2 3 4 Nós somos a Suíça
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À custa de uma luta obstinada e cheia de sacrifícios, os trabalhadores esforçam-se para continuarem a garantir os seus direitos. AI – Seguro de invalidez Caixa de Pensões Delegados Repressão e reduções Nada de pânico Por uma reforma flexível 2 3 4 Nr. 4 | Mai 2005 | português Erscheint als Beilage zur Zeitung «work» | Redaktion T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch A posição dos patrões é incompreensível O caminho é a luta ! Mais de 2000 trabalhadores da construção participaram em Abril numa jornada de acção como resposta contra os planos de desmantelamento defendidos pela associação patronal. Em 28 estaleiros de construção os trabalhadores reafirmaram a ideia de não cederem às pressões dos patrões que, como é do conhecimento geral pretendem abolir todas as limitações dos horários de trabalho diários e semanais, enquadrar os trabalhadores na classe salarial segundo a «função» e sem respeitar as suas qualificações, o que será o fim dos trabalhadores qualificados. Visam também liquidar por completo os salários mínimos durante o período experimental e para os trabalhadores em regime sazonal. Além disso querem reduzir para o mínimo previsto pela Lei, a protecção contra rescisão em caso de doença ou acidente e o direito ao subsídio diário de doença. Após as acções realizadas com êxito em 28 obras na Suíça, a associação patronal interrompeu as negociações com os sindicatos. Perante o facto os trabalhadores da construção vão ter pouca compreensão para com esta posição arrogante e, antes pelo contrário, reforçar a sua decisão de lutar pelo Contrato Nacional de Trabalho. O que pretende a Sociedade suíça dos empreiteiros Com as suas propostas os patrões preparam um forte ataque contra o Contrato Nacional de Trabalho com evidentes resultados altamente negativos para os trabalhadores e a estabilidade do ramo da construção. Eis os desejos dos patrões: ■ flexibilidade total, ■ voltar à semana de trabalho dos seis dias, ■ salários segundo as funções e não segundo a qualificação, ■ a não obrigação de garantirem salários mínimos nos três meses de experiência, ■ supressão de todos os subsídios, ■ uma redução massiva da protecção contra os despedimentos e a cobertura dos seguros de acidente e doença. O sindicato Unia apela a todos os trabalhadores do ramo da construção a uma forte oposição contra as propostas patronais. Dar uma oportunidade às negociações. Devolvido ao remetente As mudanças dos patrões não só trazem um agravamento dramático das condições salariais e laborais, como também dumping salarial e social maciço em todo o sector, na sequên- cia da livre circulação de pessoas. No passado dia 21 de Maio os trabalhadores da construção manifestaram-se de novo diante do secretariado da associação patronal e «devolveram ao remetente» os planos de desmante- Negociações restabelecidas – manifestação dos trabalhadores da construção adiada! lamento. A luta é o caminho para se alcançarem as reivindicações dos trabalhadores e, estes, têm consciência de que são a base do desenvolvimento do sector e do progresso do país. Nós somos a Suíça Independentemente da nossa ori- Nós somos a Suíça. gem, do nosso passaporte e do nos- A constituição suíça, no seu preâmbulo, quer so estatuto de residência, todos nós, uma sociedade em que "a força do povo se poque vivemos na Suíça, fazemos par- de medir no bem-estar dos mais fracos e na qual te dela, de uma Suíça que vê a sua só é livre quem pode fazer uso da sua liberdaidentidade na busca da democracia, de." Nós queremos servir-nos dos nossos direino ideal dos direitos humanos e na tos fundamentais: contra todos aqueles que os ferem, sejam pessoas privadas ou autoridades diversidade das suas culturas. Por iniciativa do Unia as nego- tas serão de seguida apresentadas na Conciações contratuais entre o sindica- ferência nacional dos profissionais da consto Unia e a Sociedade dos Emprei- trução, o Parlamento dos trabalhadores da teiros SBV/SSE foram restabeleci- construção, no dia 4 de Junho, sendo aí discudas a nível das chefias das Fede- tidas e aprovadas. Chega de xenofobia. Desde há muitos anos que estamos sujeitos a rações. Os aumentos salariais para palavriados xenófobos, partidos políticos xeo ano de 2006 e algumas simples re- Nós continuamos preparados gras de trabalho estão na agenda de Se nas negociações dos próximos dias não fo- nófobos e à leis e autoridades xenófobas. Não rem encontradas soluções aceitáveis, ou se uma toleremos nenhuma situação em que eles jodiscussão. Dar ao diálogo uma oportunidade Ao dar uma oportunidade as novas negociações, o sindicato Unia, decidiu mudar a Conferência aberta em Zurique seguida de manifestação, do dia 21 de Maio para o dia 4 de Junho. Com isso, o caminho das negociações entre as delegações envolvidas fica aberto, até ao dia 24 de Maio, a uma produtiva e aceitável solução no interesse das partes contratatantes. Es- solução for recusada pela delegação da Sociedade dos empreiteiros, a luta terá que continuar até se chegar a acordo. Um claro sinal das nossas decisões de luta será tomado, no dia 4 de Junho, frente à sede da Sociedade dos empreiteiros em Zurique. A greve de advertimento, prevista para o dia 13 de Junho, será mantida e novas medidas de luta em defesa do CNT serão tomadas e reforçadas depois das férias do Verão. Segunda – feira 13 de Junho, primeira greve de advertimento. Segunda – feira 12 de Setembro, recomeço da greve caso a Sociedade suíça dos empreiteiros não recue nas suas propostas. guem contra os mais desprotegidos socialmente e brutalizem a nossa Sociedade. Chega de política à Blocher. Desmascaremos o projecto social do Blocher: Já foram usadas agitações políticas racistas como prelúdio para um desmantelamento social sem escrúpulos e para criarem um estado policial e autoritário. Quem reúne condições para uma política contra os imigrantes não tem lugar no Conselho Federal. públicas. Grande manifestação nacional. Sábado,18 de Junho de 2005, às 14.00 horas, Waisenhausplatz, Berna A redacção do Jornal Horizonte, Jornal para a Migração do sindicato Unia, apela à participação de todos dos emigrantes a esta importante Manifestação Nacional. horizonte Notícias breves Sem papéis O comité dos sem papéis foi criado recentemente com o apoio da União sindical do Cantão de Zurique. Tem como objectivo o apoio todas as pessoas sem documentação regular de residência no Cantão e na defesa dos princípios no cesso a direitos como a saúde, trabalho e formação. Existem, em toda a suíça, segundo dados oficiais, mais de 80 mil pessoas numa situação de grande marginalização provocada pela falta de documentação oficial. Primeira Assembleia Nacional de Migrantes em Olten O início do diálogo Após a fase construtiva, o Fórum para a Integração de Migrantes* (FIMM) conseguiu ganhar peso político e dar relevo às inúmeras organizações de migrantes. O FIMM vai agora utilizar a sua posição para iniciar um vasto e novo diálogo na política de migração e integração. seguirão mais actividades, e os actores políticos devem provar que levam a sério a iniciativa dos migrantes. Resta esperar que a discussão concreta e o contacto directo com as realidades, permita que os problemas e esforços das comunidades estrangeiras provoquem uma abertura e sensibilização na política. Os migrantes pela sua parte, deverão continuar a demonstrar que são um peso político, capaz de empregar as suas forças de forma concentrada e precisa. A próxima oportunidade: no dia 18 de Junho, realiza-se em Berna a manifestação nacional «Nós somos a Suíça». Sindicalismo A Assembleia de delegados da USS declarou-se escandalizada com a decisão da justiça do Cantão de Argóvia em relação à ordem de prisão pronunciada contra Vasco Pedrina, Presidente do Unia, e mais algumas dezenas de sindicalistas, por apelarem à greve no enquadramento de um conflito de trabalho. Esta decisão coloca em causa o exercício da liberdade sindical na Suíça. Jovens O desemprego entre os jovens ronda os 5 por cento na Suíça – Alemã depois do último Outono. Embora uma parte dos jovens entre 20-24 anos tenham aproveitado algumas medidas de acesso ao trabalho a situação degradou-se ligeiramente junto dos jovens como menos de 20 anos. Migrantes O desemprego junto das comunidades migrantes residentes na suíça assume situações de grande preocupação. A comunidade portuguesa está a ser fortemente afectada. Os trabalhadores mais afectados são aqueles com um nível de formação mais baixo. Segurança social A CGTP lembra que Portugal para combater as dívidas, a evasão fiscal e a fraude e para responder atempadamente aos beneficiários do regime de segurança social, a Segurança Social necessita de ter trabalhadores com emprego estável e estimulados profissionalmente. 1° de Maio Em Portugal muitos milhares de trabalhadores em luta, entre os muitos milhares de participantes nas mais de 50 manifestações realizadas em todo o país reafirmaram disponibilidade para prosseguir o combate «por um Portugal com mais progresso e mais justiça social». 2 Nr. 4 | Mai 2005 | português Na primeira Conferência nacional em finais de Abril, reuniram-se mais de 300 pessoas, entre as quais representantes de todos os partidos, desde o PdA até à SVP, para discutir sobre diversos temas relacionados com a actual política de migração e integração. A Conselheira Federal Calmy-Rey veio em representação do Conselho Federal. Um momento importante, foi a votação de um Código de Integração, que estabelece os valores e princípios que formam a base de uma verdadeira política de integração. Em contrapartida, durante a discussão manifestou-se de forma assustadora o carácter de «esquizofrenia paranóica» que rege a política de migração suíça, como o formulou com precisão o Conselheiro Nacio- Mais de 300 pessoas participaram na Assembleia Nacional de Migração. nal liberal, Claude Ruey. O Representante dos cantões Rolf Büttiker do partido FDP, teve o descaramento de dizer às centenas de migrantes presentes na sala, que a nova Lei de Estrangeiros (AuG) vinha infelizmente no momento errado. «Motivos político-estratégicos» forçavam de momento a tomar um rumo restritivo, aceitando-se mesmo como inevitável, que até os suíços sejam discriminados. A Presidente da CVP, Doris Leuthard, pela sua parte sublinhou a naturalização como objectivo da integração e como meio de participação, lamentando o fracasso das propostas de naturalização nas urnas, e reivindicou que se deveriam procurar soluções a nível local. Mas que em determinadas comunas precisamente a CVP faz causa comum com a SVP, e fomenta os mecanismos despóticos de naturalização («Naturalização deve ser votada»), foi um tema tabu. Foi também um começo. É claro que * O Fórum para a Integração de Migrantes (FIMM), foi criado há cinco anos. Depois do escândalo na antiga Comissão de Estrangeiros em finais do ano 2000, muitas organizações de migrantes da Suíça inteira uniram-se no FIMM. Hoje estão representadas mais de 50 nacionalidades. A USS colaborou desde o início. A Comissão de Migração da USS tem cinco delegados. ✏ Vania Alleva, Presidente da Comissão de Migração da USS Repressão e reduções substanciais das reformas na 5ª Revisão da AI – seguro de invalidez Atormentar mais ainda os incapacitados Terminou o período de consulta para mais uma revisão do seguro da AI – seguro de invalidez. A proposta actualmente em discussão significa prejuízos financeiros para os actuais, e a tutela, para os novos pensionistas. O jornal sindical Work, divulgou recentemente a situação do carpinteiro suíço Urs Diethelm, residente em Basileia, muito semelhante às situações der milhares de pessoas inválidas. Urs formou-se como mestre de obras e depois como biólogo de obras. Trabalhava como gerente de uma carpintaria cooperativa, quando há cinco anos lhe diagnosticaram esclerose múltipla, o que o arrancou de forma abrupta da vida profissional. Hoje, com 45 anos, anda numa cadeira de rodas e recebe uma refor- ma integral da AI, mais uma reforma adicional para pessoas casadas: tudo junto 2000 francos. «Com esta 5ª Revisão da Lei de Invalidez, eu iria perder um quarto da reforma» diz o Urs. O mesmo aconteceria a muitos outros reformados. A revisão da AI, tal como foi proposta, afectaria tanto os novos reformados como os antigos. As consequências: muitos ficariam dependentes de prestações complementares, caso tenham residência na Suíça. Segundo um estudo actual, já hoje 20 por cento dos reformados da AI vivem abaixo do limite da pobreza. Período consultivo terminou As várias federações sindicais e patronais e grupos de interesses consultados puderam pronunciar-se sobre o projecto da 5ª Revisão da AI. Com esta proposta o Conselho Fe- deral prevê que a revisão da lei permita no futuro uma redução de 10% do número de novas reformas. Por isso, estão previstos: um sistema para a detecção prematura e o acompanhamento de pessoas incapacitadas de trabalhar por doença, bem como medidas adicionais de integração para incapacitados. Sanções pesadas Para o reformado da AI, Urs Diethelm, que em nome da Conferência de pobreza e como pessoa directamente afectada, avaliou a proposta de revisão no período consultivo, não só as reduções financeiras seriam dolorosas: Diz: «o mais assustador, é a introdução de um autêntico regime de acompanhamento» para os novos pensionistas, com sanções de grande alcance. A reforma da AI seria só atribuída após dois a quatro anos. E nes- se espaço de tempo, os afectados deveriam sujeitar-se a programas de ocupação. Quem se opuser, poderia ser punido com uma redução vitalícia da reforma. Desta forma, O Conselho Federal assumiu os elementos essenciais da incrível campanha contra a chamada invalidez simulada, pelo partido do senhor Blocher o SVP, que atribui a causa dos défices financeiros da AI exclusivamente às pessoas afectadas, acusando-as de abuso. Agora, o período consultivo acabou e as entidades directamente envolvidas tiveram oportunidade de apresentar as alterações ao projecto. O próximo passo acontecerá em Junho de 2005, com o envio da mensagem ao Parlamento. A mudança da lei, caso venha a ser definitivamente aprovada, entraria provavelmente em vigor em 2007. Construção de andaimes Encerramento das negociações Entrou em vigor no dia 1 de Abril de 2005 no sector da construção de andaimes as novas condições salariais. O aumento registado, individual e geral, situa-se à volta dos 1,8 por cento. Registou-se igualmente um grande sucesso na reforma flexível para os trabalhadores da construção de andaimes. No decorrer destas negociações constatou-se que, devido ao trabalho extremamente duro no sector, praticamente nenhum operário consegue trabalhar até aos 60 anos de idade. Por isso, não foi possível adoptar o método de reforma antecipada já em vigor no sector da construção. No entanto, as partes contratantes acordaram um sistema individual de poupança com o sistema da livre passagem integral. Actualmente está a ser elaborado o regulamento que define as orientações de aplicação da reforma antecipada. Em seguida, vai ser requerida ao «seco» a declaração de obrigatoriedade geral. A partir da sua entrada em vigor, provavelmente a 1.1.2006, inicia-se o pagamento dos prémios, onde se prevê na fase final 4% por conta do patrão e 1% por con- ta do trabalhador. Informações mais detalhadas serão divulgadas pelo sindicato Unia após a declaração oficial de obrigatoriedade geral. A associação patronal da construção de andaimes demonstrou carácter, ao aceitar os resultados das negociações, incluindo a Fundação para a Reforma Antecipada (FAR). Mostrou também a sua previdência, ao aceitar rapidamente a proposta do Unia, de introduzir no sector da construção de andaimes uma cotização para os custos de ratificação e uma caução. Desta forma, e antecipando as medidas de acompanhamento a serem apro- vadas no próximo Outono, o sector da construção de andaimes equipase com os instrumentos necessários, para impor rápida e eficientemente, também às empresas estrangeiras, o Contrato Colectivo de Trabalho. Além disso, entra ao mesmo tempo em vigor um aumento de um franco para o subsídio de refeições, passando este para Fr. 15.50 por dia/refeição. Novos salários mensais Classe salarial/Mês Q A B C 4878.– 4678.– 4380.– 3840.– horizonte 3 Nr. 4 | Mai 2005 | português Honegger Uma empresa não muito limpa Noite atrás de noite, anos a fio, uma equipa de limpeza da empresa Honegger AG limpa o laboratório de investigações Agroscope em Zurique. Vendo as suas condições de trabalho agravarse, os trabalhadores reclamaram e foram despedidos. Isto aconteceu no passado mês de Março. A equipa da limpeza formada por 11 pessoas não aceitou o comportamento escandaloso dos responsáveis da Honegger e a vassoura foi posta de lado. Uma greve espontânea que só por si revela o amontoar de pressões, discrimi- nações e o não cumprimento das condições contratuais em vigor. Recebiam um salário de 17.– por hora (ilíquidos) e nunca receberam o 13° salário a que têm direito, o subsídio de perda de salário em caso de doença era-lhes recusado e as horas de trabalho começaram por ser reduzidas. Muitos destes trabalhadores exerciam essa actividade há mais de 20 anos e nas mesmas instalações do laboratório. Intervenção sindical Quando as administrações não cumprem os trabalhadores reagem. Alterações na sequência dos Acordos Bilaterais e da Revisão da lei do LPP: 2° Pilar Capital da Caixa de Pensões A Previdência Profissional (2° Pilar) deve – juntamente com a AVS/AI (1° Pilar) – permitir aos assegurados, a manterem de forma adequada o seu anterior nível de vida. Na Suíça, o objectivo é alcançar juntamente com o 1° Pilar, uma reforma que corresponda a 60 por cento do último salário. mos a Suíça? Ou, o que acontece se começar a trabalhar por conta própria? Os sindicatos lutaram para obter um período de transição de 5 anos. Portanto, até Maio de 2007 não haverá alterações neste sentido. Mas também depois, por exemplo, um pagamento em dinheiro continuará a ser possível sob determinadas condições. Fundamentalmente, os haveres das Caixas de Pensões representam uma parte integrante da reforma que te devem garantir uma melhor existência na velhice. Além disso, temos a possibilidade de levantar esse dinheiro em quantias parciais ou na sua totalidade, em vez de o receberes como reforma. Até quando podemos levantar o capital ? Desde a entrada em vigor dos Acordos Bilaterais CH/UE em 2002, muitos portugueses a viverem na Suíça, perguntam o que acontece com o capital da Caixa de Pensões? Podemos continuar a recebê-lo se abandonar- Até finais de Maio de 2007 não haverá mudanças. Ao abandonar definitivamente a Suíça, pode-se levantar em dinheiro no mínimo 25 por cento do capital de velhice amealhado. Mas atenção: em caso de reforma ou reforma antecipada, um pagamento superior a 25 por cento em dinheiro, só é possível se o regulamento da tua Caixa de Pensões o permitir. Em regra, deve-se anunciar esta opção no mínimo 3 anos antes da data da re- forma. O mesmo se aplica à reforma antecipada até 5 anos antes da idade regular da reforma. O que muda a partir de Junho de 2007 e para quem? A partir de 1 de Junho de 2007, haverá alterações; estas só se aplicam à parte obrigatória da Caixa de Pensões (mínimo segundo LPP) e só para os países da UE, bem como Noruega, Islândia e Liechtenstein. É ainda possível um pagamento em dinheiro na altura da reforma, também depois de Junho de 2007? Sim, em caso de reforma ou reforma antecipada, é possível o pagamento em dinheiro de, no mínimo, 25 por cento do capital existente na Caixa de Pensões. Mais do que 25 por cento, desde que esta possibilidade esteja prevista no Regulamento da tua Caixa de Pensões. ( No próximo número do jornal Horizonte continuamos com as informações acerca do 2° Pilar) Os trabalhadores pediram a intervenção do sindicato Unia que de imediato agiu junto da adminis- tração. O repto não ficou sem resposta. Após quatro dias de greve e várias reuniões entre os dirigentes sindicais e os chefes da Honegger AG, a empresa anulou os despedimentos, comprometendo-se a voltar a ocupar a equipa no mesmo local de actividade, a cumprir com o Contrato colectivo de Trabalho para o ramo das limpezas na Suíça Alemã e a garantir os direitos sociais reconhecidos por lei. Mais uma vitória do sindicato Unia na defesa dos trabalhadores sujeitos ao despotismo dos chefes e das empresas que querem fugir às suas responsabilidades. Genebra: direito de voto para os emigrantes Pequenos passos na democracia Depois de dos Cantões de Neuchâtel em 1848, Jura em 1978, Appenzell AR em 1998 e Vaud e Friburgo em 2003, também o cantão de Genebra aceitou, em referendo, o direito de voto favorável os estrangeiros a nível municipal. No cantão de Genebra os emigrantes representam 38,7 por cento da população e na cidade 44,30 por cento, Foram votadas em referendo duas iniciativas. Uma, pretendia conceder a todos os emigrantes o direito de assinarem iniciativas e referendos. Esta iniciativa foi rejeitada por 47,22% dos eleitores. A segunda, que reivindicava o direito de voto passivo, foi claramente aceite por uma maioria de 52,9%. Isto quer dizer que, futuramente, quem reside há mais de oito anos no Cantão de Genebra, poderá participar nas eleições a realizar no seu Município de residência. Perante este resultado favorável a uma estável integração da população estrangeira, apenas o Cantão do Valais, em toda a região da Romandia, recusa conceder os direitos políticos aos seus trabalhadores emigrantes. Na Suíça Alemã, fiel à sua tradição conservadora, não só se pratica uma política de naturalização restritiva, como também os direitos políticos dos emigrantes são raramente reconhecidos. Existe apenas uma surpreendente excepção, e ela vem do Cantão de Appenzell Ausserrhoden. Aqui e desde 1998 as comunas podem decidir se querem deixar os migrantes participar nas votações. Até à data, três comunas já optaram neste sentido. O mesmo se aplica ao cantão dos Grisões. Nos cantões Ticino, Berna e Zurique ainda não se encontrou uma maioria disposta a ancorar este objectivo reconhecido na Constituição. Indústria de Máquinas Milhares de assinaturas a favor do novo CCT A renovação do Contrato Colectivo de Trabalho na Indústria de Máquinas, deve trazer finalmente melhorias para os trabalhadores deste importante ramo económico. O actual contrato termina no final do ano 2005. O objectivo do sindicato Unia é concreto: progresso e mais segurança, salários mais justos, horários de trabalho calculáveis, postos de trabalho seguros, mais formação profissional e contínua, e maior protecção social para os trabalhadores. Estas reivindicações baseiam-se num inquérito realizado junto de 4000 trabalhadores de empresas da Indústria Metalo-Mecânica e Eléctrica e votadas após uma discussão intensa e democrática na Conferência da Indústria do sindicato Unia. ■ Poder de compra para todos e salários mínimos contra o dumping social. Os salários não acompanham a produtividade e os lucros. ■ Não ao aumento das horas de trabalho – Não a ainda mais flexibilização. Já hoje se exigem milhares de horas extraordinárias. O Unia não quer um aumento das horas de trabalho. A reivindicação de muitos patrões e federações económicas de prolongar ainda mais os horários de trabalho, é pura provocação. ■ Reforma antecipada: esta deverá permitir aos trabalhadores uma aposentação a partir dos 62 anos de idade. A possibilidade de uma reforma antecipada ou parcial, é também um contributo razoável para combater o desemprego. ■ Postos de trabalho seguros em vez de despedimentos. Nestes tempos difíceis, o Unia quer poder participar e procurar soluções para manter os postos de trabalho. As direcções das companhias e os grandes executivos, põem demasiado depressa o pessoal na rua. Isto não pode continuar assim. Qualificação profissional e formação contínua para todos. Uma melhor formação dos trabalhadores, é o capital para o futuro da Suíça, como local de produção e inovação. Licenças de formação pagas são importantes para os trabalhadores e nem só os melhor qualificados deveriam ter direito a usufruí-las. ■ trabalho». Esta acção deve dar maior projecção ao catálogo de reivindicações junto dos directamente interessados, e provocar uma ampla discussão nas empresas. Os trabalhadores Não aceitam um novo contrato à tarifa zero e isso depende da mobilização e das acções reivindicativas dos trabalhadores na Indústria Metalo-Mecânica e Eléctrica. Negociações difíceis Conforme era de esperar, os patrões não estão dispostos a fazer grande concessões, e por isso o sindicato Unia organizou uma recolha de assinaturas, o chamado «Apelo aos patrões». Aqui, sublinha-se que «...temos a certeza absoluta, de que melhores condições de trabalho, salários bons e mais justos, regulamentações correctas dos horários de trabalho, protecção social dos postos de trabalho e mais formação profissional e contínua, são a melhor condição prévia para uma indústria suíça com futuro e a manutenção dos postos de Os trabalhadores da indústria lutam por melhores salários. horizonte 4 Nr. 4 | Mai 2005 | português A assembleia de delegados da União dos Sindicatos Suíços, USS aprovou recentemente o lançamento de uma iniciativa a favor de um sistema de reforma de velhice flexível a partir dos 62 anos de idade. Com a recusa, em Maio de 2004, da 11° revisão da AVS seguro de reforma de velhice, um forte sucesso popular contra as medidas de desmantelamento propostas pelo Conselho Federal, a USS pretende, com esta nova iniciativa, aprovado com os votos de 50 delegados contra 11, reforçar seguro de velhice e sobreviventes. Uma resposta que interpreta os desejos da população que aspira à estabilidade do sistema social. Concretamente, a iniciativa prevê uma reforma integral para todos aqueles que deixem de exercer uma actividade lucrativa aos 62 anos de idade. Um privilégio que apenas as classes mais abastadas podiam beneficiar. Depois, a garantia de uma recompensa decente a um número impressionante de pessoas inactivas com idades superiores a 60 anos, impossibilitadas de encontrarem trabalho derivado à idade, os desempregados no fim dos direitos nas caixas do desemprego e sem oportunidades de se candidatarem a novos postos de trabalho e que podem vir a receber uma reforma aos 62 dois anos. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma solução mais económica que o sistema de reforma antecipada já em vigor no ramo da construção, bancos e administração pública. Trata-se também de um bom impulso para a AI – Seguro de invalidez, actualmente tão contestado e em vias de sofrer significativas alterações, pois os pensionistas de invalidez passam a ter direito imediato à reforma de velhice aos 62 anos e assim, o número de pedidos de invalidez terá keystone Por uma reforma flexível a partir dos 62 anos Delegados da USS – Migração votaram também a favor da reforma antecipada aos 62 anos de idade. tendência a diminuir consideravelmente. Para os sindicalistas presentes na Assembleia de delegados a AVA, está de boa saúde e pode suportar financeiramente tal projecto, uma afirmação comprovada através de vários estu- Petição – Prémios do seguro automóvel para estrangeiros Absurdos! Injustos! Discriminantes! As companhias de seguros de automóvel suíças, discriminam frequentemente automobilistas sem passaporte suíço. Comparações entre os prémios, revelam diferenças injustas: automobilistas da ex-Jugoslávia e da Turquia, pagam prémios 44% mais altos do que o suíço médio! Mas também cidadãos da UE são afectados: franceses pagam 6%, portugueses, espanhóis ou italianos pagam, no mínimo, 18 por cento mais do que suíços em situação comparável! dos económicos que demonstram uma realidade oposta às afirmações do Ministro Pascal Couchepin, quando diz que, a iniciativa agravará os problemas existentes na AVS em cerca de um bilião de francos. Os delegados da USS afirmam ser ✏ Manuel Beja Números aterradores Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho, o número de acidentes de trabalho ocorridos anualmente ascende a 270 milhões, atingindo os 160 milhões os casos de doenças profissionais. Ainda de acordo com dados daquela entidade, morrem por dia cerca de 5 mil pessoas em consequência de acidentes de trabalho ou doenças relacionadas com o trabalho, o que perfaz o dramático número de quase dois milhões de mortes por ano. Lembrados pelo deputado comunista Jorge Machado foram ainda dados da Eurostat que indicam a ocorrência de um acidente de tra- balho em cada cinco segundos e a morte de um trabalhador na Europa em cada duas horas. Portugal, por seu lado, continua a deter um lugar cimeiro em matéria de sinistralidade laboral, sendo um dos países que contribui fortemente para a existência daquele quadro aterrador. Em 1999 – os dados são oficiais – ocorreram mais de 212 mil acidentes de trabalho, dos quais resultaram 236 mortes, situação que se agravou no ano de 2000 em que se registaram mais de 234 mil acidentes de trabalho, 368 dos quais mortais. A tendência de agravamento prosseguiu em 2001, ano em que ocorreu um total de 244.936 acidentes de trabalho, de que resultaram 365 mortes. Pintores e estucadores Isto é absurdo, pois todos sabem que não é o passaporte que influencia a forma de conduzir, mas sim situações individuais e sociais. Isto é discriminante, pois grupos inteiros de pessoas são julgados da mesma forma e condenados logo de início! Isto é injusto perante dezenas de milhares de automobilistas irrepreensíveis, sem passaporte suíço. A prática das seguradoras aviva a xenofobia. Os subscritores reivindicam critérios razoáveis e objectivos na estipulação do montante dos prémios. Apoiamos um sistema que tome em consideração de forma consequente e individual, indicadores como por exemplo a potência do motor ou o comportamento errado de condutores. Todas as seguradoras devem ficar proibidas de aplicar a «origem do passaporte» do automobilista como base de cálculo para as tarifas. Novo Contrato Colectivo A entrada em vigor no próximo dia 1 de Junho do novo Contrato Colectivo de Trabalho do ramo da pintura e gesso vai por fim a uma situação de conflito que reinava há um ano nas regiões da Suíça Alemã, no Ticino e Jura. Este resultado negociado com a participação do Secretariado de Estado da Economia, a As- Apelido/Nome uma iniciativa realista, financeiramente possível, e como elevadas possibilidades de sucesso na altura de referendo popular. No fundo trata-se de uma vontade popular apoiada pelo movimento sindical suíço. Morada sociação patronal dos Pintores e Estucadores por um lado, e os sindicatos Unia e Syna por outro lado, abre um novo período de estabilidade no sector da pintura e gesso. As condições acordadas são consideradas aceitáveis pelas duas Federações sindicais envolvidas no processo. Após um ano de suspensão, o anterior Contrato Colectivo de Trabalho foi retomado e os salários ajustados. Assinatura Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredaktion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Serge Baehler; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Françoise Gehring Amato | Redaktionskommission M. Akyol, M. Beja, S. Di Concilio, H. Gashi, R. Ibrahimi, M. Komaromi, Montaña Martín | Sprachverantwortlicher Manuel Beja, Dora Bueler | Koordination Mira Komaromi | Layout Simone Rolli, Unia | Druck Solprint, Solothurn | Adresse Redaktion «Horizonte», Strassburgstr. 11, 8021 Zürich, [email protected] Enviar esta petição até 30 de Setembro de 2005, para Unia Migration, Weltpoststr. 20, CH-3000 Bern 15 www.unia.ch
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