Marco no desenvolvimento - Governo do Estado do Rio de Janeiro
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Marco no desenvolvimento - Governo do Estado do Rio de Janeiro
JORNAL DA ALERJ A S S E M B L É I A L E G I S L AT I VA D O E S TA D O D O R I O D E J A N E I R O Ano V N° 154 – Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 Divulgação O segmento C, que será a primeira parte do Arco Metropolitano a ser construído, começa no entroncamento com BR-040, em Caxias Marco no desenvolvimento NESTE NÚMERO Fotógrafo Mario Testino recebe Medalha Tiradentes PÁGINA 3 Deputados vistoriam locais de competição dos Jogos Pan-americanos PÁGINAS 4 e 5 Alcides Rolim: entre a política e a medicina social PÁGINA 12 Impactos ambiental, habitacional e econômico da construção do Arco Metropolitano estão sendo analisados pelos deputados estaduais O s deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito da Infra-estrutura dos Pólos e da Comissão Especial para acompanhar a implantação do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no Estado do Rio de Janeiro estão acompanhando, desde o início desta legislatura, a construção do Arco Metropolitano. A obra, que começou a ser desenhada em 1974, deve ter início até o fim do ano e vai mudar o estado, sobretudo na questão da infra-estrutura e do escoamento da produção industrial do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, do Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias e do Pólo Siderúrgico, em Santa Cruz. “É necessário que sejam definidas as responsabilidades das três instâncias de poder, para que tenhamos sucesso nesse empreendimento. Considero o Arco Metropolitano fundamental para o futuro”, afirmou o presidente da CPI da Infra-estrutura dos Pólos, deputado Luiz Paulo (PSDB). Nesta edição, o JORNAL DA ALERJ apresenta uma análise dos impactos econômico, social e ambiental que poderão ser gerados a partir da construção do Arco e as soluções que estão sendo levantadas junto aos secretários de estado e prefeitos nas audiências públicas realizadas pela Assembléia Legislativa. “Quanto mais discutirmos esta questão, menores serão as chances de alguma coisa dar errado”, ressaltou o vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão. PÁGINAS 6, 7 e 8 2 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 CONSULTA POPULAR FRASES “ A mãe é um referencial de tudo. Ela fica conosco, nos nove meses, e depois no dia-adia ” Roberto Dinamite (PMDB), sobre o Dia das Mães. “ A questão central do princípio ético é a preservação da vida, é a liberdade, a qualidade de vida da população. Sobre questões éticas, não se pode tergiversar ” Luiz Paulo (PSDB), durante Expediente Inicial em que os deputados discutiram ética, moral e cidadania. Rafael Wallace Deputado Coronel Jairo (PSC) A Lei 4.848/2006 está em vigor, sim. Ela determina que bombeiros e policiais militares, ao passarem para a reserva, tenham consignados em suas carteiras ? funcionais o posto ou graduação correspondente aos seus vencimentos. No ano passado, seis ex-comandantes gerais da Polícia Militar foram os primeiros contemplados com as novas carteiras funcionais. A lei deverá beneficiar cerca de 20 mil praças e oficiais da reserva. A Polícia Militar, por exemplo, já fez licitação para compra das novas cédulas, que serão entregues nos próximos meses. É importante frisar que não se trata de promoção, e sim de restitutir a dignidade dos servidores militares que deram sua cota de sacrifício pelo Estado do Rio de Janeiro. Como autor da lei, procurei atender uma antiga reivindicação de PMs e bombeiros, que até então não recebiam carteira adequada aos seus vencimentos na reserva. Gostaria de receber informações sobre a Escola do Legislativo Fluminense. Jonatan Freire de Oliveira – Rio Bonito ” Rodrigo Dantas (DEM), sobre o fato de o Estado do Rio de Janeiro receber poucos recursos para a preservação ambiental. ALERJ ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Presidente Jorge Picciani 1ª Vice-presidente Coronel Jairo 2º Vice-presidente Gilberto Palmares 3º Vice-presidente Pedro Fernandes Neto 4º Vice-presidente Gerson Bergher 1ª Secretária Graça Matos 2º Secretário Zito 3º Secretário Dica 4ª Secretário Walney Rocha 1a Suplente Renata do Posto 2 o Suplente Armando José 3º Suplente Pedro Augusto 4º Suplente Édino Fonseca Deputado Gilberto Palmares (PT) Se não apelarmos para o aspecto do preconceito e da discriminação que existe nessa distribuição em relação à capital, não vamos conseguir montar uma maioria para aprovar uma emenda que desfaça esse nó PERSONALIDADE Estado homenageia Testino E as carteiras de identidade para o pessoal inativo da PM? A lei está valendo? Ninguém informa nada. Waldir Falleiro – Rio de Janeiro Rafael Wallace “ EXPEDIENTE 3 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 Jonatan, a Escola do Legislativo Fluminense (ELF) surgiu da preocupação com a formação e capacitação dos servidores da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), como forma de atender ao que dispõe a Constituição Federal, no artigo 39, §2º. Criada em 2004, a ELF vem realizando cursos para os servidores da Casa, além de debates que contam com a participação da sociedade civil. Este ano já foram realizadas duas palestras. Uma sobre a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A outra, do professor Marcio Pochmann, da Unicamp, considerado hoje um dos mais importantes e respeitados estudiosos do tema no País, aprofundou questões relativas ao mundo do trabalho. Dentre os temas que serão abordados nos cursos de capacitação, em diversas áreas legislativas, trataremos do orçamento, da Lei de Responsabilidade Fiscal, de processos legislativos e licitatórios, entre outros, com o objetivo de capacitar não só os servidores da Alerj como também funcionários das câmaras municipais. Outra função da escola será firmar parcerias para cursos de idiomas e graduação. Dúvidas, denúncias e reclamações: Alô Alerj 0800 220008 JORNAL DA ALERJ Publicação quinzenal do Departamento de Comunicação Social da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Jornalista responsável Fernanda Pedrosa (MT-13511) Coordenação: Geiza Rocha Reportagem: Everton Silvalima, Luciana Ferreira e Fernanda Porto Estagiários: Ana Beatriz Couto, Bruno Fernandes, Clarisse Bretas, Fabiano Veneza, Felippe Almeida, Jaqueline Cunha, Karina Moura, Marcela Maciel, Margaret Branco, Natália Alves, Pedro Koblitz, Sérgio Jardim Fotografia: Rafael Wallace Diagramação: Fabíola Gerbase Telefones: 2588-1404/1383 Fax: 2533-6786 Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 CEP-20010-000 – Rio de Janeiro/RJ Email: [email protected] www.alerj.rj.gov.br Impressão: Gráfica da Alerj Coordenação: Aranha Montagem: Bianca Marques e Rodrigo Graciosa Tiragem: 2 mil exemplares Segundo o deputado Jorge Picciani, Testino é referência quando se fala em fotografia como arte, mesmo para os avessos a modismos Fotógrafo peruano recebe a Medalha Tiradentes e afirma que o Rio de Janeiro e o Brasil são sua inspiração P EVERTON SILVALIMA ríncipes, modelos, herdeiros de estilistas de fama internacional e autoridades transformaram, no dia 16 de maio, o plenário da Alerj em palco de celebridades. Tudo para comemorar a entrega, pelo presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), da Medalha Tiradentes ao fotógrafo Mario Testino pela contribuição em divulgar as belezas do Rio e do Brasil para o mundo. O fotógrafo peruano, que já ilustrou editoriais de moda nas mais respeitadas revistas do mundo, agradeceu a homenagem e disse que nunca fez fotos do País com a intenção de ganhar algum prêmio. “Eu é que devo ao Rio e ao Brasil todas essas imagens lindas. Meu mérito foi tê-las encontrado. O Rio é uma cidade que me inspira”, revelou Testino. Lembrando que Mario Testino é formado em economia e direito, Picciani acrescentou que ele fez bem ao mudar o rumo de sua vida: “O mundo ganhou um gigante da fotografia”, ressaltou. Picciani justificou a escolha do fotógrafo para receber a mais importante honraria do Parlamento fluminense: “São muitos os motivos, a começar pelo fato de ele ter colocado o Brasil, e o Rio, em particular, como referência da moda mundial. Podemos gostar ou não de moda, não dar importância a modismos, mas é impossível ser indiferente à beleza. E, quando se fala em beleza, da fotografia como arte, é impossível não lembrar de Testino como referência”, completou. Enquanto o fotógrafo agradecia do alto da tribuna, e se divertia tirando fotos do local com duas máquinas portáteis que levava a tiracolo, alguns nomes reconhecidos do jet set internacional escutavam com atenção e riam com os flashes de Testino. Gente como o filho da princesa Caroline de Mônaco, Andreas Casiraghi; o príncipe de Astúrias, Hernst Hanover, e sua namorada, Margarita Missoni, filha da estilista Angela Missoni; a sobrinha do estilista Gianni Versace, Francesca Versace; o conde e a condessa Leopold von Bismarck e a artista plástica brasileira Beatriz Milhazes compunham a platéia. O presidente da Associação Comercial do Rio, Olavo Monteiro de Carvalho, revelou que a homenagem ao fotógrafo partiu de uma conversa entre ele, o publicitário Nizan Guanaes e o governador Sérgio Cabral, sobre como ajudar a elevar a Eu é que devo ao auto-estima da população do estado. Rio e ao Brasil todas essas imagens lindas. “Com tantas notícias negativas sobre segurança, nos perguntamos o que Meu mérito foi tê-las poderíamos fazer para melhorar a encontrado imagem do estado. Nizan saiu-se com essa de procurarmos grandes Mario Testino personalidades internacionais que são a favor da cidade e logo lembramos das fotos de nosso País que Mario Testino fez”, afirmou. Para o secretário estadual do Gabinete Civil, Régis Fichtner, que representou o governador, a idéia é criar uma marca para o Rio, como as que hoje existem em Nova Iorque e na Espanha. “Estamos preparando a lançamento de uma campanha nesse sentido, mas isso só deverá ocorrer depois do Pan”, disse Fichtner. “ ” 4 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 DE OLHO NOS JOGOS 5 DE OLHO NOS JOGOS Fabiano Veneza Preparativos finais para o Pan Presidente da Comissão de Esportes e Lazer da Alerj, deputado Roberto Dinamite (PMDB), organizou visita da comitiva de parlamentares Deputados vistoriam locais de competição e levantam preocupações sobre o acesso destes locais aos portadortes de deficiência F Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 NATÁLIA A LVES alta pouco mais de um mês para os XV Jogos Panamericanos Rio 2007 e, apesar de satisfeitos e impressionados com a qualidade das obras realizadas pelo Comitê Organizador (CO-RIO), parlamentares das comissões de Esportes e Lazer e de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro demonstram preocupação com o acesso do público aos locais de competição. Os estádios João Havelange (Engenhão) e Mário Filho (Maracanã), de acordo com os deputados, são os que mais causam apreensão. “Temos que dar nossa contribuição, acompanhando, fiscalizando e, principalmente, acreditando no que os responsáveis pelas obras estão nos dizendo. Estamos confiantes de que estará tudo funcionando como desejamos nos Jogos”, avaliou o presidente da Comissão de Esportes da Alerj, deputado Roberto Dinamite (PMDB). Em maio, as comissões iniciaram visitas conjuntas aos principais pontos por onde passarão os 5.500 atletas que competirão. Na primeira vistoria, realizada no dia 7 de maio aos complexos de Deodoro, na Zona Oeste; do Autódromo, em Jacarepaguá; e João Havelange, no Engenho de Dentro, as ruas estreitas que dão acesso ao Engenhão foram alvo de críticas, assim como a acessibilidade ao estádio para portadores de deficiência. “O estádio é muito bonito e de grande porte, mas tem acesso complicado para o público em geral e para os portadores de deficiência em especial”, declarou o vice-presidente da Comissão de Defesa da PPD, deputado Tucalo (PSC), acrescentando que as rampas de entrada são muito extensas e íngremes para os cadeirantes. O gerente de Relações Institucionais do CO-RIO, Leslie Kikoler, que acompanhou todas as visitas, informou que o comitê fará de tudo para estimular as pessoas a utilizarem os transportes públicos para chegar aos locais das provas. De acordo com ele, o estacionamento que deverá ser usado para quem, mesmo assim, decidir ir de carro ao estádio do Engenhão será o do shopping Nova América, em Del Castilho. “Teremos ônibus que farão o transporte do público do shopping até o Engenhão”, afirmou. Ele disse ainda que os espectadores que vierem de trem terão acesso ao estádio através de uma pasEstamos confiantes sarela que será construída pela de que estará tudo Prefeitura, ligando a estação do funcionando como Engenho de Dentro ao complexo. desejamos durante Kikoler garantiu ainda que voos Jogos luntários estão sendo recrutados para empurrar os cadeirantes nas Deputado Roberto Dinamite (PMDB) rampas de acesso. Antes de vistoriar o Complexo João Havelange, os deputados estiveram nos complexos de Deodoro e do Autódromo. “Nosso objetivo foi fiscalizar o cronograma e ver se ele está sendo cumprido, a fim de que nosso estado seja um exemplo de organização. Era o que o Rio estava precisando para resgatar sua auto-estima, apontando para um futuro promissor”, exaltou o deputado Rodrigo Neves (PT). Para o deputado Pedro Paulo (PSDB), esses complexos “ ” serão decisivos para a cidade do Rio apresentar sua candidatura de pessoas que possam orientar os portadores de deficiência, à sede dos jogos olímpicos e da Copa do Mundo. mas, antes disso, precisamos definir a Quinta como um local A segunda visita, feita no dia 14 de maio aos complexos esde concentração para onde os portadores de deficiência possam portivos, incluiu os estádios do Maracanã e de Remo da Lagoa, se dirigir e que, de lá, sejam transportados, em veículos adapo ginásio do Maracanãzinho, o parque aquático Júlio Delamare tados, até o Maracanã”, justificou. Gama aproveitou também e a Marina da Glória, que passaram pelo crivo dos parlamenpara lembrar a realização, entre 12 e 19 de agosto, dos III Jogos tares. Os questionamentos sobre como os espectadores irão Parapan-americanos, onde 1.300 atletas portadores de deficiência Fotos: Fabiano Veneza chegar aos eventos domiestarão na cidade. O gerente naram as perguntas dido CO-RIO declarou que torigidas aos engenheiros das as sugestões para a meresponsáveis pelas obras, lhoria da acessibilidade serão já que as vias de acesso analisadas pelo comitê. ao Complexo do MaracaMesmo acreditando no nã, tais como as avenidas cumprimento dos prazos paMaracanã e Radial Oeste, ra a finalização das obras, estarão interditadas. O os deputados não puderam representante do CO-RIO deixar de demonstrar preoexplicou que as ações de cupação em alguns casos, incentivo para que seja como o do possível atraso dos utilizado o transporte de trabalhos no ginásio Gilberto massa para se chegar aos Cardoso, o Maracanãzinho. locais de competição serão Os engenheiros responsáveis semelhantes às implan- No Complexo de Deodoro, deputados conheceram o cronograma das obras pela obra garantiram que as tadas para o acesso aos intervenções no local serão complexos de Deodoro, do feitas até o dia 31 de maio: Autódromo e João Havefalta instalar o ar-condiciolange. “Vamos fazer com nado, o placar eletrônico e que o público perceba que algumas cadeiras e finalizar a o melhor será chegar de implantação do piso flutuante metrô, trem ou ônibus”, para amortecer as quedas dos comentou Kikoler. atletas na quadra. Kikoler gaA presidente da Corantiu, para meados de junho, missão de Defesa da PPD, o cumprimento dos prazos de deputada Sheila Gama entrega das demais obras. (PDT), disse estar preo“O que nos interessa muito cupada com o deslocaé o legado que o Pan deixará mento dos portadores de para a cidade do Rio. Queredeficiência nos locais de mos que esses complexos e Maior preocupação da comitiva foi o Complexo Esportivo do Engenhão competição. No caso do esses novos aparelhos sirvam Maracanã, ela sugeriu que a Quinta da Boa Vista seja utilizapara o desenvolvimento de novos e melhores atletas”, ratificou da como um “bolsão de estacionamento”. “Foram observadas o deputado Dinamite. Os Jogos Pan-americanos começam no algumas questões, tais como a marcação no chão e a presença dia 13 de julho e vão até o dia 29 do mesmo mês. Parlamentares aprovam medidas que serão tomadas durante os Jogos Os parlamentares da Alerj não acompanham apenas o desenrolar das obras dos Jogos Pan-americanos. Eles também têm trabalhado para que o Rio de Janeiro esteja em ordem durante a realização da competição. No último dia 15, eles aprovaram o projeto de lei 400/07, de autoria do Poder Executivo, que trata das medidas que devem ser adotadas pelo Estado do Rio de Janeiro para a realização dos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007 e dos III Jogos Parapanamericanos Rio 2007. Segundo o Governador Sérgio Cabral, a medida se trata, na verdade, de um Ato Pan-americano, similar aos Atos Olímpicos, que se inserem nas responsabilidades dos governos locais sempre que se realizam Olimpíadas ou Jogos Pan-americanos. “A proposta apresentada remete a dois momentos distintos: primeiro os benefícios à população, que deve nortear os atos que promovem o esporte, e segundo verificar o cunho social dos jogos”, justificou Cabral. A mensagem prevê em seu artigo quarto que o período de realização dos jogos, entre os dias 13 e 29 de julho, será de férias escolares nos estabelecimentos de ensino público estadual. Em seu artigo quinto, ficam determinadas ações afirmativas na admissão de pessoal, como forma de garantir a diversidade social e racial entre os prestadores de serviços do evento. Além da implantação de faixas exclusivas nas vias sob gestão do Governo do estado para a circulação de veículos credenciados para os Jogos. 6 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 7 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 CAPA ARCO DE INTEGRAÇÃO DO ESTADO Forças unidas pelo empreendimento Fabiano Veneza Divulgação Deputados acompanharão, por meio das comissões, a obra que integrará cinco rodovias federais e viabilizará o escoamento da produção industrial da Região Metropolitana do estado O entrelaçamento das comissões e a “ troca de informações são fundamentais para que possamos cumprir o papel de fiscalizar o andamento desse empreendimento sonhado há 32 anos A NATALIA A LVES, M ARCELA M ACIEL E CLARISSE BRETAS Região Metropolitana do Rio de Janeiro irá receber um grande volume de investimentos de repercussão social e principalmente econômica para o estado. Para interligar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, o Pólo Gás-Químico, de Duque de Caxias, o Pólo Siderúrgico, em Santa Cruz, e as novas instalações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) será construído o Arco Metropolitano, projeto que vem sendo desenvolvido desde 1974, e que agora, graças à inserção da obra no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo federal, será Mapa apresentado pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão mostra a magnitude do projeto. Construção do segmento C deve começar em novembro concretizado. Com o objetivo de antever os impactos da construção do Arco Metropolitano no desenvolvimento do estado, Nova Iguaçu e Duque de Caxias, os custos com indenizações foram criadas na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Luiz Fernando Pezão, quando ele assumiu a secretaria não podem impedir a implantação do projeto, caso ele não seja de Janeiro a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para existia um projeto para o arco e o pouco que estava definido iniciado imediatamente. investigar as responsabilidades das três instâncias de poder não pode ser aproveitado por se tratar de uma parceria pú(União, Estado e municípios) na efetivação de investimentos blico-privada.“O Arco Metropolitano será uma obra pública Inchamento das cidades preocupa parlamentares em infra-estrutura que possam viabilizar o desenvolvimento financiada pelo Governo federal, com recursos do PAC, e com harmônico na instalação e operação dos pólos petroquímico, uma contrapartida do Governo estadual. Estamos trabalhando Uma preocupação, tanto dos parlamentares quanto dos gás-químico e siderúrgico, e a Comissão Especial da Alerj dia-a-dia para tirar essa obra do papel”, declarou Pezão. prefeitos da Região Metropolitana e da Baixada Fluminense, que acompanha a implementação do Programa Os investimentos previstos para as obras externada nas reuniões da CPI e da comissão especial, é a de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado. do arco nos próximos cinco anos são de R$ 760 questão do inchamento das cidades, fruto da ocupação deCom enfoques diferentes, as duas comissões, milhões, além de investimentos privados em O arco é o principal sordenada do solo. “É primordial que se promova a integração presididas pelos deputados Luiz Paulo (PSDB) torno de R$ 34,5 bilhões. A estrada será divida projeto de infraentre o Plano Diretor estadual e os planos diretores municie Rodrigo Neves (PT), respectivamente, irão em quatro lotes de construção. Os segmentos estrutura previsto no pais, para a regulamentação da questão que envolve o uso do trabalhar juntas na fiscalização do andamento A, B e D e as rodovias BR-493 (Contorno da Baía PAC para o Rio solo. Os planos diretores municipais são feitos através de lei desta obra, que unirá os municípios de Itaboraí de Guanabara), BR-101 (Rio - Santos) e BR-116 de Janeiro complementar, que não pode ser alterada todo dia. Defendo e Itaguaí e atravessará oito cidades da região. (Rio - Teresópolis), são de responsabilidade um Plano Diretor Metropolitano para definição do uso do solo, De acordo com o deputado Luiz Paulo (PSDB), do Governo federal, e os 72 quilômetros do Deputado Rodrigo Neves (PT) principalmente do uso do solo industrial, e que seja aprovado o objetivo da comissão é agir preventivamente, segmento C, que compreende a BR-493 e a RJpor lei complementar estadual, para que os municípios também para que esses pólos sejam realmente de desen109, serão construídos pelo Governo estadual. o façam dentro das suas competências”, sugeriu Luiz Paulo. volvimento. “O Arco Metropolitano é um projeto Segundo Pezão, o projeto básico para construção Hoje, a Região Metropolitana tem 11 milhões de habitantes sonhado pelo estado há 32 anos, desde a fusão dos estados do segmento C será concluído em julho, as obras deverão ter em apenas 20% do solo urbano. “Na região que será atrado Rio de Janeiro e da Guanabara. Ele tem uma importância início em novembro deste ano e terão 24 meses como prazo vessada pelo Arco Metropolitano, quase 50% da população estratégica integradora entre os três pólos porque une munide conclusão. “Precisamos ouvir todas as pessoas envolvidas vivem com esgoto a céu aberto e sem água. Não há nada cípios, minimiza o custo do transporte em longas distâncias nesse projeto, porque, quanto mais discutirmos essa quescomparado a isso no Brasil. Que o arco é uma maravilha, não e alivia o fluxo na ponte Rio - Niterói e na Avenida Brasil”, tão, menores serão as chances de alguma coisa dar errada”, tenho dúvidas. Mas não podemos deixar de falar de alguns explicou o parlamentar. declarou o vice-governador, acrescentando que, com o ritmo problemas, como o caso da ocupação desordenada. A história Segundo o vice-governador e secretário estadual de Obras, acelerado de crescimento da população de municípios como Deputado Luiz Paulo (PSDB) ” Fabiano Veneza Precisamos ouvir todas as pessoas “ envolvidas nesse projeto. Quanto mais discutirmos essa questão, menores serão as chances de alguma coisa dar errada Luiz Fernando Pezão, vice-governador do estado ” Fabiano Veneza “ ” Que o arco é uma maravilha, não “ tenho dúvidas. Mas não podemos deixar de falar de alguns problemas, como o caso da ocupação desordenada do solo ” Prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias 8 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 HOMENAGEM CAPA municípios da Costa do Sol no projeto do Arco Metropolitano. Segundo ele, tal medida é importantíssima para fomentar o turismo. “Gostaríamos que fosse feito um apêndice interligando a RJ-114 e a RJ-106 ao arco, trazendo toda a região da Costa do Sol para este grande empreendimento. A atual planta do arco aponta Manilha como fim de linha e isso levaria sérios transtornos para a região, que não possui infra-estrutura viária capaz de absorver o fluxo de tráfego que se formará”, detalha Queiroz. Para Neves, a Alerj tem um papel fundamental no debate sobre o projeto, que irá mudar a geografia e a realidade econômica e social do estado. A atual planta do “O próximo passo será discutir arco aponta Manilha a questão da habitação e do como fim de linha e saneamento básico, que está isso levaria sérios diretamente ligada ao projeto”, transtornos para explicou o presidente da comisa região são, que incluirá no relatório da comissão especial a sugestão Ricardo Queiroz, prefeito de Maricá de duplicação da Rodovia RJ-114 (Itaboraí-Magé) e sua integração ao arco. “Em junho, o estado conclui o estudo que será encaminhado ao Governo federal sobre o Arco Metropolitano. Antes disso deveremos fechar o relatório. Espero que as idéias apresentadas pela comissão estejam no estudo do Governo estadual, pois são baseadas em levantamentos consistentes realizados em conjunto com prefeitos das regiões afetadas”, ponderou Neves. Herança de Freire revisitada Fabíola Gerbase “ ” Mobilização pela construção do Arco Metropolitano é antiga A luta pela construção do Arco Metropolitano, inserida da Alerj no Desenvolvimento Econômico do Estado”, em este ano no Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC Duque de Caxias. No dia 12 de dezembro, no mesmo ano, do Governo federal, e que, desde o início desta legislatura, um ato público para o lançamento da campanha em prol da tem sido alvo de atenção dos parlamentares é antiga. No construção do Arco Rodoviário da Baixada foi organizado final de 2005, buscando agilizar a obra, a Alerj criou uma pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico Comissão Especial para o Acompanhamento das Obras do Estado do Rio de Janeiro, criado por iniciativa da do Arco Rodoviário. O presidente da Casa, deputado Assembléia Legislativa para debater assuntos considerados Jorge Picciani (PMDB), neste estratégicos para o crescimento Rony Maltz mesmo ano, ressaltava o descaso econômico do estado, e que do Governo federal com o Rio reúne 17 entidades. de Janeiro. “Os estudos de O manifesto, redigido viabilidade técnica, parte que e assinado pelos deputados cabia ao Governo estadual estaduais, presidentes de para a construção do arco, já entidades representativas da foram feitos. Esta verba existe sociedade civil e prefeitos da desde o Orçamento de 2005”, Baixada Fluminense, pedia ao destacou, acrescentando que Governo federal o início imediato o chamado Arco Rodoviário, na da obra. O ato, realizado no época, interligaria importantes Plenário Barbosa Lima Sobrinho, projetos econômicos do Rio, serviu, ainda, para o lançamento como o Pólo Gás-Químico, a da Comissão Especial para o Reduc e o Porto de Itaguaí, além Acompanhamento das Obras de promover articulação com Em 2005, Picciani recebeu o apoio de 13 prefeitos da do Arco Rodoviário, presidida pólos de produção de outros Baixada Fluminense na luta pelo Arco Rodoviário pelo deputado Domingos Brazão estados. (PMDB), que se comprometeu Em 11 de agosto de 2005, 13 prefeitos da Baixada a envidar todos os esforços para garantir o início das Fluminense se uniram à luta dos parlamentares e entregaram obras. Com a construção, outros benefícios, como novos a Picciani um documento repudiando o adiamento das obras empreendimentos imobiliários e expansão de comércio do Arco Rodoviário. A entrega das assinaturas aconteceu e serviços, também poderiam ser sentidos na Região durante a palestra “Política e Desenvolvimento: O Papel Metropolitana do Rio. Viúva de Paulo Freire, Ana Maria Freire (à dir.) recebeu a homenagem postmortem feita pelo deputado Marcelo Freixo (PSol) Seminário reuniu especialistas que destacaram a contribuição do educador para aproximar os brasileiros do ensino e das letras O Dafne Capella da Baixada Fluminense mostra que a linha do trem trouxe o desenvolvimento e a ocupação desordenada. Não podemos deixar que o arco traga isso novamente”, afirmou o prefeito da cidade de Nova Iguaçu, Lindberg Farias. O impacto ambiental causado pela construção do Arco Metropolitano também será fiscalizado pelos parlamentares. Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, para combater a poluição sonora nas áreas urbanas dos oito municípios cortados pela obra, será exigido o plantio de dois milhões de árvores ao longo dos 80 quilômetros do arco. “O objetivo será a atenuação das emissões de poluentes e do barulho causado pelo tráfego intenso. E estamos recomendando o uso do asfalto-borracha, em que o pneu de automóveis é utilizado na composição. Esse tipo de asfalto dura cerca de 40% mais do que o normal e ainda retira o pneu do meio ambiente”, acrescentou Minc. Ppara o deputado Rodrigo Neves (PT), a complexidade que envolve a construção do Arco Metropolitano está, justamente no fato de que sua construção terá impacto direto na expansão dos empreendimentos econômicos e industriais previstos para a região. “O arco é o principal projeto de infra-estrutura previsto no PAC para o Rio de Janeiro e irá transformar o estado em uma referência da logística do Brasil”, acrescenta. A expectativa em relação à obra é a mais positiva possível.“Não há dúvida de que o Arco Metropolitano representará um salto de desenvolvimento econômico para a região”, afirma o prefeito de Nova Iguaçu. Por isso, o prefeito de Maricá, Ricardo Queiroz, solicitou a inclusão da cidade e dos 9 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 M ARCELA M ACIEL educador Paulo Freire, morto há dez anos, foi condecorado com a principal honraria concedida pelo Poder Legislativo fluminense, a Medalha Tiradentes post-mortem, entregue pela Alerj a sua viúva, Ana Maria Freire. O deputado Marcelo Freixo (PSol), autor da homenagem, justificou-a afirmando que não há nada mais atual para ser tratado no Parlamento do que ensinamentos que servem para ser disseminados por toda uma vida e em qualquer situação. “O mandato de um deputado tem que ser pedagógico. Precisamos adotar a luta do convencimento. Temos que olhar e ler o mundo para modificá-lo, aprender a ser tolerante com as diferenças e a olhar mais para os excluídos”, afirmou Freixo. Freire morreu em maio de 1997, aos 75 anos, e deixou ao País uma importante contribuição ao desenvolver teses que aproximaram os brasileiros do ensino e das letras. Ele se destacou na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado Pedagogia Crítica. Freire entendia a Educação como um ato político pleno e pregava que o mero pragmatismo poderia levar a humanidade ao desastre. Como parte da homenagem, foi realizado no mesmo dia o seminário “Paulo Freire, sempre!”, que contou com a participação do deputado federal Chico Alencar (PSol), entre outros. Os temas abordados no seminário foram as diretrizes do pensamento po- lítico-pedagógico de Paulo Freire, o cotidiano escolar e as idéias do educador sobre teoria e prática para a liberdade. Chico Alencar lembrou alguns pontos básicos que, para Paulo Freire, modificaram a relação entre aluno e professor. O deputado citou a importância de tratar a escola como um espaço de pessoas a serem valorizadas, o aprendizado como uma oportunidade de dar voz a alguém e a troca que deve existir entre educadores e o que chamou de “oprimidos”, alunos ainda em fase de libertação, de conhecimento. “Nenhuma criança ou adulto chega à sala de aula como um papel em branco a ser preenchido pelos professores. Eles ensinam suas experiências e também aprendem”, ressaltou Alencar. Ao finalizar sua fala, Chico Alencar relembrou a última entrevista de Paulo Freire, um mês antes de morrer, onde o educador pedia aos professores que nunca desanimassem ou desistissem e que sempre lutassem pela Educação. O enfrentamento de Freire ao fracasso também foi tratado pela professora titular da Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e presidente da Associação de Docentes da universidade, Nilda Alves. “Ele soube enfrentar o fracasso e propor saídas. O ato pedagógico deve afrontar e integrar o fracasso”, afirmou. Participaram também da homenagem a Paulo Freire o vereador do Rio Eliomar Coelho (PSol); o escritor e dramaturgo Augusto Boal; a primeira-secretária da Associação de Docentes da Uerj, Inalda Pimentel; e a professora Lizete Arelaro, da USP. 10 CURTAS Pensão para servidores O plenário da Alerj aprovou, em regime de urgência e votação única, no último dia 15 de maio, o projeto de lei 215/07, de autoria do Poder Executivo, que dispõe sobre o reconhecimento, para fins previdenciários, dos companheiros do mesmo sexo dos servidores públicos estaduais. O projeto foi aprovado por 45 votos a favor e 15 contra. Aos 198 anos da PM Durante a sessão solene pelos 198 anos da PM promovida pelo deputado Wagner Montes (PDT), no plenário da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, dia 14 de maio, 108 policiais militares foram homenageados com moções de aplauso e congratulações por suas condutas e por terem se destacado em sua tropa entre janeiro e março de 2007. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, e o comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo estiveram presentes à homenagem. “As moções são uma forma de premiar estes bravos combatentes que arriscam sua vida no dia-a-dia desta guerra urbana que vivemos”, discursou o autor da homenagem. Telefonia na Justiça A Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj entrou com ação coletiva contra as operadoras de telefonia móvel, no dia 4 de maio, para que as mesmas não cobrem as franquias de seus planos pós-pagos no período em que os consumidores estiverem com seus aparelhos no conserto, dentro da garantia. “Esta prática está gerando o enriquecimento ilícito das operadoras, já que o serviço, durante o tempo de permanência do aparelho na assistência técnica, não está sendo prestado, mas é cobrado”, argumenta a presidente da Comissão, deputada Cidinha Campos (PDT). Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 CRIMES AMBIENTAIS A CLARISSE BRETAS 11 COMISSÕES Jornada de trabalho de quatro horas é possível Segundo o professor Marcio Pochmann, redução vem sendo discutida desde o século XVIII Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 no Brasil, nove eram para receber até dois salários-mínimos. Na opinião de Pochmann, a perspectiva que alguns teóricos têm do mercado de trabalho é muito pessimista, com pouca reflexão sobre o assunto. “Por causa da reestruturação capitalista e do avanço tecnológico, o trabalho vem sendo suprimido. Em 1995, um relatório do Banco Mundial identificou que os sindicatos deixariam de ser representativos de classe para se transformarem em organizações não governamentais”, disse Pochmann, ressaltando que, no Brasil, o trabalho, que antes era elemento de inclusão social, virou assistencialismo. Pochmann também mostrou descontentamento com a falta de sociabilidade que impera nos dias de hoje. “Não podemos ser escravos da tecnologia, fazer nosso círculo social através da Internet e do celular. A sociabilidade dos nossos redução da jornada de trabalho para quatro horas diárias, três vezes por semana, foi a principal sugestão levantada pelo professor Marcio Pochmann, do Centro de Estudos de Economia Sindical e do Trabalho (Cesit/ Unicamp), em palestra sobre o mundo do trabalho, no dia 9 de maio, na Escola do Legislativo Fluminense (ELF). De acordo com o professor, essa mudança é possível, bastando que se reconheçam os setores que precisam de mão-de-obra e haja uma limitação das horas-extras. O 2° vice-presidente da Alerj e coordenador da ELF, deputado Gilberto Palmares (PT), concorda com a posição adoRafael Wallace tada por Pochmann. “A aparente falta de emprego está ligada à super-exploração da mão-de-obra. É preciso trabalhar menos para que mais pessoas trabalhem”, observou o parlamentar. O debate, promovido pela ELF, comemorou o Dia do Trabalho. A redução da jornada de trabalho é viável, segundo Pochmann, e já vem sendo Márcio Pochmann falou entre Gilberto Palmares e Paulo Ramos discutida desde o século XVIII. “Estamos trabalhando muito filhos e netos está sendo construída pela mais do que há 20 anos, quando não televisão e pelo videogame. Mesmo tendo havia celular, computador ou Internet. A informação, não sabemos o que fazer com humanidade faz mais coisas ao mesmo ela. Estamos construindo uma sociedade tempo, há mais produtividade. Além disso, de ignorantes”, afirmou. também não há argumento que justifique O modelo de desenvolvimento adoa entrada no mercado de trabalho antes tado pelo Brasil, o “fordismo”, foi alvo dos 25 anos de idade, porque a expectativa de críticas de Pochmann. “Esse padrão de vida do brasileiro aumentou, ou seja, está em crise, porque é ambientalmente ele trabalha mais do que há alguns anos”, insustentável. Além disso, é um padrão observou. Considerado uma das maiores de países desenvolvidos, não periféricos. autoridades no assunto, o professor apreÉ um mito acreditar que o Brasil vai se sentou dados que mostram que, de 2000 desenvolver com esse modelo de produa 2006, de dez postos de trabalho criados ção”, criticou. Muito a fazer, pouco dinheiro Fabíola Gerbase Durante a reunião, secretários de estado e deputados debateram as metas e prioridades que serão apresentadas pelo Governo para 2008 Comissão de Orçamento reuniu parlamentares e secretários de Fazenda e de Planejamento para falar sobre a situação financeira do Estado A L UCI A NA A LMEI DA audiência pública promovida pela Comissão de Orçamento da Alerj, presidida pelo deputado Edson Albertassi (PMDB), no dia 9 de maio, permitiu que os secretários estaduais de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, e de Fazenda, Joaquim Levy, apresentassem aos deputados as dificuldades financeiras e orçamentárias do Estado do Rio de Janeiro. Segundo Ruy Barbosa, a expectativa de receita calculada pelo Governo é de R$ 36 bilhões, R$ 1,5 bilhão menor do que a prevista pelo Governo anterior. “A Fazenda encontrou este buraco no orçamento, que é difícil de ser equacionado devido ao alto grau de engessamento dos recursos vinculados à Saúde, Educação e ao custeio da folha, dentre outros”, explicou. O secretário de Planejamento disse que o Governo pretende contingenciar o mínimo possível de recursos e investir no aumento de receita, redução de despesas com pessoal, otimização de processos, planejamento de qualidade e gerenciamento das prioridades. Barbosa defendeu também a fusão ou extinção de instituições e órgãos desnecessários ao funcionamento do estado. “A Loterj, por exemplo, não gera receita alguma para a assistência social. Todo o dinheiro que arrecada serve somente para se autosustentar e, como ela, há outras entidades que são somente bancos de pessoal”, denunciou. O secretário solicitou aos deputados um prazo maior para elaborar um planejamento estratégico para o estado. Para isso, sugeriu o adiamento da divulgação das metas e prioridades de 2008 para setembro, quando será apresentado o Plano Plurianual 2008-2011. “Este é o último ano da vigência do Plano do Governo passado. Não estamos aqui para enviar propostas de mentirinha. As metas e prioridades de um orçamento factível e consistente devem ser discutidas em conjunto com o próximo Plano Plurianual”, justificou. Segundo Levy, os aumentos definidos pelos planos de carreira aprovados no fim do Governo Rosinha Garotinho foram responsáveis, em grande parte, pela pressão orçamentária sofrida pelo estado. “Os aumentos geram um impacto na folha de cerca de R$ 500 milhões a mais nas despesas com pessoal. Serão R$ 465 milhões só nos 18 primeiros meses do atual Governo”, explicou. “Além dos planos de carreira, também temos que financiar a ampliação e manutenção de serviços, como o aumento do número de leitos em hospitais, que geram despesas permanentes”, complementou Barbosa. O líder do Governo na Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), defendeu o aprofundamento da discussão sobre a possibilidade de utilizar o Fundo Estadual de Combate à Pobreza em ações de Saúde, Educação, e outras áreas de impacto social, que não sejam apenas de caráter suplementar. Estiveram presentes à audiência os deputados Luiz Paulo e Pedro Paulo, do PSDB, Comte Bittencourt (PPS), Alessandro Molon e Rodrigo Neves, do PT, Aparecida Gama (PMDB), Flávio Bolsonaro (PP), Alessandro Calazans (PMN) e Coronel Jairo (PSC). A Comissão de Orçamento aprovou o parecer prévio ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2008. Excepcionalmente, este ano, as metas e prioridades orçamentárias, assim como as emendas indicativas, serão apresentadas somente após o dia 28 de setembro, data final para o envio do Plano Plurianual 2008-2011 pelo Governo. 12 Rio de Janeiro, de 1º a 15 de maio de 2007 ENTREVISTA ALCIDES ROLIM (PL) Fabíola Gerbase ‘Estamos, juntos, trabalhando pelos postos 24 horas’ C K ARINA MOURA onhecido como “o médico do povo”, o deputado Alcides Rolim (PL) é formado e pós-graduado em Cirurgia Geral e Aparelho Digestivo pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), sendo também credenciado para Cirurgia Geral pelo Ministério da Saúde e Ginecologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Rolim concorreu pela primeira vez nas eleições de 2002, quando foi primeiro suplente. Em 2004, disputou a Prefeitura de Belford Roxo e foi o segundo colocado, com 65.216 votos. Com enorme popularidade na cidade, continua realizando seu trabalho de Medicina Social, tema em que pretende focar sua atuação como parlamentar. O senhor obteve 65.958 votos. Em que área pretende focar sua atuação? Pretendo atuar na minha área que é a Baixada Fluminense, onde obtive a maioria dos votos, com mais veemência em Belford Roxo, onde tive 50 mil votos. novamente neste Governo. Temos que trabalhar em cima do saneamento básico, que é extremamente deficiente. Apenas 20% da cidade de Belford Roxo possuem rede de esgoto. A questão da água e da saúde também é preocupante. Hoje Belford Roxo não tem um atendimento de UTI, Quais são os nem para a terproblemas mais ceira idade, nem urgentes da Baipara as mulheres Temos que xada Fluminen- trabalhar em cima com gravidez de se hoje? risco. Também do saneamento A Baixada Flumi- básico, que é não temos internense é um estado extremamente nações para pesdentro do estado. deficiente soas que sofrem Possui 13 municítraumas. Muitas pios que tiveram vezes, os pacienpouco investimento nos govertes são obrigados a se dirigir nos passados. Nessa região o s outros hospitais estaduais, povo necessita de muita coisa, federais e municípais fora da principalmente nas áreas de Baixada. transporte, educação e saúde, que são muito precárias. Como médico, o senhor coA bancada da Baixada Flunhece de perto a situação minense da Casa, que tem, dos hospitais públicos. O mais ou menos, 14 deputaque pretende fazer para dos, deve lutar pelo povo para tentar melhorar o estado que ele não seja esquecido desses hospitais? “ ” Estamos elaborando alguns projetos para a saúde pública junto com o governador Sérgio Cabral e trabalhando bastante para que sejam feitos mais postos 24 horas, com prioridade para Nova Iguaçu, que tem uma carência muito grande, e para Belford Roxo, que terá seu segundo posto de saúde. Mas o que Belford Roxo realmente precisa é de uma unidade hospitalar estadual, como a de Nilópolis. Como hospital é uma coisa a longo prazo, o posto de saúde satisfaz esta necessidade primariamente e vai ajudar muito a população, mas não é suficiente para atender a todos. E em relação ao transporte público, o que pode ser feito para melhorar as condições de quem o utiliza? Foi feita recentemente uma parceria entre a prefeitura de Nova Iguaçu e uma empresa de transporte, para integrar esse município ao de Belford Roxo. A linha intermunicipal, que sai de Nova Iguaçu, vai até a estação rodoviária de Belford Roxo e custa apenas R$ 2,80. Pretendemos propor uma regulamentação ao Governo estadual para que essa pequena parceria não exista somente entre esses municípios. Qual sua avaliação dos cinco primeiros meses do Governo Sérgio Cabral? Este governo ainda tem muito o que mostrar, porque cinco meses é pouco para se avaliar um mandato. Sabemos que ele tem uma dificuldade enorme em relação à gerência deste estado, principalmente na educação, saúde e segurança pública. Ele está se ajustando e esperamos que tenha visão para promover melhorias. Isto foi prometido na campanha eleitoral e nós, como somos da base aliada, estamos ajudando no que podemos para que os projetos sociais de todo o estado sejam viabilizados.
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