Por reformas que garantam o mínimo existencial
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Boas Férias! Mais protecção: contra despedimentos de sindicalistas 2 Unia Forte: mais força aos sócios activistas Lei laboral: 3 os aprendizes também têm direitos 4 Nr. 4 | Julho 2012 | português Sai como suplemento do jornal «work» | Redacção T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch T +41 31 350 21 11, F +41 31 350 22 11 | [email protected] | www.unia.ch Seguros sociais, reforma Por reformas que garantam o mínimo existencial Editorial SIM à formação profissional de jovens sanspapiers Os delegados da União de Sindicatos Suíços (USS) votaram na Assembleia de Delegados (AD) de 11 de Maio um reforço e uma ampliação da pensão de reforma. Isto permitiria um aumento substancial da reforma para pessoas com rendimentos baixos e médios. sido lançado em 2010 durante o congresso da USS. O projecto parte de uma simples observação: as pensões de reforma não cobram, ao contrário do que estipula a Constituição, o mínimo existencial. Sobretudo aqueles que têm um salário n Modelo 1: O AVS (seguro de velhice e sobrevivência) esteve no centro da Assembleia de Delegados. Paul Rechtsteiner, presidente da USS, declarou no seu discurso que já há demasiado tempo se espera por melhorias nas reformas. Tem-se, por isso, de iniciar um processo que leve a mudanças positivas. A favor da contra-ofensiva Uma das suas exigências é que se mude de estratégia. Os delegados decidiram, por isso, deixar de seguir, como até aqui, um caminho mais defensivo e lançar uma contra-ofensiva. Eles aprovaram unanimemente um projecto que prevê a ampliação e o reforço da AVS. Este projecto intitula-se «AHV/AVSplus» e já tinha «Máxima mais 25 %» Aumento em 25 % das reformas mínima e máxima. Mas a reforma máxima será atingida com um rendimento anual de 46 000 francos. A reforma máxima seria nesta variante de 2900 francos. Assalariados com salários baixos também atingem, nesta variante, a reforma máxima. Esta variante custaria 11,8 mil milhões de francos. Para garantir o seu financiamento, trabalhadores e empregadores teriam uma contribuição suplementar de 1,75 % do salário. n Modelo 2: «Média mais 200 francos» Esta variante aumenta em 200 francos as reformas mínima e máxima, o baixo ou médio não conseguem, em muitos casos, viver da sua pensão de reforma. 4 variantes para a AVSplus Um grupo de especialistas desenvolveu quatro possíveis modelos que corresponderia a um 13º mês no caso desta última. A reforma máxima seria alcançada com um salário actual de 83 000 francos. A variante 2 tem custos de 5,5 mil milhões de francos. Isto corresponde a 0,8 % do salário, tanto da parte do empregador como do empregado. n Modelo 3: «Mínima mais 120 francos» O aumento de 120 francos tanto na reforma mínima como na máxima é menor do que nos modelos anteriores, corresponde mesmo assim a um 13º mês no caso da reforma mínima. Os custos são menores no caso do modelo 3. São cerca de 3,3 mil milhões de francos, portanto 0,5 % do salário, pagos por empregador e empregado. para uma AVSplus. Os delegados decidiram que querem analisar com cuidado os quatro modelos e decidir na próxima AD de 16 de Novembro. Os quatro modelos resumidamente: n Modelo 4: «13º mês de reforma» O modelo 2 atinge um 13º mês para todas as reformas, o modelo 3 atinge-o para as reformas mínimas. O modelo 4 prevê um 13º mês clássico, sendo o aumento da reforma linear. Todos os reformados recebem um aumento de reforma no valor de mais um mês. Mas neste caso os salários baixos e médios não seriam beneficiados, o que é uma desvantagem em relação aos modelos 2 e 3. A juventude Unia sempre se mobilizou para defender os direitos dos jovens sans-papiers. É, por isso, claro que ela saúda a concretização da moção «Acesso à formação profissional de jovens sem estatuto legal», através da alteração do decreto sobre a admissão, estadia e exercício de uma actividade profissional. Com esta possível alteração ao decreto, os jovens sans-papiers poderiam ter uma autorização de estadia para o período da formação e para depois desta, autorização esta que poderia ser alargada aos membros da família. A formação profissional permitiria a estes jovens escapar a situações profissionais precárias no futuro. A alteração ao decreto é por isso um passo na direcção certa. Até aqui os jovens sem estatuto legal só podiam frequentar o liceu e o ensino superior. A possibilidade de formação profissional para todas e todos é uma antiga exigência do Unia, aprovada em 2008 no congresso de Lugano. Este novo avanço poderá permitir abrir caminho para uma melhor integração de jovens estrangeiros a todos os níveis. Ainda existem discriminações flagrantes entre os jovens, nomeadamente na procura de um posto de aprendizagem. O racismo para com jovens migrantes é intolerável. A igualdade de oportunidades deve ser garantida a todos, independentemente do sexo, da idade ou da nacionalidade! / Aurora García Émilie Pasquier secretária do Unia para a juventude horizonte 2 Nr. 4 | Julho 2012 | português Despedimentos abusivos de sindicalistas Notícias Mais protecção contra despedimentos breves por razões anti-sindicais! Assédio sexual no local de trabalho A página de internet em francês www.non-c-non.ch é uma plataforma que dá a todos os interessados, com rapidez, de forma simples e anonimamente, informações e conselhos sobre o assédio sexual no local de trabalho. A página Web foi criada por representantes dos sindicatos, entre eles do Unia, em colaboração com o deuxième Observatoire. A página também dá conselhos sobre a melhor forma de uma mulher reagir em caso de assédio. Reagir rapidamente e procurar conselhos é fundamental. O assédio sexual não é um problema individual, diz-nos respeito a todos, à sociedade em geral! Cerca de 40 sindicalistas entregaram no dia 12 de Junho, numa acção simbólica, uma carta de protesto ao conselheiro federal Schneider-Amman, no âmbito da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho. Nesta carta exigem do Conselho Federal que se empenhe por uma melhor protecção contra o despedimento de representantes sindicais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi escolhida como pano de fundo desta acção porque a comissão responsável já em 2006 tinha reagido a uma queixa da União de Sindicatos Suíços (USS), exigindo que a Suíça protegesse as e os represen- Protecção contra dumping salarial para vendedoras em Neuchâtel No ano de 2011 foram assassinados 76 sindicalistas, os despedimentos e as prisões foram aos milhares. E: os trabalhadores que participaram na Primavera Árabe pagaram um preço elevado pela democracia. A lista negativa consta do relatório anual da Federação de Internacional de Sindicatos (FIS) sobre o não cumprimento dos direitos humanos. O relatório completo está disponível no site da FIS em: (http://survey.ituc-csi.org). Como consequência desta acusação, o Conselho Federal enviou no ano 2010 uma revisão do Direito de Obrigações (DO) para consulta. De acordo com esta, a protecção contra despedimentos seria melhorada, tanto para whistleblowers (pessoas que denunciam situações irregulares no seu local de trabalho) como para sindicalistas activos. A USS, pelo seu lado, estaria disposta a retirar a sua queixa perante a OIT. Actualmente, devido à pressão dos empregadores, o Conselho Federal quer deixar cair o tema. Não quer apresentar sugestões ao Parlamento para resolver o escândalo dos despedimentos contra sindicalistas. A USS não pode aceitar uma tal recusa. Isto sobretudo porque nos últimos dois anos estes despedimentos aumentaram e o Tribunal Federal constatou, no processo Suter contra o jornal Tagesanzeiger, que uma melhor protecção legal contra despedimentos abusivos só seria possível depois de uma mudança da legislação. Finalmente mais protecção Merck Serono: A luta pelos postos de trabalho continua Sindicalistas em perigo em todo o mundo A revisão do DO não avança por pressão dos empregadores Aumento de despedimentos por razões anti-sindicais Um novo contrato colectivo de trabalho de Neuchâtel melhora as condições de trabalho nas vendas a retalho e protege contra o dumping salarial. 7000 vendedores e vendedoras ficam sujeitos ao CCT. Como não existe um CCT para o ramo válido para toda a Suíça, este é um passo importante para se avançar com melhores condições de trabalho no ramo. O pessoal de Merck Serono intensifica a luta contra os planos da empresa de acabar com a produção em Genebra. Os empregados estão em greve. Além disso, uma delegação, acompanhada pelo sindicato Unia, entregou uma petição com cerca de 15 000 assinaturas ao chefe do Departamento Federal de Economia, o conselheiro nacional Johannes Schneider-Amman. Este tinha prometido apoiar, com medidas concretas, as propostas do pessoal para a manutenção dos locais de trabalho e para a preservação do centro de pesquisa em Genebra. Agora o conselheiro nacional tem de cumprir a sua palavra. tantes sindicais de forma mais eficaz contra despedimentos abusivos. A luta contra os despedimentos por razões anti-sindicais continua! Para os sindicatos é claro: é necessário um procedimento claro contra despedimentos de sindicalistas. Se os políticos não reagirem, a USS será obrigada a voltar a processar a Suíça junto da OIT por infracção da Convenção 98, que a Suíça assinou. / Aurora García CCT do ramo dos cabeleireiros Cabeleireiras e cabeleireiros sem aumentos dos salários mínimos CoiffeurSuisse recusou os resultados das negociações para um novo contrato colectivo de trabalho (CCT). Desta forma, os empregadores impedem até as mais pequenas melhorias no ramo dos cabeleireiros, como uma quinta semana de férias e o aumento de salários mínimos. A decisão dos empregadores é incompreensível porque o CCT do ramo é especialmente fraco. A decisão tomada pelos delegados de CoiffeurSuisse é incompreensível para o sindicato Unia. Os empregadores impediram com a sua decisão do início de Maio melhorias mínimas no ramo. Uma das melhorias seria uma quinta semana de férias a partir do primeiro ano de trabalho (agora só tem direito a esta semana quem trabalhar pelo menos 10 anos para o mesmo empregador). Além disso, os salários de base deveriam aumentar gradualmente nos próximos 3 anos até Setembro 2014, dos actualmente 3400.– para 3700.– francos. Os delegados da associação patronal recusaram o CCT, apesar de a delegação de negociações o ter aprovado. O CCT actual é muito fraco A decisão dos empregadores é ainda mais incompreensível porque o CCT do ramo é muito fraco – não tem 13° mês, os horários de trabalho são longos, não vai além dos mínimos legais em caso de maternidade e os salários continuam a ser muito baixos. Apesar de no ramo trabalhar pessoal qualificado com formação profissional, os salários estagnam, mesmo para os de empregados de longa data. Sem aumentos salariais desde 2009 Desde 2009 que os salários não sobem. Nessa altura os parceiros sociais tinham acordado um novo CCT de obrigatoriedade geral porque as condições salariais e de trabalho tinham piorado muito durante o período em que não houve um CCT válido. Para se conseguir o resultado moderado, que agora falhou, os sindicatos até tinham deixado de exigir o 13º mês. Esta exigência voltou agora para a mesa de negociações. Empregadores contra melhores condições de trabalho para cabeleireiros. 90 % dos trabalhadores são mulheres No ramo trabalham cerca de 13 000 pessoas, das quais cerca de 9000 estão sujeitas ao CCT. A percentagem de mulheres é cerca de 90 %. Na Suíça há cerca de 4500 cabeleireiros, dos quais cerca de 500 são empresas maiores com mais de 10 trabalhadoras/es. Contam-se pelos dedos as empresas com muitas filiais e mais de 100 trabalhadoras/es. / Aurora García horizonte Projecto Unia Forte Entrevista Exigir um trabalho sindical forte Os sócios activistas dirigiram os trabalhos . . . Mais de 150 sindicalistas reuniram-se no dia 12 de Maio de 2012 em Berna, no segundo encontro nacional de sócios activistas. O tema deste encontro era: Que continuação dar ao projecto Unia Forte? O projecto tem como objectivo reforçar o sindicato nos locais de trabalho e dar aos sócios activistas do Unia mais peso dentro do sindicato. Como já aconteceu em 2012, o encontro foi planeado e dirigido por um grupo de sócios activistas. Reforçar o trabalho nas empresas Um sócio activista da Suíça oriental resumiu assim o seu trabalho sindical na indústria: «Na indústria não podemos fazer o trabalho sindical em vez 3 Nr. 4 | Julho 2012 | português dos nossos colegas. Mas podemos fazer esse trabalho com eles.» Mas os sócios activistas nas empresas teriam de ser mais apoiados por secretárias e secretários sindicais empenhados neste trabalho. Formação política e protecção contra despedimentos Nos grupos de trabalho os sócios activistas discutiram, além disso, sugestões concretas de melhoramentos: mais formação política, sobretudo a nível regional. Uma segunda exigência central é o reforço da protecção Dario Mordasini Segurança e prevenção de saúde no trabalho «Em caso de perigo: PARAR» . . . e os secretários também participaram. contra despedimentos para sindicalistas activos. Esta tem de ser garantida tanto nos contratos colectivos de trabalho como na lei. Alguns sócios activistas sugeriram mesmo uma iniciativa popular para reforçar a protecção contra os despedimentos abusivos. / Aurora García As insolações podem ser mortais Atenção ao ozono e ao calor nas obras! Dário Mordasini, responsável do Unia para a segurança e prevenção de saúde no local de trabalho, esclarece nesta entrevista como este campo se tem desenvolvido nos últimos anos e explica-nos quais são as regras que devem sem falta ser respeitadas nos locais de trabalho. Como é que a segurança e a prevenção de saúde no local de trabalho se têm desenvolvido? No caso de acidentes de trabalho, registámos uma redução de 15 a 20 % nos últimos 10 anos. Diferente é a situação dos problemas de saúde em consequência do trabalho. No caso de problemas do sistema locomotor, dores nas costas, por exemplo, e especialmente de problemas psíquicos (sobretudo stress), constatamos que existe uma estagnação ou até um aumento. Continua a ser necessário tomar-se medidas concretas. Isto nota-se no facto de 31.1 % dos empregados na Suíça dizerem que as suas condições de trabalho podem pôr a sua saúde em perigo. E o que é que pode ser feito neste sentido, mais leis e inspecções? Exigências legais firmes e inspecções regulares são sem dúvida importantes. Mas o desenvolvimento e consolidação nas empresas de uma cultura de segurança são, na minha opinião, mais importantes. Com isso quero dizer que, em todos os processos de trabalho, a protecção dos trabalhadores deve ser tão natural como a qualidade do trabalho ou o cumprimento de prazos. E como é que essa cultura de segurança deve ser desenvolvida? Não há uma receita simples. São necessárias várias medidas e não são as mesmas em todos os casos. Um princípio fundamental, no entanto, que deve ser válido sempre é o seguinte: Em caso de perigo para a saúde, o que vale é: «PARAR! – Eliminar o perigo – só depois continuar a trabalhar!» Isto significa que todos têm o direito de interromper o trabalho quando a própria saúde ou a dos colegas está em perigo. A implementação de um tal princípio é realista? O calor e o ozono podem ser prejudiciais para a saúde. Um dia de Verão nas obras: homens bronzeados trabalham duramente ao sol. Isso pode pôr a sua saúde em perigo. Encontra aqui alguns conselhos importantes. É importante que os trabalhadores se protejam do sol e do ozono. Para resistirem às temperaturas elevadas, os trabalhadores devem vestir roupa com protecção ultra-violeta, usar óculos de protecção escuros e um capacete com boa circulação do ar. Devem também utilizar um creme de protecção solar, mesmo que já estejam bronzeados. Além disso, devem ter uma alimentação saudável e beber muito, desde que não sejam bebidas alcoólicas. Água gratuita A empresa é a responsável pela segurança no local de trabalho. Os empreiteiros que se preocupam com a saúde dos seus empregados, põem à disposição destes água gratuita, roupa de trabalho adequada, locais de trabalho à sombra ou ventiladores. Em caso de dúvidas, é importante consultar especialistas. O trabalho mais duro deve ser realizado nas primeiras horas do dia. Além disso é importante que os trabalhadores façam pausas suficientes. Os trabalhadores devem ainda dar atenção aos primeiros sinais de sobreaquecimento do corpo e devem poder dar os primeiros socorros. Porque as insolações podem ser mortais. / work, 22.6.2012 Primeiros sinais de sobreaquecimento do corpo: sede, cãibras, exaustão, tonturas, desmaios. Encontra mais informações e uma lista de perguntas para avaliação da situação em www.unia.ch/index.php?id=1357&L=0 (alemão) www.unia.ch/Hitze-und-Ozon.1357.0.html?&L=1 (francês) www.unia.ch/Hitze-und-Ozon.1357.0.html?&L=2 (italiano) Nós trabalhamos nesse sentido. «Nós» somos as autoridades competentes (Suva, inspecção de trabalho), especialistas da segurança no trabalho, associações patronais e naturalmente também sindicatos. No Outono passado todos estes responsáveis no sector da construção assinaram uma «carta de segurança» (ver Horizonte 8/2011), pela qual se empenham na implementação do «Princípio PARAR». Estão a ser elaborados projectos semelhantes para a indústria e os serviços. O que é que os trabalhadores podem ou devem fazer? Em primeiro lugar, os trabalhadores devem saber que têm o direito a locais de trabalho seguros e saudáveis. O Unia tem de contribuir activamente para isso. Depois é importante que os trabalhadores intervenham sistematicamente quando a segurança no trabalho não seja garantida. Isto nem sempre é fácil, claro, e é preciso ter-se coragem. Mas juntamente com colegas e o Unia, isto pode (e deve) resultar cada vez mais. Todos os trabalhadores podem contactar a qualquer momento com os secretários do Unia. Só assim surge a «cultura de segurança» de que falámos. Só assim conseguimos que todos os dias todos voltem com saúde para casa. / Aurora García horizonte Os chefes não têm sempre razão: Os aprendizes também têm direitos Existe uma lei de trabalho para menores de idade, que até é mais rigorosa do que para adultos. E existem leis especiais para aprendizes que lhes permitem fazer a formação, frequentar a escola profissional e não ser explorados nas empresas. Os aprendizes devem conhecer os seus direitos. Porque as empresas nem sempre cumprem a lei. Alguns exemplos do dia-a-dia de aprendizes: A minha chefe descontou das minhas férias as faltas às aulas. Isso é permitido? Não, as faltas às aulas não contam como férias. É importante que, em caso de falta, a empresa seja informada a tempo e a falta seja justificada. O melhor é apresentar um atestado médico na escola e na empresa. Em caso de doença ou acidente, normalmente basta uma justificação para os dois primeiros dias. A partir do terceiro, a escola e a empresa podem exigir atestado médico. Estou a fazer uma formação como cozinheira e tenho de trabalhar muitas vezes até às 23 horas. Isso é permitido? Sim. Para aprendizes que não podem atingir os objectivos da formação sem trabalho ao domingo ou nocturno, existem licenças especiais. Excepção 4 Nr. 4 | Julho 2012 | português Pergunte, que nós respondemos importante: nas noites antes das aulas na escola profissional ou de cursos fora da empresa, só podes trabalhar até às 20 horas. Muitas vezes depois das aulas ainda tenho de ir trabalhar na loja. Isto é correcto? Não, 8 horas de aulas correspondem a um dia completo de trabalho. Num dia destes não podes ir trabalhar na loja. Nos dias sem aulas, o teu dia de trabalho não pode ser superior a 9 horas e, com as pausas, não deve ultrapassar as 12 horas. Tenho de fazer muitas vezes horas extraordinárias. Isto é permitido? A empresa pode exigir horas extraordinárias aos aprendizes. Mas, mesmo com horas extraordinárias, o dia de trabalho não pode ultrapassar as 9 horas. Tens direito a um suplemento de 25% pelas horas extraordinárias. Nos CCTs há por vezes melhores suplementos, também para aprendizes. As horas extraordinárias também podem ser compensadas com tempo livre, o que é melhor do que o suplemento, tenho em conta o salário dos Os aprendizes têm vantagens em sindicalizar-se. aprendizes. O que não é permitido é que tenhas de fazer horas extraordinárias como castigo. O meu chefe diz que não posso ser sindicalizado. É verdade? Todos os trabalhadores podem ser sindicalizados, também os aprendizes. Uma proibição é anti-constitucional. Em caso de problemas, o sindicato garante-te um aconselhamento gratuito. Além disso, luta por melhores condições de trabalho e melhores ofertas de formação. / Sina Bühler Direito de aprendizes de A a Z Encontram-se mais informações sobre os direitos dos aprendizes na página Web: www.gewerkschaftsjugend.ch/dt/rechte.php (alemão) ou www.gewerkschaftsjugend.ch/franz/homeframeset.html (francês). Desempregado: Há prazos de espera diferentes? O meu colega e eu fomos despedidos no final do mês passado. Inscrevemo-nos ambos a tempo no fundo de desemprego. Mas o meu colega começou a receber o subsídio de desemprego logo depois da inscrição. Eu, no entanto, tive de esperar 10 dias. Isto é possível? Myriam Muff: Sim. Na maior parte dos casos só se tem direito ao subsídio de desemprego depois do desemprego controlado durante um determinado número de dias. Este prazo de espera depende do salário e da obrigação de prestação de alimentos a menores de 25 anos. Quem tiver um salário de até 3000 francos não tem prazo de espera. No caso de haver dependentes de menos de 25 anos, um prazo de espera só existe para quem tenha salários a partir de 5001 francos (neste caso 5 dias). Para pessoas sem dependentes, há um prazo de espera de 5 dias a partir de um salário de 3001 francos. A partir de um salário de 5001 francos, este é de 10 dias e de 15 para um salário entre 7501 e 10 416 francos. Se o senhor tem um prazo de espera de 10 dias, isto quer dizer que não tem menores de 25 anos a seu cargo e que tinha um salário mensal entre 5001 e 7500 francos por mês. O seu colega tem um ou vários filhos com menos de 25 anos que dependem dele e recebia menos de 5001 francos ao mês. work, 25.5.2012 Retrato Inválido sem pensão de invalidez: o subsídio diário pode ser reduzido? O senhor é um vândalo de cartazes, senhor Lüthi? Eu requeri uma pensão de invalidez porque tenho problemas de saúde e a minha capacidade de trabalho é reduzida. Depois de ter sido obrigado a despedir-me por motivos de saúde, inscrevi-me na caixa de desemprego. Estou desempregado há 4 meses e recebi a resposta do seguro de invalidez: não tenho direito a uma pensão porque o meu grau de invalidez é de 19 %. Agora a caixa de desemprego reduziu o meu subsídio diário, apesar de eu não receber pensão de invalidez. Isto é possível? Em Agosto de 2011 a estação central de Zurique apareceu completamente coberta de propaganda anti-estrangeiros da UDC/SVP. Peter Lüthi reagiu contra esta agressão da UDC, colando ao lado folhas de papéis com contra-argumentos. Foi preso e em Abril de 2012 sujeito a um processo no Tribunal Administrativo de Zurique. A conferência de migração do Unia de 5 de Maio homenageou a sua coragem, bem como a de dois homens de Schaffhausen, Christoph Schmutz e Andi Kunz (ver Horizonte 8/2011), com um prémio coragem dotado de algumas centenas de francos. Os cartazes não foram destruídos A acusação de vandalismo divulgada pela imprensa é o que mais o surpreende: ele tinha justamente escolhido uma forma de expressão que não fosse vandalismo! «Não estraguei os cartazes, o meu objectivo não era calá-los. O que eu queria era que as pessoas olhassem para eles, fizessem as suas próprias reflexões e se apercebessem do perigo potencial contido naqueles cartazes.» Peter Lüthi, professor de História no cantão de Zurique, fala pausadamente, pesando cada palavra. Ele lembra-se bem daquele dia em que chegou a Zurique e viu a estação repleta de cartazes da UDC: «Foi um choque! Aqueles cartazes eram uma ofensa à dignidade da população estrangeira e à minha consciência de suíço!» Cartazes eram uma ofensa à dignidade humana Ele sabia que o que ele fez era um delito? «Claro que Peter Lüthi sim, mas eu não podia continuar a olhar passivamente. O princípio da dignidade humana está inscrito na Constituição Federal: ‘A dignidade da pessoa deve ser respeitada e protegida’. Os cartazes desrespeitavam a Constituição, foi em defesa dela que eu agi. E em defesa da população estrangeira, que não tem voz na Suíça e não se pode defender. Muitas pessoas, migrantes e suíços, sobretudo os mais idosos, agradeceram a minha acção. Até, por exemplo, uma senhora suíça de 80 anos. Acha que ela pode ser suspeita de apoiar um vândalo?» Timur Öztürk: Sim. Se o senhor está permanentemente limitado na sua capacidade de trabalho e requer por isso uma pensão de invalidez, recebe da caixa de desemprego no início a totalidade do salário segurado. Isto apesar de, por motivos de saúde, a sua capacidade de trabalho e, portanto, a sua possibilidade de encontrar emprego serem menores. Logo que o seguro de invalidez (AI) determina o seu grau de invalidez, acaba esta chamada obrigação de adiantamento. O grau de incapacidade para o trabalho (o chamado grau de invalidez) determinado pela AI é vinculativo para a determinação da sua possibilidade de ser empregado. Mesmo não dando o grau de invalidez de 19 % direito a uma pensão de invalidez, o senhor passa a contar como tendo a possibilidade emprego de 81 %. Por isso, o salário segurado é reduzido de acordo com a sua capacidade de trabalho restante – no seu caso 81 %. Infelizmente nenhum seguro lhe pagará os restantes 19 %. work, 10.5.2012 Atiçar o ódio é perigoso A agressividade de muitos comentários nos jornais online surpreendeu-o. Mas não o atingiu porque a pessoa ali retratada não é ele. Apesar de tudo, ele não pode deixar sem resposta tantas acusações e críticas indiscriminadas: ele não é por princípio contra a UDC, até pode simpatizar com algumas posições do partido, como na questão da adesão da Suíça à EU. O que o incomoda é a direcção do partido com a sua forma calculista de agitação política e a sua estratégia de atiçar o ódio para ganhar poder. Para ele é claro que uma migração numerosa origina problemas. Estes devem, no entanto, ser tratados e não calados. A propaganda da SVP dificulta, pelo ódio que pretende levantar e pela sua falsidade, a procura de soluções realistas para o problema. Impressum: Beilage zu den Gewerkschaftszeitungen work, area, Événement syndical | Herausgeber Verlagsesellschaft work AG, Zürich, Chefredak tion: Marie-José Kuhn; Événement syndical SA, Lausanne, Chefredaktion: Sylviane Herranz; Edizioni Sociali SA, Lugano, Chefredaktion: Gianfranco Helbling | Redaktionskommission A. García, M. Akyol, D. Filipovic, M. Martín, M. Mendes, O. 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