ETIOLOGIA DA OBESIDADE Walmir Coutinho

Transcrição

ETIOLOGIA DA OBESIDADE Walmir Coutinho
ARTIGO DE REVISÃO
ETIOLOGIA DA OBESIDADE
Walmir Coutinho
Introdução
A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos principais
desafios de saúde pública neste início de século. Suas complicações incluem o diabetes
mellitus tipo 2, a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares,
apnéia do sono, problemas psico-sociais, doenças ortopédicas e diversos tipos de câncer. A
escalada vertiginosa da obesidade em diferentes populações, incluindo países
industrializados e economias em transição, levanta a questão de que fatores estariam
determinando esta epidemia. Considerando-se que o patrimônio genético da espécie
humana não pode ter sofrido mudanças importantes neste intervalo de poucas décadas,
certamente os fatores ambientais devem explicar esta epidemia. Quando se avalia
clinicamente um paciente obeso, entretanto, deve-se considerar que diversos fatores
predisponentes genéticos podem estar desempenhando um papel expressivo no
desequilíbrio energético determinante do excesso de peso.
Estima-se que os fatores genéticos possam responder por 24% a 40% da variância no IMC,
por determinarem diferenças em fatores como taxa de metabolismo basal, resposta à
superalimentação e outros.(Bouchard 1994; Price 2002) Acredita-se que as mudanças de
comportamento alimentar e os hábitos de vida sedentários atuando sobre genes de
susceptibilidade sejam o determinante principal do crescimento da obesidade no mundo. É
provável que a obesidade surja como a resultante de fatores poligênicos complexos e um
ambiente obesogênico. O chamado mapa gênico da obesidade humana (Snyder et al, 2004)
está em processo constante de evolução, à medida que se identificam novos genes e regiões
cromossômicas associados com a obesidade.
Obesidade Monogênica
Diversas mutações monogênicas já foram associadas com a obesidade grave e a hiperfagia,
com um grande número de novas correlações genótipo-fenótipo sendo identificadas a cada
ano. Mutações envolvendo a via de sinalização da melanocortina já descritas incluem
mutações no gene da leptina (Farooqi et al.1998), do receptor da leptina (Clement et al,
1998), da proopiomelanocortina (POMC) (Krude et al 1998), e do receptor da
melanocortina (MC4R). (Yeo et al 1998; Vaisse et al. 1998)
Sabe-se atualmente que o adipócito, além do seu papel no armazenamento de gordura,
desempenha um importante papel endócrino, produzindo hormônios que influenciam os
centros de regulação de energia no hipotálamo (Yeo et al 2000). A leptina, secretada pelo
adipócito, atua a nível hipotalâmico estimulando os nerônios produtores de POMC, que por
sua vez é clivada produzindo o (alfa) hormônio estimulador do melanócito, agonista
potente do MC4R. Quando o MC4R está ligado ao agonista, as vias neurais anorexigênicas
são estimuladas, diminuindo o apetite e a ingesta alimentar. Já as vias orexigênicas sofrem
“down-regulation” pela leptina, que inibe a produção da proteína relacionada com o agouti
(agouti-related protein), que é antagonista do MC4R.
A Leptina e o Receptor de Leptina
Os camundongos ob/ob e os db/db têm mutações nos genes que codificam a leptina e seu
recetor, respectivamente (Campfield et al 1995). Estas 2 cepas de camundongo, que exibem
fenótipos similares, permitiram o estudo inicial do papel fisiológico da leptina e do seu
receptor na regulação do peso corporal (Chu et al 2000). Posteriormente foram
identificados pacientes com deficiência parcial ou total de leptina e resistência à leptina
causada por defeito no receptor.
Estas anormalidades monogênicas associam-se com hipogonadismo hipogoinadotrófico
(Strobel et al 1998), hiperfagia e obesidade grave de início na infância (Montague et al.
1997; Farooqi et al 2001). Nos pacientes com deficiência congênita de leptina, o tratamento
com leptina recombinante pode reverter o quadro (Farooqi et al 1999).
POMC e Sinalização de Melanocortina
As mutações com perda de função no gene da POMC resultam, tanto em camundongos
como em humanos, em um fenótipo característico, com hiperfagia, obesidade grave,
deficiência de ACTH com insufuciência adrenal, hipopigmentação cutânea e cabelo
avermelhado. (Yaswen et al 1999)
As mutações do receptor MC4 são as causas monogênicas mais comuns de obesidade
chegando a acometer 6% dos pacientes com obesidade grave e início na infância (Farooqi
et al 2003; Branson et al. 2003) Em uma série de 500 individuos estudados por Farooqi e
colaboradores (Farooqi et al 2003), 29 tinham mutações no receptor MC4. Todos os
homozigóticos para a mutação apresentavam obesidade grave, enquanto entre os
heterozigóticos a prevalência foi de 68%.
Além da obesidade de manifestação precoce e hiperfagia, os pacientes com a mutação do
receptor MC4 apresentavam também aumento da massa magra, da densidade mineral óssea,
crescimento acelerado e hiperinsulinemia, sem qualquer evidência de hipogonadismo.
(Farooqi et al 2003)
Síndromes Genéticas Associadas com a Obesidade
As duas síndromes genéticas que tiveram sua associação com a obesidade mais bem
caracterizada são resultantes de defeitos de um gene único – a síndrome de Prader-Willi
(SPW) e a síndrome de Bardet-Biedl (SBB).
Na SPW, a expressão do gene depende do progenitor de origem, ocorrendo na ausência de
uma expressão normal dos genes da região cromossômica 15q11-q13.(Butler 1990) A
SPW caracteriza-se por retardo constitucional, hipogonadismo, disfunção hipotalâmica e
obesidade grave hiperfágica.
A SBB é uma doença genética caracterizada por obesidade, retinopatia pigmentada,
polidactilia, retardo mental, hipogonadismo e manifestações renais.(Green et al 1989)
Mutações em sete diferentes loci já foram identificadas, sendo denominados genes da SBB
1 a 7. (Katsanis et al 2001; Beales et al 2003) A mutação mais comum é a do gene SBB1
(Mykytyn 2002), localizado no 11q13.(Leppert et al 1994) A maioria dos casos se
apresenta com um padrão de herança do tipo autossômico recessivo.
Estudando uma série de 129 pacientes com a SBB e seus familiares, Mykytyn e
colaboradores (Mykytyn et al 2003) relataram que na maioria dos casos foram encontradas
mutações de um único gene, herdadas com padrão autossômico recessivo.
Beales e colaboradores (Beales et al 2003) estudaram as característica de transmissão em
259 famílias com SBB, relatando a forma trialélica de transmissão como a mais comum,
sendo necessárias 3 mutações em 2 genes para a expressão fenotípica da síndrome.
Obesidade Poligênica
A influência genética mais comumente manifestada para a obesidade é a poligênica,
conferindo a certos indivíduos uma susceptibilidade resultante de fatores genéticos que
podem inter-relacionar-se de forma bastante complexa, o que torna difícil a
individualização destes genes em estudos populacionais.
Em modelos animais já foram demonstrados centenas de genes que podem se expressar de
forma diferencial em resposta a dietas ricas em gordura (Schadt et al 2003).
Inúmeros marcadores genéticos já foram relacionados com a obesidade e suas
conseqüências metabólicas (Clement & Ferre 2003), mas as interações específicas entre
genótipo e fenótipo nas formas poligênicas de obesidade permanecem mal compreendidas.
O “mapa gênico da obesidade humana” continua se desenvolvendo rapidamente a cada ano,
à medida em que mais genes e regiões cromossômicas são relacionadas à obesidade
humana. Em sua versão mais recente, este mapa gênico relatou mais de 430 genes,
marcadores e regiões cromossômicas associadas com fenótipos de obesidade humana.
(Snyder et al 2004). Todos os cromossomos humanos, à excessão do Y, já tiveram loci
ligados ao fenótipo da obesidade.
Fatores Ambientais e Obesidade
Quando se busca a explicação para a epidemia global de obesidade, certamente os esforços
devem concentrar-se na identificação de fatores ambientais envolvidos. (Gortmaker et al.
1993; Hill & Peters 1998; Epstein et al 2000)
Com a tendência de piora progressiva de todos estes fatores ambientais, o prognóstico
atualmente mais aceito é de agravamento progressivo das altas taxas de prevalência da
obesidade na maioria das populações do planeta.(Foreyt & Goodrick 1995) O meio
ambiente predominante em todos os países ocidentais ou com hábitos de vida
ocidentalizados caracteriza-se por oferta ilimitada de alimentos baratos, palatáveis, práticos
e de alta concentração energética. Alia-se a isso um sedentarismo crescente, com a prática
de atividades físicas cada vez mais dificultadas, principalmente nas grandes cidades. (Hill
& Peters 1998)
Aceita-se atualmente que os genes desempenham um papel permissivo no desenvolvimento
da obesidade poligênica e que os fatores ambientais interagem para levar à obesidade.
Como diz George Bray, “a genética carrega a arma e o ambiente aperta o gatilho”.
Vale lembrar, também, que uma variação genética que predisponha a um fenótipo de maior
risco pode associar-se a maior probabilidade de complicações metabólicas. A tendência a
depositar gordura na região abdominal visceral, por exemplo, pode ser geneticamente
determinada, conforme demonstrado em estudos com gêmeos monozigóticos. (Perusse &
Bouchard 2000)
Hábitos Alimentares
Nas sociedades de hábitos ocidentais, o consumo calórico tem derivado predominantemente
de alimentos processados, de alta densidade energética, com elevados teores de lipídios e
carboidratos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que nos últimos 100 anos o consumo de
gorduras tenha aumentado em 67% e o de açúcar em 64%. Já o consumo de verduras e
legumes diminuiu 26% e o de fibras 18%.
Em grande parte este aumento do consumo calórico parece dever-se ao crescimento
progressivo das porções de alimentos ao longo das últimas décadas. (Young & Nestlé
2002)
0
1,6
3,2
4,8
6,4
9,6
11,
12,
248264868
14,
16
17,
19,
20,
22,
24
25,
27,
2
28,
30,
8
4
32
33,
35,
36,
38,
40
41,
43,
648268264824
44,
46,
48
49,
51,
52,
54,
56
57,
59,
60,
62,
48264826826
64
65,
67,
68,
70,
72
73,
75,
76,
78,
80
81,
648264824
83,
84,
86,
88
89,
91,
92,
94,
96
97,
99,
100
26
102
,8
,4
104
105
107
,6
,2
108
,8
110
,4
112
113
,6
115
116
,2
,8
118
,4
120
121
,6
123
,2
124
126
,8
,4
128
129
,6
131
,2
132
134
,8
,4
136
137
139
,6
,2
140
,8
142
,4
144
145
,6
147
148
,2
,8
150
,4
152
153
,6
155
,2
156
158
,8
,4
160
161
,6
163
,2
164
166
,8
,4
168
169
171
,6
,2
172
,8
174
,4
176
177
,6
179
180
,2
,8
182
,4
184
185
,6
187
188
,2
,8
190
,4
192
193
,6
195
,2
196
198
,8
,4
200
201
203
,6
,2
204
,8
206
,4
208
209
,6
211
212
,2
,8
214
,4
216
217
,6
219
220
,2
,8
222
,4
224
225
,6
227
,2
228
230
,8
,4
232
233
235
,6
,2
236
,8
238
,4
240
241
243
,6
,2
244
,8
246
,4
248
249
,6
251
252
,2
,8
254
,4
256
257
,6
259
,2
260
262
,8
,4
264
265
267
,6
,2
268
,8
270
,4
272
273
275
,6
,2
276
,8
278
,4
280
281
,6
283
284
,2
,8
286
,4
288
289
,6
291
,2
292
294
,8
,4
296
297
299
,6
,2
300
302
,8
,4
304
305
307
,6
,2
308
,8
310
,4
312
313
,6
315
316
,2
,8
318
,4
320
321
,6
323
,2
324
326
,8
,4
328
329
,6
331
,2
332
334
,8
,4
336
337
339
,6
,2
340
,8
342
,4
344
345
,6
347
348
,2
,8
350
,4
352
353
,6
355
,2
356
358
,8
,4
360
361
,6
363
,2
364
366
,8
,4
368
369
371
,6
,2
372
,8
374
,4
376
377
,6
379
380
,2
,8
382
,4
384
385
,6
387
388
,2
,8
390
,4
392
393
,6
395
,2
396
398
,8
,4
400
401
403
,6
,2
404
,8
406
,4
408
409
,6
411
412
,2
,8
414
,4
416
417
,6
419
420
,2
,8
422
,4
424
425
,6
427
,2
428
430
,8
,4
432
433
435
,6
,2
436
,8
438
,4
440
441
443
,6
,2
444
,8
446
,4
448
449
,6
451
452
,2
,8
454
,4
456
457
,6
459
,2
460
462
,8
,4
464
465
467
,6
,2
468
,8
470
,4
472
473
475
,6
,2
476
,8
478
,4
480
481
,6
483
484
,2
,8
486
,4
488
489
,6
491
,2
492
494
,8
,4
496
497
499
,6
,2
500
502
,8
,4
504
505
507
,6
,2
508
,8
510
,4
512
513
,6
515
516
,2
,8
518
,4
520
521
,6
523
,2
524
526
,8
,4
528
529
,6
531
,2
532
534
,8
,4
536
537
539
,6
,2
540
,8
542
,4
544
545
,6
547
548
,2
,8
550
,4
552
553
,6
555
,2
556
558
,8
,4
560
561
,6
563
,2
564
566
,8
,4
568
569
571
,6
,2
572
,8
574
,4
576
577
,6
579
580
,2
,8
582
,4
584
585
,6
587
588
,2
,8
590
,4
592
593
,6
595
,2
596
598
,8
,4
600
601
603
,6
,2
604
,8
606
,4
608
609
,6
611
612
,2
,8
614
,4
616
617
,6
619
620
,2
,8
622
,4
624
625
,6
627
,2
628
630
,8
,4
632
633
635
,6
,2
636
,8
638
,4
640
641
643
,6
,2
644
,8
646
,4
648
649
,6
651
652
,2
,8
654
,4
656
657
,6
659
,2
660
662
,8
,4
664
665
667
,6
,2
668
,8
670
,4
672
673
675
,6
,2
676
,8
678
,4
680
681
,6
683
684
,2
,8
686
,4
688
689
,6
691
,2
692
694
,8
,4
696
697
699
,6
,2
700
702
,8
,4
704
705
707
,6
,2
708
,8
710
,4
712
713
,6
715
716
,2
,8
718
,4
720
721
,6
723
,2
724
726
,8
,4
728
729
,6
731
,2
732
734
,8
,4
736
737
739
,6
,2
740
,8
742
,4
744
745
,6
747
748
,2
,8
750
,4
752
753
,6
755
,2
756
758
,8
,4
760
761
,6
763
,2
764
766
,8
,4
768
769
771
,6
,2
772
,8
774
,4
776
777
,6
779
780
,2
,8
782
,4
784
785
,6
787
788
,2
,8
790
,4
792
793
,6
795
,2
796
798
,8
,4
800
BISCOITO DE CHOCOLATE
PIZZA
REFRIGERANTE
CERVEJA
263
MASSA
MUFFIN
BAGEL
225
195
195
BATATA FRITA
42
HAMBURGER
35
28
Sedentarismo e Excesso de Peso
700
190
480
333
168
112
FDA
USDA
103
93
Figura 1: Aumento percentual dos tamanhos das porções de alimentos nos EUA.
Young & Nestle. Am J Pub Health. 99(2) 246-9, 2002
Também nos países em desenvolvimento observa-se uma tendência à deterioração dos
hábitos alimentares. Estudando padrões de consumo da população brasileira, Sichieri e
colaboradores relataram uma Redução do consumo de arroz com feijão de 30%, enquanto o
consumo de refrigerantes aumentou em 268% no Rio de Janeiro. (Sichieri et al 2003)
Apesar de existirem experiências bem sucedidas de intervenções comunitárias visando
promover hábitos alimentares mais saudáveis, principalmente na infância (Birch & Fisher
1998), sua implementação esbarra na forte influência que a propaganda de alimentos exerce
sobre as preferências alimentares das crianças.
Uma criança norte-americana, por exemplo, assiste em média a 10.000 anúncios de
alimentos na televisão a cada ano, sendo 90% deles sobre fast food, sucrilhos açucarados,
refrigerantes ou balas (Horgen et al 2001). Um estudo de intervenção direcionado à
população adulta demonstrou que a redução de preços de alimentos saudáveis aumentou
significativamente o consumo destes itens. (French et al 2001) Alguns autores têm sugerido
que o aumento de impostos sobre os alimentos nocivos para subsidiar os saudáveis poderia
contribuir para a melhora nos padrões de consumo alimentar. (Jacobson & Brownell 2000)
Assim como a obesidade, a escalada de sedentarismo observada nas últimas décadas
caracteriza-se também como epidemia global. Os níveis de atividade física reduziram-se
drasticamente nos países desenvolvidos e esta redução começa a observar-se, de forma
ainda mais intensa, entre as populações de mais baixa renda, estimando-se que a inatividade
física de lazer seja 3 vezes mais freqüente na população de baixa renda dos Estados Unidos,
quando comparada com a população de renda mais alta. (Mokdad et al 2000)
Com um modelo urbano favorecendo principalmente o tráfego de automóveis, aliado à falta
de segurança dos bairros de subúrbio, as populações de mais baixa renda estariam mais
vulneráveis ao sedentarismo e à obesidade. (Ewing & Cervero 2001)
Nos países em desenvolvimento, verifica-se também uma tendência crescente à inatividade
física, afetando mais gravemente também as populações de renda mais baixa. (Jacoby
2004) (figuras 2 e 3)
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Argentina
19-29 a
Peru
30-44 a
Chile
Brasil
45+ a
Figura 2: Taxas de Inatividade física em 3 países latino-americanos, por faixa etária.
(Jacoby 2004)
30
26,3
25
20
17
13
15
10
5
7
3
2
0
Chile
Peru
baixa renda
Brasil
alta renda
Figura 3: Atividade física recreativa por nível de renda em mulheres de 3 países latinoamericanos. (Jacoby 2004)
Diversos ítens de conforto parecem também contribuir de forma significativa para a
diminuição do gasto energético, como os controles remotos e os telefones celulares, que se
tornam cada vez mais presentes no estilo de vida moderno. (King et al 2000) O hábito de
ver televisão também parece desempenhar um papel importante na etiologia da obesidade.
Alguns estudos com crianças relataram uma média de 28 horas de televisão por semana,
demonstrando uma relação direta com o risco de obesidade. (Gortmaker et al 1996)
A Organização Mundial da Saúde já reconheceu neste ambiente obesogênico o principal
determinante do rápido crescimento da prevalência de obesidade e oficialmente
recomendou que fossem estudadas medidas de mudança ambiental para prevenir o ganho
de peso.(Margetts 2004)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEALES PL, BADANO JL, ROSS AJ, et al. Genetic interaction of BBS1 mutations with
alleles at other BBS loci can result in non-Mendelian Bardet-Biedl syndrome. Am J Hum
Genet. 2003;72:1187–1199.
BIRCH LL, FISHER JO. Development of eating behaviors among children and
adolescents. Pediatrics. 1998;101:539–549.
BOUCHARD C. Genetics of obesity: overview and research direction. In: Bouchard C, ed.
The Genetics of Obesity. Boca Raton; 1994:223–233.
BRANSON R, POTOCZNA N, KRAL JG, et al. Binge eating as a major phenotype of
melanocortin 4 receptor gene mutations. N Engl J Med. 2003;348:1096–1103.
BUTLER MG. Prader-Willi syndrome: current understanding of cause and diagnosis. Am J
Med Genet. 1990;35:319–332.
CAMPFIELD LA, SMITH FJ, GUISEZ Y, et al. Recombinant mouse OB protein: evidence
for a peripheral signal linking adiposity and central neural networks. Science
1995;269:546–549.
CHU NF, WANG DJ, SHIEH SM, et al. Plasma leptin concentrations and obesity in
relation to insulin resistance syndrome components among school children in Taiwan: the
Taipei Children Heart Study. Int J Obes Relat Metab Disord. 2000;24:1265–1271.
CLEMENT K, VAISSE C, LAHLOU N, et al. A mutation in the human leptin receptor
gene causes obesity and pituitary dysfunction. Nature. 1998;392:398–401.
CLEMENT K, FERRE P. Genetics and the pathophysiology of obesity. Pediatr Res.
2003;53:721–725.
EPSTEIN LH, PALUCH RA, GORDY CC, et al. Decreasing sedentary behaviors in
treating pediatric obesity. Arch Pediatr Adolesc Med. 2000;154:220–226.
EWING R, CERVERO R. Travel and the Built Environment: A Synthesis. Transportation
Research Record 1780; 2001.
FAROOQI S, RAU H, WHITEHEAD J, et al. Ob gene mutations and human obesity. Proc
Nutr Soc. 1998;57:471–475.
FAROOQI IS, JEBB SA, LANGMACK G, et al. Effects of recombinant leptin therapy in a
child with congenital leptin deficiency. N Engl J Med. 1999;341:879–884.
FAROOQI IS, KEOGH JM, KAMATH S, et al. Partial leptin deficiency and human
adiposity. Nature. 2001;414:34–35.
FAROOQI IS, KEOGH JM, YEO GS, et al. Clinical spectrum of obesity and mutations in
the melanocortin 4 receptor gene. N Engl J Med. 2003; 348:1085–1095.
FOREYT J, GOODRICK K. The ultimate triumph of obesity. Lancet. 1995;346:134–135.
FRENCH SA, JEFFERY RW, STORY M, et al. Pricing and promotion effects on low-fat
vending snack purchases: the CHIPS Study. Am J Public Health. 2001;91:112–117.
GERRIOR S, BENTE L. Nutrient Content of the U.S. Food Supply, 1909–99: A Summary
Report: U.S. Department of Agriculture, Center for Nutrition Policy and Promotion. Home
Economics Research Report No. 55. 2002.
GORTMAKER SL, MUST A, PERRIN JM, et al. Social and economic consequences of
overweight in adolescence and young adulthood. N Engl J Med. 1993;329:1008–1012.
GORTMAKER SL, MUST A, SOBOL AM, et al. Television viewing as a cause of
increasing obesity among children in the United States, 1986–1990. Arch Pediatr Adolesc
Med. 1996;150:356–362.
GREEN JS, PARFREY PS, HARNETT JD, et al. The cardinal manifestations of BardetBiedl syndrome, a form of Laurence-Moon-Biedl syndrome. N Engl J Med.
1989;321:1002–1009.
HILL JO, PETERS JC. Environmental contributions to the obesity epidemic. Science.
1998;280:1371–1374.
HORGEN K, CHOATE M, BROWNWELL K. Television and children’s nutrition. In:
Singer D, Singer J, eds. Handbook of Children and the Media. San Francisco: Sage;
2001:447–461.
JACOBSON MF, BROWNELL KD. Small taxes on soft drinks and snack foods to promote
health. Am J Public Health. 2000;90:854–857.
JACOBY ER. PAHO regional consultation of the Americas on diet, physical activity and
health. Food Nutr Bull 2004; 25; 2: 172-4
KATSANIS N, LUPSKI JR, BEALES PL. Exploring the molecular basis of Bardet-Biedl
syndrome. Hum Mol Genet. 2001;10:2293–2299.
KING AC, CASTRO C, WILCOX S, et al. Personal and environmental factors associated
with physical inactivity among different racial-ethnic groups of U.S. middle-aged and
older-aged women. Health Psychol. 2000;19:354–364.
KRUDE H, BIEBERMANN H, LUCK W, et al. Severe early-onset obesity, adrenal
insufficiency and red hair pigmentation caused by POMC mutations in humans. Nat Genet.
1998;19:155–157.
LEPPERT M, BAIRD L, ANDERSON KL, et al. Bardet-Biedl syndrome is linked to DNA
markers on chromosome 11q and is genetically heterogeneous. Nat Genet. 1994;7:108–
112.
MARGETTS B. WHO global strategy on diet, physical activity and health. Public Health
Nutr. 2004;7:361–363.
MOKDAD AH, SERDULA MK, DIETZ WH, et al. The continuing epidemic of obesity in
the United States. JAMA. 2000;284:1650–1651.
MONTAGUE CT, FAROOQI IS, WHITEHEAD JP, et al. Congenital leptin deficiency is
associated with severe early-onset obesity in humans. Nature. 1997;387:903–908.
MYKYTYN K, NISHIMURA DY, SEARBY CC, et al. Identification of the gene (BBS1)
most commonly involved in Bardet-Biedl syndrome, a complex human obesity syndrome.
Nat Genet. 2002;31:435–438.
MYKYTYN K, NISHIMURA DY, SEARBY CC, et al. Evaluation of complex inheritance
involving the most common Bardet-Biedl syndrome locus (BBS1). Am J Hum Genet.
2003;72:429–437.
PERUSSE L, BOUCHARD C. Gene-diet interactions in obesity. Am J Clin Nutr
2000;72:1285S–1290S.
PRICE R. Genetics and common obesities: background, current status, strategies, and
future prospects. In: Wadden T, Stunkard AJ, eds. Handbook for Obesity Treatment.
New York, NY: Guilford Press; 2002:73–94.
SCHADT EE, MONKS SA, DRAKE TA, et al. Genetics of gene expression surveyed in
maize, mouse and man. Nature. 2003;422:297–302.
SICHIERI R,CASTRO JF,MOURA AS. Factors associated with dietary patterns in the
urban Brazilian population. Cad Saude Publica 2003; 19 Suppl S47-53
SNYDER EE, WALTS B, PERUSSE L, et al. The human obesity gene map: the 2003
update. Obes Res. 2004;12:369–439.
STROBEL A, ISSAD T, CAMOIN L, et al. A leptin missense mutation associated with
hypogonadism and morbid obesity. Nat Genet. 1998;18:213–215.
VAISSE C, CLEMENT K, GUY-GRAND B et al. A frameshift mutation in human MC4R
is associated with a dominant form of obesity. Nat Genet. 1998;20:113–114.
YASWEN L, DIEHL N, BRENNAN MB, et al. Obesity in the mouse model of proopiomelanocortin deficiency responds to peripheral melanocortin. Nat Med. 1999;5:1066–
1070.
YEO GS, FAROOQI IS, AMINIAN S, et al. A frameshift mutation in MC4R associated
with dominantly inherited human obesity. Nat Genet. 1998;20:111–112.
YEO GS, FAROOQI IS, CHALLIS BG, et al. The role of melanocortin signalling in the
control of body weight: evidence from human and murine genetic models. QJM.
2000;93:7–14.
YOUNG LR,NESTLE M. The contribution of expanding portion sizes to the US obesity
epidemic. Am J Public Health. 92(2) 246-9, 2002
This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.

Documentos relacionados