CONDUTA EM ASC E AGC
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CONDUTA EM ASC E AGC
CONDUTA EM ASC E AGC HPV E COLO: ASPECTOS ATUAIS Claudia Teixeira da Costa Lodi CÉLULAS ESCAMOSAS ATÍPICAS ASC DEFINIÇÃO Alterações citológicas sugestivas de lesão intraepitelial que são qualitativa ou quantitativamente insuficientes para uma interpretação definitiva (Sherman et al., 2004) ASC Células escamosas atípicas ASC-US Células escamosas atípicas significado indeterminado possivelmente não neoplásica Bethesda 2001; Solomon 2002; INCA 2006 ASC-H Células escamosas atípicas não se pode excluir lesão de alto grau Fatores a considerar na avaliação da paciente com diagnóstico de ASC Achado citológico de ASC é o menos reproduzível de todas as categorias citológicas. Aceitáveis taxas menores de 5% do total de exames realizados (indicador de qualidade do laboratório) (Solomon et al., 1998; Souza et al., 2004) A prevalência de câncer invasivo é baixa em mulheres com ASC (0,1-0,2%) A prevalência de NIC 2/3 é maior nas mulheres com ASC-H do que em mulheres com ASC-US (Jones et al., 2000; Stoler & Shiffman, 2001; Gatscha et al., 2001) SIGNIFICADO CLÍNICO DO RESULTADO CITOLÓGICO DE ASC Idade da paciente Status imunológico Possibilidade de seguimento da paciente Gravidez Subclassificação em ASC-US ASC-H (Raab et al., 1999; Eltoum et al., 2007; Jordan et al., 2008) ASC-US 70% - ausência de lesão à colposcopia (Ferris et al., 1998) 20-40% - NIC associado 5-15% associação com lesão alto grau 0,1% associação com câncer (Souza et al., 2004) Comparação internacional de diretrizes propostas para abordagem inicial de ASC-US Repetição da citologia: Austrália (Australian Government/National Health and Medical Research Council 2005) Brasil (Ministério da Saúde/INCA 2006) Canadá (Health Canada 1998) Nova Zelândia < 30 anos(Ministry of Health/National Screening Unit 2008) Reino Unido (NHS Cancer Screening Programmes 2004) Teste de DNA-HPV oncogênico, repetição da citologia ou colposcopia imediata: Estados Unidos (Wright TC et al 2007) Europa (Jordan J et al 2008) Nova Zelândia > 30 anos Wright et al. Am J Obste t Gynecol 2007; 197 (4): 346-355. 2009 addendum disponível em http://www.guideline.gov/summary/summary.aspx?ss=15&doc_id=14698&nbr=&string (acessado em 12/Out/2009) Recomendações seguimento mulheres com ASC-US, acima de 20 anos. Teste HPV DNA tipos oncogênicos - VPN elevado S 95% E 67% (ausência de lesões precursoras ou câncer em mulheres com teste negativo) Citologia oncótica S 82% E 58% Colposcopia S 96% E 48% (Métodos aceitáveis / Nível de evidência – AI) ASC-US HPV DNA positivas COLPOSCOPIA (AII) HPV DNA negativas CITOLOGIA em 12 meses (BII) Com lesão Tratamento de acordo com o grau de lesão Sem lesão CITOLOGIA OU HPV DNA em 6 – 12 meses (BII) Amostra Endocervical sem lesão identificada (BII) colposcopia insatisfatória (AII) colposcopia satisfatória lesão identificada na ZT aceitável (CII) ASC-US CITOLOGIA EM 6 MESES DUAS CITOLOGIAS NORMAIS CONSECUTIVAS CITOLOGIA ALTERADA RETORNO SEGUIMENTO HABITUAL (AII) COLPOSCOPIA Biópsia se necessário (AII) ASC-US COLPOSCOPIA COM LESÃO Seguimento de acordo com o grau de lesão SEM LESÃO Nova citologia em 12 meses (BIII) INACEITÁVEL Uso de procedimentos de diagnósticos excisionais como CAF ou LEEP, na ausência de diagnóstico histológico de NIC 2/3 RISCO DE OVERTREATMENT Recomendações seguimento mulheres com ASC-US, adolescentes e jovens ASC-US Citologia oncótica Anual (BII) HSIL EM 12 MESES ASC-US OU LESÃO DE MAIOR GRAU EM 24 MESES COLPOSCOPIA (AII) BIÓPSIA SE NECESSÁRIO INACEITÁVEL Teste para HPV DNA (EII) Colposcopia RISCO DE OVERTREATMENT (Se o teste para HPV for realizado inadvertidamente o resultado não deve influenciar o seguimento devido a alta prevalência de infecção pelo HPV nestas mulheres) Conduta ASC-US (MS,2006) CONSIDERAÇÕES ASC e AGC associadas a processo inflamatório e/ou atrofia: corrigir as alterações – repetir a citologia em 4 semanas (Diretrizes do Comitê de PTGIC da SOGIMIG/ Cap. Mineiro da SBPTGIC; ASCCP, 2002; MS, 2002) Prevalência infecção pelo HPV é maior em mulheres ≤ 20 anos com ASC-US (Sherman et al., 2001; Boardman et al., 2005) Teste DNA-HPV - Adolescentes e mulheres jovens - Mulheres ≥ 30 anos grande numero de mulheres de baixo risco para câncer levadas à colposcopia mais eficiente (Sherman et al., 2002; Bruner et al., 2004; Eltoum et al.,2005) ASC-H 5-10% das citologias ASC VPP para lesão pré-invasiva neste grupo é significativamente maior em relação ao grupo de citologias ASC-US. Prevalência de HPV oncogênico (67-84%) Não se recomenda teste de HPV como triagem Mulheres na peri e pós menopausa poderiam se beneficiar do teste como triagem para a colposcopia (Sherman et al, 2006; Davey,2005) ASC-H Prevalência de NIC 2+: 17% Teste de DNA-HPV oncogênico: - Positividade: 50% - Desempenho para detecção NIC2+: S: 97% E: 59% Conclusão: “O teste de DNA-HPV oncogênico é uma opção muito útil para triagem de mulheres com resultados citológicos de ASC-H” ASC-H COLPOSCOPIA (AII) AUSÊNCIA DE NIC 2/3 Teste HPV 12 meses (CIII) HPV POSITIVO COLPOSCOPIA (BII) HPV NEGATIVO Citologia 6 e 12 meses (CIII) ASC-US OU LESÃO DE MAIOR GRAU AUSENCIA DE LESÃO ROTINA CITOLÓGICA ANUAL (AI) Conduta ASC-H (MS,2006) CÉLULAS GLANDULARES ATÍPICAS AGC DEFINIÇÃO Células endocervicais apresentam atipia nuclear que ultrapassa as alterações reativas ou reparadoras óbvias, mas que não apresentam características inequívocas de adenocarcinoma endocervical in situ ou invasivo. (The 2001 Bethesda System Terminology) AGC Pouco frequente (0,08 - 0,81%) (Campaner et al., 2007) Mais frequente acima de 35 anos (0,08 – 2,1%) (Cangiarella et al., 2003) Mulheres com AGC apresentam NIC 2/3 - 9-54% AIS - 8% Adenocarcinoma invasor – 1-9% (Mathers et al., 2002; Scheiden et al., 2004; Gurbuz et al., 2005; Irvin et al., 2005; Mood et al., 2006; Diaz Montes et al., 2006) AGC Amplo espectro de anormalidades à histologia Benignas Pólipos endocervicais Pólipos endometriais Metaplasia tubária Endometriose cervical Hiperplasia microglandular Alterações inflamatórias Malignas Lesões cervicais escamosas e glandulares prémalignas e malignas Hiperplasia endometrial Adenocarcinomas Neoplasias ovariana, tubária e intestinal Liu et al., 2002; Scheiden et al., 2004; Gurbuz et al., 2005; Soto-Wright et al., 2005; Mood et al., 2006; Schnatz et al., 2006 AGC COLPOSCOPIA COM AMOSTRA ENDOCERVICAL (AII) Wright et al. Am J Obste t Gynecol 2007; 197 (4): 346-355. Mulheres acima de 35 anos ou abaixo quando existe risco (anovulação crônica ou sangramento não diagnosticado), acrescentar avaliação endometrial (BII) Mulheres com células endometriais atípicas devem ser inicialmente avaliadas com amostras endometriais e posteriormente se não identificada lesão, colposcopia (AII) Uso teste para DNA HPV ou citologias seriadas não são aceitáveis para o seguimento de mulheres com AGC ou AIS (EII) AGC sem neoplasia endocervical ou endometrial à histologia HPV positiva Repetir a citologia e o teste DNA HPV em 6 meses HPV negativa (CII) Repetir a citologia e o teste DNA HPV em 12 meses Teste DNA HPV positivo ou Teste DNA HPV negativo citologia com ASC-US ou ou citologia normal no lesão de maior grau no seguimento (BII) seguimento ROTINA CITOLÓGICA COLPOSCOPIA Mulheres com AGC, que não se conhece o status da infecção pelo HPV, sem NIC ou neoplasia glandular à histologia citologia em 6 meses (após 4 exames normais) ROTINA CITOLÓGICA (CIII) Identificando NIC – Tratamento específico Realizar avaliação endocervical (BII) Atipias endocervicais ou AIS - Procedimentos diagnósticos excisionais (AII) (conização a frio) - Fornecer espécime intacto com margens interpretáveis (BII) Células endometriais benignas Pré menopausa assintomáticas Pós menopausa, sintomática ou não não avaliar avaliação endometrial (BII) Encaminhar para colposcopia Citologia - AGC favorece neoplasia ou suspeita de adenocarcinoma in situ com colposcopia negativa – conização com bisturi frio (evitar destruição das margens) Citologia - AGC sem especificação com colposcopia negativa – acompanhar por 2 anos a cada 6 meses (colher sempre amostra de canal) Curetagem de canal não fornece bom espécime (o uso da escova mostra menor incidência de falso-negativo) Conduta AGC (MS,2006) Coleta de canal deve ser realizada com escovinha (maior sensibilidade e especificidade comparada com curetagem de canal) Conização deve ser realizada a frio Conduta AGC (MS,2006) Mulheres > 40 anos assintomáticas < 40 anos com sangramento irregular investigação endometrial e anexial REDUÇÃO NAS TAXAS DE DIAGNÓSTICO DE ASC E AGC GINECOLOGISTA Fornecer informações clinicas relevantes Realizar coleta adequada, evitando colher na vigência de inflamação ou atrofia CITOPATOLOGISTA Aprimorar critérios diagnósticos Cautela nos casos limítrofes e compartilhamento de dúvidas (Silveira et al., 2007). OBRIGADA Igreja São Francisco de Assis Pampulha
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