PICUM Boletim Junho 2009 Terminado no dia 4 de Junho de 2009
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PICUM Boletim Junho 2009 Terminado no dia 4 de Junho de 2009
PICUM Boletim Junho 2009 Terminado no dia 4 de Junho de 2009 Este boletim debruça-se sobre as notícias e os desenvolvimentos políticos relativos aos direitos sociais fundamentais de imigrantes em situação irregular na Europa. Actualmente está disponível no formato PDF e no sítio Internet da PICUM (www.picum.org) nos seguintes idiomas: inglês, alemão, holandês, espanhol, francês, italiano e português. Convidamo-lo a divulgar este boletim a quem possa interessar. Quer contribuir para uma política humana de respeito pelos direitos humanos dos imigrantes em situação irregular? DOE À PICUM! A sua contribuição significa que podemos continuar a lutar contra a marginalização e a exploração dos imigrantes em situação irregular. Convidamo-lo a fazer doações à PICUM por transferência bancária para a conta número 0013666785-67 (Fortisbank, Schepdaal (B), IBAN: BE93 001366678567). Por favor, mencione o seu nome, endereço e referência: “donation”. OBRIGADO! Índice 1. Notícias das Nações Unidas + Estados Membros da UE + Suíça + E.U.A. 2. Desenvolvimentos na política Europeia 3. Crianças indocumentadas 4. Mulheres indocumentadas 5. Próximos Eventos 6. Publicações 7. Notícias PICUM 8. Vários 1. Notícias das Nações Unidas + Estados-membros da UE + Suíça + EUA ONU • O Comité da ONU para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais adoptou o Comentário Geral nº 20 sobre a Não-discriminação de Direitos Económicos, Sociais e Culturais na 42ª sessão, que se realizou de 4 a 22 de Maio. O Comentário Geral é a interpretação do comité do Artigo 2(2) do Acordo Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (ICESCR, sigla em inglês). PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 O artigo estabelece: “Os Estados-membros do presente Acordo garantem que os direitos enunciados neste acordo serão exercitados sem discriminação de nenhum tipo, como raça, cor, género, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outro estatuto.” O Comentário Geral reitera que a discriminação prejudica o exercício dos direitos económicos, sociais e culturais para uma proporção significativa da população mundial e que a “não-discriminação e igualdade são componentes fundamentais da lei internacional dos direitos humanos e essenciais para o usufruto dos direitos económicos, sociais e culturais.” O Comité providenciou uma lista não exaustiva de “outros tipos” de discriminação proibidas, segundo o artigo 2(2), que incluem: deficiências de qualquer natureza, idade, nacionalidade (inclui não-cidadãos, imigrantes económicos e vítimas de tráfico internacional de seres humanos), orientação sexual e igualdade de género, situação de saúde, país de residência e situação económica e social. http://www2.ohchr.org/english/bodies/cescr/comments.htm • Até 2011, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adoptará o padrão internacional que enumera os direitos dos empregados domésticos como trabalhadores. A Rede Internacional dos Empregados Domésticos (International Domestic Workers' Network), uma iniciativa de sindicatos da categoria e organizações de apoio emitiu um documento de estratégia para encorajar a inclusão de empregados domésticos neste processo com a finalidade de que a convenção a ser desenvolvida também proteja os direitos dessa categoria. A rede pede a todas as organizações da sociedade civil no mundo que a notifiquem acerca de acções relevantes sobre o tema. Para consulta o guia sobre os processos e desenvolvimentos dessa Convenção da OIT e para descarregar documentos relevantes, visite o site www.domesticworkerrights.org • Já está disponível um Guia sobre a Convenção sobre os Direitos de Todos os Imigrantes Económicos e seus Familiares (Guide to the International Convention on the Protection of the Rights of All Migrant Workers and Members of their Families, ICRMW). Com o objectivo de melhor proteger os direitos dos imigrantes, a nova publicação procura informar e persuadir governos ao redor do mundo a assinar, ratificar e implementar a convenção. O guia traz um sumário da convenção, detalha os prós e contras da ratificação e esclarece pontos de dúvida sobre o documento. Até agora, 41 países ratificaram a ICRMW, bem menos do que os 120 ou mais países ao redor do mundo para os quais a imigração é um factor importante, como país de origem, trânsito ou destino final. http://www.ohchr.org/EN/NewsEvents/Pages/GuideonStrengtheningofMigrantsrights.aspx França • Várias ONG’s francesas denunciaram a ofensiva do ministro francês contra os imigrantes indocumentados. Em carta enviada ao Ministro da Imigração Eric Besson, 16 ONGs francesas expressaram a sua preocupação com o tom agressivo utilizado pelo ministro em relação as ONG’s que trabalham com temas de pobreza. O ministério da imigração e as ONG’s estão em desacordo em relação a dois assuntos: um está relacionado com o tema da “ofensa solidária”, que prevê a condenação dos cidadãos que ajudem imigrantes indocumentados. O outro com as condições nos centros de detenção de estrangeiros à espera de expulsão. Na França, os estrangeiros nos centros de detenção têm direito a assistência legal enquanto aguardam a deportação. A ONG Cimade dá apoio a estrangeiros à espera nos centros há 60 anos. No mês passado, o governo francês criticou o que chamou de monopólio da ONG Cimade e estabeleceu contratos com 6 organizações, incluindo a mesma, para o serviço de aconselhamento. Entretanto um tribunal francês pronunciouse a favor da Cimade no dia 30 de Maio depois da organização ter contestado os contratos. A Cimade argumenta que, no novo sistema, os imigrantes não terão acesso aos mesmos serviços que têm recebido até agora. A organização teme que os imigrantes passem apenas a receber PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 informação sobre os seus direitos, mas não recebam nenhum apoio em relação a contestar a deportação. No dia 31 de Maio, o ministro Eric Besson decidiu prolongar o contrato com a Cimade por mais três meses. Fonte : http://www.france24.com/en/20090601-french-ngo-cimade-illegalimmigrants-deportation-legal-assistance-court-case e http://www.cimade.org/nouvelles/1610-Lettrede-r-ponse---Eric-Besson-des-organisations-engag-es-dans-les-rassemblements-sur-le-d-lit-desolidarit• O governo francês quer derrubar uma favela conhecida por “Jungle” (Selva), que funciona como alojamento temporário para centenas de refugiados afegãos, curdos e somalis que tentam atravessar o canal da Mancha em direcção a Inglaterra. O ministro da imigração anunciou que pretende demolir este campo. Besson afirmou que seu objectivo é fornecer abrigo, alimentação e aconselhamento aos que buscam asilo no Reino Unido. Ele enfatizou que o novo centro não será uma estrutura permanente e os imigrantes não serão acomodados para pernoite. Em resposta à situação, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou que começaria a trabalhar numa nova parceria com a ONG francesa Terre d’Asile na região de Calais. O ACNUR deve distribuir mais informações sobre os procedimentos para imigrantes sem documentos chegando a Calais em parceria com a ONG Terre d’Asile. O novo centro deve entrar em funcionamento em Junho. Fonte: http://www.oulala.net/Portail/spip.php?article4062 • O ministério da imigração tem pressionado a estação de rádio “France Inter” para que não coloque no ar novamente um programa sobre imigrantes sem documentos. A jornalista Vanessa Descouraux produziu um artigo chamado “Aimer les Sans Papiers est un délit” (Amar imigrantes indocumentados é um delito) que explora a questão dos crescentes procedimentos judiciais levados a cabo contra aqueles que ajudam os imigrantes irregulares. Fonte: http://tempsreel.nouvelobs.com/speciales/medias/20090513.OBS6738/le_ministere_de_limmigratio n_aurait_exerce_des_pression.html • A Assembleia Nacional da França debateu no dia 14 de Maio a ratificação de 4 acordos bilaterais sobre fluxos migratórios com a Tunísia, Senegal, Benim e Congo. Os acordos devem incluir mais possibilidade para imigração legalizada, mas contêm cláusulas que obrigam estes países a readmitir os seus cidadãos ou outros que passem pelo seu território a caminho da França. Algumas ONGs expressaram preocupação com a vulnerabilidade dos imigrantes que podem ser expulsos sem garantias suficientes de protecção dos seus direitos humanos. Fonte: http://www.gisti.org/spip.php?article1484 • O ministro da imigração lançou um novo grupo de trabalho sobre menores desacompanhados na França. Este grupo inclui ministérios do governo francês, autoridades independentes, agências da ONU e ONGs francesas. O grupo trabalha diferentes temas que afectam aos menores desacompanhados, tais como esclarecimento sobre a noção de isolamento, acesso ao processo de asilo, obtenção de autorização de residência, determinação de idade e métodos de identificação de laços familiares. Fonte: http://www.france-terre-asile.org/actualites/1056-mineurs-isolesetrangers-lancement-du-groupe-de-travail • A Associação Nacional de Assistência a Estrangeiros nas Fronteiras (Association Nationale d’Assistance aux Frontières pour les Etrangers – ANAFE) emitiu dois relatórios em Maio de 2008: Inhumanité en zone d’attente (Desumanidade em Zonas de Espera) e Observations et Interventions de l’ANAFE en zone d’attente à Roissy” (Observações e Intervenções da ANAFE na zona de espera em Roissy). Nesses relatórios, a ANAFE resume observações feitas em 2008 envolvendo estrangeiros que chegaram ao aeroporto de Roissy e que foram detidos por um período máximo de 20 dias. Em 2008, a ANAFE reuniu uma enorme quantidade de provas que PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 mostram a não notificação dos direitos de migrantes irregulares. Em geral, os migrantes não podem beneficiar de assistência legal e a ANAFE tem advogados à disposição dos detidos permanentemente. Fonte: http://www.anafe.org/index.php • O livro «Entre chagrin et néant, Audience d’étrangers» (Entre o Pesar e a Inexistência; Audiências de Estrangeiros) traça a experiência da presença da autora Marie Cosnay nas audiências de estrangeiros realizadas perante o Juiz de Liberdades em Bayonne, França. Em 2008 Cosnay observou durante um mês as decisões de juízes em relação à detenção prolongada de migrantes indocumentados em centros administrativos de detenção. Nessas audiências, os migrantes de países onde tinham sido ameaçados (muitos dos quais residiram em França e na Europa por muitos ano), são submetidos a um sistema e conjunto de políticas que colocam o indivíduo num estado de aflição e um sentimento de inutilidade. Dado que o indivíduo tem uma ligação com a administração e com a lei francesa e europeia, ele é reduzido a um simples ‘estudo de caso’. Marie Cosnay empenha-se, neste texto, em trazer de volta o migrante a um estado de existência e reinstaurar a sua humanidade. Publicado em parceria com a Liga de Direitos Humanos. Fonte: http://www.editionslaurenceteper.com/fiche-livre.asp?Clef=40 Espanha • Em Abril, o Comité Espanhol de Ajuda aos Refugiados (CEAR) anunciou que a maioria dos 360 migrantes irregulares que vivem no Centro de Estadia Temporária de Imigrantes no enclave espanhol de Ceuta tinha solicitado asilo por recearem a expulsão do território espanhol. O CEAR disse que foram admitidos cerca de 350 para o procedimento, o que indica uma mudança nesta prática, dado que o número anual era normalmente de 70. Após preencher um requerimento de asilo, é garantida aos migrantes indocumentados a não-deportação antes que haja uma decisão final. Fonte: Migration News Sheet, Maio de 2009, pág. 15. • Cristóbal Ramón, investigador Americano da Fundação Fulbright na Universidade Carlos III de Madrid, está a conduzir uma pesquisa sobre os direitos laborais dos trabalhadores sem documentos na Espanha. O foco do seu estudo é como sete sentenças emitidas em 2007 pelo Tribunal Constitucional Espanhol que anularam provisões na Lei de Estrangeiros do ano 2000 (Lei Orgânica 8/2000), a qual exigia que todos os imigrantes possuíssem visto de estadia temporária para ter acesso ao direito de greve, organização, associação e assembleia pública, afectaram os direitos no local de trabalho de trabalhadores sem documentos na Espanha. Ele gostaria de poder entrevistar especialistas que estejam familiarizados com os direitos laborais dos trabalhadores sem documentos noutros Estados-membros e também em Espanha. Cristobal Ramón pode ser contactado através do seguinte email: [email protected] Itália • Os terramotos de Abril em Aquila fizeram uma vítima invisível: os imigrantes. Estes, ao contrário dos italianos, não têm amigos ou família a viver noutras regiões. Paolo Brivio da Caritas assinalou que o terramoto em Aquila foi a primeira emergência na Itália com número significativo de imigrantes. Além disso, ele mencionou que muitos dos imigrantes correm risco de perder o direito de residir legalmente na Itália, dado que ficaram sem os seus empregos e casas e que é obrigatório provar que se está empregado para renovar o visto de residência. Fonte: Migration News Sheet, Maio de 2009. Pág. 25. PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 • O Parlamento italiano aprovou a 14 de Maio de 2009 a chamada “lei de segurança”; o texto deverá voltar ao Senado para aprovação final após as modificações feitas pela Câmara dos Comuns. O Comité da Câmara dos Comuns retirou a proposta previamente contestada que teria exigido que os profissionais de saúde denunciassem migrantes indocumentados às autoridades de imigração (ver boletim PICUM de Fevereiro de 2009). Segue um panorama de algumas provisões da lei de segurança: o A aquisição da cidadania italiana através do casamento pode ocorrer apenas após dois anos de residência no país ou após três anos se o cônjuge estiver no estrangeiro, e o(a) indivíduo(a) deverá pagar multa de 200 euros. Foram feitas posteriormente restrições em relação aos casamentos através de emenda no Código Civil que prevê a introdução da exigência de apresentar visto de residência. Os casamentos entre migrantes indocumentados e cidadãos italianos não serão permitidos e muito menos entre os próprios migrantes indocumentados. o O crime de entrada ilegal e residência foi introduzido, mas o migrante indocumentado não será detido por tal crime; deverá, em vez disso, pagar multa entre 5.000 a 10.000 euros. Está também prevista a possibilidade de deportação de migrantes sem documentos. A introdução do crime de entrada e permanência ilegal terá enormes consequências em todos os aspectos da vida dos migrantes neste país. Por exemplo, será impossível para um migrante irregular testemunhar em tribunal a será também impossível demonstrar a exploração da economia informal naqueles sectores que utilizam trabalhadores irregulares. o A reunificação familiar ficará relacionada com as condições sanitárias que o patrocinador deverá ter para a sua residência, as quais deverão ser certificadas pelo município. Além disso, não será mais possível receber visto de entrada se a autorização não for emitida dentro de um período de 180 dias após o requerimento oficial. Assim, o único modo de garantir o direito à unidade familiar desaparecerá devido à lenta burocracia italiana. o A legislação introduz a necessidade de se produzir uma autorização de residência para qualquer acto que envolva estado civil, inclusive o registo de um filho. No entanto, isto não diz respeito a serviços de saúde ou matrícula de crianças na escola, para as quais as autorizações de residência não são exigidas pela lei. Também será exigido um visto de residência para o envio de dinheiro através do serviço de “transferência de dinheiro”, o qual será obrigado a guardar uma cópia do visto de residência por dez anos. O serviço de transferência de dinheiro deverá informar as autoridades caso o migrante não forneça um visto de residência quando solicitado. o Aqueles que exploram os migrantes indocumentados e que obtêm lucro injustamente através da sua situação irregular (ao pagar-lhes salários muito reduzidos na economia informal) não serão afectados pelas medidas da lei de segurança. Fonte: http://www.meltingpot.org/articolo14504.html Malta • Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) deixaram de trabalhar nos centros de detenção de Malta devido às condições de vida desumanas, depois de terem trabalhado lá desde Agosto de 2008. (ver Newsletter da PICUM de Fevereiro 2009). MSF divulgaram um relatório intitulado “Not Criminals” (Não Criminosos) sobre as suas conclusões e experiências. As consultas com os detidos rapidamente revelaram condições de vida pavorosas e sérias barreiras de acesso à saúde. A má higiene conduz a infecções de pele e respiratórias e as celas estão frequentemente sobrelotadas. PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 O relatório completo está disponível em: http://www.msf.org/source/countries/europe/malta/2009/2009_04_report_Malta.pdf Grécia • Cinco imigrantes ficaram feridos depois de manifestantes de extrema-direita terem tentado esvaziar a sede em desuso de um tribunal em Atenas, ocupada sobretudo por migrantes. Dezenas de manifestantes arremessaram pedras e fogo-de-artifício contra o edifício de 8 andares a 9 de Maio, enquanto os que aí viviam atiraram tijolos e placas de alvenaria. A Polícia afirmou que nove agentes ficaram feridos durante a violência. Três jovens foram presos em resultado do ataque, que surgiu depois de uma marcha organizada pelo grupo anti-imigrante Golden Dawn que queria tirálos de uma casa que estava a ruir. O grupo já tinha organizado previamente uma manifestação para libertar Atenas e a Grécia da imigração irregular na principal praça de Omonia. Fonte: http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8042409.stm Reino Unido • Membros da Universidade e Colégio da União (UCU) vão votar sobre o lançamento de uma “campanha de não obediência” às novas regras aplicáveis a estrangeiros que queiram vir estudar para o RU. Já nove filiais da UCU votaram para que as novas regras sobre imigração do RU sejam ignoradas. Cada estudante estrangeiro tem agora de ter um lugar numa instituição de ensino que tenha licença para receber estudantes estrangeiros. O novo sistema requer que os funcionários e colegas dessas universidades denunciem os estudantes estrangeiros ausentes, no sentido de continuarem a ter licença para aceitá-los. Muitos funcionários estão zangados por lhes estar a ser pedido que “policiem” alunos estrangeiros e também se diz que os empregadores estão preocupados com os requerimentos. As Universidades afirmam que as novas regras dos vistos para estudantes já estão a causar problemas, com estudantes de países que incluem a Índia a achar difícil obter visto para estudar no RU. Outros acham que a burocracia envolvida está a interferir com os seus estudos. Fonte: http://www.globalvisas.com/news/ucu_to_challenge_uk_student_visa_changes1179.html Irlanda • No final de Abril, a Tánaiste, a vice primeira-ministra, Mary Coughlan, anunciou grandes alterações para restringir vistos de trabalho atribuídos a trabalhadores não-Europeus. Estas alterações deverão começar a produzir efeito a partir de 1 de Junho 2009. Elas irão afectar todos os novos detentores de vistos de trabalho, assim como aqueles que têm visto de trabalho e já se encontram na Irlanda o que se torna redundante. O Centro de Direitos dos Migrantes Irlanda (Migrant Rights Centre Ireland) (MRCI) está a exortar a Tánaiste a adiar estas alterações até que haja uma revisão adequada e consideração de alternativas. As alterações propostas não permitirão que um nacional de um país terceiro aceite um novo trabalho a não ser que tenha sido anunciado publicamente durante dois meses. MRCI explicou que as alterações vão provocar que muitos trabalhadores migrantes e as suas famílias se transformem em trabalhadores não documentados ou passem a trabalhar no mercado informal, o que conduzirá a mais exploração e não criará mais emprego para os trabalhadores Irlandeses. Fontes: http://www.mrci.ie/news_events/index.htm e http://www.swp.ie/index.php?page=132&dept=News PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 Bélgica • Algumas organizações Belgas de ajuda social, incluindo a associação não lucrativa Kinderen Zonder Papieren (Crianças Sem Papéis), notificaram a agência Federal para a recepção de requerentes de asilo (Fedasil) e o estado Belga pelo seu insucesso na administração adequada de centros de recepção de migrantes. As organizações de ajuda social defendem que um número crescente de crianças não documentadas teve de dormir nas ruas nos passados meses, porque não puderam ser acomodadas nos centros de recepção abertos por causa da sobrelotação. Nina Henkens da ONG Kinderen Zonder Papieren declarou que os centros de recepção são obrigados a receber famílias com crianças. Apesar de a Bélgica ter assinado a Convenção dos Direitos da Criança e estar portanto comprometida a providenciar sempre abrigo a crianças, a realidade é muito diferente. Devido à sobrelotação dos centros de recepção há uma pressão crescente sobre outras iniciativas de abrigo tais como centros para pessoas sem abrigo. As organizações de ajuda social exigem que a Fedasil assuma a responsabilidade e implemente a lei relativa à recepção de requerentes de asilo. http://www.standaard.be/Artikel/Detail.aspx?artikelId=7J29UO5G • O CeMIS (Centro para a Migração e Estudos Inter-Culturais) e a presidência da UNICEF para os direitos das crianças da Faculdade de Direito de Antuérpia lançaram um estudo sobre o bem-estar psico-social de menores indocumentados com os seguintes resultados: Primeiro, pesquisa sobre a situação dos menores indocumentados e desacompanhados na Bélgica aumentou e melhorou enquanto a pesquisa sobre a situação dos menores indocumentados a viver com as suas famílias ou prestadores de cuidados é quase não existente. Segundo, apesar da incerteza sobre o seu estatuto legal poder causar sérias queixas psicológicas e psicossomáticas, tem sido demonstrado que os menores indocumentados mostram muita resiliência. Os menores estrangeiros têm maior capacidade de adaptação e integração a uma nova sociedade do que os adultos. Terceiro, a forma prática como a Bélgica trata a detenção de menores acompanhados é problemática. Acresce que é apropriado garantir legalmente a qualidade da recepção, que tem de ser, de acordo com os direitos humanos e das crianças, adaptada às necessidades específicas dos menores. Por último, a privação de liberdade dos menores estrangeiros é considerada injustificável por muitos organismos sobre direitos das crianças. http://www.steunpunt.be/_steunpunt/E-zine/AWW-flash/awwflash5/studiedag%20NBM.doc. Países Baixos • Em Março de 2009, Thomas Hammarberg, Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, apresentou o seu relatório sobre a situação dos direitos humanos nos Países Baixos (veja o boletim de notícias da PICUM de Abril de 2009). O governo holandês respondeu no dia 27 de Abril de 2009 às recomendações feitas por Hammarberg. A resposta do governo gerou, entre outras coisas, a promessa de olhar para a situação de crianças e adolescentes estrangeiros desacompanhados (alleenstaande minderjarige vreemdelingen - AMV’s) e a possibilidade de garantir o estatuto de apátrida às crianças e adolescentes estrangeiros desacompanhados e o apoio à não manutenção de vítimas de tráfico humano em penitenciárias estrangeiras. Veja a reacção em http://parlando.sdu.nl/cgi/login/anonymous, Kamerstuk 31 700 V, num. 85. • A Amnistia Internacional conclui, no seu relatório anual de 2008, que os imigrantes em situação irregular ficam detidos por demasiado tempo na Holanda, dado que muitos dos 4.500 requerentes de asilo rejeitados e os imigrantes indocumentados ficam detidos durante mais de um ano. Além disso, pelo menos onze refugiados foram enviados de volta para o Iraque ilegalmente. Fonte: Parool, 28-5-2009 (jornal), descarregue o relatório anual da AI de 2008 em www.amnesty.org PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 • Na Tese de Doutoramento de Dennis Broeders, “Breaking down anonymity. (Digital) surveillance on irregular migrants in Germany and the Netherlands”, o autor analisa o desenvolvimento de três bases de dados da UE (Schengen Information Systeem (SIS e SIS II), Eurodac e Visa Information Systeem (VIS)) e a sua importância para o controlo interno dos imigrantes em situação irregular. Descarregue o artigo (em inglês) em http://www.wrr.nl/english/content.jsp?objectid=3921 • De 24 a 30 de Maio de 2009, o Secretário de Estado da Justiça holandês Albayrak, visitou centros de recepção no Chipre, na Grécia e em Malta e discutiu formas de melhorar a cooperação prática na Europa na área da política de asilo e da travessia irregular de fronteiras. A Holanda enviará brevemente uma equipa de peritos em asilo para a Grécia para avaliar as necessidades desse país. Além disto, a Grécia anunciou planos para usar barcos como centros de recepção onde os pedidos de asilo serão processados. Fonte: ECRE Boletim Semanal, 29 de Maio de 2009 www.ecre.org • O Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração (ACVZ – Advies Commissie Vreemdelingenzaken) publicou um estudo sobre o trabalho temporário na migração 2015-2035. Descarregue o relatório, com o sumário em inglês, em http://www.acvz.com/publicaties/AdviesACVZ-NR29-2009.pdf • Através dos números que o Secretário de Estado da Justiça Albayrak enviou para a Segunda Câmara (Tweede Kamer) a 20 de Maio de 2009, pode-se concluir que, em 2008, o Governo holandês efectuou menos regressos forçados do que em 2007 e mais pessoas ficaram MOB - Met Onbekende Bestemming (com destino desconhecido). Em 2007, 10.950 foram forçados a deixar a Holanda e em 2008 este número diminuiu para 7.200. O número de pessoas que partiram com destino desconhecido (MOB, a maioria para uma vida como imigrantes em situação irregular) aumentou de 13.400 em 2007 para 16.800 em 2008. Para uma pesquisa completa sobre os números de retorno consulte http://parlando.sdu.nl/cgi/login/anonymous, Kamerstuk 31924VI: 1, 20.5.09. Alemanha • A Federação Alemã de Sindicatos (DGB) emitiu um documento acerca da situação dos imigrantes sem documentos na Alemanha. Além disso, para nomear alguns exemplos de “boas práticas”, a DGB também formula requisitos políticos, isto é, respeitar os direitos humanos e sociais básicos dos imigrantes indocumentados, combater a clandestinidade como uma questão de trabalho, política não regulamentar, regularizações sem proibição pela UE, um debate mais liberal do direito estável para os imigrantes com autorizações de curto prazo permanecerem e trabalharem, um fim ao dever de relatar a administração pública nos campos de cuidados de saúde, educação e trabalho, descriminalização das pessoas que apoiam os imigrantes em situação irregular, uma disjunção dos direitos de emprego e residência, e deportações que estejam em conformidade com os direitos humanos e, de preferência, voluntárias. DGB-Bundesvorstand, Departamento de Migração e Política Anti-racismo, 14.04.2009. Para mais informações, por favor, consulte http://www.dgb.de/themen/migration/index_html. Polónia • A Fundação polaca Proksenos (Fundacja Proksenos) foi estabelecida para fornecer assistência a imigrantes vulneráveis na Polónia. Kajetan Wróblewski, um porta-voz da fundação, informa que quase 300.000 ucranianos residem na Polónia e que muitos deles não têm documentos, por isso, doenças ou acidentes tornam-se grandes problemas para eles. Como ainda nenhuma fundação PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 expressou a sua situação em relação à sua posição irregular, estes imigrantes permanecem invisíveis para os trabalhadores sociais e para os funcionários públicos. A organização tem disponibilizado dinheiro para fornecer tratamento a imigrantes em situação irregular a residir na Polónia que estejam gravemente doentes. A organização também planeia contestar a actual legislação polaca que estipula que os imigrantes indocumentados que se entreguem voluntariamente às autoridades não só sejam deportados, como também sejam proibidos de entrar novamente na Polónia durante cinco anos, independentemente da sua situação material ou de saúde. Fonte: Grzegorz Lisicki, “Para eles ninguém é ilegal” (“Dla nich nikt nie jest nielegalny”), 2805-2009, Gazeta Wyborcza, http://wyborcza.pl/1,76842,6658824,Dla_nich_nikt_nie_jest_nielegalny.html. Para detalhes dos contactos da Fundação Proksenos Foundation, por favor ver a base de dados da ONG da Polónia: http://bazy.ngo.pl/search/info.asp?id=192517&p=daneOgolne. Suíça • A Amnistia Internacional Suíça criticou a política “restritiva” e “degradante” do país em relação à migração e asilo. No seu Relatório Anual, apresentado a 27 de Maio, a Amnistia declarou que a legislação actual na Suíça violava os direitos básicos dos imigrantes em situação irregular e dos requerentes de asilo. A AI destacou o facto de o direito ao casamento já não ser garantido aos imigrantes indocumentados desde que o Conselho Nacional da Suíça decidiu restringir este direito no sentido de combater os chamados casamentos “falsos”. A Amnistia Internacional também se pronunciou contra a nova lei da Suíça que trata a própria definição de um refugiado em questão, alimentando medos substanciais de que os que fogem a situações de conflito podem não conseguir obter a protecção que merecem. Fonte: http://www.lematin.ch/actu/suisse/amnestyinternational-epingle-suisse-125791 • O Conselho Nacional e o Conselho dos Estados aceitam agora uma lei que proíbe o casamento de pessoas que não tenham autorização de residência. Esta medida, que é justificada como sendo preventiva da aquisição fraudulenta de autorização de residência através de casamentos fictícios, é criticada pelos seus opositores como sendo inconstitucional, desumana e discriminatória. Fonte: Schweizer Fernsehen, 25.05.2009; http://tagesschau.sf.tv/nachrichten/archiv/2009/05/25/schweiz/auch_staenderat_fuer_haertere_gan gart_bei_scheinehen ou http://tinyurl.com/l4sto2 EUA • Os Estados Unidos planeiam expandir um programa que verifica a condição da imigração das pessoas que estão nas prisões locais, o que é capaz de promover um aumento nos casos de deportação. A ampliação do programa da administração Obama foi iniciada pelo ex-presidente e poderia resultar num grande aumento da identificação dos imigrantes em situação irregular condenados por crimes e com audiências marcadas para deportação. Fazendo corresponder as impressões digitais dos detidos com as bases de dados federais da imigração, as autoridades esperam localizar os imigrantes sem documentos que estão elegíveis para deportação antes de eles serem libertados. Os detidos das prisões federais e estatais já estão identificados. A Secretária da Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, deixou claro que é uma prioridade deportar imigrantes que não tenham cometido crimes. O programa, que começou como um projecto-piloto em Outubro passado, opera agora em 48 estados, a nível nacional, e expandirse-á a quase todas as prisões locais até ao final de 2012. Fonte: http://www.upi.com/Top_News/2009/05/19/Immigration-checks-at-jails-expands/UPI32691242736883/ PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 • De acordo com o Comité de Finanças do Senado norte-americano, as reformas no sector da saúde, que visam proporcionar o acesso universal aos cuidados de saúde, não irão garantir um seguro de saúde aos migrantes indocumentados e poderão mesmo não cobrir o custo incorrido pelo Estado e pelas autoridades locais no fornecimento de cuidados médicos a este grande grupo de migrantes sem seguros, no Texas. O acesso universal ao seguro de saúde é um dos objectivos principais das propostas de reforma do sector da saúde, que receberam já o apoio do Presidente Barack Obama e de democratas influentes no Congresso; as propostas de lei preparadas no seio dos comités da Câmara dos Representantes e do Senado visam alcançar esse mesmo objectivo através de um misto de incentivos e mandatos. Segundo dados do Centre for Immigration Studies e do U.S. Census Bureau, os migrantes indocumentados representam 15 a 22% de uma população de aproximadamente 47 milhões de habitantes sem acesso a seguro de saúde, nos EUA. Fonte: http://www.dallasnews.com/sharedcontent/dws/bus/stories/DNhealthcare_22bus.ART0.State.Edition1.40daba3.html • O Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou novas medidas que têm por alvo pessoas que contratam migrantes em situação irregular. A 29 de Abril, altos funcionários do Departamento de Segurança Interna disseram que os trabalhadores em situação irregular continuariam a ser detidos em raides levados a cabo em locais de trabalho. Contudo, afirmaram que esperavam uma mudança profunda relativamente ao passado, no sentido em que, a partir de agora, as detenções fariam parte de um esforço no sentido de reunir provas a ser utilizadas em processos criminais e cíveis contra os empregadores. Sob a Administração Bush, a maioria dos raides eram efectuados tendo por base suspeitas de que um empregador estaria a contratar trabalhadores em situação irregular, em vez de de se basear em informações provenientes de várias fontes, como uma auditoria às contas do empregador ou acções encobertas no âmbito de investigações. Por consequência, os funcionários dos serviços de imigração detiveram milhares de migrantes indocumentados mas só em casos excepcionais obtiveram as provas necessárias para demonstrar que os empregadores recorriam de maneira deliberada a mão-de-obra em situação irregular. Por exemplo, no ano passado, cerca de 6000 pessoas foram detidas na sequência de raides em locais de trabalho em todo o país mas de entre elas apenas 135 eram empregadores ou gerentes. De acordo com as novas linhas de orientação, qualquer acção de detenção dos trabalhadores passa a estar dependente da existência de provas contra o empregador. Fonte: http://www.nytimes.com/2009/04/30/us/politics/30immig.html?_r=1 • O Procurador-Geral de Nova Iorque, Andrew Cuomo, iniciou um processo judicial contra Miriam Mercedes Hernandez, uma mulher de negócios de Queens, por ter defraudado mais de uma dúzia de imigrantes em dezenas de milhares de dólares. Miriam Hernandez terá alegadamente dito aos seus clientes que possuía os contactos necessários para lhes garantir a autorização de residência permanente a troco de 15 000 dólares em honorários. Quando confrontada pelas vítimas, Miriam Hernandez terá ameaçado denunciá-las às autoridades caso elas apresentassem queixa. Os defensores de imigrantes acolheram muito bem a notícia do início do processo legal dado que têm conhecimento da situação vulnerável dos migrantes indocumentados, que são muitas vezes alvo de raides porque têm receio de procurar protecção legal junto das autoridades. Este processo legal vem no seguimento de uma investigação ainda em curso que tem por alvo descobrir e denunciar estratagemas semelhantes, que visam enganar os imigrantes e as suas famílias com falsas promessas de concessão de autorização de residência permanente. http://www.queenstribune.com/news/1243467799.html PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 • O Senado apresentou uma nova proposta de lei que prevê a concessão de uma autorização aos migrantes em situação irregular para trabalhar nos EUA. De acordo com a proposta, os imigrantes indocumentados poderiam continuar a trabalhar nos EUA se obedecessem a um número de requisitos, incluindo o pagamento de uma coima no valor de 5000 dólares e a obtenção de um cartão de identificação biométrico. A proposta de lei também prevê a criação de um sistema de pontos a fim de determinar quem merece um novo tipo de visto. A proposta de lei do Senado prevê ainda acolher 600 000 trabalhadores temporários nos EUA todos os anos. Para o efeito, será necessário contratar mais 18 000 funcionários do serviço de migração e definir regras mais rigorosas, estabelecendo a obrigatoriedade dos empregadores verificarem o estatuto dos seus trabalhadores. Fonte: http://www.democracynow.org/2007/5/18/immigrant_rights_groups_condemn_new_senate • Desemprego e Imigração Não Estão Interligados (The Unemployment and Immigration Disconnect) é o título de um novo relatório do Immigration Policy Center que se debruça sobre a relação entre desemprego e imigração. O Congresso norte-americano está a analisar a possibilidade de preparar uma reforma abrangente na área da imigração, e uma das questões principais com as quais os legisladores se confrontam é a de saber em que medida a imigração e o desemprego estão relacionados. Opositores à reforma na área da imigração recorrem frequentemente ao argumento de que os imigrantes tiram o emprego a muitos trabahadores nacionais, em particular durante as épocas de crise económica. Este relatório contém uma análise dos dados do recenseamento nos EUA a fim de determinar se há, de facto, uma relação, ou não, entre os dois fenómenos. O ficheiro do relatório está disponível em: http://www.immigrationpolicy.org/index.php?content=sr090518 2. Desenvolvimentos da Política Europeia Geral • Em Maio, a Itália extraditou mais de 500 imigrantes para a Líbia e o Ministro dos Assuntos Internos italiano descreveu este acto como uma "mudança histórica". A agência de refugiados das Nações Unidas enviou uma carta ao governo Italiano alertando para o facto do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) compreender os desafios que a migração irregular coloca à Itália e a outros países da EU, no entanto também se preocupa com a forma como esta lei coloca em risco o acesso ao asilo na União Europeia e traz consigo o risco de violar um principio fundamental de não expatriação. A preocupação do ACNUR mede-se pelo facto da Líbia não fazer parte da Convenção de Genebra. O ACNUR está a unir esforços para prestar ajuda humanitária e protecção básica para as pessoas reenviadas para a Líbia pela Itália. O ACNUR pediu para que as pessoas fossem readmitidas em solo italiano para que os que precisem de protecção a possam receber. Fonte: http://www.unhcr.org/news/NEWS/4a0946842.html • Estes repatriamentos também foram bastante criticados pelas ONGs e organizações de direitos humanos. A Parceria Euro-Mediterrânica dos Direitos Humanos e Rede Migreurope afirmam que os migrantes estão em risco de actos de violência, mau tratamento, detenção, violações, tortura e deportações. O Conselho Italiano para os Refugiados e União Forense para a Tutela dos Direitos Humanos planeiam recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Os migrantes repatriados nem foram identificados nem as suas situações foram verificadas, assim como não receberam tratamento individual. Fontes: http://www.euromedrights.net/pages/560/news/focus/69980 e http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5i4F5R5Ls01_BoDyqZh8LP2LsAF4w e http://www.cir-onlus.org/14%20maggio%202009%20Unione%20Forense%20e%20CIR.htm. PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 • O Alto-comissário António Guterres apelou à Comissão Europeia para que considere a convocação de uma reunião entre a Itália, Malta, Líbia, ACNUR e os parceiros relevantes no sentido de se elaborar uma estratégia conjunta para uma resposta mais satisfatória à migração irregular através do Mediterrâneo, seguintes a mais recente pressão à Líbia por parte da Itália. Numa carta enviada ao Vice-presidente da CE, Jacques Barrot, Guterres disse que o ACNUR reconhece a pressão que a imigração irregular coloca à Itália e a outros Estados-membros da EU e chama a atenção para o facto de que o fornecimento do asilo permanece uma responsabilidade dos estados e que as actividades do ACNUR não podem ser um substituto dessa responsabilidade. O ACNUR está a reforçar a sua presença na Líbia para melhor responder às necessidades daqueles que procuram protecção internacional. Fonte: [email protected] Comissão Europeia • A Comissão Europeia decidiu adoptar um pacote de medidas de curto a longo prazo para ajudar Malta e os países da Europa do sul afectados pela imigração irregular e requerentes de asilo. O Comissário da Justiça, Jacques Barrot, irá oferecer aos Ministros dos Assuntos Internos um conjunto de propostas que incluem ajuda financeira, a concepção de um mecanismo específico de repartição de encargos e abertura de um escritório UE / ACNUR na Líbia para avaliar os pedidos de asilo. Mais particularmente, as propostas incluem 10 milhões de Euros e fundos adicionais para os instrumentos financeiros existentes e mecanismos de repartição de encargos onde seria possível aos estados-membros reintegrar os refugiados e aos que foram garantidos estatuto de asilo nos seus países. Esta medida funcionará primeiramente em base voluntária, embora a Comissão pretendia pedir quotas específicas aos estados-membros, a longo prazo. A Comissão irá também presidir a proposta específica de Malta a ser criada, em conjunto com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, centros de recepção nos países da África do Norte, particularmente a Líbia. Isto daria aos potenciais requerentes de asilo a possibilidade das suas requisições serem avaliadas sem arriscarem as suas vidas em barcos frágeis para a Malta, Itália e outros estados-membros do sul. O executivo da EU também está a propor mais patrulhas FRONTEX e uma conferência com a Líbia e toda as partes interessadas, para discutir soluções concretas. Barrot escreveu um documento oficial aos EU 27 para apresentar-lhes essas medidas. Fonte: http://www.timesofmalta.com/articles/view/20090528/local/brussels-unveils-relief-measures e www.ecre.org Weekly Bulletin 29 de Maio de 2009. • A Comissão Europeia irá decidir se a decisão italiana de enviar os migrantes sem documentos de volta para a Líbia constitui uma violação da Lei EU/CE (ver ponto acima mencionado em “Desenvolvimentos da Lei Europeia” sob “Generalidades”). De acordo com as condições no acordo assinado em 2008 pela Itália e a Líbia, ambos os países foram solicitados a iniciar uma operação conjunta de patrulhamento como a de 15 de Maio de 2009, para impedir o aumento da migração irregular. Fonte: http://www.magharebia.com/cocoon/awi/xhtml1/fr/features/awi/newsbriefs/general/2009/05/10/news brief-03 Parlamento Europeu • O Parlamento Europeu está a propor um projecto para uma política comum de imigração europeia. O relatório reconhece a importância da imigração legal perante a população envelhecida da Europa e o declínio de mão-de-obra, mas também apressa os estados-membros para que conjuntamente resolvam os problemas causados pela imigração irregular. Uma abordagem comum à imigração é vital, uma vez que fronteiras Europeias partilhadas significa que “acção ou inacção de um Estado-membro tem um impacto directo nos outros ou na UE como um todo". Se a PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 imigração for mal gerida, terá impacto negativo não só nos países de destino como também nos de origem e nos próprios migrantes. O Parlamento Europeu adoptou um relatório de auto iniciativa elaborado por Simon Busuttil (EPP-ED, MT), com 485 votos a favor, 110 contra e 19 abstenções. Fonte: http://www.europarl.europa.eu/news/expert/infopress_page/018-54071-111-04-17-90220090421IPR54070-21-04-2009-2009-false/default_en.htm • O pacote de medidas para melhorar a forma de funcionamento do sistema de asilo da UE e reforçar os direitos dos requerentes de asilo foi aprovado pelo Comité das Liberdades Civis do Parlamento Europeu. Os MPEs adoptaram uma alteração para reforçar a solidariedade entre os Estados-membros ao gerir as requisições a asilo. A primeira legislação destina-se a reforçar o direito dos requerentes de asilo a condições de recepção adequadas: a lei estabelece condições que devem ser garantidas em termos de habitação, alimentação, vestuário, cuidados de saúde, benefícios financeiros e liberdade de movimento e acesso a trabalho. O texto inclui provisões sobre a protecção de pessoas vulneráveis, como menores de idade, menores não acompanhados, mulheres grávidas e vítimas de tortura e violência. De acordo com o projecto de legislação, o uso de detenção deve ser decidido caso-a-caso e os requerentes de asilo não devem ser mantidos na prisão, mas em meios de detenção especializados. Devem ser introduzidas garantias legais contra a detenção arbitrária. A detenção de menores desacompanhados deve ser banida. Fonte: http://www.europarl.europa.eu/news/expert/infopress_page/018-54481-117-04-18-90220090427IPR54480-27-04-2009-2009-false/default_en.htm Conselho da União Europeia • O Conselho de Justiça e dos Assuntos Internos (JHA) vai encontrar-se a 4 e 5 de Junho no Luxemburgo. Este encontro vai reunir ministros da Justiça e do Interior de todos os Estados Membros, numa altura crítica do avanço com um Sistema Comunitário Europeu de Asilo, e contra corrente dos acontecimentos recentes no Mediterrâneo que poderiam ameaçar o enquadramento internacional de protecção aos refugiados e pôr em causa o respeito pelos princípios fundamentais das leis dos direitos humanos. Os desenvolvimentos no Mediterrâneo ofuscaram de várias maneiras pontos formais da agenda do JHA. A agenda formal inclui a discussão das emendas propostas pela Comissão Europeia à Directiva de Recepção e Regulação de Dublin bem como uma proposta de regulação para criar um Departamento Europeu de Apoio ao Asilo. Fonte: www.ecre.org Weekly Bullettin 29 de Maio de 2009 • O Conselho adoptou no dia 25 de Maio uma directiva com o objectivo de facilitar as condições de entrada e residência na UE a cidadãos de países terceiros para empregos altamente qualificados. A directiva estabelece condições mais atraentes para os trabalhadores de países terceiros para ocupar empregos altamente qualificados nos estados membros da União através da criação de um procedimento acelerado, para a emissão de um cartão especial de residência e de trabalho chamado “Cartão Azul UE”. O Cartão Azul vai facilitar, aos seus detentores, o acesso ao mercado de trabalho e dar-lhes-á uma série de direitos sócio-económicos e vai favorecer as condições de reunificação familiar e movimentação pela UE. O Parlamento Europeu emitiu a sua opinião a 8 de Novembro de 2008. Após a sua publicação no Jornal Oficial da UE, os estados membros terão dois anos para incorporar as novas disposições na sua legislação interna. Fonte: http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/misc/107989.pdf • O Conselho adoptou a 25 de Maio uma directiva com o objectivo de combater a imigração irregular proibindo o emprego aos naturais de países terceiros que permaneçam em situação irregular e estabelece normas mínimas comuns em matéria de sanções e medidas a serem aplicadas nos PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 estados membros da UE aos empregadores que infrinjam esta proibição. As novas regras visam pôr fim aos abusos praticados por patrões sem escrúpulos que fazem contractos com imigrantes irregulares colocando-os no mercado de trabalho com baixos salários e fracas condições de trabalho. As penas por infracção desta proibição vão incluir sanções financeiras, cujo montante aumentará consoante o número de empregados ilegalmente contratados e o pagamento dos custos de retorno nos casos em que se proceda dessa forma. Fonte: www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/en/misc/107988.pdf 3. Crianças Indocumentadas • O Provedor espanhol, Enrique Múgica, considera que o departamento andaluz da Igualdade e Segurança Social viola a lei ao não declarar menores desacompanhados em centros de protecção para menores como abandonados. No seu relatório anual de 2008, o gabinete do Provedor espanhol afirma que não declarar o estado de abandono destes menores desacompanhados é “incompatível” como a legislação de protecção a menores em vigor, pelo que só pode ser entendida como uma violação do direito internacional. O departamento andaluz de Igualdade e Segurança Social afirma que muitas destas crianças não podem ser qualificadas de “abandonadas”, porque as suas famílias têm conhecimento da situação. O Provedor espanhol já enviou uma recomendação ao departamento, instando-o a mudar a sua aproximação. O departamento retorquiu com a afirmação de que as crianças já são suficientemente protegidas, enquanto permanecem sob protecção dos serviços de protecção juvenil da Andaluzia, e que não é necessário atribuir um estatuto formal de abandono para dar uma protecção mais efectiva às crianças. Fonte:http://www.europapress.es/andalucia/noticia-mugica-dice-junta-infringe-ley-nodeclarar-desamparados-menores-inmigrantes-atiende-20090531114524.html • A revista “Refugee Quarterly” lançou uma edição do “Children at Risk” (Crianças em Risco), compilando catorze artigos que analisam questões como: crianças em conflitos, trabalho infantil, menores não acompanhados e o papel de organizações como a Save the Children ou o ACNUR na protecção de menores em risco. Para mais informações, visite:http://rsq.oxfordjournals.org/content/vol27/issue4/index.dtl • A Pro Asyl e a Borderline Europe lançaram um novo relatório, intitulado “Não temos nada a esconder – no encalce dos refugiados na Itália do sul.” O relatório está disponível, de momento, em alemão, e concentra-se na situação das crianças separadas da sua família no sul da Itália. Nos últimos anos a região tem experimentado um aumento contínuo e significativo do número de jovens requerentes de asilo que chegam à sua costa. O estado quase constante de emergência provoca situações em que os padrões de recepção descem de qualidade e raramente são designados tutores para as crianças separadas da sua família. A falta de tutores torna o acesso à protecção, educação e cuidados de saúde, por parte destas crianças, extremamente difícil. O relatório também critica, com veemência, os métodos de determinação da idade utilizados na Itália, e reivindica um método coerente, que envolva especialistas e uma avaliação psicológica. Finalmente, o relatório propõe a criação de várias estruturas, como um gabinete independente para os direitos das crianças, activo no recrutamento e formação de potenciais tutores, além de uma rede para todos os técnicos que trabalham com crianças separadas da sua família. Fontes - Pro Asyl and Borderline Europe, ‘Wir haben nichts zu verbergen" - Eine Reise auf den Spuren der Flüchtlinge durch Süditalien 4. Mulheres indocumentadas • ‘Migração e Empoderamento de Género: últimas tendências e questões emergentes’, Human Development Research Paper, por Jayati Ghosh, que explora o aumento significativo de mulheres, PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 tanto como migrantes nacionais tanto quanto migrantes internacionais, e como a complexa relação entre migração e desenvolvimento humano opera actualmente de maneira diferenciada por género. O processo de migração, e como ele pode ser diferenciado por género, é discutido com referência particular aos vários tipos de migração feminina que são comuns: migração por casamento, migração de família, migração forçada, migração para trabalho. Estas podem ser posteriormente desagregadas em migração legal e ilegal, todas afectam os temas e problemas de mulheres migrantes no processo de migração e no país de destinação. Os desdobramentos e o complexo efeito de género na migração são discutidos com referências a variadas experiências. As relações de mulheres migrantes com as famílias e os assuntos relevantes para o retorno de migrantes são também considerados. A secção final proporciona algumas recomendações de políticas públicas para migração por meio de lentes de género. http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2009/papers/HDRP_2009_4.pdf O Instituto Internacional de Formação e Pesquisa para o Progresso das Mulheres (UN-INSTRAW) lançou a Comunidade Virtual sobre Género e Migração. Procurando criar um espaço para aqueles que compartilham interesses sobre género e migração, para debater e reflectir sobre assuntos da área, compartilhar informação e aprender uns com os outros, a comunidade actua como rede para diálogo, ao criar espaço para seus membros compartilharem publicações, recursos, contactos e informações sobre as próximas formações e oportunidades de financiamento. Partes interessadas podem registar na comunidade virtual no endereço: http://www.uninstraw.org/grvc/index.php?option=com_comprofiler&task=registers&Itemid=62&lang=en • • Navanethem Pillay, a Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, destacou que a crise económica global terá um impacto desproporcional sobre as mulheres, visto que a maioria delas é pobre e privada de direitos. As trabalhadoras migrantes enfrentam ameaças adicionais de marginalização, perda de emprego e de privação de seus direitos económicos e sociais por causa da turbulência financeira global. A Alta Comissária declarou que muitas indústrias não proporcionam salário igual para trabalho igual e não proporcionam devidamente protecção legal. Na 52ª sessão da Comissão sobre o estatuto da Mulher, a Vice Secretária-Geral Asha-Rose Migiro afirmou que a trabalhadora migrante de serviços domésticos fica frequentemente fora do objectivo das leis laborais e apelou aos governos que usem os sistemas legais nacionais para eliminar a discriminação, promover a igualdade e para parar a violência contra a mulher. Ela declarou que muitos agressores não são responsabilizados e como resultado a impunidade persiste. O estudo da Secretária-Geral de 2006 constatou que muitos governos ainda não adoptaram legislação específica para criminalizar a violência contra mulher ou tráfico de pessoas. http://businessmirror.com.ph/home/top-news/7100-women-migrants-mostat-risk-.html 5. Eventos Programados • O Grupo de Viena sobre Migração, uma iniciativa da Organização Internacional para Migrações (OIM), em Viena, realizará Painel de Discussão sobre “Crianças e Adolescentes Desacompanhados nos Estados-membros da União Europeia, no dia 8 de Junho de 2009. O painel irá analisar as políticas de acolhimento e de integração nos países-membros da UE, bem como as experiências pessoais e as perspectivas dessas crianças e adolescentes para chegar a uma visão geral incisiva e integrada aos principais temas relacionados à situação. http://vmg.iomvienna.at/index.php?module=PostCalendar&func=view&Date=20090608&tplview= &viewtype=details&eid=1051 PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 • A quarta edição do festival “ItinErrance” (ItinErrante) irá realizar-se em Paris, de 5 a 7 de Junho, e será dedicada “à migração e ao exílio” através de exposições, projecções, documentários, debates e concertos. A exposição “Paroles sans papiers” (Palavras de migrantes indocumentados) vai mostrar livros de banda desenhada com nove depoimentos diferentes sobre exilados e populações nómadas. http://www.lesyeuxdanslemonde.org/festival/21 • Para lançar a publicação “Jeunes en errance: les conditions d’un retour” (Juventude errante: condições do retorno), a Federação “Jeunes Errants” (Jovens Errantes) promoverá conferência no dia 18 de Junho em Marselha sobre os temas de crianças e adolescentes desacompanhados e tráfico de crianças e adolescentes1. http://www.espace.asso.fr/maildocu/colloque_jeunes_errants.pdf 6. Publicações • Dois artigos do boletim da primavera da European Network of Homeless Health Workers (Rede Europeia de Trabalhadores de Saúde Sem Teto) fazem referência a migrantes indocumentados: “O que as pessoas sem-abrigo esperam dos hospitais: resultados de um estudo de ética sobre a autonomia de pacientes por Emma Beetlestone et al”, são conversas sobre um estudo realizado em hospitais na França. O segundo artigo, “Traducmed: Ferramenta de Tradução Baseada na Internet para Profissionais de Saúde”, por Charles Vanbelle, trata de uma ferramenta criada para profissionais de saúde, que ele desenvolveu no seu trabalho. O relatório está disponível no site: http://www.feantsa.org/code/en/pg.asp?Page=760 • “International Migration Law and Policies in the Mediterranean Context” (Legislação Internacional sobre Migração e Políticas no Contexto Mediterrâneo), pela Organização Internacional para a Migração (OIM), é um relatório sobre problemas específicos tais como tráfico e contrabando, migração e segurança internacional, refugiados e requerentes de asilo, trabalhadores migrantes e cooperação multilateral. Há um capítulo dedicado à migração irregular e à gestão de fluxos de migração mista. http://publications.iom.int/bookstore/index.php?main_page=product_info&cPath=1&products_id=5 05 • « Il me sera difficile de venir te voir » (“Será difícil para mim ir vê-lo”) é o título de uma colecção de treze correspondências literárias entre autores de diferentes origens e situações de vida em reacção à política francesa de imigração. Esta publicação, produzida pela editora Terra em 2007, foi uma iniciativa de Nicole Caligaris e Eric Pessan e reúne as respostas indignadas de escritores franceses às mortes e prisões de migrantes resultantes da política francesa actual. Fonte: http://www.educationsansfrontieres.org/article15601.html • “Migration in the Black Sea Region: An Overview 2008” (“Migração na Região do Mar Negro: Uma Visão Geral 2008”) é uma publicação da OIM como parte de um projecto desenvolvido pela OIM Budapest, “Black Sea Consultative Process on Migration Management” (“Processo Consultivo do Mar Negro sobre a Gestão da Migração”). Os perfis de migração reunidos neste relatório fornecem um meio para identificar lacunas na informação e para desenvolver estratégias para melhorar a recolha e a partilha de dados através da análise da informação e dos dados disponíveis sobre imigração, emigração, migração irregular, condições do mercado de trabalho, falta de especializações, diásporas e remessas, refugiados e requerentes de asilo, PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 vítimas do tráfico, migração de retorno, posições políticas relativas a estes temas, entre outros. Fonte: http://publications.iom.int/bookstore/index.php?main_page=product_info&products_id= 496 7. Notícias da PICUM • Undocumented and Seriously Ill: Residence Permits for Medical Reasons in Europe (Sem Documentos e Gravemente Doentes: Autorizações de Residência por Razões Médicas na Europa), PICUM, 2009. Este novo relatório pretende identificar alguns dos principais problemas e obstáculos para reunir informações nos 11 Estados Membros da UE relativas às autorizações de residência para migrantes sem documentos gravemente doentes. Para cada país, faz-se uma análise do contexto legal da qualificação necessária para obter essa autorização de residência, a disponibilidade de autorizações de permanência por motivos de saúde, o procedimento de requerimento e o envolvimento de profissionais de saúde durante o procedimento. Também são apresentadas as opiniões de ONGs, autoridades e profissionais de saúde sobre a criação de uma base de dados europeia de informações médicas sobre a disponibilidade e acessibilidade de tratamentos médicos em todo o mundo. Disponível em pdf no site: www.picum.org. 9. Vários • La Strada International, uma rede de nove ONGs independentes de direitos humanos, que procuram prevenir o tráfico humano, coordena um estudo sobre linhas de ajuda para pessoas que foram traficadas. A Comissão Europeia pediu à La Strada para investigar a conveniência e viabilidade de ter um único número de telefone em todos os 27 Estados Membros da União Europeia que mulheres, homens ou crianças que foram traficados podem pedir ajuda. Várias linhas directas de emergência e de ajuda para as pessoas que foram traficadas já funcionam em países da União Europeia, operadas por ONGs que oferecem conselhos e assistência. Outras linhas de ajuda semelhantes existem para outros assuntos: por exemplo, para as mulheres vítimas de violência doméstica. Para descobrir se as linhas de ajuda foram úteis para os trabalhadores migrantes (com ou sem documentos), os pesquisadores que trabalham com a La Strada International ficariam agradecidos se os leitores do boletim da PICUM entrassem em contacto com eles caso tenham alguma experiência com esse tipo de linha de ajuda (sejam experiências positivas ou negativas e sejam experiências com a procura de informações ou ajuda de uma linha de ajuda, ou como operador de linha de ajuda). Eles têm grande interesse em conversar com qualquer pessoa que tenha obtido informações sobre uma linha de ajuda adequada antes de partir para a Europa. Quem tiver alguma informação pertinente, queira enviar uma mensagem por e-mail para [email protected] e inclua "Telephone helplines" no assunto do e-mail. • A OIM lançou um novo site para fornecer informações imparciais e actualizadas aos migrantes na Europa, sobre oportunidades de retorno e reintegração nos seus países de origem. O site financiado pela Comissão Europeia oferece acesso aos migrantes para informações abrangentes sobre as condições de retorno e reintegração em 20 países de origem, desde o Afeganistão até a Ucrânia, passando pela Albânia, Angola, Arménia, Brasil, Camarões, Rep. Dem. do Congo, Geórgia, Gana, Irão, Iraque, Costa do Marfim, Kosovo, Moldova, Nigéria, Paquistão, Federação Russa, Sérvia e Sudão. O site, que está disponível em holandês, inglês, francês, alemão, grego e português, contém também informações detalhadas sobre vários aspectos práticos da vida nos países de origem, incluindo perspectivas de trabalho remunerado, acesso à habitação, cuidados PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009 de saúde e educação. É também possível perguntar sobre a possibilidade de transferência de fundos de pensão. Para mais informações, consulte: http://www.iom.int/irrico. • Para marcar um ano da ocupação do Centro de Trabalho de Paris por trabalhadores sem documentos que exigiam a sua regularização, foi realizada uma exposição no local, no início de Maio, que durou duas semanas. A exposição apresentou os desenhos de Laura Genz, as fotografias de Frank Vibert e a impressão em serigrafia de Anne Leila, assim como um testemunho da situação quotidiana dos migrantes indocumentados. http://bourse.occupee.free.fr/ • O correspondente para a África Kees Broere e o fotógrafo Sven Torfinn estão a realizar a mesma viagem que os migrantes africanos fazem para entrar na Europa. É uma viagem de 5.219 km com carimbos forjados nos passaportes, atravessando o deserto e o mar em camionetas e barcos apinhados de gente. Acompanhe sua viagem “ From Accra to Amsterdam” (“De Acra para Amesterdão”) no site http://www.volkskrant.nl/buitenland/article1187549.ece. Fonte: Volkskrant (jornal) Agradecimento especial a Isabell Allain, Sandra Tavares, Tatiana Coutto, Joana Fontes Lima, Fernanda Martins, Sílvia Pinheiro, Karolina Castro, Alessandra Fontana, Natalie Rulloda, e Ricardo Ferreiro pela tradução do boletim em português. Para assinar o boletim da PICUM, envie um e-mail à [email protected] com “SubscribePortuguese” no título. Para cancelar a assinatura coloque, por favor, “Unsubscribe-Portuguese” no título do e-mail. PICUM Boletim de Notícias de Junho de 2009
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