SOAR OPD Gemini LNA - Laboratório Nacional de Astrofísica

Transcrição

SOAR OPD Gemini LNA - Laboratório Nacional de Astrofísica
AIA 2009 ................... 1
SOAR
N
a sexta-feira, dia 23 de janeiro, o
LNA deu início à sua programação
para o Ano Internacional da Astronomia
(AIA2009) com entrada franca.
Fila x Remoto .............. 2
OPD
Estatísticas ................. 6
CCDs do OPD .............. 7
O público em geral e autoridades foram
convidados a participar da abertura,
que teve lugar no Auditório Antônio Rodrigues d´Oliveira da Unifei – AARO, às
20h.
O Diretor do LNA, Albert Bruch, deu as
boas-vindas, seguido de apresentação
do vídeo oficial do AIA2009 em português.
Gemini
Balanço 2008 ........... 11
XVI Reunião ............. 12
Subaru/Gemini ......... 15
LNA
O evento teve cobertura dos dois jornais de Itajubá, O Sul de Minas e o Itajubá Notícias. O website local,
denominado Conexão Itajubá, transmitiu em sua agenda o convite público durante a semana. O Canal 20 de
televisão e a Master Cabo, parceiros
do LNA, gravaram entrevista prévia
com Albert e Mariângela, a qual foi ao
ar de quinta-feira a domingo.
As atividades fizeram parte da semana
de abertura do AIA2009 no Brasil. Para
maiores informações sobre o Ano e a
participação do LNA:
-www.astronomia2009.org.br
Em seguida houve a apresentação da
palestra intitulada “400 Anos de Tecnologia Astronômica”, ministrada pelo Bruno Castilho, Coordenador de Apoio
Científico do LNA. O evento encerrouse após Mariângela de Oliveira-Abans
destacar brevemente algumas atividades que o LNA vai oferecer em 2009.
-http://astroweb.iag.usp.br/~damineli/IYA2009
-http://www.100hoursofastronomy.org/
-http://www.windows.ucar.edu/citizen_science/starcount/
Mariângela de Oliveira-Abans é
pesquisadora e responsável pelas áreas
de Comunicação Social e
Divulgação da Astronomia do MCT/LNA
INCT ........................ 16
Frodospec ................ 18
Curtas ....................... 20
em dia
Introdução
Desde o início das operações de ciência do telescópio SOAR, em abril de
2005, até o primeiro semestre de 2007,
todas as observações no tempo brasileiro nesse telescópio foram realizadas pela equipe de astrônomos residentes em
La Serena, Chile. Este modo, denominado “fila” ou “de serviço”, foi considerado
o modo padrão já que permite aproveitar de forma mais eficiente as variações
nas condições de tempo durante uma
dada noite. Além do modo de serviço,
existe também outra forma de operação: a observação no modo clássico/remoto. Nesta, o astrônomo responsável
pelo programa desloca-se até o Chile,
ou ainda, pode fazer uso de salas de observação remota existentes no País para ele mesmo realizar a observação do
seu programa. Nesse caso, uma ou várias noites são concedidas para a proposta, e caso o astrônomo enfrente
condições adversas durante as observações, seu projeto não poderá ser realizado posteriormente.
Ambos modos apresentam vantagens e
desvantagens. O modo de serviço aproveita de forma mais eficiente as noites
de observação, mas demanda a presença continuada de uma equipe bem treinada de astrônomos residentes (ARs)
para realizar as observações. O trabalho dos ARs não se resume apenas à observação. É necessário um cuidadoso
planejamento das mesmas, o que geralmente envolve uma interação com o astrônomo dono do programa de
pesquisa, e ainda, distribuir os dados coletados. O modo remoto/clássico dispensa
a
presença
de
astrônomos
residentes (depois da primera noite de
observação do astrônomo visitante)
mas está sujeito às mudanças climáticas que podem inviabilizar a observação do projeto em um dado momento.
Desde o segundo semestre de 2007, a
Comissão de Programas do SOAR libe-
rou a solicitação de tempo no modo remoto/clássico e tem concedido tempo
regularmente para esse modo de acordo com a demanda durante os últimos
semestres. A procura por esse modo
de observação permanece baixa, mas
espera-se que ela venha aumentar com
o tempo, na medida em que o telescópio e sua instrumentação esteja completamente comissionada. É igualmente
uma alternativa que merece todo o
apoio por parte do LNA pelo fato de diminuir a carga laboral dos ARs no Chile.
O intuito deste artigo é comparar as
vantagens e desvantagens entre os
dois modos de operação e realizar uma
projeção sobre a distribuição otimizada
entre estes. Para esse fim, foi realizada
uma revisão dos semestres em que o
modo remoto/clássico foi utilizado, comparando as eficiências de execução
dos programas no modo clássico/remoto e de serviço nesses semestres. No final, sugerem-se recomendações que
podem ser adotadas para ajudar a melhorar o equilíbrio entre as duas formas
de operação. Mas antes, é importante
mencionar que, em virtude do baixo número de noites que tem sido alocadas
nos últimos três semestres no modo
clássico/remoto, os resultados podem
apresentar um viés significativo. Desse
modo, as sugestões apontadas ao longo do texto são baseadas em tendências, ao invés de dados estatisticamente
significantes.
Eficiência de operação dos modos
fila e clássico/remoto
A fim de quantificar a eficiência de cada
um dos modos de observação, foi realizado um levantamento das horas disponíveis desde 2007 até o semestre de
2008B, assim como das horas efetivamente observadas tanto no modo fila
como no remoto/clássico. A fonte de dados foi o relatório de fim de
em dia
noite que os astrônomos (residentes ou
visitantes) têm que preencher no final
de cada noite de observação e no qual
é registrado o tempo utilizado em cada
programa. É importante mencionar que
o tempo efetivamente observado foi contabilizado desde o momento em que o
telescópio começa a ser deslocado para um alvo de ciência ou estrela padrão, e não apenas o tempo gasto em
integrações com o obturador da câmera aberto.
As Figuras 1, 2 e 3 mostram a relação,
por semestre, do número de horas alocadas e utilizadas no modo remoto, fila
e total, respectivamente. No caso de observações remotas, nenhum programa
foi submetido para esse modo em
2008B, razão pela qual esse semestre
não é mostrado no histograma.
Contudo, é importante mencionar que
em 2008B, o programa SO2008B-003,
aprovado em modo fila, foi executado,
em parte, no modo clássico. Para
facilitar a análise dos dados, foi
assumido que esse programa foi
executado 100% no modo fila.Tanto no
modo fila como no modo clássico/remoto, a variável que mais contribuiu para
a perda de tempo foram as condições
atmosféricas adversas (chuva/neve e
vento e/ou nuvens). Porém, ainda com
tempo sempre favorável, uma pequena
fração da noite não é utilizada com observações (troca de instrumentos, configuração dos mesmos, troca de filtros
e/ou redes entre diferentes programas,
etc), o que impede atingir uma eficiência de 100%.
Fig 1. Eficiência do modo remoto. Para cada semestre, a altura total da barra
corresponde ao número de horas alocadas. A cor azul representa o tempo
efetivamente utilizado em observações.
Fig 2. Eficiência do modo fila. Para cada semestre, a altura total da barra corresponde ao número de horas
alocadas. A cor azul representa o tempo efetivamente utilizado em observações.
em dia
Fig 3. Eficiência do tempo total, isto é, soma do tempo em ambos os modos. Para cada
semestre, a altura total da barra corresponde ao número de horas alocadas. A cor azul
representa o tempo efetivamente utilizado em observações.
Análise dos dados
A figura 2 permite constatar que a eficiência do modo fila é bastante estável, situando-se em 77%, com uma flutuação
de apenas 6%. O modo clássico/remoto
(fig.1), por outro lado, apresenta variações mais drásticas, de 50% até 83%.
A eficiência média desse último modo,
se considerarmos os três semestres juntos, é de 66%, isto é, menor que a obtida no modo fila. A figura 3 apresenta os
valores totais. Pode-se ver que o efeito
do modo remoto é baixo. De fato, de
um total de 1.037 horas distribuídas para ciência desde 2007A até outubro de
2008, apenas 128 foram alocadas no
modo clássico/remoto, o que equivale a
12%. Esse valor é bastante inferior ao
limite sugerido de 30% para observações nesse modo oferecido pela Comissão Brasileira de Programas do SOAR
à Comunidade nos semestres de
2007B e 2008A. A partir de 2008B, a cota foi aumentada. Porém, a procura por
esse modo de observação tem
permanecido baixa. De fato, foi de zero
em 2008B.
maior peso para essa recomendação é
a mão-de-obra. Desde 2007A, o número de Astrônomos Residentes (ARs)
que tem permanecido simultaneamente
no telescópio SOAR é de apenas dois,
sendo que em algumas ocasiões, só
um tem sido o responsável pela execução da fila de observação por períodos
que vão de um a dois meses. Evidentemente, um astrônomo é insuficiente para atender a demanda, e dois estão no
limite da sua capacidade de trabalho.
Recomendações
Uma outra razão para estimular o uso
do modo clássico/remoto, e que guarda
relação com o já exposto, está no aumento do número de noites de ciência
disponíveis para cada parceiro do SOAR. Na medida em que os novos instrumentos sejam comissionados, maior
será a fração de tempo dedicado à ciência no telescópio. De fato, em 2009A, o
número de noites dedicadas a ciência
alocadas ao Brasil saltará dos atuais
32 para 42 noites. Na suposição de
que o número de astrônomos residentes permaneça o mesmo (dois), claramente eles serão insuficientes para
atender a demanda de observação e
as tarefas próprias do telescópio.
Como visto acima, os números tendem
a apontar para uma maior eficiência de
operação do modo fila em relação ao
modo clássico/remoto. Apesar disso, é
necessário estimular a Comunidade
usuária do SOAR a solicitar o segundo
modo em uma fração significativamente
maior que a atual. Uma das razões de
Considerando os números reportados
nos semestres em que foi utilizado o
modo fila e o clássico/remoto simultaneamente, sugere-se um valor de 24 noites de ciência por semestre no modo
fila. O número de noites que ultrapassarem essa cota seriam alocados no modo clássico/ remoto.
em dia
Assim, supondo que em 2009B sejam
oferecidas o mesmo número de noites
que em 2009A (43 noites), 56% do tempo deveria ser alocado no modo fila e
os 44% restantes no modo clássico/remoto.
É claro que as recomendações acima
dependem fortemente da demanda. Como tem sido constatado nos semestres
anteriores, existe um claro receio por
parte da Comunidade em solicitar tempo de observação no modo clássico/remoto, ao ponto que nem os 30% do
total de tempo disponível (~8 noites) oferecido nesse modo em 2007B e 2008A
foram preenchidos. Pode ser que a exigência de um projeto de respaldo (backup) caso a proposta principal requera
condições atmosféricas restritivas explique a baixa procura. Ou, de modo geral, a Comunidade é ciente do risco
inerente que o modo clássico/remoto
carrega no caso de enfrentar condições
climáticas adversas. Sejam estas, ou outras as razões, urge identificar mecanismos
que
permitam
manter
a
operabilidade, e inclusive, incrementar
a eficiência do SOAR afim de garantir o
uso adequado do investimento realizado pelo País nesse telescópio.
Como incentivar o uso de observações
no modo/clássico remoto dentro da Comunidade? Eis algumas sugestões:
-Estimular a ida de estudantes de pósgraduação envolvidos em projetos aprovados no SOAR a realizar as observações diretamente no sítio do telescópio.
Esta opção tem uma vantagem extra:
prepara futuros astrônomos residentes.
-Projetos que demandem um grande número de noites (>4) e não precisem de
condições muito restritivas devem ser
executados diretamente pelo astrônomo responsável pelo projeto, seja no modo remoto ou no modo clássico.
Atualmente existem projetos bastante
onerosos em tempo, bem classificados
(>4 noites), que acabam “trancando” a
fila de observação impedindo a execução de projetos menores e que requerem condições mais restritivas.
-Estabelecer um programa de treinamento para os pesquisadores e estudantes de instituições que possuem
salas de observação remota para que
se sintam estimulados a utilizar a infraestrutura instalada.
Conclusões
O presente artigo analisa a eficiência
dos modos fila e clássico/remoto através de dados coletados nos últimos
dois anos de operações no SOAR. Encontra-se que o primeiro tende a ser,
em média, 10% mais eficiente que o segundo, mas devido ao baixo número de
noites até hoje executadas no último
modo, o resultado pode não ser estatisticamente confiável. Sem dúvida, dados que incluam um período de tempo
maior são necessários para confirmar
esse resultado. Potenciais problemas,
principalmente devidos ao número reduzido de astrônomos residentes, são
apontados como entrave para melhorar
a eficiência de operação do telescópio
e incentivam o uso do modo clássico/remoto como alternativa. Supondo a presença simultânea de dois ARs em La
Serena, os dados sugerem que frações
de tempo de ciência de 56% e 44% para os modi fila e clássico/remoto, respectivamente, são recomendáveis para
não comprometer o nível de eficiência
geral de 75% mantido até hoje. Recomendações para estimular o pedido de
tempo de observação no modo clássico/remoto são comentadas. Sua implementação requer o compromisso
conjunto da CBP/SOAR, do LNA e da
Comunidade de usuários do telescópio.
Alberto Rodríguez Ardila é pesquisador
do MCT/LNA e Gerente Nacional do
Telescópio SOAR
em dia
I
nicia-se em março o semestre de
2009A no OPD. Durante este período,
nove programas observacionais de longo prazo estarão ativos tanto no telescópio de Perkin-Elmer (1,6-m) como do
Boller & Chivens (IAG 0,6-m).
Um total de 35 propostas observacionais foram apresentadas para este semestre de 2009A, sendo 26 para o
telescópio Perkin-Elmer, 8 para o teles-
cópio Boller & Chivens, e uma para o telescópio Zeiss (0,6-m). Para o
telescópio Perkin-Elmer, a relação de
noites pedidas e concedidas por instituição é mostrada na primeira figura, enquanto que a segunda figura mostra a
relação de noites pedidas e concedidas
por instituição para o telescópio Boller
& Chivens.
Max Faúndez-Abans é
pesquisador do LNA e
Presidente da Comissão de
Programas do OPD
Os trabalhos de implantação do novo sistema de Operação Remota encontramse bastante adiantados no que se refere a sua implantação no telescópio Perkin-Elmer. Os primeiros testes de
validação deste novo sistema (a prova
dos modelos de apontamento e movimentação dos componentes, como da
interface com o usuário), estão sendo
feitos a partir do mês de fevereiro de
2009.
em dia
U
m dos pontos mais delicados das
operações científicas do OPD neste momento é a pouca disponibilidade
de detectores CCD (Charged Coupled
Devices; dispositivos de carga acoplada). A fim de reverter a situação, o LNA
tem investido na aquisição destes equipamentos, buscando adquirir instrumentos com tecnologia de ponta que
aumentam apreciavelmente a competitividade do OPD no cenário internacional
entre os observatórios de mesmo porte.
Os novos CCDs deverão chegar ao Brasil a partir do primeiro semestre de
2009 e serão diponibilizados para a comunidade progressivamente.
Deste modo, o momento é oportuno para rever o histórico do programa de aquisição deste tipo de detectores no OPD;
apresentar à comunidade as perspectivas para um futuro próximo e oferecer
subsídios para a discussão das caracte-
rísticas de CCDs que melhor complementariam e atenderiam os astronômos
brasileiros, visando aquisições futuras.
A Tabela 1 resume o investimento feito
em detectores CCD ao longo do tempo
para o OPD. O primeiro deles (009) entrou em operação em 1988 e teve uma
vida útil de 12 anos. O investimento aumentou a partir de 1998, com a predominância da compra de CCDs do tipo
Back Illuminated. A insuficiência de novas aquisições depois de 2007, somada aos problemas apresentados por
vários CCDs, levou ao quadro atual de
baixa disponibilidade de equipamentos.
Ainda da observação da Tabela, é possível perceber que uma política de compras com um espaçamento de cerca de
dois anos parece ser suficiente para a
renovação tecnológica e a garantia de
reposição no caso de problemas com
os detectores em uso.
a Detector da UFRGS, devolvido em 1995.
INPE, atualmente com problemas de vácuo.
C IAG/USP.
d Detector tecnologicamente defasado, mas ainda em funcionamento.
FI – Front Illuminated; BI – Back Illuminated.
B
Tabela 1: CCDs adquiridos ao longo do
tempo para uso no Observatório do
Pico dos Dias.
em dia
Apresentamos a seguir as características dos CCDs atualmente disponíveis
para ciência; daqueles que aguardam
conserto e dos novos equipamentos recentemente adquiridos pelo LNA.
CCDs em operação para ciência
Neste momento, o OPD possui quatro
CCDs dedicados à ciência e cujas características estão resumidas na Figura 1
(eficiência quântica, tamanho do píxel,
extensão do chip, tipo: FI ou BI). Dois deles são de leitura rápida (frame transfer)
e pequeno campo. Adicionalmente, outros dois detectores estão disponíveis
para casos de substituição emergencial
(Figura 2). São eles o CCD 048 que,
apesar de defasado tecnologicamente
encontra-se operacional, e um CCD semi-profissional da SBIG de maior campo (STL-6303E). Excluímos desta lista
um CCD SBIG ST-8, que encontra-se
instalado e dedicado ao telescópio robotizado de 40 cm da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Alguns destes detectores tem apresentado problemas técnicos como perda
de vácuo (105) e na transferência de
imagens no modo de leitura rápida
(523). Assim, dependendo das circunstâncias de distribuição de tempo, é possível não existir equipamento de
substituição compatível com o programa científico no caso de mal funcionamento do CCD originalmente a ele
atribuído.
Figura 1: Eficiência quântica (EQ) dos CCDs atualmente em operação no OPD. No caso dos CCDs
frame transfer, as áreas indicadas são as efetivas.
Figura 2: CCDs disponíveis para substituição emergencial.
em dia
Detectores em manutenção ou
aguardando conserto
Três CCDs encontram-se fora de operação neste momento, sendo submetidos
ou aguardando serviços de manutenção. As características destes equipamentos são mostradas na Figura 3. O
CCD S800, originalmente adquirido em
2005 e pertencente a uma geração
mais atual, já encontra-se pronto e retornando ao Brasil. Além da melhor eficiência quântica, o S800 é resfriado por
efeito Peltier (termoelétrico) e circulação de água, garantindo maior estabilidade no controle do ruído térmico
frente à atual predominância de detectores criogênicos.
Figura 3: Eficiência quântica (EQ) dos detectores que atualmente aguardam ou passam por serviços de
manutenção. O CCD S800 deve ser disponibilizado novamente para a comunidade no primeiro semestre
de 2009. Ainda neste caso, como trata-se de um frame transfer, a área indicada é a efetiva.
As novas aquisições
Quatro detectores CCDs foram adquiridos e devem ser entregues para o LNA
ao longo de 2009. Dois destes instrumentos, idênticos entre si, são de uma
nova tecnologia, sendo chamados de
EMCCDs (Electron-Multiplying CCD) e
foram desenvolvidos originalmente pela
empresa Andor Technology. Eles têm a
capacidade de detectar cada fóton individualmente, graças a um sistema diferenciado de aplicação de ganho ao sinal
que não amplifica demasiadamente o
ruído eletrônico. Uma terceira câmera,
iKon-L, vem equipada com o mesmo
chip do já comentado S800, porém este
último reserva metade da sua área para a transferência de cargas, enquanto
que na iKon-L, a área efetiva é de 2048
x 2048 píxeis, sem leitura rápida (frame
transfer).
As características dos novos CCDs
podem ser vistas na Figura 4.
Claramente, trata-se de um conjunto
de detectores que, em termos de
eficiência quântica, tamanho do campo
e tempo de leitura de imagens, oferece
um
aumento
de
rendimento
significativo para as noites de
observação no OPD. O primeiro CCD a
chegar deverá ser o S1100, com 4k x
4k píxeis e o único criogênico deste
grupo; os restantes trabalham com
resfriamento
termoelétrico
e
por
circulação de água.
em dia
Figura 4: Eficiência quântica (EQ) dos detectores recém-adquiridos pelo LNA e com previsão de
entrega ao longo de 2009. Duas câmeras iXon EM idênticas foram compradas. No caso destes
CCDs frame transfer, a área indicada é a efetiva.
Comentários finais
O LNA começa a consolidar a aquisição
de mais dois detectores, um com 2048
x 2048 píxeis e o segundo de 4096 x
4096 ou 4096 x 2048 píxeis. Deste modo, todas as configurações instrumentais possíveis contarão com detectores
de reposição compatíveis e a distribuição de tempo poderá ser feita com maior flexibilidade.
Os telescópios de 1.6 m e 60 cm B&C
do OPD passam neste momento por
um processo de automação, que resultará na possibilidade de operação remota
de seus instrumentos. A aquisição de
imagens propriamente dita ainda encontra-se desmembrada deste processo,
principalmente por conta do sistema obsoleto de controle dos CCDs atuais (placa controladora ISA em sistema
operacional DOS, em contraste com a
Tânia Dominici é bolsista Pós-doc CNPq no
LNA e Rodrigo Prates Campos é
Analista em Ciência e Tecnologia e
Coordenador do OPD
conexão USB e operação por Windows
ou LINUX das novas câmeras). Nos
próximos meses o trabalho será voltado ao desenvolvimento de um sistema
de aquisição mais versátil, através do
qual serão integrados ao sistema os novos CCDs (permitindo ainda a continuidade de operação dos atuais) e
compatibilizando-se com a automação
dos procedimentos de controle, já em
estado avançado de desenvolvimento.
Referências
-Andor Technology – http://www.andor.com
-e2v – http://www.e2v.com
-SBIG – http://www.sbig.com
-Spectral Instruments – http://www.specinst.com
em dia
A
comunidade brasileira publicou 11
artigos em revistas referenciadas
(4 no MNRAS, 3 no A&A, 2 no AJ, 1 na
Icarus e 1 no ApJL) em 2008, baseados
em dados obtidos com programas Gemini (http://www.lna.br/lna/public/gemini/public.html).
Dentre esses trabalhos, os citados
abaixo receberam destaque pelo Gemini em sua página web principal, como
“WebSplash”. Considerando que em
2008 o Gemini publicou 26 destaques,
nossas contribuições representaram cerca de 15%.
- More Evidence of Gas Inflows Into an Active Galaxy’s Nucleus (http://www.gemini.edu/index.php?q=node/276) (20/02/2008) Uma equipe de astrônomos, liderada pelo então doutorando Rogemar A. Riffel
(UFRGS), detectou fluxos de gás na direção do núcleo da Seyfert NGC 4051, utilizando o NIFS, alimentado por Altair
(sistema de óptica adaptativa do Gemini Norte).
- Two Very Young Massive Stars Unshrouded
with LGS AO (http://www.gemini.edu/index.php?q=node/286) (14/04/2008) Uma equipe internacional liderada por
Cássio L. Barbosa (UNIVAP) utilizou o
Altair com “Laser Guide Star” (LGS) do
Gemini Norte para investigar em profundidade o núcleo da região de formação
estelar W51.
- Young Asteroid Families Newly Classified by
GMOS
(http://www.gemini.edu/node/11082) (15/08/2008) - Um tipo relativamente incomum de asteróides no
cinturão principal foi revelado pela primeira vez através de espectroscopia
óptica com o GMOS-N, pela equipe liderada por Thais Mothé-Diniz (OV/UFRJ
e ON/MCT) e David Nesvorný
(Southwest Research Institute, Boulder).
- Most Distant Symbiotic Star Pair Discovered
(http://www.gemini.edu/node/11189)
(04/12/2008) - Uma equipe internacional liderada por Denise R. Gonçalves
(OV/UFRJ) utilizou o GMOS, no Gemini
Norte, para descobrir a mais distante
estrela simbiótica conhecida.
Além desses destaques, Cássio Barbosa (UNIVAP) foi autor, com Robert
Blum (Gemini Science Center, National
Optical Astronomy Observatory, e cientista do NIFS), do artigo “A New Era for
Massive Young Stars, with Gemini Laser Guide Star Adaptive Optics”, publicado na edição de dezembro de 2008
do Gemini Focus, a Newsletter do Observatório Gemini (http://www.gemini.edu/files/pio/newsletters/37-200812.p
df).
A figura abaixo apresenta um balanço
da utilização do Observatório Gemini
pela comunidade brasileira, através do
total de horas dos dois telescópios por
semestre, 2008A e 2008B (da esquerda para a direita): disponível para a comunidade
brasileira,
pedido
em
propostas observacionais, recomendado pela Comissão Nacional de Programas (NTAC), concedido pela Comissão
Internacional de Programas (ITAC), e
executado.
Marília J. Sartori é Gerente do
Escritório Brasileiro do Gemini.
Balanço das
propostas e
programas
executados nos
semestres
2008A e 2008B.
em dia
O
Grupo de Trabalho das Operações Científicas (“Operations Working Group”) do Observatório Gemini
reúne-se a cada seis meses para discutir diversos tópicos relacionados às operações científicas. Desse grupo fazem
parte os representantes dos escritórios
nacionais (“National Gemini Office” NGO) dos países membros do consórcio e os diretores de operações científicas do Gemini. A XVI reunião foi
realizada em La Serena, Chile, nos dias
27 e 28 de janeiro deste ano, na sede
do Gemini Sul.
Semestre 2008B
Relativos às operações do semestre passado, foram apresentados e discutidos
os seguintes assuntos: número de noites usadas em ciência; estatísticas de
completude dos programas; contabilidade do tempo observado; desequilíbrio
de tempo entre os parceiros do consórcio.
Status de execução dos programas
(conforme 12/01/2009)
Marília J. Sartori é Gerente do
Escritório Brasileiro do Gemini.
Gemini Norte
Utilização efetiva do tempo: 60% ciência, 3,5% engenharia+comissionamentos, 5,5% falhas, 21% clima, 10%
paralização.
– Programas em fila: 93 de 2008B com
algum dado (40 GMOS-N, 32 NIRI & NIRI+Altair, 1 Michelle, 10 NIFS+Altair, 10
compostos). Dos programas NIRI+Altair
e NIFS+Altair, 11 são programas LGS
(“Laser Guide Star”).
– Programas clássicos: 3 NIRI, NIRI+Altair (incluindo intercâmbio com Subaru),
1 GMOS-N (intercâmbio c/ Subaru), 4 Mi-
chelle (intercâmbio c/ Keck, incluindo 2
programas 2007B reagendados).
– Programa em “rollover” para
2009A:15 h (2008A) + 5 h (2008B).
– Programas “poor weather”: 11 h executadas em fila (tempo não creditado
aos parceiros). Um programa Banda 3
(57 h) usou condições de tempo ruim.
– Programas de intercâmbio: 1 HIRES/Keck, 1 SuprimeCam/Subaru, 4
MOIRCS/Subaru: 65h creditadas.
Dos programas brasileiros no GN foram
completados todos os das BandaS 1 e
2 (um de cada banda), mas nenhum
dos 3 classificados em Banda 3,
resultando em 11,81 horas observadas.
– Como 21 horas estavam previstas
para o Brasil, observamos cerca de
56%
do
disponível,
o
que
correspondente a 1,3% do total
observado por todos os parceiros. Essa
fração está aproximadamente em
acordo com o acerto de tempo devido
ao desequilíbrio gerado em semestres
anteriores (ver parágrafo no final desta
subseção).
Gemini Sul
Utilização efetiva do tempo: 73% ciência, 5% engenharia+comissionamentos,
4% falhas, 16% clima, 2% paralização.
– Programas em fila: 69 de 2008B com
algum dado (57 GMOS, 7 Phoenix, 5 TReCS).
– Programas clássicos: 6, sendo 2 com
cada instrumento (GMOS-S/Phoenix/TReCS) e 3 de intercâmbio.
– Programas em “rollover” para 2009A:
60 h (2008A) + 7 h (2008B).
– Relativamente pouco tempo de “poor
weather”: 38 h executadas em fila de 5
programas.
em dia
– Programas DDT (“Director's Discretionary Time) 6, incluindo um programa NICI.
Dos programas brasileiros no GS foram
completados um programa de Banda 1
e um de Banda 3 (não havia nenhum
em Banda 2), resultando em 9,81 horas
observadas.
– Como estavam previstas 14 horas, observamos cerca de 70% do previsto inicialmente.
Nosso desequilíbrio em tempo relativo
à média geral observada está diminuindo lentamente, graças ao método de correção que tem sido aplicado desde
2007A. Atualmente está em 42,89 horas em haver, sendo que estava em
57,71 horas em 2008A e 70,71 horas
em 2007B. Lembramos que a correção
aplicada ao tempo disponível para o Brasil é 60% do valor resultante da subtração da correção aplicada no semestre
anterior ao desequilíbrio agregado.
Destaques Operacionais
Gemini Norte
- Michelle utilizado para a ciência durante 6 semanas no semestre. Os problemas
de
qualidade
da
imagem
relacionados com o “chopping” foram resolvidos – ver informação na web
(http://www.gemini.edu/sciops/instruments/michelle/status-and-availability/current-michelle-psf-structure).
Houve grandes perdas devido ao clima
durante o período Michelle (dados extraídos para 6 programas de 2007B, 2008A
e 2008B).
- A utilização do GMOS-N diminuiu, enquanto do NIRI aumentou – é a primeira vez que o NIRI possui uma utilização
maior do que o GMOS-N, desde que o
GMOS-N entrou em operação em
2001B.
- Tempo de LGS em fila: ~ 95 horas im-
putadas aos programas LGS, redução
de ~30% em relação a 2008A
- 12 noites neve/tempestade de gelo no
final de 2008.
- Espelhos 2 e 3 instalados e testados
em outubro e mantidos no telescópio.
Gemini Sul
- Excelente semestre de forma global –
poucas perdas devido ao clima e alguns períodos extensos de “seeing”
bom.
- Começou a campanha do NICI – programa de “Science Verification” (SV)
curto concluído em novembro, e 5/6 noites executadas em dezembro e janeiro.
A equipe da campanha participou em
todas as missões, colaborando ativamente nas estratégias de observação.
O instrumento teve um desempenho
muito bom e as condições meteorológicas foram favoráveis.
- Novamente houve uma demanda muito alta por programas de tempo escuro
com MOS (“Multi-Object Spectroscopy”), o que parece ser uma tendência. Foram feitas mais de 100
máscaras, incluindo alguns de programas em “rollover”. A coordenação de fila (“queue coordinator” – QC) atuou
ativamente, propondo muitas mudanças de máscaras, o que resultou em
bom índice de completude (todos os
programas foram concluídos, exceto de
um programa em “rollover” de
2007B+8A).
- Muito pouco tempo de T-ReCS foi executado, devido à combinação de programas de prioridade mais baixa (42h em
Banda 2 e 128h em Banda 3) e às dificuldades técnicas com resfriamento.
- A campanha do NICI foi eficaz para o
preenchimento do tempo brilhante (graças ao bom “seeing”), mas o tempo brilhante com as condições atmosféricas
piores foi sub-preenchido.
Gemini Norte – Tempo total em horas, por instrumento e por classe de cobrança do tempo (parceiros, intercâmbio, tempo
garantido, "Science Verification" e "Director's Discretionary Time") do semestre 2008B.
em dia
Gemini Sul– Tempo total em horas, por instrumento e por classe de cobrança do tempo (parceiros,
intercâmbio, "Science Verification" e "Director's Discretionary Time") do semestre 2008B.
Semestre 2009A
Sobre o semestre que se iniciou em 01
de fevereiro, foram discutidos a revisão
das fases I e II do processo de submissão de propostas e a programação dos
telescópios.
Notas sobre a Fila & Fase II
Gemini Norte
- Indisponibilidade da rede B600: parte
de um programa GN foi movida para o
GS. Os NGOs foram contatados com informações sobre como ajudar os PIs.
- Como em semestres anteriores, o tempo com LGS está programado em blocos. As datas-alvo para a apresentação
de listas estão listados na web
(http://www.gemini.edu/metrics/gn2009Aoverview.html) - apenas
observações classificadas como “Ready” serão incluídos nas listas.
Gemini Sul
- A fila está preenchida com programas
GMOS em cerca de 70% do tempo.
- Só um programa NICI na fila (Canadá,
Banda 3), mas espera-se que hajam propostas DDT.
Marília J. Sartori é Gerente do
Escritório Brasileiro do Gemini
- Mais T-ReCS neste semestre – 3 em
Banda 1 (29h), 2 em Banda 2 (15h), 6
em Banda 3, mais os em “rollover”. Está se analisando a possibilidade de prorrogar alguns programas de 2008B, que
não são “rollover”, para compensar a indisponibilidade do instrumento.
- Muitos programas associados a teses
de doutorado foram identificados.
Semestre 2009B
Sobre o próximo semestre, foram discutidos os detalhes da chamada para propostas:
disponibilidade
de
instrumentos; intercâmbios de tempo;
comissionamento e “Science Verification” de novos instrumentos; atualizações dos programas PIT e OT, usados
no processo de submissão de propostas e programas aprovados; distribuição de tempo entre ciência e
engenharia e entre os parceiros; trocas
de tempo. A chamada para propostas
para 2009B deverá ser anunciada em
27 de fevereiro próximo, sendo dia 31
de março a data limite para a submissão de propostas.
em dia
O
s Observatórios Subaru e Gemini
tem a satisfação de anunciar uma
conferência científica que visa fornecer
a oportunidade para membros de cada
comunidade de se encontrarem para
apresentar as pesquisas conduzidas
nos dois observatórios e para explorar
possíveis colaborações.
Será realizada na Kyoto University, em
Kyoto, Japão, de 18 a 21 de maio de
2009.
Também será realizada uma Reunião
de Usuários do Gemini em 22 de maio,
no mesmo local.
Os dois principais objetivos da conferência são promover um entendimento mútuo entre as comunidades e destacar a
natureza internacional da astronomia
moderna.
Tem ainda como objetivos:
-Conhecer melhor os instrumentos do
Subaru e do Gemini e os programas científicos
-Promover colaborações científicas
·Definir áreas chave de nichos científicos para ambos os observatórios
A conferência cobrirá uma ampla gama
de tópicos científicos, incluindo:
-Cosmologia, Estrutura em Larga Escala e Formação de Galáxias
-Buracos Negros, AGN e Galáxias Ativas
-Estrelas e Objetos Compactos
-Sistema Solar e Exoplanetas
-Formação Estelar e Meio Interestelar
Além disso, serão apresentadas palestras introdutórias sobre os Observatórios Subaru e Gemini e serão discutidas
as perspectivas futuras de ambos os
observatórios.
O Comitê Organizador Científico (SOC)
é liderado por dois co-presidentes: Masashi Chiba (Tohoku University) e Timothy C. Beers (Michigan State
University). O Comitê Organizador Local (LOC) é coordenado por Kouji Ohta
(Kyoto University).
Datas Importantes:
28 de fevereiro de 2009: Data limite para submissão de resumo
20 de março de 2009: Anúncio do resultado da seleção de apresentação oral
31 de março de 2009: Data limite para
inscrição
24 de abril de 2009: Data limite para
inscrição
24 de abril de 2009: Data limite para reserva de hotel pela JTB Corp.
Veja a página web da conferência,
http://www.kusastro.kyoto-u.ac.jp/kyoto2009/index.html , para mais informações e instruções para a inscrição.
Marília J. Sartori é Gerente do
Escritório Brasileiro do Gemini
em dia
O
programa dos Institutos Nacionais
de Ciência e Tecnologia foi criado
no ano passado pelo governo brasileiro
para estabelecer e consolidar redes de
grupos de pesquisa e de laboratórios
de padrão internacional, dedicados à
pesquisa de longo prazo em um tema específico. Uma parte significativa da comunidade astronômica brasileira se
reuniu para participar desse programa.
A proposta submetida foi aprovada e levou a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Astrofísica –
INCT-A
(http://www.cnpq.br/programas/inct/_apresentacao/index.html),
anunciado pelo Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia e o Presidente do
CNPq em cerimônia no CNPq em 27 de
novembro de 2008.
O INCT-A tem como objetivo o planejamento e o desenvolvimento de ações visando o futuro da astronomia brasileira.
Sua missão é inserir a astronomia brasileira no futuro da astronomia mundial.
Os diversos grupos participantes provêm de diversas instituições e atuam
em subáreas distintas. Entretanto, eles
têm um denominador comum: todos
eles precisam da mesma infra-estrutura
para pesquisa e, acima de tudo, das
mesmas estratégias coletivas.
Colaboram no INCT-A 144 pesquisadores de 23 instituições distribuídas entre
oito Estados da Federação e o Distrito
Federal. Pesquisadores do LNA figuram
de forma proeminente entre os membros do INCT-A, sendo que nenhuma
instituição além do IAG/USP está representada em maior número. Mas não é
só isso: O LNA é o único Laboratório Associado ao INCT-A.
O que significa isso? O termo “Laboratório Associado” é utilizado no Edital sobre os Institutos Nacionais, porém, seu
significado não foi especificado. Portanto, o termo fica aberto a interpretações.
Na leitura do LNA a diferença entre grupos de pesquisa associados a um INCT
e um Laboratório Associado consiste
principalmente no compromisso institucional com o Instituto Nacional. Os
membros dos grupos de pesquisa participam do INCT como cientistas individuais, mas não como representantes de
uma instituição. A participação é responsabilidade de cada um deles, mas
não do instituto ao qual eles pertencem. Isso é diferente no que se refere a
um Laboratório Associado. No caso do
LNA, participam do INCT-A vários pesquisadores que tem a sua responsabilidade individual. Entretanto, além disso,
o LNA, como Laboratório Associado,
participa institucionalmente ao INCT-A.
Não são apenas nossos pesquisadores
que colaboram, mas o LNA como um todo tem um compromisso com o Instituto Nacional.
Qual é o motivo do LNA participar do
INCT-A como Laboratório Associado?
Muitas das finalidades do INCT-A, senão todas, são idênticas às finalidades
do LNA ou pelo menos tem uma grande afinidade. Promover, conjuntamente
com outros segmentos da comunidade
o planejamento para o futuro da astronomia brasileira e inserir a mesma no
futuro da astronomia mundial é política
institucional do LNA. Somos convictos
da necessidade de elaborar estratégias
coletivas para esse fim, e, portanto, o
LNA deve participar desse processo para alcançar o objetivo.
em dia
As atividades específicas previstas no
INCT-A fazem parte fundamental da atuação do LNA a serviço da comunidade:
p.ex., os observatórios virtuais, a estruturação de novos projetos de infra-estrutura para a astronomia observacional
brasileira, e principalmente a maximização do retorno dos investimentos feitos
no Gemini e SOAR. Como instituição
responsável, em nível nacional para a
participação brasileira nesses observatórios, o LNA deve apoiar qualquer atividade que promete resultados positivos
nesse contexto. Sem querer menosprezar a importante contribuição dos numerosos grupos de pesquisa no INCT-A,
pode-se dizer que a participação institucional do LNA como Laboratório Associado é de importância fundamental para o
sucesso do INCT-A. A convicção que o
sucesso do INCT-A também é o sucesso coletivo da astronomia brasileira, e
que o LNA deve fazer tudo para que isso aconteça, é o principal motivo do
LNA participar institucionalmente do Ins-
tituto Nacional.
O LNA está disposto a colocar à disposição do INCT-A toda sua máquina, e
contribuir, até o ponto necessário e útil,
com todos os recursos disponíveis, tais
como recursos administrativos, recursos laboratoriais, e também recursos financeiros
para
eventualmente
complementar as verbas do INCT-A,
desde que isso promova as finalidades
institucionais do LNA. Só há uma ressalva: O LNA não esquece que o INCTA, embora congregue boa parte da astronomia brasileira, não é idêntico à comunidade astronômica. Portanto, o
apoio do LNA ao INCT-A não deve resultar em negligenciar o nosso serviço
à comunidade como um todo. Entretanto, conforme o entendimento do LNA
sobre as finalidades do INCT-A, não vai
ser sempre fácil diferenciar entre os interesses da comunidade e os interesses do Instituto Nacional!
Albert Bruch é diretor do Laboratório
Nacional de Astrofísica.
em dia
D
e 27 de janeiro a 02 de fevereiro
de 2009, o engenheiro Stuart Bates e o astrônomo Robert Barnsley da
LJMU - Liverpool John Moores University, visitaram o LNA para acompanhar
a montagem mecânica e o alinhamento
da fore-optics da Integral Field Fibre
Unit (IFF) do espectrógrafo Frodospec,
construída no LNA.
Esta IFF foi projetada e montada no
LNA e será acoplada ao espectrógafo
FRODOspec. O FRODOspec – Fibrefed Robotic Dual-beam Optical Spectrograph - será instalado no The Liverpool
Telescope, um telescópio de 2 metros
de diâmetro, completamente robotizado, instalado no Observatório del Roque de Los Muchachos em La Palma,
Ilhas Canárias, Espanha.
A IFF é constituída de um cabo com
144 fibras óticas de 50microns com 25
metros de comprimento. Acoplada ao te-
lescópio há uma unidade de entrada
(fore-optics). Nesta unidade, a luz proveniente do telescópio passa pela foreoptics, formada por um diafragma, uma
lente magnificadora e uma lente de
campo, e pela máscara de micro-furos,
com 36 micro-furos de 0,3 milímetros
cada, até as micro-lentes nas quais as
fibras óticas são coladas. Há também
um sistema de ajuste de foco, que ajusta toda a unidade de entrada ao foco
do telescópio. Na unidade de saída, as
fibras são perfiladas linearmente para
formar uma fenda, que alimenta o espectrógrafo com F/5. Ao longo do comprimento do cabo são acopladas duas
unidades de alívio de tensões, que
compensam o movimento relativo das
fibras em relação ao cabo externo de
proteção, movimento esse que acontece com a rotação do cabo durante movimentação do telescópio.
Projeto Mecânico da Fore-optics e Sistema
de Foco
em dia
Participaram do desenvolvimento do projeto da IFF os pesquisadores Bruno
Vaz Castilho, como gerente do projeto
e Antônio César de Oliveira, responsável pelo cabo de fibras óticas, os tecnologistas Vanessa Bawden de Paula
Macanhan, no desenvolvimento do projeto mecânico e Clemens Darwin Gneiding, no desenvolvimento do projeto
ótico. Na construção, montagem e alinhamento, também participaram Flávio
Felipe Ribeiro e Arturo Moreno Gutierrez, no alinhamento ótico, Lígia Souza
de Oliveira e João Baptista de Oliveira,
na montagem e polimento do cabo de
fibras, e Ney Ferreira Diniz, José Francisco de Oliveira, Paulo Dan de Salles
e José Tadeu da Silva, na execução
das peças mecânicas.
A unidade de fibras esta em estágio final de polimento da matriz de entrada
e o equipamento deverá ser enviado
para La Palma em Março.
Mais informações sobre o FRODOspec
em: http://telescope.livjm.ac.uk/Info/TelInst/Inst/FRODOspec/
Fore-optics em alinhamento na bancada do laboratório de metrologia
Montagem da matriz de entrada
Bruno V. Castilho é Coordenador de
Apoio Científico e Vanessa Bawden é
Tecnologista, ambos do Laboratório
Nacional de Astrofísica
em dia
Nos últimos anos, ficou evidente que o financiamento das operações do Telescópio SOAR, por vários motivos, é inadequado para torná-lo tão eficiente quanto todos os parceiros desejam. Contribuíram para essa situação o
câmbio instável entre o dólar americano e o peso chileno, aumentos de salários dos funcionários chilenos, e uma inflação chilena acima do esperado.
Uma comparação com outros telescópios do mesmo porte mostra que o financiamento do SOAR é significativamente inferior. Na busca de uma solução, o Conselho Diretor do SOAR convenceu os parceiros do consórcio, a
dizer a cúpula da MSU, UNC, AURA e do MCT, da necessidade de elevar
o financiamento do SOAR. Foi assinada pelas partes a Terceira Emenda
ao Acordo sobre o SOAR que trata do aumento do orçamento do SOAR
em quase 50% acima do valor previsto originalmente. Essa medida é limitada em cinco anos, sendo que após esse período haverá uma nova avaliação da situação.
Será realizada nos dias 16 e 17 de março, por um comitê técnico internacional, a revisão de projeto (PDR Project Design Review) do Espectrógrafo STELES. Após esta revisão iniciarão o
detalhamento e procura de fornecedores para a fabricação do
instrumento.
O Conselho Diretor do SOAR realizará sua próxima reunião nos dias 13 e
14 de março no LNA. Entre os tópicos da pauta estará a discussão de um
recente documento elaborado pelo Science Advisory Committee do SOAR,
intitulado “Forward Looking Instrument Plan”, e eventualmente decisões em
função deste.
Convidamos a comunidade astronômica brasileira para tomar conhecimento do documento no site do LNA (http://www.lna.br/soar/documentos.html)
e para enviar suas opiniões e seus comentários para os membros brasileiros do Conselho Diretor do SOAR, Marcos Diaz ([email protected]), Henri Plana ([email protected]) e Albert Bruch ([email protected]).

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