Madison, analisou o papel dos imigrantes nas fazendas do Wisconsin. Criaram sete gruposalvo, entrevistaram-se 83 produtores de leite e centenas de empregados e realizaram-se entrevistas abrangentes a dezenas de trabalhadores imigrantes. Fonte: Isthmus,3 de junho, 2010 http://www.isthmus.com/isthmus/article.php?article=29421 e Programa de Estudos de Agricultura Tecnológica http://www.pats.wisc.edu/projects/2. Numa eleição extraordinária, os residentes do estado do Nebraska (Estados Unidos da América) vão decidir sobre a proibição das empresas de contratar imigrantes em situação irregular, bem como dos proprietários alugarem a estes. A proposta foi escrita contando com o auxílio de um dos autores da nova lei anti-imigração do Arizona. Segundo esta, requerer-se-ia às empresas o uso de uma base federal, E-Verify, para verificar a informação relativa aos novos empregados, e os proprietários PICUM Boletim Julho 2010 | página 19 poderiam alugar apenas mediante a obtenção de uma licença de permanência (com o custo de 5$), após transmitir informação à polícia. Fonte: The New York Times, 18 de junho, 2010 http://www.nytimes.com/2010/06/18/us/18nebraska.html?hp No dia 18 de junho, o Governo Francês concordou em fazer ajustes de modo a harmonizar os critérios de regularização dos trabalhadores migrantes, situação considerada problemática tanto por empregadores como por sindicatos. Depois de uma maratona de negociações com os sindicatos, descrita como “séria” e “positiva” pela CGT, 1,000 imigrantes em situação irregular que se encontravam em greve e acampados já há três semanas perto da Opera Bastille, em Paris, evacuaram o local. Esta última reunião levou o governo a reconhecer as dificuldades na aplicação da circular de 24 de novembro de 2009 sobre a regularização, quer representava uma primeira abordagem à greve. Fonte: L’Express, 18 de junho 2010, http://www.lexpress.fr/actualites/1/salaries-sans-papiers-le-gouvernement-lache-du-lest-labastille-evacuee_900452.html . A 6 de junho de 2010, em Genebra, cerca de 400 trabalhadores imigrantes em situação irregular que participavam numa reunião dos sindicatos SIT assinaram uma resolução que pedia ao Conselho de Estado uma regularização colectiva de todos os imigrantes irregulares sem licença de residência. O Conselheiro de Estado Charles Beer tinha anunciado no início de Abril a sua intenção de analisar formas de revitalizar o pedido de regularização de cerca de 5000 migrantes indocumentados, mas até agora nenhuma acção havia sido seguida. Mais informação (em Francês): http://www.lecourrier.ch/index.php?name=NewsPaper&file=article&sid=446049 . A Human Rights Watch publicou um relatório de 26 páginas com o título “Reforma Lenta: Protecção de trabalhadores domésticos migrantes na Ásia e Médio Oriente”, que analisa as condições de oito países com grande número de trabalhadores domésticos migrantes: Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Singapura, e Malásia. O relatório está disponível em: http://www.hrw.org/node/90055 . | 6 | Crianças indocumentadas Um relatório do Conselho de Protecção de Crianças de Bedord e Bedfordshire lançado a 14 de junho constatou que os assistentes sociais falharam a investigação correcta do caso de duas crianças de cinco anos encontrados em pleno acto sexual no centro de detenção de Yarl’s Wood levantando a preocupação de que uma criança mais velha possa ter abusado de um deles. O relatório independente criticou a polícia e a Agência de Fronteiras do Reino Unido que dirige o centro. As crianças e a família haviam já sido deportados e por isso não se encontram mencionados na revisão. O caso sublinhou uma falha na regulação dos serviços às crianças em detenção de imigração, uma vez que nenhuma agência teria responsabilidade suficiente. A coligação governamental comprometeu-se a pôr fim à prática de manter as crianças em centros de detenção nos próximos meses. Mais de 1000 crianças por ano são mantidas nestes centros apesar de os médicos demonstrarem que esta detenção em sistema de asilo provoca danos físicos e psicológicos graves. Um ex-alto assessor do governo sugeriu que o relatório põe em causa a competência do UKBA para realizar a revisão do regime de crianças agora em PICUM Boletim Julho 2010 | página 20 curso. O responsável pela área de Crime e detenção no UKBA afirmou que a agência está empenhada em substituir o actual sistema por outro que garanta um processo rigoroso, justo e digno para as famílias que não têm direito a permanecer no Reino Unido. Fonte: The Guardian 14 de junho, 2010 http://www.guardian.co.uk/uk/2010/jun/14/yarls-wood-child-sex . A Agência de Fronteiras do Reino Unido está a criar um centro de reintegração no Afeganistão, no valor de £4m, para que possa deportar as crianças desacompanhadas dos requerentes de asilo. Os termos da proposta oficial mostram que os funcionários de imigração esperam primeiro forçar o regresso 12 meninos de 18 anos para o Afeganistão e fornecer "assistência de reintegração" para 120 adultos por mês. Os números do governo central mostram que há mais de 4200 candidatos a asilo de crianças na Grã Bretanha, com a maioria a ser apoiadas por uma autoridade local ou casas de serviços sociais. A maioria dos quais é de nacionalidade afegã. A decisão de começar a deportar crianças sós requerentes de asilo que chegam à Grã-Bretanha representaria uma grande mudança na política. Até agora, devido a questões de protecção da criança significaria que a deportação apenas se verificaria se a recepção adequada bem como planos de cuidados estivessem disponiveis no local de chegada, caso contrário isso representaria um bloqueio para a deportação. Fonte: The Guardian, 7 de junho, 2010, http://www.guardian.co.uk/uk/2010/jun/07/child-asylum-seekers-uk-afghanistan A 3 de março de 2010, o Conselho Nacional Suíço aprovou duas moções em favor da formação profissional para jovens imigrantes em situação irregular. Esta vitória é um dos resultados da campanha "Nenhuma criança é ilegal." A campanha da associação para os direitos das crianças sem estatuto jurídico visa melhorar a situação e a vida quotidiana das crianças em situação irregular, bem como o reconhecimento dos seus direitos à educação e ao trabalho. Para mais informações (em Alemão e Francês): http://www.sans-papiers.ch/site/index.php?id=180 . France Terre d 'Asile e o departamento municipal de Paris solicitou a atenção do governo francês para agir com urgência de modo a enfrentar o agravamento da situação em matéria de crianças em situação irregular. O relatório confirma que a proteção deste grupo vulnerável pesa de forma muito desigual em certas áreas, particularmente em Ile-de-France. A 31 de dezembro de 2009, Paris teve ao seu cuidado 1029 menores estrangeiros não acompanhados ou adultos jovens, representando um custo adicional de mais de 40 milhões de euros. Outras áreas do país também estão sob forte pressão. O relatório apela para a criação de uma plataforma inter-ministerial, sob o controlo da protecção jurisdicional da Juventude, de diferentes redes regionais de coordenação e de um fundo de intervenção para compartilhar o fardo econômico. Mais informação (em Francês) em: http://www.france-terre-asile.org/index.php/component/content/article/2171 . As autoridades dos Países Baixos expulsam crianças e pais em situação irregular dos centros de recepção após pedidos de residência não concedidos, deixando consequentemente as crianças sem abrigo. O Comité Europeu para os Direitos Sociais do Conselho da Europa emitiu uma decisão na qual se define que esta prática nega às crianças os direitos básicos da Carta Social Europeia, mas o governo neerlandês mostrou-se relutante em implementar esta decisão. O Ministro da Justiça anunciou a intenção de enviar as crianças das famílias em questão para instituições para jovens e deixar os pais na rua, o que violaria o direito à vida familiar ao abrigo da Convenção Europeia para os Direitos PICUM Boletim Julho 2010 | página 21 Humanos. A ONG Defesa das Crianças iniciou uma petição no sentido de solicitar que as autoridades neerlandesas parem imediatamente de expulsar famílias com crianças de suas casas. A petição está disponível aqui: http://www.geenkindopstraat.nl/pages/gkos/Sign%20the%20Petition . A Organização Internacional para a Migração (IOM), publicou um estudo de fundo, “Garantir o Direito das Crianças Migrantes aos Cuidados de Saúde: A resposta dos Hospitais e Serviços de Saúde”. Este relatório explora a forma como os hospitais e serviços de saúde respondem às necessidades e direitos das crianças no âmbito mais geral da protecção infantil e dos cuidados de saúde. No âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, o estudo discute a contribuição do Grupo de Trabalho para a Promoção da Saúde de Crianças e Adolescentes nos e pelos Hospitais e Serviços de Saúde no sentido de garantir o respeito pelos direitos das crianças nos hospitais. O estudo apresenta exemplos de boas práticas por parte de hospitais europeus e serviços de saúde e conclui com quatro estudos de caso. O relatório está disponível em: http://www.migrant-healtheurope.org/files/Meyer_Guerreiro_Day%202_Session%204_25%2009.pdf . | 7 | Mulheres indocumentadas O dia 18 de junho de 2010 viu o lançamento da Rede Europeia de Mulheres Migrantes (ENMW). O Presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE), Secção de Emprego, Assuntos Sociais e Cidadania, Leila Kurki, anunciou a ENMW e comentou a relevância da análise de género, da integração e dos direitos fundamentais das mulheres migrantes na agenda Social Europeia. Para mais informação, veja o comunicado de imprensa: http://europa.eu/rapid/pressReleasesAction.do?reference=CES/10/77&format=HTML&aged=0&language=EN&guiLanguage=en O Instituto Mediterrâneo de Estudos de Género (MIGS) , no âmbito do projecto “Jovens Mulheres Migrantes no Ensiono Secundário: Promover a integração e o entendimento mútuo através do diálogo e da troca”, publicou vários folhetos de informação definindo as metas, objectivos, actividades e parceiros envolvidos nesta acção. Para Fazer o download em 4 idiomas diferentes (Inglês, Espanhol, Grego and Maltês) e para mais informação acerca do projecto visite: http://www.medinstgenderstudies.org/publications/project-informatio-leaflets-young-migrant-women-insecondary-edcuation/ . O lobby Centro Europeu das Mulheres sobre a Violência lançou um kit “Rumo a uma convenção forte contra todas as formas de violência masculina contra as Mulheres”. Este kit fornece informações direccionadas e ferramentas projetadas para ajudar o lobby Europeu das Mulheres, os seus membros, apoiantes, e parceiros de ONG a agir e trabalhar juntos para uma convenção global, forte e eficaz contra todas as formas de violência masculina sobre as mulheres, a ser elaborada neste momento pelo Conselho da Europa. O kit faz referência directa ao aumento de vulnerabilidade das mulheres migrantes ao abuso e e violência. Fonte: http://www.ewlcentreonviolence.org/spip.php?article554 PICUM Boletim Julho 2010 | página 22 | 8 | Eventos A assembleia geral e conferência anual da Coligação Nacional de Campanhas Anti-Deportação (NCADC) decorrerão a 4 de setembro em Londres. Serão incluídos na conferência workshops e grupos de discussão destinados a apoiar todos os envolvidos no trabalho de campanha. Para deixar a sua opinião sobre o que gostaria de ver discutido na Assembleia Geral da NCADC deste ano, siga a seguinte hiperligação: http://www.zoomerang.com/Survey/WEB22ARBED9Q5R . Mais informações disponíveis em http://www.ncadc.org.uk/index.html | 9 | Publicações Em junho de 2010, a JRS Europa publicou um novo relatório intitulado “A Vulnerabilidade durante a Detenção”. Este relatório surge após 18 meses de investigação em ONGs de 23 Estados Membro e fez parte de um projecto co-financiado pela Comissão Europeia ao abrigo do “Fundo Europeu para os Refugiados”. “A Vulnerabilidade durante a Detenção” baseia-se em entrevistas a 685 candidatos a asilo e migrantes em situação irregular detidos em 21 Estados-membros da UE e revela que a detenção é, em si mesma, um factor determinante que influencia o nível de vulnerabilidade dos detidos. A detenção revelou ser uma medida que traz mais prejuízos que benefícios aos detidos. Apesar da variação nas condições de detenção verificadas nos Estados-membros da UE, o relatório de 400 páginas demonstra que os efeitos da detenção sobre as pessoas são surpreendentemente familiares: depressão, ansiedade, perda de peso, insónia, isolamento dos entes queridos e interrupção dos planos de vida. Para efectuar o download do relatório abra a hiperligação que se segue: http://www.detention-ineurope.org/index.php?option=com_content&task=view&id=220&Itemid=242 . | 10 | Notícias PICUM O Observatório Social publicou o seu primeiro relatório europeu, “Migrantes na Europa como Atores do Desenvolvimento: Entre a Esperança e a Vulnerabilidade”, em torno das relações entre a migração e o desenvolvimento e o papel dos emigrantes, tanto pela sua contribuição para a sociedade europeia como para o desenvolvimento dos seus países de origem. A responsável de programas da PICUM, Eve Geddie, contribuiu para este relatório com o texto “O Direito dos Migrantes em Situação Irregular à Saúde e à Educação na Europa: Necessidades de Protecção vs Controlo da Imigração”. Poderá efectuar o download do relatório em: http://www.eurostep.org/wcm/dmdocuments/Book_ESW_2009.pdf . A diretora da PICUM, Michele LeVoy contribuiu com um artigo intitulado “Sociale grondrechten van mensen zonder wettig verblijf in de Europese Unie. – De rol van het maatschappelijk middenveld” (Direitos sociais básicos para migrantes em situação irregular na União Europeia – o papel das organizações da sociedade civil) para a edição de Novembro de 2009 da revista flamenga Ter Zake Cahier, uma edição especial intitulada Grondrechten, ook voor 'Mensen zonder PICUM Boletim Julho 2010 | página 23 wettig verblijf'. Disponível em: http://www.samenlevingsopbouw.be/site/index.php?option=com_content&task=view&id=276&Itemid=55. A responsável de projetos da PICUM, Eve Geddie, contribuiu com um artigo intitulado “Acesso à Educação para Migrantes em Situação Irregular na Europa: Necessidades de Protecção Vs. Controlo da Imigração” para a publicação do Fórum Europeu da Juventude Opinião da Juventude: Jovens Envolvidos na Migração para salientar o conflito entre as necessidades de protecção das crianças em situação irregular e os mecanismos de controlo da imigração existentes. Divulgada pelo Fórum Europeu da Juventude em formato impresso e disponível em: http://www.youthforum.org/en/system/files/yfj_public/youth_opinion/en/YO_2009-02.pdf. Um artigo da responsável de projetos da PICUM, Eve Geddie, intitulado “Mulheres Migrantes em Situação Irregular: Violência com base no género na luta europeia contra a migração irregular” foi incluído na publicação anual da IPPF - “Escolhas” de Paternidade Planeada Internacional. Disponível em: http://www.ippfen.org/NR/rdonlyres/A20A61D0-BE5A-41E0-A8FD090A45303814/0/ippfchoices2009_web.pdf. O membro do conselho da PICUM Franck Duvell foi entrevistado pela jornalista Marie-Cécile Royen de uma das principais revistas de notícias belgas, Vif/l’Express. O artigo, publicado a 13 de novembro de 2009 intitulado “L’appel d’air: un concept creux?” (“O efeito íman: uma ideia fútil?”) discute os números dos migrantes em situação irregular na Europa e na UE e as políticas belgas para a migração. A diretora da PICUM Michele LeVoy e o anterior responsável de programas Luca Bicocchi contribuíram com um artigo intitulado “El tratamiento de la inmigración irregular en el Foro Global de Migración y Desarrollo” (“Discurso sobre os Migrantes em Situação Irregular no Forum Global da Migração e Desenvolvimento”) para um livro intitulado Politicas Migratórias y Derechos Humanos (Políticas Migratórias e Direitos Humanos), editado por Pablo Cernadas e Ricardo Fava, Remedios de Escalada: Ediciones de la UNLa, 2009. Os artigos da publicação analisam as relações entre políticas migratórias, normas internacionais de direitos humanos e os actuais desafios da migração, em particular no que diz respeito aos migrantes em situação irregular, a nível nacional, regional e global. O artigo da PICUM examina como alguns dos direitos fundamentais dos migrantes em situação irregular, nomeadamente o direito a condições de trabalho justas e aos cuidados de saúde foram encaminhados para o Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento (GFMD). A situação das crianças em situação irregular em países de destino e a opção por uma política de regularização no discurso do GFMD foram igualmente examinados. Livro disponível para aquisição na Universidade de Lanus, Argentina. Mais informações em: http://www.unla.edu.ar/public/ediciones_unla/DDHH/publicacion2/index.php | 11 | Vários O Centro para a Migração, Políticas e Sociedade (COMPAS) da Universidade de Oxford está a organizar um concurso de fotografia intitulado “Vida em Movimento” dedicado a imagens que descrevem as viagens dos migrantes, não só entre países, mas também as experiências quotidianas e as adaptações constantes a novos ambientes, trabalhos e casas. Data limite: 30 de setembro de 2010. Mais informações em: http://www.compas.ox.ac.uk/news/latest/article/date/2010/06/life-in-motion/ . PICUM Boletim Julho 2010 | página 24 De 1 de junho a 13 de agosto de 2010, a exposição fotográfica “Entrar na Europa”, uma interpretação da migração clandestina oriunda de Marrocos, estará patente em Antuérpia, na Bélgica. As imagens contam a história de Mohamed, um jovem marroquino que tenta alcançar as costas das Ilhas Canárias na esperança de uma vida e futuro melhores na Europa. O fotógrafo Joël van Houdt seguiu Mohamad durante e após a longa e perigosa viagem por mar de 34 horas. Ao chegar à costa espanhola, todos os passageiros do barco foram detidos. Atualmente, Mohamed vive na Europa como migrante em situação irregular. Mais informações toekomst em: http://www.dewereldmorgen.be/foto/2010/06/18/exclusief-mohameds-boottocht-naar-een-betere- A revista Foreign Policy exibiu uma exposição fotográfica chamada “Os Magníficos Migrantes – Fotos extraordinárias de mexicanos normais”. Conta as histórias de migrantes mexicanos que lutam para viver nos EUA. Veja as fotos em: http://www.foreignpolicy.com/articles/2010/05/28/the_magnificent_migrants . Agradecimento especial a Isabel Allain, Susana Carrilho, Karolina Castro, Tatiana Coutto, Alessandra Fontana, Paula Gil, Joana Fontes Lima, Sandra Tavares e Sofia Teles pela tradução e Silvia Pinheiro pela revisão do boletim em português. Para assinar o boletim da PICUM, envie um e-mail à [email protected] com “SubscribePortuguese” no título. Para cancelar a assinatura coloque, por favor, “Unsubscribe-Portuguese” no título do e-mail. Observe que a edição da newsletter PICUM de agosto 2010 não será publicada. A próxima edição sera a de Septembro 2010. Quer contribuir para uma política humana de respeito pelos direitos humanos dos imigrantes em situação irregular? DOE À PICUM! A sua contribuição significa que podemos continuar a lutar contra a marginalização e a exploração dos imigrantes em situação irregular. Convidamo-lo a fazer doações à PICUM por transferência bancária para a conta número 0013666785-67 (Fortisbank, Schepdaal (B), IBAN: BE93 001366678567). Por favor, mencione o seu nome, endereço e referência: “donation”. OBRIGADO! PICUM Boletim Julho 2010 | página 25 Este boletim é financiado por Commissie Projecten in Nederland (PIN), Network of European Foundations-European Program on Integration and Migration (NEF-EPIMII), Zennström Philanthropies and the Sigrid Rausing Trust. PICUM Boletim Julho 2010 | página 26
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