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Queda da taxa de juros
e os impactos nos balanços das empresas
Um dos temas mais comentados atualmente é a política de
redução das taxas de juros de curto prazo conduzida pelo Governo
brasileiro. Baseando-se em um cenário de baixo crescimento
externo e alegando a adoção de uma política de controle da
inflação no curto prazo, o Banco Central tem dado sinais de que
continuará testando taxas de juros cada vez mais baixas.
“Em paralelo aos
desafios trazidos por
essa mudança no cenário
Apesar das fortes críticas do mercado em relação à forma como a política macroeconômica tem sido
econômico brasileiro, a
conduzida, a maioria dos agentes de mercado acredita que manter a inflação no centro da meta não é
alteração das regras do
mais uma prioridade para o Banco Central. Sendo assim, as curvas de juros apontam para um cenário
de mais cortes na taxa SELIC.
IAS191, que passa a
vigorar a partir de 1 de
janeiro de 2013, trará a
Nesse cenário, concluímos que esta situação não deve se reverter até o fim do ano e as empresas
eliminação do
que registram em seus balanços compromissos com benefícios de longo prazo, com base nas regras
diferimento de perdas
internacionais de contabilização, encontrarão um grande desafio no fechamento do exercício de 2012.
acumuladas que, aliada à
queda da taxa de
A queda da taxa SELIC, associada à expectativa de alta da inflação, tem forte influência nas taxas
desconto, poderá causar
indicativas dos títulos de governo indexados à inflação (NTN-Bs), que servem de referência para a
fortes impactos nos
seleção da taxa de desconto, que impactam os valores que serão reconhecidos nas demonstrações
balanços das empresas
financeiras das empresas no final de 2012 e ao longo de 2013. No final de abril de 2012, as taxas
em 2013”
indicativas das NTN-B, com vencimentos de longo prazo, estavam em torno de 4,8%, enquanto as
taxas encontradas para esses mesmos títulos em dezembro de 2011 estavam em torno de 5,6%,
significando uma queda de quase 100 pontos base num período de quatro meses. Nesse cenário de
redução acentuada da taxa de desconto, há uma expectativa de aumento significativo dos passivos
atuariais apurados no final do exercício e, consequentemente, das perdas a serem reconhecidas nos
livros das empresas.
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Títulos de Governo NTN-B
Yield to Maturity (%)
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0
1
2
3
4
5
6
8
1
12
18
23
28
33
38
Maturity (Years)
Apr-12
Dec-11
Diante da alta volatilidade nas curvas de juros de mercado, vale ressaltar que como a maioria das
empresas antecipa a apuração de seus resultados e, consequentemente, a seleção das hipóteses,
existe um risco de ter que rever os resultados das avaliações devido à taxa de desconto efetiva na
data de fechamento do ano fiscal ser muito diferente daquela adotada, gerando retrabalho e custos
adicionais.
Outra questão que merece destaque é a política de investimentos das entidades que administram
planos de pensões. Será que as políticas de investimento estão adequadas a um cenário de baixas
taxas de juros? Caso esse cenário se concretize nos próximos exercícios, as Entidades terão que
repensar suas estratégias de investimentos e buscar alternativas para obtenção de retornos que
façam frente ao aumento dos passivos atuariais dos planos.
Finalmente, em paralelo aos desafios trazidos por essa mudança no cenário econômico brasileiro, a
alteração das regras do IAS191, que passa a vigorar a partir de 1 de janeiro de 2013, trará a
eliminação do diferimento de perdas acumuladas que, aliada à queda da taxa de desconto, poderá
causar fortes impactos nos balanços das empresas em 2013, caso o cenário atual perdure.
O mercado ainda espera para esse ano a revisão do Pronunciamento Técnico CPC332 para se
adequar ao novo IAS19, que também deverá vigorar a partir de 2013, trazendo os mesmos desafios
para as empresas que reconhecem compromissos com benefícios de longo prazo em seus balanços
brasileiros.
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Regras do IFRS que tratam da contabilização de benefícios de longo prazo.
regras brasileiras que tratam da contabilização de benefícios de longo prazo.
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