Chenin Blanc - Sociedade da Mesa
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Chenin Blanc - Sociedade da Mesa
janeiro/2016 154 R$ 16,00 clube de vinhos Sociedade da Mesa do livre exercício dos prazeres Taste 2014 Chenin Blanc Wellington | África do Sul Taste 2013 Shiraz / Cabernet Sauvignon Wellington | África do Sul Direção Geral Dario Taibo [email protected] Direção Técnica Dario Taibo [email protected] Direção da Revista Paula Taibo Morales [email protected] Projeto gráfico e diagramação Debora Ochoa [email protected] Redação [email protected] Sociedade da Mesa clube de vinhos Atendimento ao cliente [email protected] Rua Branco de Moraes, 248/11 Chácara Santo Antônio - São Paulo - SP - Brasil CEP 04718-010 (55-11) 5180-6000 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br Publicidade [email protected] 55 11 30785840 Impressão 15.000 exemplares Sociedade Editorial da Mesa janeiro/2016 do livre exercício dos prazeres 154 Não me ocorre nada melhor para dizer neste editorial, que desejar a todos nós um 2016 o melhor possível. Esse é um desejo comum a todos os princípios de ano, mas tudo indica que nós, brasileiros, precisaremos de sorte extra para este ano. E aconteça o que acontecer, eu me comprometo a estar por aqui fornecendo o vinho, seja para festejar a sorte, seja para consolar-se de sua falta. Dario Taibo sócio-diretor C M Y CM MY CY CMY K COMPARTILHE Conheça nossos canais digitais Facebook sociedadedamesa Instagram @sociedadedamesa Blog do Dario tudoconformeeumesmo.com Revista Sociedade da Mesa revista.sociedadedamesa.com.br 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br índice 06 10 12 16 18 20 21 22 24 Sociedade da Mesa Seleção Mensal Artigo técnico Entrevista Ingredientes A palavra na ponta da língua Receita 1,2,3 Dica de quem sabe Um prato no tempo Almanaque 26 27 28 30 30 31 31 32 Café com viagem Por aí Drinks Coisa nossa Comida é arte Sabor em moda Números da mesa Química dos alimentos 36 39 41 42 45 50 52 54 Na cozinha tem Objetos de desejo Momentos Agenda Saca-rolha Acessórios Estoque Próximas seleções O vinho na África do Sul Superfície de vinhedo: 133.000 hectares Ranking mundial superfície de vinhedo: 12º Volume de vinho produzido: 11.000.000 hl Ranking mundial por produção de vinho: 7º Dados OIV 2015 seleção Mensal Texto: Alberto Pedrajo Taste 2014 Chenin Blanc Wellington | África do Sul Taste 2013 Shiraz | Cabernet Sauvignon Wellington | África do Sul 6 A África do sul tem estilo próprio Faz tempo que a África do Sul deixou de olhar para outros países produtores em busca de uma referência ou fonte de inspiração para elaborar seus vinhos. O país, como em um verso solto, se encaixa dentro do universo vitivinícola com seu próprio estilo. Estilo esse que outros países produtores deveriam anotar. Desde que Jan Van Riebeeck, fundador da Colônia do Cabo, plantou a primeira cepa em Table Mountain em 1656, este país soube fazer sua própria história, procurando há alguns anos a elaboração de vinhos acessíveis, que nasceram a partir da demanda do consumidor e com o principal objetivo de satisfazer o cliente. Vinhos singelos, porém não simples, fáceis de beber, mas com caráter, materializando a fusão entre o vinho e o consumidor. Vinhos hedonistas, cujo único objetivo é que sejam desfrutados pelo consumidor sem a necessidade de explicações com palavras complexas para compreendê-los. O vinho, não podemos esquecer, é um produto elaborado para desfrutar e não para assustar. Porque é assim que se sente o neófito: assustado, com medo e insegurança diante de uma garrafa de vinho, quando recebe sinais complexos e não é capaz de interpretá-los e entendêlos. Esse desconforto, a que submetemos o consumidor, afasta-o do vinho. Chegamos ao ponto forte das bodegas da África: são capazes de utilizar uma linguagem visual solta, transmitindo ao consumidor a informação necessária de maneira simples, direta e amável, facilitando a seleção do vinho. Poderíamos pensar que a África do Sul não elabora vinhos e sim refrescos, mas não podemos confundir a vontade de satisfazer o consumidor com a elaboração de vinhos vulgares. Na África há lugar para tudo e suas bodegas de prestígio são capazes de competir com qualquer bodega do mundo em qualidade. É difícil encontrar um país produtor que consiga se adaptar tão bem ao que o mercado demanda. A África do sul é puro dinamismo enológico. 7 Assim são os vinhos que estamos apresentando neste mês na nossa Seleção Mensal. “Taste” em inglês significa gosto, paladar, sabor e catar. Estes são vinhos que convidam de maneira leve, com uma imagem e nome sem castelos ou marqueses de quinta geração. Chenin Blanc A Chenin Blanc é a rainha das variedades da África do Sul em superfície de plantio, mesmo havendo sofrido um declínio devido à reestruturação dos vinhedos no país. Essa redução aparentemente caiu bem, já que essa variedade anteriormente não despertava tanto interesse como agora desperta nos produtores de maior prestígio no país, melhorando seu posicionamento. Original do Valle do Loire na França, é uma varietal que necessita um clima cálido para favorecer a intensidade de seus aromas primários com uma fruta intensa e reduzir sua acidez. Na África do sul é conhecida como Steen, sendo esse um dos seus muitos sinônimos: Pinot Blanco (Argentina), Pineau Vert (Vendée), Rousselin (França), Tite de Crabe (Teta de Cabra) (Provence), Pineau (Loire e d’Anjou). A Chenin Blanc apresenta geralmente cor amarela, com tênues notas de verde combinadas com alguns reflexos dourados. Na cata é pura expressão: no nariz destacamse o melão, o abacaxi, a manga, meles de flor branca e frutas secas. A boca da Chenin Blanc dependerá, em maior peso, do equilíbrio entre a acidez e o grau alcoólico que, quando alcança o seu ponto ótimo, ressalta as notas de abacaxi, melão e frutas secas com mel. Se a maturidade é excessiva, a acidez cai e o vinho torna-se pesado e excessivamente melado. 8 É comum sua mistura com outras brancas e tintas, já que seu perfil aromático e seu equilíbrio na boca colaboram com o reforço de outras varietais, como por exemplo a Chardonnay. Não é habitual sua “crianza” em barril, sendo um vinho destinado principalmente ao consumo jovem. Mas cada vez mais é possível encontrá-lo criado em barris de monovarietal ou coupage. Sua boa acidez faz com que se desenvolva bem em garrafa, proporcionando ao vinho uma boa longevidade. Truter Family Wines Truter Family Wines, como o nome indica, é uma bodega familiar, onde os proprietários Celeste e Hugo Truter, ambos enólogos, elaboram seus vinhos para que sejam desfrutados a cada taça com amigos e familiares. Assim nasceu o Taste, um vinho pensado e produzido para qualquer momento. Do tipo de vinho que dá vontade de beber sem precisar pensar em nada além de querer um branco ou um tinto. Um vinho para qualquer ocasião, para compartilhar. Truter Family Wines é um projeto muito pessoal, que começou em 2011, quando os Truter decidiram criar seus próprios vinhos, com as variedades e vinhedos que, durante anos, foram conhecendo, enquanto trabalhavam para outras bodegas. E é isso que nos apresentam nesta seleção: dois cortes clássicos da África do Sul – um vinho branco 100% Chenin Blanc e um tinto coupage de Shiraz e Cabernet Sauvignon. “Por que selecionei”. por Dario Taibo. O que me levou a selecionar estes vinhos foi o branco. Mesmo não sendo a Chenin uma uva rara ou exótica, nunca tivemos um vinho dessa uva entre as seleções. Essa seleção portanto, e mais além de sua qualidade, obedece o critério da variedade e da novidade. Por outro lado, janeiro é um bom mês para ter um branco na seleção. seleção Mensal ficha técnica Taste 2014 Chenin Blanc Taste 2013 Shiraz / Cabernet Sauvignon País: África do Sul Região: Western Cape Indicação Geográfica: Wellington Uvas: 100% Chenin Blanc Álcool: 12,6% “Crianza”: dois meses com as cascas Produtor: Truter Family Wines País: África do Sul Região: Western Cape Indicação Geográfica: Wellington Uvas: 60% Shiraz e 40% Cabernet Sauvignon Álcool: 13,6% “Crianza”: em barris de carvalho francês e americano Produtor: Truter Family Wines Taste 2014 Chenin Blanc é um excelente vinho branco para ser desfrutado em qualquer momento. Um vinho agradável, fresco e fácil de beber. O vinho: os vinhedos de onde procede este Chenin Blanc cultivam-se em um solo de granito decomposto, com um alto conteúdo mineral e alta capacidade de drenagem – uma verdadeira joia vitivinícola que, sem dúvida, imprime o caráter deste fantástico vinho. Uma vez recebida a uva na bodega, ela é separada dos cabos suavemente e logo é prensada, até se obter o mosto gema, a fração mais nobre do mosto, com a qual se elabora este vinho. O mosto fermenta em depósitos de aço inoxidável durante 14 dias, a uma temperatura de 13º C. Uma vez finalizada a fermentação do vinho, ele é trasfegado para retirar as lias mais grosseiras, os restos mais sólidos da fermentação para manter somente as lias finas durante dois meses. Logo o vinho é levemente clarificado, estabilizado pelo frio e filtrado previamente ao seu engarrafamento. Cata: amarelo pálido, limpo e brilhante. A primeira impressão no nariz é de melão maduro, folha de figueira, pele de lima e lembranças lácteas. Na boca percebe-se fresco, fluido com agradáveis notas tropicais de abacaxi maduro e lembranças de melão. Bom equilíbrio, vinho redondo e longo. Harmonização: agradável para combater o calor do verão acompanhando uma salada de abacate e camarões. Os peixes na chapa, mexilhões ou camarões também serão bem acompanhados por este vinho branco. Serviço: degustar a uma temperatura compreendida entre 8º a 10ºC, o que permitirá que o vinho se expresse pelos aromas e sabores. Se optar por guardá-lo por alguns meses, abra a garrafa 30 minutos antes do seu consumo, sem descuidar da temperatura, que é o ponto chave para este tipo de vinhos brancos. Guarda: para desfrutar agora, mas mantido em boas condições de conservação, nos permitirá consumi-lo nos próximos dois anos (2016 – 2018), mas considero que estamos em um momento ótimo para seu consumo. Não é necessário esperar a comida para desfrutar do Taste 2013 Shiraz / Cabernet Sauvignon. Abram a garrafa ao chegar do trabalho e saboreiem uma taça enquanto o jantar é preparado. O vinho: o vinhedo é cultivado no sopé da montanha sobre suaves ladeiras, onde os solos são uma mistura de granito, arenito e argilas, o que garante as condições ideais para o cultivo de uvas tintas com caráter. A uva chega à bodega e é separada dos cabos suavemente, logo é prensada e fermenta em depósitos de aço inoxidável, durante 8 dias a uma temperatura de 26ºC, com leveduras selecionadas. Uma vez finalizada a fermentação alcoólica, o vinho é trasfegado e prensado para retirar as peles e realizar a fermentação malolática, após a qual é criado em barris de carvalho americano e francês. Logo, o vinho é ligeiramente clarificado e filtrado antes do seu engarrafamento. Cata: de cor vermelho cereja, limpo e brilhante. As frutas vermelhas maduras (ameixa) destacam-se e se fundem com lembranças de folhas de chá, especiarias e mentolados sutis. Na boca é firme, de corpo médio, aparecendo novamente notas mentoladas, além de um leve tostado de barril, muito bem integrado. Harmonização: acompanha bem uma carne de porco ou ave na grelha, com verduras também grelhadas ou arroz ligeiramente temperado. Serviço: degustar a uma temperatura compreendida entre os 15 e os 16ºC. Não é necessária a decantação deste vinho pelo momento, porém, se for consumido passados os próximos 12 meses, uma oxigenação leve cairá bem. Por isso é recomendável abri-lo com 30 minutos de antecedência ao consumo. Guarda: para desfrutar agora e, se for mantido em boas condições de conservação, poderá ser consumido, sem dúvida, nos próximos três anos (2016-2019), desaparecendo os aromas de fruta vermelha que progressivamente evoluirão para um perfil mais neutro. Wellington | África do Sul Wellington | África do Sul Assim são estes dois vinhos, Taste 2014 Chenin Blanc e Taste 2013 Shiraz-Cabernet Sauvignon: redondos e amáveis, para acompanhar qualquer momento. errata: as safras desta Seleção Mensal estão corrigidas nesta edição. 9 Artigo Técnico Texto: Alberto Pedrajo O “envero” é um grato presente da natureza. “El envero” Durante as últimas semanas de julho e as primeiras semanas de agosto, no Hemisfério Norte, acontece um dos momentos mais belos e interessantes do desenvolvimento do vinhedo – o “envero”. O dicionário vitivinícola é bastante extenso, e a maioria de suas palavras procede principalmente do grego e do latim, como é o caso da palavra “envero”, cuja origem é o latim e se compõe de duas palavras – “em” e “variare”, cujo significado é variação do aspecto. E é isso mesmo o que acontece com os cachos das uvas - mudam, transformam-se, alteram sua cor... e com essa mudança, a planta indica-nos que a maturação da uva começou. O “envero” é um grato presente da natureza. Nesse momento podemos observar como, de forma progressiva, durante apenas alguns dias, os grãos de uva mudam sua cor, do mais intenso verde até os tons malva e arroxeados nas variedades tintas; e nas variedades brancas, para tons de amarelo. É um espetáculo que devemos observar e conhecer, além de entender o que está por trás desta impressionante transformação. O “envero” acontece nas uvas brancas e tintas? Sim, o “envero” é mais visível nas variedades tintas, devido ao contraste cromático durante essa fase, mas a mudança da cor verde das uvas acontece tanto nas brancas quando o verde passa para amarelo, quanto nas tintas – quando o verde passa para o vermelho claro e escurece paulatinamente. 10 Trata-se de uma fase crítica e determinante do ciclo biológico da videira, já que durante o “envero”, o crescimento do cacho e dos talos que sustentam as bagas paralisa-se, e esses vão perdendo a clorofila de suas células, dando lugar à aparição da pigmentação definitiva da uva e do talo. Dependendo da climatologia e da situação geográfica do vinhedo, o “envero” desenvolve-se em um amplo espaço de tempo, durante os meses de julho e agosto no Hemisfério Norte, e entre os meses de janeiro e fevereiro no Hemisfério Sul. O resultado é sempre o mesmo: as uvas mudam de cor e começam a adquirir a tonalidade que finalmente terão quando estiverem maduras. Na variedade tinta, do verde intenso característico - resultado da acumulação de clorofila -, a uva passa para tons rosáceos, que pouco a pouco vão escurecendo até alcançar o tom roxo final. Já nas variedades brancas, o verde inicial irá se transformar em amarelo. Essa mudança não afeta somente a aparência da uva. Outras reações metabólicas acontecem no interior dela, e a mais evidente é que o sabor amargo e ácido começa a ficar mais doce, e os talos ou partes verdes do vinhedo ficam marrons e perdem flexibilidade. Do ponto de vista enológico, este é um ponto de inflexão no desenvolvimento da uva. Trata-se de uma etapa crucial no ciclo vegetativo da videira, a maturação da uva iniciase nesse momento, e junto à contagem regressiva para a vindima, que acontecerá (quando o processo se desenvolve normalmente) de 40 a 50 dias depois. A partir daí, o enólogo deve ficar atento, mais que nunca, a todos os sinais que o vinhedo exterioriza, parametrizando o potencial das uvas para a próxima colheita. O que acontece nas uvas? Reduz-se ou se anula a fotossíntese da baga, e a acidez e os aromas herbáceos diminuem progressivamente. Durante este período, a uva começa a acumular açúcar e sintetizar os aromas varietais, assim como os precursores e compostos fenólicos, que são os responsáveis pelo sabor, aroma, cor e estrutura dos vinhos, que alcançarão seu ponto máximo de maturidade fisiológica. Mas nem tudo aumenta na uva, também se reduzem os ácidos. O conteúdo de ácidos orgânicos, como o málico, diminui progressivamente. Esta redução está fortemente relacionada com o fator clima. Nas regiões mais cálidas, por exemplo, sua diminuição é mais marcada. A duração do “envero” A duração do “envero” é bastante ampla e dependerá de diferentes fatores, como a variedade, o clima e as ações do viticultor sobre o cultivo. Seu desenvolvimento é progressivo e, desde o início nas primeiras uvas, e de modo visível, pode durar um ou dois dias por uva, até 15 dias para completar o “envero” em todo o cacho. É uma etapa sensível para a planta, já que nela acontecem reações bioquímicas que podem sofrer alterações por agentes externos, como o excesso de calor ou falta de água, ou ações equivocadas pelo viticultor, que podem bloquear o sistema vascular da planta e complicar o “envero”. Atualmente, e dada a relevância do envero no vinhedo, são utilizadas técnicas de cultivo para melhorar essa fase, com o objetivo de que as etapas do envero ocorram simultaneamente em todo o vinhedo, além de reduzir o seu tempo procurando uma maturação mais precisa, que permita que as bodegas possam conduzir suas uvas para objetivos enológicos predefinidos. O “envero” – essa singular alteração de cor da pele da uva, também traz riscos, já que a maturação também implica em um amolecimento da pele. E uma vez que nem tudo são boas noticias, temos que ficar atentos para não levar a maturação ao limite e, assim, ter problemas de saúde. 11 Entrevista Marcia Garbin Texto: Ana Caldeira Fotos: Henrique Peron 12 Foi ao morar na Itália que a confeiteira Marcia Garbin se apaixonou por sorvete. “O gelato é muito arraigado na cultura do italiano. Em todo lugar se fazem gelatos, desde restaurantes e confeitarias até a própria casa”, explica ela. De volta ao Brasil, Marcia, que se formou na Le Cordon Bleu, na França, decidiu abrir a Gelato Boutique. Nas duas unidades da gelateria, na região da Paulista, em São Paulo, a confeiteira procura valorizar os ingredientes locais. “Para que trazer pistache de tão longe se temos castanha-do-pará?”, questiona ela. Sabores como chocolate com cupuaçu, manga com maracujá e doce de leite com cumaru são feitos diariamente na matriz, cuja decoração lembra o universo mágico de Alice no País das Maravilhas. Para se deliciar e se divertir. Foi então que você decidiu voltar para a Europa? Como você entrou no ramo dos gelatos? Comecei minha carreira na França, aos 19 anos. Na época, em 2000, os cursos de gastronomia estavam começando no Brasil, e a França tinha escolas tradicionais e me daria uma vivência maior. Tinha feito um ano de fisioterapia, desisti, e minha mãe me incentivou a cursar gastronomia. Fiz o curso do Le Cordon Bleu e alguns estágios, até que decidi voltar ao Brasil, pois estava saudosa e também queria conhecer mais da nossa gastronomia. Mas tive dificuldades de achar colocação aqui, porque os empregadores queriam mão de obra não especializada. Sim, decidi aprender mais e fui para Itália, onde tinha família, com a ideia de depois voltar para a França. Mas fui tão bem recebida, me encantei tanto pela Itália que tirei minha cidadania e fiquei por lá. Viajei muito, trabalhei em pequenas doceiras familiares, lugares com alma. Fiquei em Forte dei Marmi, no litoral da Toscana, entre Pisa e Florença, que é uma região turística. Na minha cidade, tinham muitos restaurantes – e vi que havia muito espaço para fornecer sobremesas a esses estabelecimentos, fazer eventos – a região é bonita, e as pessoas alugam mansões para se casarem por lá. Montei meu atelier, consegui crescer e ter uma certa liberdade. Os italianos têm muita resistência a ingredientes que não são do país, então aprendi a desenvolver os clássicos, como um bom creme de pistache ou nocciola. Aos poucos, comecei a dar meus toques. 13 Foi então que você descobriu os gelatos? Já tinha tomado contato com os sorvetes na Cordon Bleu, pois a França tem tradição em sorvetes, embora a gente não conheça. Quando fui para a Itália, ainda pensava em confeitaria, mas o gelato é tão arraigado na cultura do italiano que não havia como fugir. Em todo lugar se faz gelato, desde restaurantes e confeitarias até a própria casa. Não há como pensar em preparar um jantar sem gelato. Então comecei como autodidata: comprei uma máquina antiga e comecei a testar. Mas vi que precisava me aprofundar, e então busquei cursos, aulas e estágios. O curso principal foi na Carpigiani Gelato University, talvez a escola mais importante do mundo no assunto. Depois, a escola me convidou para fazer um projeto, e nessa altura eu já trabalhava com gelatos. Fiz amizade com o sorveteiro Toni Caffarelli, o cara que melhor faz sorvetes salgados. Ele é siciliano, comanda a Il Re Gelato, mora em Florença e faz sabores incríveis. Conversava muito com ele. Depois fui conhecendo outros chefs que também queriam fugir um pouco do tradicional, e acabei fazendo minhas experiências. Como foi esse projeto da universidade? A ideia era investir em jovens italianos (e eu já tinha a minha cidadania) que quisessem levar a cultura do gelato para o exterior. Fizemos um treinamento profundo e aproveitei muito. Depois, em 2012, o maior festival do mundo de gelatos, em Florença, selecionou os cinco chefs mais promissores para uma das principais competições do mundo, na categoria revelação daquele ano. Apresentei um gelato de chocolate brasileiro AMMA com maracujá – eu havia encontrado um fornecedor de maracujá do Brasil. Usei esse chocolate porque ele 14 tem aromas de frutos tropicais, típicos daqui, diferente dos outros chocolates. E, combinado com o maracujá, ficou balanceado, e o júri e o público gostaram. No ano seguinte, me chamaram para competir na categoria principal, a de gelato do ano, com gente do mundo todo. Naquela altura eu já estava no Brasil, pois havia decidido abrir uma gelateria aqui. Mas eu era jovem, e havia poucas mulheres no ramo dos sorvetes, então não podia perder a oportunidade de participar. Daí pensei em fazer algo que tivesse a cara do Brasil, mas que os italianos entendessem e também gostassem. Pensei num gelato com grãos de café brasileiros, e foi assim que eu entrei em contato com o Coffee Lab. Como foi que você concebeu essa receita? Sempre gostei do universo do café, e a Isabela Raposeiras (do Coffee Lab) ajudou muito as pessoas a conhecerem o café brasileiro. Desenvolvemos um blend, e usei o café reduzido com limão taiti, até fazer uma calda de café. O café é muito leve, com muita acidez, então caramelizei parte do açúcar para puxar notas mais tostadas. O sorvete chamou-se caffè-lime, e hoje vendo-o na minha loja. Concorri com cerca de 30 chefs e venci. Algo difícil, porque o Brasil tem resultados muito ruins nesse tipo de competição. Esse festival computa não só os votos do júri técnico, mas também do júri popular, onde tive muito sucesso. Como você vê esse mercado no Brasil? São sabores nossos, com uma carga emocional grande. É isso o que buscamos aqui. Você então voltou ao Brasil para abrir seu negócio... Depois do festival, fiquei superconfiante e vi que meu caminho era fazer coisas mais autorais. Depois do festival ainda fiquei alguns meses pela Itália, e fui numa feira muito importante para profissionais, chamada Sigep. Um dos fornecedores comentou comigo que um italiano estava abrindo uma gelateria na Oscar Freire: era a Baccio di Latte. Quando retornei ao Brasil, o pai do meu marido sofreu um acidente e tivemos que voltar para a Itália. Foi um ano em que ficamos entre os dois países. Quando tudo se acalmou, começamos o negócio para valer. Como você pensou a Gelato Boutique? Abrimos duas unidades quase simultaneamente, uma perto da outra. Pensamos em cada detalhe da decoração, que muitos dizem parecer o universo de Alice no País das Maravilhas. Isso por causa, principalmente, do principal móvel da loja, todo colorido, feito por artesãos espanhóis. Gostamos de arte, arquitetura, design, então fomos buscar coisas específicas, como papéis de parede, móveis italianos, algo meio de sonho, onde tudo combina e pode. Quanto aos gelatos, queria sabores autorais, únicos. No de baunilha, por exemplo, combinei três – de Madagascar, do Taiti e do Cerrado brasileiro, cada uma com perfil aromático diferente. Nesse momento, a briga está entre o trabalho artesanal e o não artesanal. Mas se alguém pegar produtos prontos e misturar, isso é artesanal? Essa é uma briga que existe até na Itália. Mas acho que ainda não estamos no nível de discutir essa questão. Se você se propõe a fazer um produto de qualidade, deve usar, no mínimo, ingredientes frescos. O sorvete pode ser artesanal e assim mesmo ser ruim. O que deveríamos discutir é se existe arte no que estamos fazendo, se o ingrediente nacional é valorizado, se as combinações são harmônicas. Por que precisa fazer um pistache viajar tantos quilômetros quando se tem, por exemplo, castanha-do-pará? As pessoas também têm que começar a pensar se os produtos são mesmo de época quando assim são anunciados. Como tem que ser um gelato de qualidade? Tem que ser feito com ingredientes frescos, e mostrar no sabor aquilo que ele leva. O de doce de leite tem que ter sabor de doce de leite, e não apenas traços dele. Deve valorizar os produtos locais, pois consegue produtos de mais qualidade e também valoriza a cultura local. Não vale só ter produtos italianos numa gelateria, temos coisas incríveis. Aqui, vamos começar a fazer frutas locais, da região de São Paulo. Vamos entrar com uma linha de semifreddos – que é uma espécie de musse congelada, que se mantém cremosa a temperatura negativa. E um destes semifreddos será de ricota com recheio de gel de araçá-boi e cobertura de goiabada. Você já trabalha sabores locais, não? Sim. Fazemos um de cumaru com doce de leite. Também gosto de misturar frutas que criam um terceiro sabor, por exemplo, manga com maracujá: a cor fica linda. Como os nossos gelatos são escondidos num pozzetto – que é o recipiente tampado onde ficam os sorvetes, sem contato com luz e sem variação de temperatura – só na hora do serviço é que o cliente vê a cor do produto. Isso surpreende. Também fazemos um de chocolate branco com cupuaçu, e um de tutti-frutti, feito com abacaxi, morango, laranja, framboesa e banana. Gosto deste porque ele remete à infância. Durante as festas juninas, fizemos um sabor de curau, que foi um sucesso. Transformamos num sabor para o inverno. São sabores nossos, com uma carga emocional grande. É isso o que buscamos aqui. 15 Ingredientes Texto: Paula Couto Leite Embora seja alimento da maioria da população do mundo, o leite não era conhecido dos povos pré-colombianos antes da chegada dos europeus à América. Isso porque os habitantes do Novo Mundo não tinham, entre seus animais, mamíferos produtores de leite. Os primeiros animais a produzirem leite foram trazidos pelos ibéricos e pelos ingleses, há 500 anos. Os Estados Unidos são, atualmente, os maiores produtores mundiais de leite. Lá, as primeiras vacas chegaram em 1611, na Virgínia. Entretanto, até o século XIX, o leite era tratado pela população com certo receio, especialmente no sul do país, onde o calor fazia com que ele se estragasse facilmente. Nas plantações de algodão, os escravos bebiam o leite mais ralo, enquanto o melhor leite, o primeiro a ser retirado pela manhã, era exclusivo de seus senhores. Já no Norte, com temperaturas mais frescas, os primeiros alemães e holandeses a se estabelecerem por lá aproveitavam o leite especialmente para fazer queijos. Até o século XIX, a adulteração do leite era frequente nas colônias americanas. Era comum, por exemplo, que se acrescentasse água e giz, e, por causa deste último, o leite era apelidado de “leite assassino”. 16 A costa de países como Holanda, Dinamarca, Irlanda e Suécia, além da região dos Alpes, era particularmente voltada para a produção de leite e seus derivados. A manteiga era consumida apenas no norte da Europa. O restante do continente preferia gordura de porco, bacon e azeite de oliva como fonte de gordura. Na França, além dos Alpes, Pirineus e Córsega, encontravam-se as regiões produtoras de queijo mais antigas do pais. O iogurte era restrito a algumas partes do Oriente e à Turquia. Durante muitos séculos, a produção de leite esteve associada exclusivamente às condições locais de cada vilarejo ou região da Europa. Para os fazendeiros da era pré-industrial, a produção de leite (assim como a de outros insumos), era determinada pela natureza. Assim, nas regiões em que o arado podia correr solto, a produção de leite era escassa e praticamente sazonal, pois, por muito tempo, a criação de animais foi secundária ao cultivo dos grãos. Na Idade Média, a criação de animais passou a ganhar relevância sobre os grãos e as elites europeias aumentaram o seu consumo de carne. Com a modernização da agricultura na Europa, entre o final do século XVIII e até 1870, tudo mudou. Uma produção maior de grãos e ferrovias que faziam a ligação entre as áreas de produção e consumo fez o preço destes produtos caírem. A produção de produtos lácteos, então, passou a ser vista como um ramo autônomo de produção, e bastante lucrativo. Muitos fazendeiros passaram a substituir os campos pelos pastos. A superioridade do leite baseava-se em suas qualidades nutritivas que, por sua vez, apoiavam-se na química: o leite era composto por água, proteína, gorduras, carboidratos e vitaminas. Ele não só continha todos os elementos essenciais à saúde como também era considerado um combustível, uma fonte de energia capaz de mobilizar o organismo para o trabalho. Mais do que isso, ele continha todas as vitaminas: A, B e C - pois, naquela época, as vitaminas eram a última das descobertas científicas feitas pelos estudiosos dos processos nutricionais. Além de todas essas vantagens para a saúde, o leite era considerado também um alimento versátil, e podia ser incorporado de várias formas à dieta, acompanhando cereais, em sopas cremosas, em bolos. Em 1853, o americano Gail Borden achou um jeito seguro de consumir o leite: inventou o leite condensado, após perceber as privações pelas quais os bebês de imigrantes passavam na travessia de oceanos, por conta de doenças que atacavam as vacas a bordo. O leite condensado original era aromatizado com açúcar e cozido a vácuo até perder 60% de água, e foi muito utilizado para alimentar tropas durante a Guerra Civil Americana (1861-1865). Foi nessa época que o químico francês Louis Pasteur desenvolveu um processo para matar os micróbios do leite, que mais tarde passou a ser chamado de pasteurização, largamente adotada nos anos 1890. As primeiras garrafas para acondicionar a bebida surgiram em 1866, e as caixinhas de leite, na década de 1930. Já o leite evaporado, sem açúcar, esterilizado, com 60% a menos de água e enlatado, surgiria em 1920, seguido do leite em pó, que apareceria no mercado em 1953. O leite em suas várias formas continua, até hoje, um dos produtos mais consumidos no mundo. No final do século XIX, a indústria do leite foi estimulada por cientistas e agrônomos, que passaram a advogar a favor de sistemas de produção modernos, baseados em tecnologia e ciência. No início do século XX, a nascente ciência da nutrição nos Estados Unidos profetizava: o leite é o alimento perfeito. Um boletim feito em 1910 pelo departamento de agricultura da Carolina do Norte considerava: “A primeira comida que uma família deve ter e a última que deve dispensar é o leite. O leite não é só comida, é a mais importante delas”. 17 A palavra na ponta da língua Texto: Fábio Angelini O acento africano Muitos estrangeiros dizem que a Língua Portuguesa é “gostosa” de ouvir, soa bem, é melódica e atraente. Mesmo que não compreendam uma vírgula do que é dito. Mesmo sem saber que aquele brasileiro nativo ao seu lado está, na verdade, tirando uma onda com ele, alemão, russo, canadense, japonês. A manifesta riqueza do idioma devese, em boa parte, à salada léxica que ajudou a encorpar o vocabulário nacional. Entre tantas palavras agregadas de diversas culturas (sem desprezar a inquestionável contribuição dos índios daqui), um considerável legado cabe ao continente negro. E o mesmo vale à mesa. A raiz da culinária brasileira, como se sabe, é portuguesa, mas também ganhou corpo e personalidade com a adição destas mesmas duas famílias, a indígena e a africana. 18 Esta última trouxe, em particular, ingredientes inéditos. Coco, banana, café, azeite de dendê, manga, quiabo, amendoim, cana-de-açúcar, inhame, jiló, e por aí vai. Uma lista vasta como as savanas, as tribos e os dialetos da África. Também chegaram novos modos de preparo e uma espetacular arte do improviso, providencial nos tempos da colônia escravagista e essencial na própria formação da nossa escola gastronômica. O povo negro de maior presença e influência no Brasil foi aquele que desembarcou primeiro, o bantu. Um grupo linguístico que compreende cerca de 400 línguas semelhantes, faladas em 21 países. As que mais nos impactaram foram o quimbundo (região central de Angola), o quicongo (República Popular do Congo) e o umbundo (Zâmbia e sul de Angola). E como impactaram. Principalmente na cozinha, tanto nos pratos quanto nas palavras, em sua maioria provenientes do quimbundo (que chegou a ser a língua mais falada nas regiões Norte e Sul, na infame época da escravidão) Mais do que trazer até você um breve dicionário gastronômico, de fácil digestão e apreciação, a intenção desta coluna é colocar em pratos limpos os significados e histórias de palavras e expressões vinculadas à arte culinária. Hoje, só na Bahia, cerca de 5 mil palavras de origem africana são usadas de forma corrente. MALAGUETA: a pimenta que foi trazida da Costa da Malagueta, perto de Gana. Segundo o historiador Câmara Cascudo, já havia no Brasil uma espécie semelhante. QUIBEBE: não se toma, se come, pois é uma papa de abóbora ou banana. A CACHAÇA, PINGA ou BIRITA é que o brasileiro gosta de beber. MINGAU: outra papa. Originalmente, um tipo de milho cozido em água e sal. Parente da CANJICA, sucesso junino de milho verde ralado. QUINDIM: o famoso doce que usa gema de ovo, coco e açúcar. Na Bahia também quer dizer meiguice, carinho, dengo. GOROROBA: mais conhecida como a comida preparada com restos de alimentos, malfeita, difícil de engolir. Seu oposto é o QUITUTE, iguaria fina e delicada. MOCOTÓ: na tradução literal, tornozelo. Na tradução culinária, a pata de bovino utilizada como alimento. QUITANDA: do quimbundo “kitanda”. Feira, venda, estabelecimento onde são expostas mercadorias alimentícias variadas. MOQUECA: guisado de carne ou peixe. Carne magra é MUXIBA. FUBÁ: uma farinha fina de milho bastante popular em bolos, e utilizada em pratos como a polenta e o ANGU (que também leva farinha de trigo, mandioca ou arroz). 19 Receita Texto: João Belézia www.joaobelezia.com.br Fotos: Elayne Massaini Filé aperitivo com cerveja defumada INGREDIENTES 400g de filé cortado em cubos 200ml de cerveja preta defumada Sal e pimenta-do-reino 1 cebola cortada em cubos grandes 3 dentes de alho fatiados 100g de manteiga sem sal PREPARO Tempere a carne com sal e pimenta, e adicione a cerveja. Coloque o alho, a cebola e deixe nesta marinada por meia hora. Escorra e reserve o líquido restante. Em uma frigideira com a manteiga aquecida, doure a carne. Retire-a e reserve. Nesta mesma frigideira, coloque a cebola e o alho. Doure-os, retire-os e os reserve. Coloque a marinada na frigideira e deixe reduzir pela metade em fogo médio. Coloque de volta a carne, a cebola e o alho neste molho, para aquecer e caramelizar. Retire e sirva em seguida, com fatias de pão fresco ou tostados. 20 Dica de quem sabe Texto: Amanda Ivanov Bolo fofinho Dicas que ajudam na hora de preparar uma massa de bolo em casa Sentir o aroma de um bolo no forno é de dar água na boca. Seja para acompanhar uma xícara de café, ou após o almoço com calda de frutas, o bolo é uma das sobremesas mais populares em diversas culturas. Com receitas fáceis e rápidas de serem preparadas, um constante receio na hora em que fica pronto é saber se a massa cresceu e está fofinha. Compartilhando algumas de suas preciosas dicas, a boleira e cozinheira de mão cheia, Heloisa Bacellar, do Lá da Venda, lista alguns requisitos básicos para que o bolo fique bem fofinho quando preparado em casa. Para a chef, um requisito fundamental para que o bolo não fique murcho é respeitar e seguir corretamente a receita, pois é importante que a massa tenha a quantidade correta dos ingredientes que a compõem. Heloisa conta que bolos ficam com a massa mais fofinha quando os ovos e a manteiga estão em temperatura ambiente. Ela aponta que um hábito muito comum na hora de bater uma massa de bolo é peneirar os ingredientes secos, como a farinha e o açúcar. Em sua produção de bolos, Heloisa só peneira os ingredientes quando estão empelotados, como o chocolate em pó que geralmente fica cristalizado ou a farinha que empelota quando a temperatura ambiente está úmida. As claras de ovos também são ingredientes fundamentais para a textura da massa do bolo. Por isso, a chef recomenda batê-las em tigelas bem limpas e secas, tirando os ovos da geladeira com uma hora de antecedência. Assim, as claras ganharão mais volume quando batidas. Investir em potes com pequenas quantidades de fermento em pó também faz diferença, já que o ingrediente envelhece rapidamente e perde a qualidade. E por fim, utilizar fôrmas e assadeiras proporcionais à quantidade de massa, e levá-las ao forno sempre préaquecido também são requisitos essenciais para que a massa do bolo fique bem fofinha. 21 Um prato no tempo Texto: Fábio Angelini Espaguete com lula Fidel Castro Com as barbas no molho Vamos deixar, ao menos por instantes, as nossas convicções ideológicas do lado de fora da cozinha. A ideia é colocar em pratos limpos o que foi, e o que é, essa relação entre Fidel Castro e a gastronomia. As fontes disponíveis vêm de jornalistas, antigos cozinheiros e guarda-costas, amante, militares soviéticos e dele mesmo. A paixão do ex-chefe de Estado pelas comidas e bebidas começou no berço, pois nunca faltou nada em sua mesa. O pai, imigrante espanhol da Galícia, prosperou como fazendeiro em Cuba. Fidel, que só viraria ativista político ao estudar Direito na Universidade de Havana, não curtia cuba libre em sua juventude, nem filé à cubana. Preferia os pratos que vinham do mar, principalmente sopa de tartaruga. Tanto que, na década de 1960, mandou instalar um viveiro em Cayo Piedra, seu oásis caribenho particular. Outro projeto exótico era fabricar queijo francês, foie gras e uísque na ilha. Não vingou. 22 Lagosta na manteiga, bacalhau salgado e garoupa grelhada alternavam-se nas refeições. Mas, dono de um paladar apurado, o chefe não foi indiferente às carnes vermelhas. Leitão assado, frango frito, costeletas de cordeiro e presunto pata negra estão no menu. Ou estavam, até serem vetadas pelos nutricionistas, após o câncer de intestino se revelar. Por outro lado, há quem afirme que os maiores amores culinários da vida de Fidel sempre foram as pastas. Justo Pérez, cozinheiro dele durante 35 anos, meio que clareou as coisas ao confirmar que o líder cubano nutria especial fascínio por peixes e massas no dia a dia. Então, o vencedor é... espaguete com lula. Receita que Fidel chegou a preparar até na prisão, entre 1953 e 1955, e para o general Nikolai Leonov, hospedado em sua casa. O prato hoje foto meramente ilustrativa. Texto: Fábio Angelini Digeriu dez presidentes norte-americanos com cálices de Brandy Napoleon. RECEITA Espaguete com lula reduzida no balsâmico Rendimento: 3 pessoas Ingredientes Em alto mar, a bordo do iate Aquarama II, o ritual era diverso: de lanche, lagostim na brasa com Chivas Regal, ou mariscada acompanhada de vinho branco gelado. É, os provadores oficiais do ditador passavam bem. Pelo que se sabe, nenhum pereceu envenenado. Na residência da capital, um serviço igualmente impecável, com sorveteria exclusiva para a família, pomar, horta orgânica, galinheiro e curral. Neste, morava Ubre Blanca (Úbere Branco), a vaca de Fidel que produziu 110 litros de leite em um único dia. Ela entrou para o Guinness e nas propagandas que vendiam a agricultura coletivizada de Cuba, nos anos 1980. Após 49 anos de autocracia e fartura, e mesmo depois, o ex-governante não tem do que se queixar, aparentemente. Digeriu dez presidentes norte-americanos com cálices de Brandy Napoleon. Deixou o irmão Raul no comando. Hoje, assiste à abertura econômica do país, ainda comendo do bom e do melhor. Só que a dieta de Fidel, agora, é muito mais discreta e controlada. Bem que ele gostaria, quando os doutores não estivessem olhando, de colocar o seu avental, ir até o fogão e fazer um bom omelete de queijo com pimenta. Ou, o que é mais provável, um pratão de espaguete com lula. • 2/3 de espaguete (grano duro de preferência) • 500g de anéis de lula • 2 colheres rasas de sopa de aceto balsâmico reduzido • Cebolinha fresca picada • Sal e mix de pimenta moído na hora • 1 pitada de tempero “lemon pepper” • Alho e azeite para refogar a lula Preparo Ferva a água para cozinhar o macarrão, como de costume. Enquanto isso, refogue os anéis de lula em um fio de azeite e uma colher de sopa de alho picadinho. Deixe refogar por uns 2 minutos mais ou menos e depois acrescente o restante dos temperos: aceto reduzido, mix de pimenta, “lemon pepper” e cebolinha (reserve um pouco para servir). Deixe o sal por último, mas antes avalie se será necessário. Não esqueça de abaixar o fogo para não queimar. É um processo rápido, senão a lula fica borrachuda. Escorra o espaguete e misture na lula, mexendo bem e finalizando com mais um fio de azeite e cebolinha. 23 Almanaque Texto: Paulo Samá parte 1 Chá Aceita uma xícara de história? Uma colher de chá de aula de chinês: o caractere que você vê neste artigo é pronunciado como “te” no populoso país do Oriente. É o chá, que tanto lá como cá, tem muito a contar. Sirva-se. Origem romanceada O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo. Só perde para a água. As opções são tão variadas quanto os momentos, motivos (e até desculpas) pra se tomar um chazinho. Gripe? Vovó indica o de limão e mel, e um cobertor. Calorão na praia? Olha lá o carrinho do mate gelado... Tá nervoso? Camomila. Dor de barriga? Boldo nela! Tem chá pra tudo, e pra tudo tem chá. 24 O surgimento remonta a mais ou menos 5.000 anos, mas ninguém se atreve a bater o carimbo sobre a verdadeira história. A bebida teria nascido por puro acaso, durante o império chinês de Sheng Nong, que tem até o sobrenome controverso. Uns grafam-no com “o”, outros com “u” ou com “e”. Neng, Nong ou Nung, fiquemos apenas com Sheng, ou, como os súditos o chamavam, Curandeiro Divino, já que também atacava de cientista. Durante a gestão Sheng, a China foi castigada por epidemias que fizeram o nobre soberano decretar que toda água fosse fervida antes do consumo. E num momento de descanso, curtindo sombra e água fervida, sua majestade teria descoberto o chá. Algumas folhas caíram sobre o líquido, deixando-o com coloração castanha. Sheng experimentou a bebida e gostou. Era refrescante e quentinho ao mesmo tempo. Como rei é rei, a bebida virou moda e viralizou - pra usar um termo moderninho - por toda a China. As folhas na água de Sheng eram da Camellia sinensis, a árvore do chá, mas o uso do termo só viria na Dinastia Tang - de 618 a 607, quando se tornou a bebida oficial do país. Parece ter sido na mesma época, que o monge budista Lu Yu, entusiasta e estudioso da bebida, escreveu a primeira publicação do assunto, Ch’a Ching, onde aborda as formas de cultivo e também os diversos preparos. Da China ao Japão No século IX, monges japoneses visitaram a China e levaram sementes de chá para a Terra do Sol Nascente, de olho em sua importância para a meditação - e também no sabor, que monge não é de ferro. O chá fez sucesso e saltou ao status de arte e bebida sagrada, ganhando até cerimônia: o Cha-no-yu, influenciado pelo taoísmo e zen-budismo. Do Japão e da China para o restante do mundo, a bebida ainda contou muitas histórias. Mas para não tirar o “honolável” leitor da atmosfera dos monges, convidamos você a aguardar os próximos Almanaques. Até lá, fique bem, fique zen. O Cha-no-yu No Cha-no-yu, o chá é feito e servido do jeito mais charmoso, elegante e sofisticado, para que todos se desliguem do dia a dia. A coisa é levada a sério mesmo: o preparo perfeito requer anos de conhecimento, que incluem as variedades de chá, as vestimentas tradicionais e a iniciação em artes como caligrafia, arranjos de flores, incensos, cerâmica e regras de etiqueta. São mais de cem os procedimentos formais para o ritual. E até pra participar como convidado, é preciso conhecer gestos e frases específicas, além da maneira correta de se comportar. Alguém se habilita? 25 Café com viagem Texto: Emerson Castro clubecafe.net.br Que tal um cafezinho? Em tempos de cultura globalizada e avançadas tecnologias de comunicação, é razoável ter o desejo de viajar mundo afora de maneira rápida, segura e a baixo custo. Digamos, em cliques. Mas há muitas formas de começar essa turnê curiosa pela cultura dos países, dos mais conhecidos aos mais exóticos. Uma delas é escolher um ponto comum entre os povos e se deixar levar pelas agradáveis e surpreendentes diferenças de costumes e hábitos. Pra começar, que tal um cafezinho? 26 Veja só, em terras espanholas, arrisque descobrir o típico “café Bombón”, originário de Alicante (no Sul). É uma mistura de café expresso e leite condensado ou licor, servido em cálice transparente para ficar visível a combinação das camadas de café e leite. Já no vizinho Portugal, se a vontade for por um cafezinho expresso, peça em Lisboa por um café Bica (“beba isto com açúcar” como um cafeteria brasileira sugeria no início do século XX). Já no Porto, o costume é pedir por um “Cimbalino”, em referência à La Cimbali, marca de máquina de espresso. Mas se a proposta for algo mais forte, vá (ou melhor, clique) para a Irlanda e escolha um Irish Coffee. A mistura de uísque, café e creme surgiu do improviso de Joseph Sheridan na década de 1940. O frio intenso no aeroporto de Foynes (sudoeste da Irlanda) levou o chef a criar a bebida para aquecer os passageiros à espera dos voos. Bem, já foram três cafés nesta fugaz viagem virtual por alguns países europeus. Há muitos outros para as buscas que faremos nas próximas edições. Por aí Texto: D. Alejandro [email protected] Martín Fierro 35 anos de Sucesso servindo Cortes Argentinos da Melhor Qualidade. Martín Fierro é um poema de José Hernández, obra literária de grande popularidade na Argentina. Publicado em 1872, símbolo da argentinidade, além de um clássico é o expoente máximo da literatura daquele país. Muito parecida é a história deste Petáculo restaurante de carnes argentinas, comandado desde sua inauguração pela rigorosa e incansável Ana Maria Massochi - parecida no sentido de ser hoje, ao meu ver, o maior expoente da culinária argentina no Brasil. Está localizado na Vila Madalena, muito perto do buchicho, mas longe o suficiente para ser um lugar tranquilo e sossegado. Uma casa simples, aconchegante, aberta para rua e separada por bem cuidadas plantas, que dão um verdadeiro ar portenho. No piso superior encontramos a parilla e a completíssima adega climatizada. A turma do salão é fera, a mesma há muitos anos, e conhece cada detalhe do que tem a oferecer, sem frescura e com muita boa atenção. Aqui encontramos o melhor vacio (fraldinha) do Brasil e o melhor asado de tira, sempre no ponto certo e com a tipicidade do sabor destes cortes. Asado de tira é meu corte preferido e nesta casa é impossível errar: é sempre Petáculo! Não podemos deixar de experimentar, de entrada, a sensacional empanada, molleja, morcilla e a provoleta. Todas as carnes são acompanhadas por uma salada verde com um tempero muito feliz. De sobremesa, impossível deixar de lado o dulce de leche argentino ou o alfajor elaborado por eles mesmos, tanto o de maisena como o de chocolate são incríveis. Mas não é só assado que a culinária argentina e o Martín Fierro têm a oferecer. De vez em quando temos o locro, um cozido tradicional da região rural da Argentina, feito com canjica branca, feijão branco, carne de porco e carne de vaca - tem que ficar atento, pois quando a Ana decide fazer o locro, a procura é gigante. No dia a dia também tem os raviólis, nhoques e milanesa também presentes no dia a dia da culinária portenha, e que o restaurante não poderia deixar de oferecer, com a mesma tipicidade dos elaborados em “la capital federal”. O serviço é ótimo, galera absolutamente eclética, mas tem em comum amantes da boa carne. Carta de vinho muito boa. O lugar e o ambiente são de uma simplicidade linda. Vale muito a pena! Para quem quer comer bem e passar um momento agradável, ser bem atendido e sair feliz. Viva la Vida! Viva el buen comer! #Petaculo #VivalaVida Serviço: Restaurante Martín fierro. De segunda a domingo das 12 às 23h Rua Aspicuelta, 683, Vila Madalena - SP (011) 3814-6747 / www.martinfierro.com.br 27 Drinks Texto: Rick Anson O legado de P.J. Clarke’s Sempre me questionam a respeito dos bares da Big Apple e qual seria o principal arauto da cidade. Um alerta: esqueçam os lounges e night clubs que abrem e fecham sem deixar saudades. Refiro-me à história e poesia urbana nova-iorquina. Aos amigos, começo uma lista que vai do Harry`s at Hannover Square, no sul de Wall Street, ao The Harrison, da Greenwich Street; recomendo o The Campbell Apartment, no Grand Central Terminal, os bares de hotéis como o Oak, no The Plaza, o Rise, no 14º andar do Ritz-Carlton, o histórico King Cole Bar, do St Regis, berço do Red Snapper (uma versão do Bloody Mary) sem esquecer no Sir Harry`s, do luxuoso Walrdorf-Astoria. 40 28 Verdadeira alma de uma Nova Iorque nostálgica e autêntica, o bar está longe das badalações dos lounges modernos Cada qual com seu charme, pode se dizer que todos são frutos de um legado. Algo que remonta ao longínquo ano de 1884, quando o P.J. Clarke`s abriu suas portas numa esquina da 55 com a terceira avenida. Inaugurado como legítimo pub irlandês, o imigrante Patrick J. Clarke trabalhou nesta esquina de 1902 até comprá-la dez anos mais tarde, rebatizando-a com suas iniciais. De sua chapa, sempre saíram os melhores hambúrgueres da cidade, cuja versão com bacon e queijo foi apelidada por Nat King Cole de “Cadillac”. Não posso deixar de mencionar o “Apple Cobbler” – uma imperdível torta de maçã no ramequim fervendo, que traz um sorvete de canela em sua cobertura. E muito além, a coquetelaria clássica norteamericana: de Manhattans e suas variações a Martinis, Gibsons e Rob Roys. Destaque para o perfeito Bronx. A aura boêmia sempre trouxe notórios bebedores ao reduto. Sinatra cantava após algumas doses de Jack Daniel`s, enquanto o ator de “Um Homem Chamado Cavalo”, Richard Harris, entornava costumeiramente 5 shots de vodka enfileirados. E foi desse balcão que, através de Hollywood, fora imortalizada uma das mais famosas cenas de embriaguez e vício do cinema, o clássico “Farrapo humano”, de Billy Wilder, em 1945. No ano de 1948, os irmãos John e Daniel H. Lavezzo compraram o P.J. e seus descendentes foram proprietários até 2001, quando o local fechou por inúmeras dívidas com a cidade. Inconformados, clientes bem sucedidos da cidade injetaram capital e no ano de 2004 o bar reabriu, com o mesmo clima e visual. Detalhe: existem três bandeiras acima do balcão – uma da Irlanda, outra dos Estados Unidos e, pasmem – uma do Brasil. Sim! O motivo é que a única filial do clássico P.J. Clarke`s fora da terra do Tio Sam é na cidade de São Paulo. Comandado pela empresária Maria Rita P. Marracini, traz o mesmo e caprichado “Cadillac” da matriz, além de um bar interessante que nos remete a NYC. Existem ainda outras duas filiais na cidade de Nova Iorque: uma à beira do Hudson, no sul da ilha, e outra bem próxima ao Central Park, na Lincoln Square. Mas como diria um ilustre frequentador do P.J. original, “há milhares de bares em Nova Iorque, mas apenas um P.J. Clarke`s”. Brindemos ao original, depois de algumas visitas às filiais, seguindo para os distintos bares que formam seu rico legado numa próxima viagem... Cheers! Pequeno Guia dos Bares Clássicos de Nova York Harry`s At Hanover Square 1 Hanover Square (entre Pearl & Stone Streets) The Harrison King Cole Bar The St. Regis Hotel 2 East 55th Street 355, Greenwish Street Sir Harry`s P.J. Clarke`s (original) The Waldorf Astoria 301 Park Avenue 55th com Third Ave Harry`s Cipriani 781 Fifth Ave. (entre 59th e 60th) The Campbell Apartament Grand Central Terminal 15 Vanderbilt Avenue Oak Bar The Plaza hotel 768 Fifth Avenue Rise The Ritz-Carlton Hotel New York, Battery Park 2 West Street 41 29 Coisa Nossa Texto: Amanda Ivanov Tapioca, o pão dos trópicos Muito popular na culinária regional do norte e do nordeste do Brasil, a tapioca é uma comida de origem indígena, tendo como única matéria-prima a fécula da mandioca. Também conhecida como beiju, a iguaria vem conquistando apreciadores de diversos lugares do país, por sua versatilidade em pratos criativos, ou por ser uma ótima substituta do pão, já que não possui forte aroma e sabor, o que possibilita que seja servida com recheios doces ou salgados. Para se obter a tapioca, a mandioca é triturada até virar uma farinha bem fina. Em seguida, é misturada com água, peneirada e deixada em descanso, e após um período, se separa em duas partes, sendo a parte inferior a fécula da mandioca, que após esse processo, é colocada para secar, geralmente no sol, em produções artesanais. Comum na alimentação dos brasileiros desde as tradições indígenas, a tapioca foi até descrita nas cartas dos colonizadores portugueses Pero Vaz de Caminha e Padre José de Anchieta como o “pão dos Trópicos”. E por não conter glúten, virou uma ótima aliada das dietas. Chapa quente A massa de tapioca é feita ao ser peneirada em uma superfície quente, que moldada com uma colher, transforma-se em uma panquequinha, que na maioria das vezes é servida recheada. Também se destaca como ingrediente versátil na criação de alguns pratos como bolos, cremes, cuscuz, manjar, entre outras receitas saborosas. A palavra vem de origem tupi-guarani - tipi’óka - e a presença dessa iguaria é tão forte na cultura brasileira, que em 2006 a tapioca entrou na lista de Patrimônio Imaterial e Cultural de Olinda, no Estado de Pernambuco, que destaca os bens culturais que se manifestam dentro da cultura coletiva de determinadas regiões do país. 30 Comida é Arte Texto: Fábio Angelini Paisagens comestíveis Árvores feitas de brócolis, torres de cenoura, vilarejos moldados em queijo. Para o inglês Carl Warner, ser criativo à mesa é uma arte com significado próprio. Ele não é chef, é fotógrafo, e um dos maiores expoentes contemporâneos da chamada Eat Art. Sua série “Foodscapes” é uma impressionante sucessão de cenários montados com alimentos. Tudo começa nas quitandas do condado de Kent, onde o artista passa horas caçando os alimentos mais vistosos. Depois, produz maquetes em mesas de 1,2 por 2,4 metros, pois assim as fotos ganham profundidade. A produção é realizada em etapas – para evitar que nada murche antes dos cliques – e o resultado, invariavelmente, é uma fantástica foto de paisagem surrealista que desafia o olhar e a efemeridade da obra. Pode ser uma cena rural italiana com campos de macarrão e nuvens de muçarela. Uma caverna submarina feita de frutos do mar. Mas, apesar de tanto trabalho, Warner ainda não conseguiu avivar o interesse de seus quatro filhos por verduras e legumes. Sabor em Moda Texto: Fábio Angelini Números na Mesa Paletas mexicanas manauaras Texto: Fábio Angelini Morango com recheio de leite condensado ou cupuaçu com avelã? Desde abril de 2015, mais ou menos, os manauaras se derretem pelas paletas mexicanas. Se essa febre perdeu um pouco da temperatura em outras praças, na capital do Amazonas ela segue embalada pela criatividade, refrescância e por um peculiar toque regional. Com a procura em alta, até as tradicionais sorveterias viramse obrigadas a reimprimir seus cardápios com o item. Certamente que um bom doce gelado vai muito bem no clima sufocante das florestas, mas é igualmente verdade que o gostinho brasileiro pelo estrangeirismo ajuda no negócio. Curioso é que a única semelhança da nossa paleta com a genuína é o formato: o produto mexicano é feito de frutas e só, sem recheio ou combinações. É popular, barato e vendido em carrinhos de rua, especialmente a versão de flor de hibisco. Já em Manaus, pode-se encontrar desde a paleta de tapioca com coco até a paleta de caipirinha de limão. E a paleta de tequila também. No Brasil todo. Matemática à francesa A cozinha parece desempenhar um papel ainda mais importante e profundo para o francês do que se pensa, em relação à imagem que os estrangeiros fazem dela. Em pesquisa recente, nada menos do que 95% dos franceses concordaram que a gastronomia é um ingrediente da sua identidade cívica. Mais dados corroboram tal opinião. Tanto hoje quanto há 30 anos, o tempo diário consagrado ao preparo e à degustação das suas refeições é o mesmo: 96 minutos. Para 55%, ainda é hábito regular sentar-se em torno de uma mesa com a família ou os amigos para comer. E a quantidade de blogs dedicados à arte culinária que são publicados por franceses? Em torno de 4.000. Vale mencionar que o país ocupa a ponta na produção agrícola da União Europeia, com 68.000 empresas e uma receita anual aproximada de 70 bilhões de euros. Contra fatos não há argumentos. Apenas uma infinidade de pratos e sabores universais e inconfundíveis, seja para os nascidos em Orléans ou Orlândia. 31 Nesta coluna você encontrará fatos e curiosidades sobre a química e composição de alimentos, além de algumas de suas contribuições para o organismo, sempre de forma leve e gostosa, no espírito de enaltecer o viver bem, com prazer e alegria. “QUANDO A VIDA LHE OFERECER UM LIMÃO, FAÇA UMA LIMONADA” Dito popular Química dos Alimentos Limão A máxima da sabedoria popular refere-se ao sabor ácido, mas o sentido em que se emprega o ditado não faz justiça ao Citrus limon. O limão, ao contrário do que mostra a analogia de “azedou”, é muito mais do que isso. Pense num dia de verão onde a sensação térmica é próxima de um forno industrial. Uma refrescante limonada vai muito bem, não acha? E um picolé de limão também não é de se jogar fora... 32 Texto: Renato Soares O fruto do limoeiro é originário da Ásia e é um dos frutos mais conhecidos do planeta, com aproximadamente 100 variações. Em terras verde-amarelas temos intimidade com quatro delas: o galego, que é aquele da casca verde-clara; cravo, parecido com uma laranja; siciliano, que é maior e bem amarelado, bom para doces e licores, e o taiti, o mais verde dos quatro, menos ácido e mais suculento. A composição do limão? É das melhores! Para adoçar qualquer suspeita, vamos dizer que o limão é um bom companheiro e não é de hoje. Já no tempo das grandes navegações, os marinheiros sabiam que ele ajudava a prevenir e combater doenças como o escorbuto. E ainda servia pra dar uma boa temperada nas refeições dos lobos do mar. Agora, para esquecer de vez o azedume, lá vêm motivos pra ficar com água na boca: bolo de limão, pudim de limão, suflês, pavês, brigadeiros, tortas (incluindo as indispensáveis raspas de limão, que a deixam linda e apetitosa). Tudo isso sem falar na brasileiríssima caipirinha. A composição do limão? É das melhores! O limão tem “n” propriedades medicinais, contra infecções, febres, problemas de respiração, aterosclerose e muito mais. Confira no quadro. • Vitamina C: nada de escorbuto! Ela previne contra resfriados, ajuda a regular os níveis de colesterol e dos radicais livres, previne contra gripes e faz muito bem para a saúde de um modo geral. • Vitamina A: deixa a pele mais bonita e viçosa, contribui com a saúde dos olhos e aumenta a vida útil das células, entre outras benesses. • Vitamina B6 (Piridoxina): combate a anemia, faz bem pra pele e contribui com o sistema nervoso, inclusive suavizando os sintomas da TPM. Mulheres, tomem limonada! • Vitamina B12 (Cobalamina): protege o DNA, impedindo a quebra de cromossomos, contribui com as células vermelhas do sangue, ajuda na manutenção do sistema nervoso, aumenta a saúde muscular, previne contra a depressão e é excelente para os idosos. • Vitamina E (Tocoferol): antioxidante, previne o envelhecimento das células, ajuda no crescimento e desenvolvimento, e deixa a pele mais firme, auxiliando a produção de colágeno e melhorando a cicatrização. • Ácido cítrico: além de prevenir a pneumonia, ajuda a estabilizar o ph dos líquidos do corpo e contribui com a formação e manutenção dos ossos. Funciona como bactericida natural no estômago e intestinos. • Outros componentes: cálcio, excelente para os dentes e ossos; ferro, que metaboliza proteínas; fósforo, que é bom para a memória, e potássio, que combate o estresse. Com tudo que o limão oferece de bom, não pense duas vezes: se você não receber um limão da vida, corra à quitanda mais próxima e compre logo uma dúzia. E faça uma limonada, um doce, uma torta e, por que não, uma caipirinha. 33 anuncio-indique-amigo-2-Pags.pdf 1 19/11/15 09:02 Promoção indique um amigo. Traga um amigo para o nosso clube. Vocês dois ganham presentes! C M Y CM MY CY CMY Indique um amigo para a Sociedade da Mesa. K A cada amigo que se associar, você recebe um par de taças de cristal bordeaux e seu amigo também! Siga a Sociedade da Mesa nas redes sociais: Facebook sociedadedamesa Instagram @sociedadedamesa Blog do Dario tudoconformeeumesmo.com Revista Sociedade da Mesa revista.sociedadedamesa.com.br Como indicar: Envie um e-mail com nome, telefone ou e-mail do seu amigo para [email protected]. Nós entraremos em contato com ele. ou Acesse www.sociedadedamesa.com.br/indique ou Seu amigo pode se cadastrar diretamente: www.sociedadedamesa.com.br/amigo Basta que ele preencha o campo “Quem me indicou foi” com seu nome completo! Promoção válida até 29 de fevereiro de 2016 para amigos indicados que se associarem ao clube. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br Na cozinha tem história Texto: Fábio Angelini Garrafa Térmica Entre as infinitas crateras que decoram o solo lunar, há uma que fica nas coordenadas 2,7S de longitude e 165,5E de latitude. É a cratera de Dewar, com cerca de 50 km de diâmetro. Uma homenagem ao notório físico-químico escocês Sir James Dewar, que deu contribuições geniais nos campos da espectroscopia, criogenia e física atômica. Mas o cientista talvez seja mais conhecido por inventar em 1890 um depósito isolante, o Frasco de Dewar. A nossa querida e prática garrafa térmica. 36 O que Dewar pretendia era só armazenar e transportar gases líquidos sob baixas temperaturas. Acabou criando um método de isolamento a vácuo. O princípio de funcionamento da garrafa térmica é o mesmo desde então: uma ampola com paredes duplas de vidro bem fino (que é um mau condutor de calor) e o mínimo de ar entre elas (isso reduz a transferência térmica por condução ou convecção). As superfícies das paredes são espelhadas por fora e por dentro, para retardar a troca de temperatura por radiação. Por fim, um tampão com boa vedação – uma rolha oca feita de borracha ou plástico. Sabemos que após algumas horas, o líquido que era gelado vai esquentar e o que era quente vai esfriar, porque não existe vácuo absoluto entre as paredes, nem espelhos 100% refletores, nem isolantes perfeitos para o bocal. As temperaturas externa e interna acabam se igualando. Curioso é que Dewar sequer patenteou sua criação. Possivelmente por estar ocupado demais elaborando a fórmula química do benzeno, ou descobrindo como liquefazer e solidificar o hidrogênio. Quem agarrou mesmo a chance foi o alemão Reinhold Burger. Em 1903, este fabricante de vidros reduziu o tamanho do recipiente, deixou-o parecido com uma garrafa e o registrou. No ano seguinte, lançou a primeira garrafa térmica para uso doméstico: a Thermos. De início, o acessório foi adotado pela alta sociedade, que o levava a tiracolo nas caçadas, viagens, passeios terrestres e aéreos. Há relatos, inclusive, de que Santos Dumont carregava uma garrafa térmica com café, em seu primeiro vôo de balão. Mas para a frustração de Reinhold, o negócio não decolou como se esperava e ele vendeu os direitos da marca a uma empresa americana, uma inglesa e outra canadense. Seguiu-se assim a produção em larga escala e a popularização. Bebidas começaram a circular pra lá e pra cá, otimizando as rotinas doméstica e profissional. Sucos gelados e sopas quentes. Café, chá, água. Em piqueniques, salas de espera, escolas, canteiros de obras e escritórios. Para os gaúchos, argentinos e uruguaios foi a glória: enfim, agora eles poderiam carregar seu chimarrão quentinho embaixo do braço, onde e quando bem entendessem. Também as indústrias e os laboratórios entraram na onda do recipiente térmico, para proteger e transportar líquidos instáveis ou voláteis, como o oxigênio e o nitrogênio. Neste caso, o utensílio conta com dispositivos de segurança adicionais, para anular a influência da pressão e do calor externos. Sistema similar ao utilizado para proteger combustíveis de foguetes espaciais. Quem estava pouco familiarizado com as limitações do objeto foi o microbiologista belga Peter Piot. Em 1976, no vôo comercial entre o Congo e seu país, ele trouxe frascos de sangue com um vírus misterioso entre cubos de gelo, dentro de sua garrafa térmica azul. Ao abri-la, já no Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, percebeu que um dos frascos havia partido e o sangue estava misturado com a água do gelo derretido. Por sorte não houve maiores consequências: o vírus, que ainda não havia sido catalogado, era o Ebola. Realmente, todo cuidado é pouco com o interior da garrafa. Nos primeiros modelos, ele ainda era feito artesanalmente por sopradores de vidro. Nos anos 50 do século XX, veio a tampa de rosquear, e na década seguinte, a inovação do aço e plástico. A garrafa térmica de pressão embalou os anos 1970 e o inox deu um novo ar ao produto a partir dos anos 1980. Depois, ela ganhou copo e tampa acoplados, cordões para transporte em mochilas e bicos dosadores. Até que não havia muito mais o que inventar, e todos voltaram-se para o design. Hoje, além da profusão de tamanhos e modelos, encontramos vários tipos de visuais por fora das garrafas. Fotos e nomes personalizados, estampas, adesivos, frases, tirinhas de quadrinhos, personagens de desenhos e filmes, reproduções artísticas, tudo que é possível ser impresso. A Sigg, garrafa suíça feita de um bloco único de puro alumínio, passou de acessório de alpinistas a acessório de moda. Há versões dela integrando a coleção do MoMa de Nova York. O quesito portabilidade foi oportuno também, em uma ação inusitada de marketing feita por uma marca de macarrão instantâneo: centenas de bags com o produto foram lançadas de drones sobre dois parques de São Paulo, acompanhado de garrafa térmica com água quente. A praticidade apareceu ainda em “Batman: The Animated Series (1992)”, quando o super-herói saca de seu cinto de utilidades uma bat-garrafa térmica contendo um líquido não identificado, para enfrentar o Mr. Freeze. E quanto à versatilidade, sabia que é possível cozinhar feijão na garrafa térmica? Basta ferver duas xícaras de água, colocar na garrafa, adicionar uma de feijão, temperar a gosto e fechar. Estará pronto de um dia para o outro. É, ter uma garrafa térmica à mão pode ser uma ajuda e tanto em inúmeras situações. Cristina Kirchner que o diga. Na visita ao seu conterrâneo Papa Francisco, a presidente não teve dúvidas: acrescentou à lista de presentes uma garrafa térmica de plástico de 2010, edição comemorativa ao bicentenário da nação. O sempre simpático Sumo Pontífice decerto exibiu seu grande sorriso. 37 Seleção Obras-Primas. Vinhos únicos, com alto prestígio e reputação consagrada. www.sociedadedamesa.com.br/obrasprimas [email protected] 0800 774 0303 44 Joan Miró, Estrela da Manhã, 1940 É sensacional reconhecer uma obra-prima. Um vinho extraordinário, também. Objetos de desejo Nesta edição, as batedeiras KitchenAid, com estilo retrô, tecnologia moderna e, por que não dizer? - fofas. Batedeira KitchenAid Texto: Rafael Souza Móveis e utensílios diferenciados, gadgets interessantes, um vinho raro, ingredientes exóticos... Sim, existem objetos de desejo também na cozinha, dos mais simples aos mais sofisticados, capazes de fazer gastrônomos, chefs, simpatizantes e até curiosos da arte de cozinhar sonharem acordados. Aqui nesta coluna, nossos associados terão a oportunidade de conhecer alguns objetos assim. Bem-vindo à wishlist da Sociedade da Mesa. Parte da lista de desejos de dez entre dez donas de casa de bom gosto, as batedeiras da KitchenAid conseguem aliar visual, qualidade e tecnologia. São diversos modelos, com cores e por vezes até estampas diferenciadas. No quesito performance, os modelos Stand Mixer Artisan Empire, por exemplo, têm diferenciais como dez velocidades, tijelas maiores em inox, com 4,83 litros, ideais para receitas maiores; batedores para massa, pão e claras; protetor contra respingos, além de uma boa gama de opcionais - bem... não é só carro que tem opcionais -, como moedores, sorveteiras etc. Mas a grande estrela da batedeira é o chamado movimento planetário, com 59 pontos de contato na lateral da tijela, que oferece misturas mais rápidas e homogêneas. Tudo isso por um preço tão glamouroso quanto o nome. Serviço: Batedeira KitchenAid Diversos modelos Preço médio: R$ 2.100,00 39 # meumomentosociedadedamesa Compartilhe seu Momento Sociedade da Mesa conosco. Poste no instagram suas fotos que traduzam melhor este momento com a #meumomentosociedadedamesa e marque nosso perfil #sociedadedamesa. As fotos escolhidas por nossa equipe serão publicadas na nossa revista. Participe! Sociedade da Mesa c l u b e d e vin h o s 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br Momentos # meu momento Sociedade da Mesa Bons vinhos, bons pratos e boas companhias proporcionam momentos especiais, que chamamos de Momentos Sociedade da Mesa. Você, com certeza, tem muitos deles. Compartilhe conosco. Seu momento pode ser selecionado e aparecer nesta coluna. @casarmais @danielafotos @eirgang @karla.sol.5 @keilinhafonseca @marcusflavius @patytuca @ramonluizp @sandramarquesbarretto Sociedade da Mesa clube de vinhos Compartilhe seu Momento Sociedade da Mesa conosco. Poste no Instagram suas fotos que traduzam melhor este momento com a #meumomentosociedadedamesa e marque nosso perfil #sociedadedamesa. As fotos escolhidas por nossa equipe serão publicadas aqui na nossa revista. 41 20 16 Agenda Texto: Amanda Ivanov De 25 a 28 de fevereiro Essência do Vinho Porto Evento reúne milhares de vinhos fortificados em Portugal De 25 a 28 de fevereiro, o Palácio da Bolsa, localizado na cidade de Porto, em Portugal, recebe a 13ª edição do Essência do Vinho Porto, evento onde expositores de diversas regiões de Portugal e de outros países do mundo irão apresentar as safras em destaque dos vinhos fortificados e tradicionais, não só da região, mas também de outros continentes. Durante os quatro dias de evento, haverá mais de 3.000 rótulos de vinhos para serem degustados, além de palestras com especialistas e oportunidades para novos negócios. Outro destaque do Essência do Vinho Porto é o “TOP 10 Vinhos Portugueses” que reunirá uma seleção dos vinhos mais bem pontuados pela revista WINE – A Essência do Vinho. Os finalistas passarão pela avaliação do júri internacional, que provarão às cegas os vinhos mais bem avaliados do evento. Serviço: Essência do Vinho Porto Período: de 25 a 28 de fevereiro Local: Palácio da Bolsa - Porto (PT) Endereço: Rua Ferreira Borges, s/n Mais informações: www.essenciadovinhoporto.com/pt 42 19 a 21 de fevereiro Salon des Vins de Limoges Vinhos franceses de pequenos produtores são destaques do evento Oportunidade para garimpar e descobrir vinhos franceses de pequenos produtores, de 19 a 21 de fevereiro, acontece o Salão dos Vinhos de Limoges, na cidade francesa, com a participação de 170 vinícolas, que irão apresentar safras peculiares durante os três dias de evento. O encontro reúne rótulos de diversas regiões produtoras de vinhos, como das francesas Alsácia, Costas da Córsega, Vale do Loire, Borgonha e Savoy, destacando pequenas e grandes produções em um ambiente descontraído. O diferencial do encontro é que o público terá contato direto com os produtores de vinho, sendo uma boa oportunidade para saber mais sobre cada rótulo, interagir e trocar experiências. Dicas sobre degustação, conservação e harmonização de vinhos também serão expostas durante o evento. Além da imensa variedade de vinhos, a gastronomia também é atraente e o evento contará com degustações de queijos, chocolates e especiarias, entre outras guloseimas regionais. Serviço: Salão dos Vinhos de Limoges Data: de 19 a 21 de fevereiro Local: Foire de Limoges Endereço: Boulevard Robert Schuman, 87100 Limoges, França Mais informações: www.salon-vindefrance.com 20 de fevereiro Winter Wine Classic Grande degustação de vinhos clássicos no inverno californiano Realizado em Santa Barbara, considerada como uma das cidades mais bonitas da Califórnia, região responsável por 90% das produções dos vinhos americanos, o Winter Wine Classic acontece no dia 20 de fevereiro, no The Fess Parker Resort. O evento, tradicional pelas degustações, irá reunir os melhores produtores de vinhos da região e contará com degustações de cerca de 100 vinhos ilustres e harmonizações com pratos elaborados por renomados chefs da gastronomia local. A música ficará por conta do guitarrista Anthony Yabarra. O diferencial do Winter Wine Classic é o encontro entre grande parte de produtores de vinhos americanos e a experiência proporcionada pelo luxuoso resort, numa linda paisagem de inverno. Serviço: Winter Wine Classic Data: 20/02/2016 Local: The Fess Parker Resort Endereço: 633 E Cabrillo Blvd, Santa Barbara, CA 93103 Mais informações: www.californiawinefestival.com 43 R Leve. Pouco doce. Com muito sabor. Refrescos saudáveis feitos a partir do suco da fruta, sem conservantes, nem corantes artificiais, sem espessantes, e sem exageros. + 4 SABORES ZERO AÇUCAR /mrmanimportadora 58 /mrmanwine Compre Online: www.mrman.com.br s, saca-rolha Restaurantes Sociedade da Mesa é muito bem-vinda e não paga rolha Abaixo os restaurantes participantes do Programa Saca-Rolha. Aqui nesta coluna, publicamos bares e restaurantes onde você, associado da Sociedade da Mesa, poderá desfrutar de bons ambientes e boa gastronomia, com a liberdade de levar seu próprio vinho sem pagar a rolha! * São Paulo - capital ARGENTINA BÁRBARO CHE BÁRBARO ESTAÇÃO LEOPOLDINA CONTEMPORÂNEA 011 GASTRONOMIA CASUAL MIL CENA SBC TÊTE À TÊTE ESPANHOLA CAL`A DEL GRAU MARIPILI PAELLAS PEPE TORERO VALESE MUSEO VERONICA FRANCESA São Paulo São Paulo SBC Rua Dr. Sodré, 241A - Vila Olímpia Rua Harmonia, 277 - Vila Madalena Avenida Imperatriz Leopoldina, 420, SBC (11) 3845-7743 (11) 2691-7628 (11) 2564-7445 São Paulo São Paulo SBC São Paulo Rua Artur de Azevedo, 613 - Pinheiros Rua Hungria, 1.000 - Jardim Europa Rua Doutor Fláquer, 571 - Centro - SBC Rua Melo Alves, 216 - Jardins (11) 3459-4282 (11) 2579-1029 (11) 4123-2799 (11) 3796-0090 São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Rua Joaquim Távora, 1.266 - Vila Mariana (11) 5549-3210 Rua Alexandre Dumas, 1.152 - Chácara Sto Antônio (11) 5181-4422 Rua Bom Pastor, 1.660 - Ipiranga (11) 3798-7616 Rua Horácio Lafer, 638 - Itaim Bibi (11) 3168-7917 Rua Tuim, 370 - Moema (11) 5051-2654 FREDDYSão PauloRua Pedroso Alvarenga, 1.170 - Itaim Bibi LIMONNSão PauloRua Manuel Guedes, 545 - Jardim Europa (11) 3167-0977 (11) 2533-7710 45 ITALIANA ANTONIETTA BRÁZ TRATTORIA COSI GRAZIE A DIO! GENOVA LA GRASSA NICO BOTTEGA PARADISI SPADACCINO ZEFFIRO São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo São Paulo Rua Mato Grosso, 402 - Higienópolis Av. Magalhães de Castro, 12.000 – Sh.Cidade Jardim Rua Barão de Tatuí - Santa Cecília Rua Girassol, 67 - Vila Madalena Rua Lisboa, 346 - Pinheiros Av. Juriti, 32 - Moema Rua Costa Aguiar, 1.586 - Ipiranga Rua Pirapora, 218 - Paraíso Rua Manuel Guedes, 542 - Itaim Rua Frei Caneca, 669 - Consolação (11) 3214-0079 (11) 3198-9435 (11) 3826-5088 (11) 3031-6568 (11) 3064-3438 (11) 3053-9303 (11) 2068-3000 (11) 3052-1473 (11) 3032-8605 (11) 3259-0932 BACALHAU & VINHO VERDE SBC Rua Padre Lustosa, 388 - Centro (11) 4123-5651 São Paulo Rua Conselheiro Brotero, 903 - Santa Cecília (11) 3664-8313 São Paulo São Paulo Rua Rio Grande, 304 - Vila Mariana Rua Casa do Ator, 608 - Vila Olímpia (11) 4304-0300 (11) 3053-9300 PORTUGUESA URUGUAIA EL TRANVIA VARIADA SACRA ROLHA PRAÇA SÃO LOURENÇO São Paulo - interior / litoral BRASILEIRA BROTAS ZEN BISTRÔ CONTEMPORÂNEA CEDRO ESPAÇO W RONCO DO BUGIO LION ITALIANA PASTA DEL CAPITANO PORTUGUESA VILA DON PATO URUGUAIA EL TRANVIA EL TRANVIA 46 Brotas Rodovia Brotas-Patrimônio, Km 15 (14) 99121-8040 Sto. Ant. do Pinhal Ubatuba Piedade Santos Estrada do Pico Agudo, km 5 Av. Marginal, 2.244 - Praia Grande Estrada PDD, 128 - Bairro dos Pires Rua Dr. Tolentino Flgueiras, 16 - Gonzaga (12) 3666-1713 (12) 3835-1374 (11) 8259-7788 (13) 3284-1893 Ilhabela Av. Pedro Paula de Morais, 703 (12) 3896-5241 São Roque Estrada do Vinho, km 2,5 (11) 4711-3001 Campinas Sorocaba 3º piso do Shopping Iguatemi Ala Sul do Shopping Iguatemi Esplanada (19) 3294-1345 (15) 3243- 9221 saca-rolha outros estados BRASILEIRA CASA COUPÊ DIVINA GULA CONTEMPORÂNEA CATANZARO RISTORANTE DEL BARBIERE DIVINO MARGARIDA CAFÉ ORIGENS ESPANHOLA LA BONA PAELLA FRUTOS DO MAR REI DO CAMARÃO ROSSO RESTÔ ITALIANA ARTUSI RISTORANTE DEGLI ANGELI DOMENICO PANTUCCI TRATTORIA VILA RICA VARIADA FLORES PERUANA TAYPÁ DON RALF Paraty Maceió Praça Monsenhor Hélio Pires, 6, Centro Histórico, Paraty – RJ (24) 3371-6008. Av. Eng. Paulo Brandão Nogueira, 85 - Alagoas (82) 3235-1016 Curitiba Porto Alegre Nova Lima Paraty Curitiba Av. Sete de Setembro, 4.211 - Batel, Curitiba - PR Rua Jerônimo Coelho, 188 - Centro - RS Quinta Avenida, 144 - Loja 6 - Vale do Sol, MG Praça Macedo Soares, 1.829 - Centro Histórico - RJ Av. Sete de Setembro, 5290, Batel - Curitiba - PR (41) 3340-400 (51) 3019-4202 (31) 3541-4272 (24) 3371-2441 (41) 3351-2222 Goiânia Rua 30, 177 - Setor Marista (62) 3548-1271 Curitiba Florianópolis Rua Lívio Moreira 215 - São Lourenço - PR Rodovia Gilson da Costa Xavier, 201 - Centro - SC (41) 3252-9051 (48) 3206-7665 Florianópolis Belo Horizonte Porto Alegre Curitiba Belo Horizonte Rua Bocaiúva, 2090, Centro - Florianópolis, SC Rua Francisco Deslandes, 156 - Anchieta, MG Rua Pe. Chagas, 293 /20 - Moinhos de Vento - RS Rua Barão de Guaraúna, 553 - Juvevê - PR Av. Fleming, 900 - Pampulha - MG (48) 3037-2228 (31) 3281-7965 (51) 3389-2731 (41) 3205-3883 (31) 3646-9946 Belo Horizonte Rua Oriente, 609 - Serra - MG (31) 3227-6760 Brasília Goiânia QI 17, Comercial, Bloco G Fashion Park - Lago Sul - Brasília (61) 3248-0403 Alameda Couto Magalhães, 685 - Setor Pedro Ludovico (62) 3255-6185 * O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve até 2 garrafas de vinho para acompanhar sua refeição, sem a cobrança de rolha. 47 saca-rolha Novidades Seja muito bem-vindo e bom apetite. Abaixo os novos participantes do Programa Saca-Rolha. Carmela café e bistrô Toujours Bistrot Tipo de culinária: francesa Endereço: cls quadra 405 sul, bloco d, lojas 16-18 - asa sul - Brasília /DF Telefone: (61) 3242-7067 Horário de funcionamento: terça a quinta, das 12 às 15 h e de 19 às 23h30. Sexta e sábado, das 12 às 16h e de 19 às 24h. Domingo, das 12 às 16h. Capacidade: 92 lugares Site: www.toujoursbistrot.com.br Facebook: www.facebook.com/ toujoursbistrot Wi-fi: não Vallet: serviço de manobrista Tipo de culinária: contemporânea Endereço: Rua conselheiro Araújo, 90 loja 02. Centro - Curitiba / PR Telefone: 41-3779-3979 Horário de funcionamento: 2ª feira, das 11 às 18h. De terças a sextas, das 11 às 22h. Sábados e domingos, mediante reserva antecipada, para grupos de, no mínimo, 6 pessoas, com atendimento exclusivo e cardápio `a escolha. Capacidade: 62 lugares Site: www.carmelabistro.com.br Instagram: @carmela.bristroecafe Facebook: www.facebook.com/ carmelacafebistro Wi-fi: sim Vallet: convênio com estacionamento próximo Via Castelli Tipo de culinária: contemporânea Endereço: Rua Martinico Prado, 341 – Higienópolis - São Paulo / SP Horário de funcionamento: Domingo a quinta, das 11h30 `as 00h30. sextas, sábados e feriados, das 11h30 `a1h. Capacidade: 180 lugares Site: www.viacastelli.com.br Wi-fi: sim Vallet: sim Participe! Indique um restaurante ou faça seus comentários, enviando um e-mail para [email protected] * O nosso Programa Saca-Rolha possibilita que você, associado, leve até 2 garrafas de vinho para acompanhar sua refeição, sem a cobrança de rolha. 48 saca-só Receita do Saca-Rolha Abaixo receitas dos restaurantes participantes do Programa Saca-Rolha. Receita Nhoque de Tangerina com Ragu de pato 011 Gastronomia Ragu de Pato INGREDIENTES: 250g de sobrecoxa de pato 200g tomate pelado Para o mirepoix 250g de cebola branca 70g cenoura 70g de salsão 70g de alho poró 500ml de vinho tinto seco Modo de preparo para Marinada Modo de preparo Leve ao fogo a batata já cozida, misture a manteiga até derreter, e acrescente a redução de tangerina, misturando até ficar homogênea. Massa do Retire do fogo e reserve até esfriar. Envolva Nhoque de tangerina a massa em um plástico filme e leve à geladeira por 20 a 30 minutos. INGREDIENTES: Retire da geladeira, coloque em uma 200g de batata monalisa já bancada de trabalho, polvilhando a farinha cozida Redução de tangerina: 300ml de trigo para que a massa não grude. de suco de tangerina - reduzir Acrescente parmesão, noz-moscada e ajuste o sal. Assim, estará pronta até 45ml para enrolar os nhoques e cortá-los em 5g de manteiga retângulos de 2 a 3 centímetros. 20g de farinha de trigo Em uma frigideira, coloque uma colher de 20g de parmesão sopa de manteiga sem sal, deixe esquentar QB noz-moscada e comece a selar os nhoques. QB Sal Em um recipiente, coloque os legumes cortados em cubos, acrescente o pato e o vinho, e deixe marinando por pelo menos 12 horas. Preparo do Ragu Retire o pato da marinada e bata no liquidificador todo o caldo com os legumes. Em uma panela, doure a sobrecoxa de pato. Depois de dourada, coloque o caldo e cozinhe por 40 minutos a 1 hora, ou até ficar bem macio. Deixe esfriar, peneire o caldo e retire toda a carne dos ossos, podendo ser com as próprias mãos, em pedaços médios. Em uma outra panela, coloque os pedaços do pato, acrescente o caldo já peneirado e o tomate pelado. Cozinhe por mais alguns minutos, até que o molho incorpore todo o sabor, e ajuste o sal, se necessário. 49 Nosso poder de negociação vai muito além do vinho. Vai até em como você vai desfrutá-lo. acessórios Linha Conhecida mundialmente após lançar a inédita bomba a vácuo para vinhos, a marca Vacu Vin é presença obrigatória no mundo do vinho e gastronomia. VACU VIN Bomba a vácuo com 2 tampas. Preço para associado: R$ 52,00 SACA-ROLHA TWISTER PRETO BLISTER CORTADOR DE LACRE VACU VIN R$ 60,00 Preço para associado: R$ 39,00 Jogo de 2 tampas Preço para associado: Preço para associado: Linha Bolsas Bolsa “SEIS” Bolsa “TRÊS” R$ 84,00 R$ 120,00 De lona, modelo engradado, para até 6 garrafas. Preço para associado: 50 De lona, com detalhes em couro, para até 3 garrafas. Preço para associado: R$ 21,00 Ligue ou clique, e faça já suas compras! 0800 774 0303 ou www.sociedadedamesa.com.br Linha Cristal DECANTER BOHEMIA 1.500 ml Preço para associado: R$ 65,00 TAÇA DE ESPUMANTE TAÇA BORDEAUX TAÇA BORGONHA TAÇA DEGUSTAÇÃO TAÇA PORTO R$ 52,00 (o par) R$ 50,00 (o par) R$ 50,00 (o par) R$ 58,00 (o par) R$ 63,00 (o par) Par de taças de cristal 228 ml Preço para associado: Par de taças de cristal 660 ml Preço para associado: Par de taças de cristal 500 ml Preço para associado: BICO-DOSADOR BICO DOSADOR BICO DOSADOR Jogo de dois bicos dosadores Preço para associado: ABS/TPR p/ vinho Preço para associado: para espumante Preço para associado: R$ 30,00 R$ 19,00 R$ 51,00 Par de taças de cristal 255 ml Preço para associado: Par de taças de cristal 180 ml Preço para associado: JOGO 12 MARCADORES TAÇAS FESTA TERMÔMETRO DE ENCAIXE SILICONE R$ 37,00 R$ 55,00 Preço para associado: Preço para associado: Faça suas compras por telefone (0800 774 0303) ou site até o último dia do mês e receba juntamente com sua próxima caixa de vinhos. Solicite que o acessório seja enviado junto com a sua próxima seleção, para não pagar frete adicional. 51 Mais Gostou muito de uma seleção? Isso acontece! Conheça nosso estoque e faça já seus pedidos extras. nosso estoque Fazendo sua compra até o último dia do mês, você recebe juntamente com sua próxima caixa de vinhos. Pedidos sujeitos a confirmação no estoque. 52 Ligue ou clique, e faça já seu pedido extra! 0800 774 0303 ou www.sociedadedamesa.com.br seleção Mensal Uva: 100% Agiorgitiko Tetramythos Agiorgitiko Grécia Álcool: 13% 2013 R$ 49,90 seleção Mensal seleção Mensal seleção Mensal seleção Mensal seleção Mensal seleção Mensal seleção Mensal seleção Grandes Vinhos seleção Especial Tetramythos Retsina Grécia Uva: 100% Roditis Álcool: 12% R$ 49,90 Castelvero Le Stelle 2012 Itália Uva: 100% Barbera Álcool: 14,5% R$ 46,50 Shot in the dark 2013 Austrália Uvas: 70% Shiraz e 30% Durif (Petit Sirah) Álcool: 14% R$ 47,30 Caravan 2013 Durif Austrália Uva: 100% Durif Álcool: 14,5% R$ 49,30 Magnesia 2013 Kalecik Karasi Turquia Uva: 100% Kalecik Karasi Álcool: 14% R$ 55,60 Magnesia 2013 Okuzgozu Turquia Uva: 100% Okuzgozu Álcool: 13,5% R$ 56,80 Príncipe del Sole 2013 Itália Uvas: 50% Sangiovese e 50% Merlot Álcool: 13% R$ 57,90 Partal de Autor 2005 Espanha Uvas: 60% Monastrell, 20% Syrah, 10% Tempranillo, 7% Cabernet Sauvignon, 3% Merlot Álcool: 14,5% R$ 93,00 Nit del foc Brut Nature Espanha Uvas: 90% Macabeo e 10% Chardonnay Álcool: 13% R$ 56,00 Se você vai fazer um evento, festa ou jantar, e precisa de vinhos, consulte-nos. Consignamos o vinho para você. Assim, nem sobrará nem faltará. Sem contar que será um prazer ajudá-lo a escolher o vinho mais adequado para a ocasião. Pedido mínimo de 10 garrafas. Vinhos em consignação 53 Mensal Próxima Seleção seleção “Por que selecionei”. por Dario Taibo. Há muito quero trazer para os associados este Garnacha, que venho acompanhando há anos e nunca o fiz, porque seu custo não me permitia. Mesmo tendo conseguido uma boa negociação, ainda ficou um pouco caro, mas vocês me dirão se valeu a pena. O rosado que o acompanha é também único e fruto da esquisita sensibilidade da enóloga Amélia Coloma. Para que o rosado chegasse ao associado o mais fresco possível, comprei no pé, sem provar a safra. janeiro, FEVEREIRO, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro Coloma Rosado 2015 Pinot Noir | Vinho da Terra de Estremadura | Espanha Valor para associado: R$ 59,80 Valor aproximado de mercado: R$ 80,00 País: Espanha Região: Estremadura Indicação Geográfica: Vinho da Terra de Estremadura Uvas: 100% Pinot Noir Crianza: sem crianza Álcool: 12,5% vol. Produtor: Coloma Viñedos y Bodegas Coloma Selección 2014 Garnacha | Vinho da Terra de Estremadura | Espanha Valor para associado: R$ 73,80 Valor aproximado de mercado: R$ 140,00 A Bodegas Coloma é um exemplo do que uma bodega pode alcançar quando as ideias estão claras desde o início, quando o esforço e o critério são constantes e quando a única meta é elaborar vinhos de máxima qualidade. Em Estremadura, uma das regiões mais intensas na viticultura espanhola, ocasionalmente se encontram vinhos excepcionais como este que estamos apresentando neste mês. Desta extensa região, onde já faz quatro anos, descobrimos esta joia, com a qual demonstraremos que devemos prestar atenção em muito mais que somente na origem do vinho. Vinhos originais, com uma personalidade marcante, que partem de vinhedos excepcionais e da imaginação da enóloga Amelia Coloma. Os 55 hectares de vinhedos particulares que rodeiam a bodega são o ponto de partida, onde Amelia elabora País: Espanha Região: Estremadura Indicação Geográfica: Vinho da Terra de Estremadura Uvas: 100% Garnacha Tintorera Crianza: 5 meses em barril de carvalho francês Álcool: 14,5% vol. Produtor: Coloma Viñedos y Bodegas todos os seus vinhos com variedades autóctones como a Alarije, a Garnacha Tintorera, a Monastrell ou a Graciano, e varietais internacionais como Pinot Noir, Cabernet Sauvignon ou Syrah. Já fazia bastante tempo que não apresentávamos um vinho rosado, mas após catar esta maravilha, o Coloma Rosado 2015 Pinot Noir, foi inevitável fazer esta Seleção Mensal, acompanhada de outra delícia da mesma bodega: Coloma Selección 2014 Garnacha. Uma seleção mista que nos permitirá conhecer um pouco mais desta região tão pouco conhecida da Espanha, que faz fronteira com o leste de Portugal e que será um acerto ter em casa neste verão. Lembre-se de nos comunicar quaisquer alterações no envio do mês de fevereiro, tais como alteração de quantidades, pedidos adicionais ou suspensão até 31 de janeiro. Pedidos sujeitos à confirmação no estoque. 54 Obras Primas Próxima Seleção seleção “Por que selecionei”. por Dario Taibo. Este vinho selecionei por responder à perfeição os critérios da Seleção ObrasPrimas. É um Cru Bourgeois e AOC Pauillac, uma novidade entre as seleções. janeiro, FEVEREIRO, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro Château Plantey 2012 Cru Bourgeois País: França Região: Médoc - Bordeaux Indicação Geográfica: Pauillac AOC Uvas: 50% Merlot e 50 % Cabernet Sauvignon Crianza: 12 meses em barris e tonéis de carvalho francês Álcool: 13% vol. Produtor: Château Plantey Esta Seleção Obras-Primas leva-nos ao coração de Bordeaux, até Pauillac – o berço dos grandes vinhos. Pauillac deve ter algo especial, para que lá se encontrem nada menos que 18 Cru Classes, e 3 dos únicos 5 Premiers Crus da classificação de 1855, das míticas bodegas - Château Lafite Rothschild, Château Latour y Château Mouton Rothschild. A família Meffre é proprietária do Château desde 1958, quando o patriarca da família, Gabriel Meffre, adquiriu a bodega e os vinhedos renovando os mesmos e também as instalações. Na atualidade, Claude, seu filho, é quem administra a propriedade desde o ano 2000 e continua o trabalho que o seu pai iniciou, sempre em busca de que o vinhedo seja o protagonista de seus vinhos. Um único vinhedo é o ponto de partida para elaborar seus excepcionais vinhos, como este Château Plantey 2012 Cru Bourgeois que apresentemos este mês. Um bom exemplo do “savoir-faire” em Pauillac. Pauillac AOC | Médoc – Bordeaux França Densos, saborosos e profundos, os vinhos de Pauillac são, antes de mais nada, elegantes, com firmes - porém redondos - taninos e um bouquet muito delicado. E assim é nossa seleção ObrasPrimas Château Plantey 2012, um supervinho, um excelente coupage de Merlot e Cabernet Sauvignon, elegante, intenso e perfumado, simplesmente um dos grandes de Pauillac. Château Plantey é uma propriedade de 27 hectares situada no pequeno povoado de Artigues, sobre um platô de cascalhos profundos. Este tipo de solo é predominante na região de Pauillac e, junto com seu microclima, é a chave da viticultura e do sucesso de seus vinhos. Valor para associado: R$250,00 Valor aproximado de mercado: R$ 360 ,00 Lembre-se de nos comunicar quaisquer alterações no envio do mês de fevereiro, tais como alteração de quantidades, pedidos adicionais ou suspensão até 31 de janeiro. Pedidos sujeitos à confirmação no estoque. 55 Sociedade da Mesa clube de vinhos Não importa quem você seja. Sempre existe uma, ou muitas razões para você ser associado da Sociedade da Mesa, clube de vinhos. Se você é um enófilo já com sólido conhecimento de vinhos, com certeza procura experiências novas, que não se encontram no Brasil. Nós gostamos de trazer essas novidades. As últimas vieram da Bulgária, Romênia e Geórgia, entre outras. Se você é iniciante, encontrará em nossas seleções uma experiência variada de sabores e informações. Se você é econômico, logo perceberá que nossos preços estão entre 50% e 20% abaixo do mercado e que a relação qualidade-preço dos nossos vinhos é imbatível. Já se você é preguiçoso, entregamos sua caixa de vinhos na sua casa todo mês. Se você é indeciso e não consegue escolher entre tantos rótulos, nós fazemos isso por você: provamos mais de 2 mil rótulos por ano para selecionar os 22 que apresentamos em nossas seleções. Para os famintos por conhecimento, a revista da Sociedade da Mesa traz um conteúdo extenso sobre o mundo do vinho e da gastronomia como um todo. Para os livres, na Sociedade da Mesa não existe obrigatoriedade de compra, você pode suspender o envio de sua seleção sempre que desejar e você não paga para se associar ao clube. Se você é um amante da gastronomia, além da revista com conteúdo gastronômico, temos o Programa Saca-Rolha, lista de restaurantes onde os associados não pagam rolha. Para aqueles que estão sempre procurando benefícios exclusivos, temos viagens enogastronômicas, workshops de vinhos, loja de acessórios com preços especiais e descontos em parceiros, todos exclusivos para associados. Por fim, o mais importante: se você busca o prazer, nossa missão é proporcionar uma experiência única, prazerosa e de alta qualidade, todos os meses, para cada um dos nossos associados. 0800 774 0303 www.sociedadedamesa.com.br