2 3 4 17 mil na manifestação em Zurique
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Contra o dumping salarial e social! Migração Há que passar da defensiva à ofensiva. 2 Hotelaria Aumentos salariais para 2008. Temporários 3 Unia lança panfleto informativo. 4 Nr. 7 | September 2007 | português Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch Trabalhadores da construção 17 mil na manifestação em Zurique quiseram deixar bem claro que não aceitam que, a partir do dia 1 de Outubro, o seu Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) deixe de vigorar. O protesto visou defender a manutenção dos salários mínimos e suplementos salariais, do 13° mês, dos horários de trabalho regulamentados e da protecção garantida em caso de doença e de acidente. A partir do dia 1 de Outubro, sem o CCT em vigor, nenhum empresário da construção será obrigado a respeitar os salários mínimos e todos os outros direitos laborais. Os manifestantes mostram a sua determinação em lutar. Cerca de 17 mil pessoas responderam ao apelo dos Sindicatos Unia e Syna para participar na grande manifestação que decorreu em Zurique no passado dia 22 de Setembro, de modo a protestar contra a rescisão do CCT e o dumping salarial e social. Foram milhares os trabalhadores da construção, vindos de todos os pontos da Suíça, que encheram as ruas do centro de Zurique no dia 22 de Setembro. Com muito ruído, mas de forma pacífica, os manifestantes 84,5% votaram a favor da greve Os cerca de 17 000 manifestantes acalmaram a Hansueli Scheidegger, responsável pelo sector da construção do Unia, quando este, impondo os boletins de votos dos trabalhadores da construção de toda a Suíça, apresentou os resultados da votação de 36 211 trabalhadores. 30 598, ou seja, 84,5% votaram a favor de medidas de greve, como forma de defesa do CCT da construção. Solidariedade nacional e internacional Numerosas personalidades do mundo da política estiveram presentes na manifestação para expressar o seu apoio aos trabalhadores da construção. Representantes das principais centrais sindicais de Portugal, Itália e Alemanha marcaram a sua presença com mensagens de solidariedade para com a luta dos trabalhadores. Forte presença portuguesa na manifestação Ao longo dos vários quilómetros do desfile da manifestação ouvia-se falar português. Frases como «o povo unido jamais será vencido» ou «a luta continua» fizeram eco pelas ruas do centro de Zurique. Calcula-se que cerca de 1/3 dos manifestantes eram de origem portuguesa. O ponto mais alto foi atingido quando o representante da CGTP-IN, Carlos Trindade, subiu à tribuna e, em por- tuguês, expressou a sua solidariedade para com os trabalhadores da construção, apelando para que a luta, quer na Suíça quer em Portugal, não pare. A CGTP-IN, a maior central sindical portuguesa, deu, assim, um forte sinal de apoio à luta dos trabalhadores portugueses aqui na Suíça, em defesa dos seus direitos e da manutenção do CCT na construção. Sindicatos reivindicam um aumento salarial: 3 a 4 % para todos No passado dia 31 de Agosto os sindicatos membros da União dos Sindicatos Suíços (USS) apresentaram as suas reivindicações salariais, para o próximo ano, de 3 a 4% e medidas concretas para se alcançar a igualdade salarial entre homens e mulheres. A situação económica na Suíça atravessa um momento excelente. O sector privado floresce e a criação de emprego continua a aumentar. Contudo, a maioria dos empregados e das empregadas, apesar do aumento da produtividade, prati- camente não têm beneficiado do crescimento económico. Por esta razão os sindicatos exigem um aumento salarial de 3 a 4%, dependendo da situação existente em cada um dos sectores. Não aos aumentos individuais Os sindicatos sublinharam a importância dos aumentos generalizados e denunciaram os efeitos negativos dos aumentos salariais individuais, os quais contribuem de forma substancial para o aumento das diferenças entre os salários elevados e muito elevados, relativamente aos salários médios e baixos. A igualdade salarial tem ser alcançada As mulheres continuam a ganhar, em média, cerca de 20% menos do que os homens. Por isso, alguns sindicatos, entre eles o Unia, reivindicam aumentos salariais suplementares para as mulheres, na ordem de 1%. Para além disto, os sindicatos afiliados à USS exigem que as empresas com mais de 1 000 trabalhadores e trabalhadoras analisem a sua estrutura salarial do ponto de vista da igualdade e adoptem medidas concretas, de modo a pôr um fim à discriminação salarial. O patronato espalha a confusão Os patrões não poupam meios de forma a confundir os trabalhadores da construção e a impedir que participem nas acções de protesto organizadas pelos sindicatos. São numerosas as empresas de construção que enviaram cartas, em línguas diferentes, aos seus trabalhadores, afirmando que a ausência do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) não os afectará e que, por isso, não devem participar nas manifestações e nas greves convocadas pelos sindicatos. Nas cartas enviadas os patrões dizem que vão continuar a respeitar o CCT. Mas, se o CCT deixa de estar em vigor e o controle desaparece, durante quanto tempo vão os patrões cumprir com a sua promessa? Quem é que se vai encarregar de os a obrigar a cumprir o que dizem? A partir de 1 de Outubro deixa de haver uma base legal que obrigue os patrões a cumprir as regulamentações do CCT. O CCT é o único instrumento de protecção perante o dumping salarial Apelamos a todos os trabalhadores da construção que não se deixem confundir ou intimidar e que perguntem aos patrões: o que vai acontecer quando as empresas estrangeiras ou mais pequenas trabalharem por preços mais baixos? Estarão as empresas suíças em condições de garantir os mesmos salários e condições laborais? Como se vão proteger as empresas cumpridoras face à concorrência desleal? Todas as empresas que dizem querer respeitar o CCT têm que obrigar a Sociedade dos Empreiteiros suíços a assinar com os sindicatos um novo CCT, obrigatório para todas as empresas. O CCT é o único instrumento capaz de garantir a todos os trabalhadores os mesmos direitos e de evitar que a guerra dos preços se faça a custa dos trabalhadores. horizonte Notícias breves A Migros é autorizada a comprar a Denner A Comissão que controla a concorrência (em alemão: Weko) deu luz verde à compra da Denner por parte da Migros. O Sindicato Unia exige a extenção do campo de aplicação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) da Migros ao pessoal da Denner e a conservação dos postos de trabalho. Contudo, a Migros nega-se a extender o seu CCT aos empregados e às empregadas da Denner, alegando a necessidade de manter a independencia desta no período transitório de aquisição. O Unia exige que a MIgros adopte as medidas oportunas para que o pessoal da Denner disfrute das mesmas vantagens e dos direitos em vigor para os trabalhadores e as trabalhadoras do gigante laranja. Segundo encontro dos Estados gerais da migração O Sindicato Unia lançou um novo projecto com o objectivo de angariar mais sócios sindicais. Para além do contacto nos locais de trabalho, o Unia começou a marcar presença nas ruas e praças públicas de vários cantões, como Genebra, Basileia, Berna, Agrovia e Grisões. Através de stands o Unia informa os passantes sobre a sua actividade e sobre as vantagens de uma afliação ao Sindicato. A fase inicial deste projecto parece correr bem e os resultados, até agora obtidos, são positivos. 1° de Maio pacífico No início de Julho, o Unia em Zurique convocou uma reunião, como o objectivo de promover um 1° de Maio pacífico. De modo a evitar os acontecimentos violentos que todos os anos se verificam na cidade de Zurique durante as comemorações do 1° de Maio, discutiram-se várias propostas. O Comité 1° de Maio sugeriu separar a manifestação ou o desfile da festa que normalmente se lhe segue. A festa decorreria, assim, no areal da Zeughaus, como de costume, só que no dia seguinte ao 1° de Maio, dia em que se continuaria a fazer a manifestação. A concentração no final da manifestação ocorreria num local diferente do dos últimos anos. Apoio na procura de emprego A 27 de Agosto foi anunciada oficialmente a falência da empresa Hirsch Metallbau AG em Biel. 80 empregados/as perderam, assim, o seu posto de trabalho. Os salários de Agosto não foram pagos e para um plano social não há dinheiro. Perante esta difícil situação, o Sindicato Unia decidiu apoiar os/as trabalhadores/as da referida empresa, ao criar uma bolsa de empregos. Cerca de 60 ofertas de trabalho deram já entrada. Correr a favor de uma boa causa Há que passar à ofensiva Corrida contra o racismo ateliers de trabalho, as bases concretas para a realização de uma semana de acção no Outono de 2008, cujo objectivo é… …passar da defensiva à ofensiva Participantes aprovam declaração de solidariedade. No passado dia 8 de Setembro decorreu em Berna o segundo encontro dos Estados gerais da migração. Contouse com a participação de cerca de 100 pessoas em representação de mais de 50 organizações, entre as quais o Sindicato Unia e a União dos Sindicatos Suíços (USS). Ganhar mais sócios/as sindicais 2 Nr. 7 | September 2007 | português Foram três os grandes objectivos do segundo encontro dos Estados gerais dos e das migrantes. Primeiramente procurou-se denunciar os ataques aos migrantes e aos sues direitos sociais. Em segundo lugar, tratou-se de se fazer uma reflexão sobre a actual política de migração na Europa e sobre a possibilidade de levar a cabo uma política alternativa. Por fim, lançou-se, em diferentes A semana de acção tem como objectivo permitir ao movimento social retomar a iniciativa e fixar um calendário próprio de acções que não esteja sujeito aos diferentes acontecimentos que se vão sucedendo. Com esta semana pretendese alterar a imagem que se tem da migração, considerada, no melhor dos casos, como uma contribuição económica útil e, no pior dos casos, como uma ameaça. Trata-se de passar a considerar a migração como uma realidade histórica e como um encontro e uma mescla de riqueza para todos os povos e todas as pessoas. Um trio forte: Bernd Schlemmer, Andreas Rieger, Andi Scheu. Resolução e declaração de solidariedade Pela sexta vez consecutiva decorreu em Zurique a já tradicional «corrida contra o racismo». Por cada volta, em redor do Backeranlage, os corredores e as corredoras, entre eles o Co-Presidente do Unia Andreas Rieger, comprometiam-se a pagar uma determinada quantia a favor do Gabinete de apoio aos sem-papéis. No final do encontro aprovou-se uma resolução e uma declaração de solidariedade. Na resolução, entre outros, faz-se um apelo a todas as forças liberais e progressistas para que participem na semana de acção que terá lugar em Setembro de 2008, sob o lema «Sem nós, nada funciona». Tem-se acesso ao conteúdo completo da resolução em www.sosf.ch. Declaração de solidariedade Quantas mais voltas eram dadas, mais dinheiro entrava em caixa. Quem não se encontrava em forma ou não podia correr, tinha a possibilidade de patrocinar os/as corredores/as. Participaram na corrida pequenos, grandes, jovens, idosos, rápidos, lentos, mulheres e homens. Também as crianças marcaram presença de forma muito activa. As pessoas e as organizações presentes no encontro dos Estados gerais da migração apelam à coragem civil. Reafirmam o seu apoio concreto a todas as pessoas que sejam vítimas de ataques racistas. Apoiam todas as pessoas que vejam limitados os seus direitos fundamentais ou que sejam afectadas por medidas de repressão, na sequência da aplicação das leis de asilo e imigração. Declaram-se solidárias com todos os que são condenados por actuar de forma humanitária, como é o caso dos pescadores tunisinos que foram condenados em Agrigente, Itália, por socorrerem a vários náufragos. O sucesso desta iniciativa Os sindicatos estiveram bem representados nesta iniciativa. Para além do Co-Presidente do Unia, muitos sócios, funcionários e membros da direcção de vários sindicatos e da União dos Sindicatos Suíços correram até perder o fôlego. Esta iniciativa, organizada por várias instituição, entre elas o Sindicato Unia, constitui um grande sucesso. Conseguiu-se reunir 40 000 francos em beneficio do Gabinete de apoio aos sem-papéis em Zurique. Tal Gabinete tem como missão aconselhar e apoiar, em questões relacionadas com saúde, escola, trabalho, etc., pessoas que vivem na Suíça sem uma autorização de estadia. Este organismo empenha-se também na defesa dos direitos dos sem-papéis, junto das autoridades e do público em geral. Observatório suíço das leis de asilo e de estrangeiros O projecto avança O impulso para a criação do Observatório das leis de asilo e de estrangeiros foi a grande preocupação relativa ao agravamento da nova legislação, votada em referendo no dia 24 de Setembro de 2006. Com a entrada em vigor das novas leis, o Observatório terá como missão documentar, de forma sistemática, casos individuais e indicar problemas relacionados com o cumprimento dos princípios de um estado de direito e o respeito pelos direitos humanos. O Observatório reunirá, assim, informações concretas em relação à aplicação das leis de asilo e de estrangeiros. Tais informações serão posteriormente verificadas, avaliadas, sob a rigorosa protecção de dados, e postas à dispo- sição dos vários organismos (sindicatos, organizações de direitos humanos, NGOs, igrejas, associações, meios de comunicação, parlamentares, etc.), a nível regional e nacional, envolvidos neste trabalho. Com base nessas informações os vários interlocutores do Observatório poderão, dentro do âmbito do seu trabalho, planear intervenções, relatórios especiais ou outras medidas de acção. O trabalho de cooperação é importante O Observatório não é um centro de aconselhamento para pessoas afectadas e não assume o mandato de casos individuais. A sua missão é centralizar, de forma coerente, o trabalho de documentação, de modo a melhorar a qualidade da informação e a coordenação do trabalho político. Para poder realizar tais tarefas o Observatório conta com a cooperação de organizações e pessoas individuais que estejam em contacto directo com estrangeiros/as e pessoas com pedidos de asilo. Aqueles/as devem dar a conhecer ao Observatório casos e problemas que vão surgindo na sequência da aplicação da nova legislação, bem como o agravamento das condições de vida de muitos dos afectados, em consequência da sua autorização de estadia na Suíça. mente possível. Assim, deu-se início à Campanha 1000 x 100 francos, com o intuito de recolher fundos. Os/as interessados/as em apoiar este projecto poderão também contribuir com menos. Na Suíça de expressão alemã, bem como na Suíça francesa, já se deu inicio a projectospiloto. Vania Alleva Campanha: 1000 x 100 francos Para a Campnaha 1000 x 100.–: Schweizerische Beobachtungsstelle für Asyl- und Ausländerrecht, 3011 Bern, Postkonto 60-262690-6 De momento há um trabalho intensivo levado a cabo no sentido da concretização deste projecto e da angariação de meios financeiros, para que o Observatório possa começar a funcionar o mais rapida- Para o trabalho de cooperação e a comunicação de casos: [email protected] ou T 071 222 99 64 (Suíça alemã), T 022 818 03 50 (Suíça francesa) horizonte Hotelaria e restauração Novos salários mínimos em 2007/08 para aprendizes Hotelaria e Restauração: aumentos salariais para 2008 Chegou-se a um acordo Os parceiros sociais do CCT a nível nacional para o sector da Hotelaria e Restauração chegaram a um acordo quanto aos salários para 2008. Em relação à introdução do 13° mês completo, as negociações continuarão no Outono. Neste novo ano escolar de 2007/08 muitos/as jovens iniciaram uma aprendizagem no ramo da Hotelaria e da Restauração. Graças ao Acordo sobre as condições de trabalho e os salários para aprendizes na Hotelaria e Restauração, têm todos/as os/as que fazem uma aprendizagem neste sector direito a um salário mínimo. Os salários mínimos para o ano escolar de 07/08 são os seguintes: Salários mínimos mensais para aprendizes na Hotelaria e Restauração: Aprendizagem de 3 anos (formação de base) 1° ano Fr. 1020 2° ano Fr. 1300 3° ano Fr. 1550 2 anos de aprendizagem (formação de base) 1° ano Fr. 1020 2° ano Fr. 1300 Anos complementares após uma aprendizagem de 2 anos 1° ano do complemento Fr. 1300 2° ano do complemento Fr. 1550 Ano complementar após aprendizagem de 3 anos Fr. 1750 Mais informações sobe férias, horários de trabalho, complementos salariais, etc, poderão ser obtidos nos secretariados do Sindicato Unia. Unia continua a exigir 13° mês completo para todos. Hotelaria e Restauração: aumentos salariais para 2008 Categoria salarial Salários mínimos a partir de 1 de Janeiro de 2008 Fr. 3300 (+ 1,8%) Fr. 3730 (+ 1,9%) Sem aprendizagem Com uma aprendizagem de 3 anos Com 7 anos de experiência profissional, aprendizagem incluída Com 10 anos de experiência profissional, aprendizagem incluída Com formação superior Categoría IVa Categoría IVb Estagiários Fr. 4070 (+ 2,1%) Fr. 4485 (+ 2,0%) Fr. 4670 (+ 2,1%) Fr. 5600 (+ 2,1%) Fr. 6750 (+ 2,1%) Fr. 2115 (+ 1,9%) Mais informações sobre os salários mínimos, assim como sobre o CCT podem ser obtidas, em várias línguas, nos secretariados do Unia. Unia aprova acordo salarial e exige 13° mês Na conferencia profissional da Hotelaria e Restauração, realizada a 27 de Agosto, os delegados do Unia votaram a favor do acordo salarial obtido entre o patronato e os sindicatos, considerando o resultado aceitável. Nesta conferência foi estabelecido que a prioridade das negociações no Outono será a exigência da introdução do pagamento completo do 13° mês para todos/-as quantos/-as trabalham no sector, a partir do primeiro dia de trabalho. Daily Job factura à custa de trabalhadores São elas que fazem a mediação de trabalhadores provenientes de outros países europeus. No ano passado cerca de 2300 cidadãos/-ãs da UE, só no cantão de Berna, assinaram contratos com empresas de trabalho temporário. Nos sectores laborais abrangidos por contratos colectivos de trabalho (CCT), tanto trabalhadores tempo- rários, como trabalhadores com contratos fixos têm os mesmos direitos. Contudo, muitas empresas temporárias tendem a não cumprir o que está estabelecido nesses CCT, não pagando aos trabalhadores salários e benefícios sociais adequados. É o caso da Daily Job. Vejamos concretamente de que forma: A Daily Job não respeita os salários mínimos. A empresa não paga o salário mínimo correspondente à qualificação e à experiência dos trabalhadores da construção, tentando justificar-se com as mais variadas desculpas. A Daily Job não faz descontos para o fundo de previdência profissional (caixa de pensões). Os contratos de trabalho temporário são propositadamente limitados a 3 meses e posteriormente renovados por mais 3 meses e assim, a empresa evita fazer descontos para a caixa de pensões. Tais contratos em cadeia não são permitidos por lei. A Daily Job não respeita o direito à representação sindical. São já vários os casos de trabalhadores, a quem não foi renovado o contrato de trabalho, por estes terem exigido junto da empresa, com apoio do sindicato, o cumprimento dos seus direitos. Empresas de mediação de trabalhadores, como a Daily Job, são responsáveis pela degradação das condições de trabalho em determinados sectores, como a construção. Empresas que não cumprem com os salários e os benefícios sociais estipulados podem trabalhar a preços bastante baixos, exercendo desta forma pressão sobre as outras empresas que cumprem com as regulamentações laborais. É por isto que se torna necessário apertar o cerco a estas empresas que praticam o dumping salarial e social. Foi o que fez o Sindicato Unia ao levar a cabo uma acção de protesto junto da sede da Daily Job. O Unia exigiu ainda, às autoridades competentes, um controlo minucioso e a aplicação de Carrefour passa para a posse da Coop Melhores condições de trabalho para empregados/-as do Carrefour Os salários mínimos na Hotelaria e Restauração aumentarão 2%, em média, em 2008. Depois de algumas rondas de negociações os sindicatos e a associação patronal anunciaram, no passado mês de Junho, terem chegado a um acordo. Tal acordo tem que ser ratificado pelos órgãos competentes das diferentes associações empresariais e sindicais que assinam o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) e que é válido para os hotéis, restaurantes e cafés, a nível nacional. De um modo geral, o Sindicato Unia está satisfeito com o resultado das negociações. «O aumento real dos salários para 2008 corresponde ao dobro daquele obtido no ano anterior», afirma Mauro Moretto, secretário sindical responsável pelo sector. Contudo, Moretto lamenta que se tenha conseguido um aumento de apenas 1,8 % para a categoria salarial mais baixa (empregados/-as sem aprendizagem). Manobras pouco escrupulosas de empresa de trabalho temporário O sector da construção está em alta, o trabalho abunda e o lucro também. Contudo, há falta de trabalhadores, principalmente especializados, neste sector. E são as empresas de trabalho temporário, como a Daily Job, que beneficiam desta situação. 3 Nr. 7 | September 2007 | português sanções correspondentes às suas práticas ilegais. A situação tem tendência a agravar-se Neste momento, graças ao CCT em vigor na construção, é possível controlar e sancionar empresas que não respeitam os direitos em vigor. Contudo, com a rescisão do CCT por parte do patronato, a partir do dia 30 de Setembro, abrem-se as portas a que patrões pouco honestos e empresas pouco escrupulosas passem a ter liberdade total de pagarem os salários que bem entenderem e deixarem de respeitar os direitos sociais dos trabalhadores. De acordo com um recente relatório da Secretaria de Estado da Economia suíça, no primeiro semestre deste ano, foram detectados 454 casos de dumping salarial (salários pagos abaixo do estipulado), quase todos no sector da construção. Perante tal cenário, o Unia está fortemente empenhado em evitar o vazio contratual na construção e em fazer com que o patronato volte à mesa das negociações. A Coop assume a posse das lojas Carrefour na Suíça. O Sindicato Unia considera tal decisão positiva e espera que o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) da Coop passe a abranger todos/-as empregados/-as do Carrefour. Os processos de fusão no sector do comércio de retalho continuam: a Coop, o número dois do comércio suíço, deu a conhecer, no passado mês de Agosto, a sua decisão de adquirir as lojas Carrefour. A comissão que controla a concorrência (em alemão: Weko) tem que autorizar tal procedimento. A decisão desta comissão deverá ser tomada até Fevereiro de 2008. Fusão sem despedimentos O Unia exige que a fusão Carrefour-Coop não implique qualquer despedimento de pessoal e que todo/-a empregado/-a passe a estar abrangido pelo CCT em vigor na Coop. Por parte da Coop foi já garantido que tal seria cumprido, não se prevendo o fecho de qualquer das lojas Carrefour. Melhores condições de trabalho para pessoal do Carrefour Sob a posse da Coop, os empregados e as empregadas do Carrefour deverão ver melhoradas as suas condições de trabalho, nomeadamente em termos de horários de trabalho, férias, caixa de pensões, reforma antecipada, etc. O pessoal até então pertencente ao Carrefour passará a beneficiar das regulamentações do CCT da Coop que durante anos tem sido negociado com os sindicatos, entre eles o Unia. horizonte Nr. 7 | September 2007 | português Pergunte, que nós respondemos Recebo uma renda de invalidez. Tenho direito a prestações complementares? Vivo em Berna, na Suíça, há já mais de 10 anos. Devido aos meus problemas de saúde, há cerca de dois anos, fiz um pedido para uma renda de invalidez. Há pouco tempo recebi a resolução do seguro da IV/AI. Foi me concedida uma pensão de invalidez completa. Como o número de anos que trabalhei e descontei na Suíça são poucos, a minha pensão ascende apenas a Fr. 1053 por mês. Da Caixa de Pensões recebo mensalmente Fr. 780 . Sou casado, a minha esposa trabalha na limpeza e ganha uns Fr. 1000 . Portanto, o nosso rendimento mensal não chega sequer aos Fr. 3000, e esse dinheiro não nos chega para cobrir as nossas despesas, apesar de pagarmos pouco pelo apartamento em que vivemos (Fr. 778 por mês). Ouvi dizer que quando a pensão não chega para cobrir os gastos mínimos, temos direito a prestações complementares (em alemão: Ergänzungsleistungen EL/em francês: Prestations complémentaires PC). É verdade? Ramiro Márquez, 52 anos Sim, é possível que no seu caso tenha direito a prestações complementares (EL/PC). Terá, então, que proceder ao correspondente pedido junto da Caixa de Compensação da AHV/AVS da cidade em que vive, Berna. Esta fará uma comparação entre o que se supõe que você e a sua esposa necessitam para viver e os vossos rendimentos efectivos. Se os rendimentos não chegarem para cobrir os gastos, terá então direito à uma prestação complementar. No seu caso, o cálculo far-se-á aproximadamente da seguinte forma: Gastos anuais Quantia estabelecida para cobrir as necessidades vitais (2 pessoas) Gastos com o aluguer Seguro de doença (2 pessoas) (varia de uma comuna para outra) Total Fr. 27210 Fr. 9336 Fr. 8376 Fr. 44922 Rendimentos anuais Pensão de invalidez do seguro da AHV/AVS Pensão de invalidez da Caixa de Pensões Rendimento do trabalho da esposa Total Fr. 12636 Fr. 9360 Fr. 12000 Fr. 33996 Comparação Gastos Rendimento Diferença = Prestação complementar Fr. 44922 Fr. 33996 Fr. 10926 Tendo em conta o cálculo anterior, terá direito a uma prestação complementar no valor aproximado de Fr. 909.66 por mês (Fr. 10 916 por ano). Requisitios para ter direito a prestações complementares (EL /PC) Se uma pessoa receber uma pensão do seguro de velhice (AHV/AVS) ou invalidez (IV/AI), pode solicitar o direito a prestações complementares. Isto não significa que terá automaticamente direito a tais prestações. As autoridades procedem à verificação de cada caso, fazendo cálculos, de modo a ver se existe ou não esse direito. Por exemplo, se uma pessoa recebe uma pensão por invalidez de 40% (1/4 de renda), isto significa que o seu grau de invalidez é inferior a 50%, o que supõe que a pessoa poderá trabalhar a, pelo menos, 50% e conseguir, assim, algum rendimento. No momento de se fazer os cálculos, contabiliza-se o rendimento, independentemente de se trabalhar ou não, da quantia hipotética que se supõe que a pessoa poderia ganhar, caso encontrasse trabalho correspondente ao seu estado de saúde. Outro requisito para ter direito a prestações complementares é que se tenha nacionalidade suíça ou de um dos estados da União Europeia. Em caso de se ter outra nacionalidade, terá que se ter vivido na Suíça durante, pelo menos, 10 anos sem interrupção. Mais informações a este respeito podem ser obtidas em www.ahv-iv.info, ou nas Caixas de Compensação da AHV/AVS. «Projecto Portugal»: Cursos para 2008 estão garantidos Para trabalhadores temporários na Suíça: Informações essenciais O Sindicato Unia lançou o panfleto informativo: «A mesma protecção e os mesmos direitos para todos! Orientações essenciais para trabalhadores temporários e destacados na Suíça». Com este panfleto pretendese fazer chegar a trabalhadores temporários e destacados portugueses na Suíça informações importantes sobre os seus direitos e deveres e oferecer conselhos úteis. O número de trabalhadores temporários e destacados portugueses na Suíça aumenta diariamente. Muitos deles vêem-se confrontados com muitas situações desconhecidas e enfrentam dificuldades diversas. O Sindicato Unia vê-se frequentemente confrontado com pedidos de ajuda por parte de muitos desses trabalhadores. Através do panfleto «A mesma protecção e os mesmos direitos para todos! Orientações essenciais para trabalhadores temporários e destacados na Suíça» procura-se dar um maior apoio a todos quantos trabalham temporariamente. O panfleto apresenta informações importantes sobre as regulamentações laborais e as deposições legais em vigor na Suíça e fornece orientações essenciais a trabalhadores temporários e destacados, de modo a que estes, conhecendo os seus direitos, melhor se possam defender. O panfleto inclui o essencial sobre temas muito importantes, como o contrato de trabalho, os salários, os descontos para a segurança social, a caixa de doença e o subsídio de desemprego. O referido panfleto pode ser solicitado gratuitamente nos secretariados do Unia, através da morada electrónica: [email protected] ou ainda através do telem. 079 256 84 53. De 7 de Janeiro a 29 de Fevereiro de 2008 decorrem em centros de formação profissional em Lisboa (Prior Velho) e no Porto (Avioso) cursos de especialização para operários do sector da construção suíça. Tal formação confere um certificado de trabalhador especializado, permitindo a subida de categoria salarial (categoria A). Os custos são assumidos pelo fundo de formação profissional suíço e o trabalhador recebe ainda 80% do seu sa- lário durante o período que frequenta o curso, desde que a sua empresa seja associada do Parifonds. As inscrições deverão ser feitas com conhecimento e aprovação da empresa. A ficha de inscrição, assim como informações sobre as condições de participação e sobre o conteúdo dos cursos podem ser obtidas nos secretariados do Sindicato Unia ou através do número de T 079 256 84 53. A ficha de inscrição poderá ainda ser descarregada da página da Internet: www.baumeister.ch. A formação profissional é uma mais valia para o futuro! Se for trabalhador da construção, aproveite esta oportunidade e inscreva-se nos cursos do ‘Projecto Portugal’, o mais depressa possível! O número de lugares é limitado. A mesma protecção e os mesmos direitos para todos! Orientações essenciais para trabalhadores temporários e destacados na Suíça Fibromialgia Uma doença comum, mas pouco conhecida A Fibromialgia é uma doença muito comum. Contudo é uma doença pouco conhecida ou mal entendida por uma grande parte dos médicos e pela sociedade em geral. Esta falta de conhecimento conduz inevitavelmente a que um grande número de pessoas, vítimas da doença, venha a ser tratado incorrectamente. Calcula-se que esta doença afecta dois por cento da população mundial, sendo a maioria dos afectados, entre 80% a 90%, mulheres. A variação de idades dos pacientes é muito ampla: vai desde a pré - adolescência até à velhice. O que é a Fibromialgia? À semelhança de anos anteriores, no ano de 2008 organizar-se-ão cursos de formação profissional em Portugal para trabalhadores do sector da construção. As inscrições estão abertas até ao dia 16 de Novembro. 4 Fibromialgia significa « inflamação do tecido fibroso» e manifesta-se através de dores nos músculos e tecidos fibrosos. Porém não existem diagnósticos precisos que permitem de- finir melhor a doença e diferenciá-la de outros problemas reumatólogos. Há duas características principais que definem a doença. Uma é a dor crónica, uma dor intensa e persistente que pode afectar todo o corpo. A outra característica é a elevada sensibilidade e pressão em determinadas zonas do corpo. Estas duas características são sempre acompanhadas de outros sintomas. Um exame estatístico do Colégio Americano de Reumatologia permitiu identificar outras características de definição da Fibromialgia, como por exemplo, fadiga, alterações de sono, entorpecimento do corpo, dor de cabeça, dor de ouvidos, intestino irritado, ansiedade ou depressão e dificuldades de concentração. Natália Carneiro, Assistente de enfermagem e sócia do Unia Para mais informações sobre a doença ou apoio, poderá contactar: T 077 418 49 34. Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Alberto Cherubini; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Françoise Gehring Amato | Redaktionskommission M. Akyol, M. Pereira, M. Komaromi, H. Gashi, M. Martín | Sprachverantwortliche Margarida Pereira | Koordination Mira Komaromi | Layout Simone Rolli, Unia | Druck Solprint, Solothurn | Adresse Redaktion «Horizonte», Strassburgstr. 11, 8021 Zürich, [email protected] www.unia.ch
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