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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Ju l h o 2 01 0 Siga ESPECIAL Proteja as Meninas Veja página 19 Julho 2010 IGREJA EM AÇÃO Editorial............................. 3 Notícias do Mundo 3 Notícias & Imagens Visão Mundial Especial 8 Evangelismo Adventista Surpreende a Cidade de Roma Janela 10 Finlândia por Dentro SAÚDE D E PA R TA M E N T O D E A R T I G O C O M U N I C A Ç Ã O D E D A A S S O C I A Ç Ã O G E R A L C A P A Siga a Bíblia Por Mark A. Kellner .................................................................... 16 Edição especial da Bíblia, em 66 idiomas, viaja pelo mundo durante dois anos. “Você Me Ama?” Por Mikulas Pavlik .................................... 12 Essa é a pergunta que todos precisamos responder. FUNDAMENTAIS Chegando Mais Perto Por Ekkehardt Mueller .................... 14 Fortalecidos pelos nossos irmãos na fé. ESPECIAL Proteja as Meninas Por Lilya Wagner .................................. 19 Na Tailândia, os adventistas trabalham para acabar com o tráfico humano. ESPÍRITO DE MUNDO Combatendo a Raiva .............................. 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS BíBLICAS Alimento Ideal............... 26 DEVOCIONAL CRENÇAS NO PROFECIA Permita Ser Moldado pela Palavra Por Ellen G. White ....................................................................... 22 Por Ángel Manuel Rodríguez ESTUDO BÍBLICO O Jardim da Promessa ......................... 27 Por Mark Finley INTERCÂMBIO MUNDIAL 29 Cartas 30 Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Ideias O Lugar das Pessoas ............................. 32 Ler a Bíblia é apenas o começo. HERANÇA ADVENTISTA Longo Alcance Por Aecio E. Cairus ....................................... 24 O reavivamento profético do século 19 ainda pode ser sentido. Capa: Garota romena examina a Bíblia em 66 idiomas que viajou todo o mundo para inspirar maior devoção aos seus ensinos. Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 7, julho de 2010. 2 Adventist World | Julho 2010 www.portuguese.adventistworld.org A Igreja em Ação EDITORIAL Os que Estão na Margem A quele havia sido o primeiro batismo do meu primeiro distrito pastoral, e eu estava feliz e nervoso ao mesmo tempo. Durante vários meses, havia ministrado estudos bíblicos para um adolescente chamado Estêvão, revisando cuidadosamente as verdades bíblicas nas quais ele havia sido criado, apelando para que desenvolvesse uma fé mais profunda em Cristo. Agora, estávamos em pé, imersos até a cintura na água fria de um lago de verão, olhando para a margem. Quase todos os membros de nossa pequena congregação estavam presentes para assistir ao batismo de Estêvão, naquela tarde de sábado. Um pouco à frente dos demais, estava a mãe dele, que havia sido batizada quando ainda grávida de Estêvão. (Fazíamos graça dizendo que, na verdade, esse era o “rebatismo” dele, treze anos mais tarde.) Próximo a ela estavam o irmão e as irmãs do jovem, seguidos de perto por todas as “tias” e “tios” na fé que o tinham visto crescer. Cerca de trinta irmãos em Cristo estavam reunidos na areia, para cantar, orar e testemunhar o momento mais importante na vida daquele jovem. Embora no registro oficial eu fosse considerado a pessoa que levou Estêvão a Cristo, eu sabia que a verdade era outra. Ali estava a mãe dele, que inúmeras vezes lhe contara histórias da Bíblia. Ali estavam seus irmãos, que já haviam sido batizados. Sorrindo para mim, lá da margem, estavam homens e mulheres que o haviam instruído durante 600 reuniões da Escola Sabatina. Lá estavam outros que oraram com ele e o ajudaram a se tornar um excelente rapaz. Essa era, em muitos aspectos, uma celebração da igreja, não do pastor. Eu era apenas o felizardo ao lado de Estêvão, dentro da água, naquele brilhante dia de verão, dizendo as mesmas palavras que, ao longo dos séculos, milhões de santos ouviram enquanto eram batizados. É assim, creio eu, em todos os batismos. Achamos que podemos determinar quem são os responsáveis pela decisão de alguém de seguir a Jesus, mas só o Céu realmente sabe a multidão de justos que esteve por trás de cada pessoa que decidiu se unir à igreja remanescente. Suas orações e cânticos, seu amor e conselhos modelaram um coração que agora desejava se entregar ao Mestre. Quero saudar a vocês – todos vocês – que estão em pé, na margem, com lágrimas e sorrisos, esperando para abraçar o recém-batizado. Vocês fizeram um extraordinário trabalho. Entrem no gozo do seu Senhor. – Bill Knott NOTÍCIAS DO MUNDO VISITA PROTOCOLAR: Wegger Christian Strommen, embaixador norueguês, fala aos líderes adventistas durante visita à sede mundial da Igreja. Julho 2010 | Adventist World G E O R G E ■ Em visita à sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em 26 de abril deste ano, o embaixador da Noruega nos Estados Unidos, Wegger Christian Strommen, elogiou os adventistas por seu trabalho humanitário em todo o mundo e por sua unidade denominacional. O embaixador e sua esposa, Cecilie Joergensen Strommen, foram recebidos pelo também norueguês Jan Paulsen, líder mundial da Igreja, juntamente com um grupo de líderes adventistas durante a visita protocolar. J O H N S O N Embaixador Norueguês Visita Sede Mundial Adventista 3 A Igreja em Ação Rainha da Holanda Premia Três Adventistas por Trabalho Comunitário Durante uma cerimônia anual no dia 30 de abril, a rainha Beatrix, da Holanda, premiou três adventistas do sétimo dia pelo seu trabalho comunitário. Jan Kerssen foi condecorado com a Ordem de Orange-Nassau, na 4 Adventist World | Julho 2010 D A T E D prefeitura da cidade de Groningen, pelo prefeito Peter Rehwinkel. Kerssen foi premiado por seu compromisso com os cursos de como deixar de fumar e por seu envolvimento na criação de um centro para essa atividade, na mesma cidade. O casal Dimitri Triantos e Magda Triantos-van Kooij, da Igreja Adventista de Dordecht, também foi condecorado pela Ordem de Orange-Nassau por seu trabalho beneficente na fundação International Children’s Care (Cuidado Internacional das Crianças). A Ordem de Orange-Nassau é uma comenda nacional militar e civil geralmente concedida durante a cerimônia anual de aniversário da rainha, dia 30 de abril. Wim Altink, presidente da Igreja Adventista na Holanda, elogiou os premiados por seu envolvimento na comunidade. “Uma igreja envolvida com a comunidade é uma igreja relevante”, disse Altink. “É compensador ver que os esforços incansáveis de Jan Kerssen, Dimitri e Magda Triantos foram reconhecidos dessa maneira.” – Reportagem da Rede Adventista de Notícias Adventistas Iniciam Trabalho Missionário em Três Países Anônimos ■ A Igreja Adventista do Sétimo Dia pretende estabelecer um programa evangelístico onde anteriormente não havia um trabalho organizado. A Comissão Adventista de Missão aprovou, recentemente, 1,9 milhão de dólares, adicionados aos recursos da sede mundial da Igreja Adventista para projetos missionários, totalizando 7,9 milhões de dólares. O empreendimento contempla o trabalho em três países. Os membros da Comissão, entretanto, evitaram mencionar o nome dos países pela sensibilidade política nesses locais. A Igreja Adventista está presente, atualmente, em 203 dos 232 países reconhecidos pelas Nações Unidas. Em alguns países, é difícil estabelecer a obra, dizem os líderes da Igreja, pois o funcionamento de uma Igreja cristã é considerado uma atividade ilegal. O plano da Comissão é estabelecer um centro comunitário em área urbana em cada um desses países. O centro oferecerá programas de saúde, aulas de alfabetização e informática, programas C O R T E S I A PRÊMIO HOLANDÊS: Dimitri Triantos e Magda Triantos-van Kooij, após ser condecorados com a Ordem de Orange-Nassau. F O T O “O mundo precisa de mais religiões que visam a fazer algo em prol da humanidade”, afirmou Strommen, salientando a ênfase adventista no estilo de vida saudável e no trabalho humanitário. “Seria bom que outros seguissem a prática adventista de cuidar ao menos de um pedaço do mundo.” Durante a visita, Strommen elogiou a estrutura global da Igreja Adventista. “Vocês têm uma organização fascinante”, disse ele. “Sua estrutura os mantêm unidos.” Paulsen, cujo primeiro distrito pastoral foi no sul da Noruega, agradeceu ao embaixador e sua esposa por separar tempo para visitar a sede da Igreja. “Como uma Igreja envolvida na promoção da paz e dos direitos humanos, apreciamos a posição da Noruega e seu papel na resolução de conflitos e ao promover obras humanitárias ao redor do mundo”, disse Paulsen. “Embora a Noruega tenha uma religião estatal, a Igreja Evangélica Luterana, alegramo-nos ao ver que essa nação tem compromisso com a liberdade religiosa e com os direitos humanos”, declarou John Graz, diretor das relações públicas da Igreja Adventista. Dos 4,8 milhões de pessoas que vivem na Noruega, cerca de 80% pertencem à Igreja estatal. Há aproximadamente 4.600 adventistas do sétimo dia no país. – Reportagem de Judy Thomsen/Rede Adventista de Notícias N E W S NOTÍCIAS DO MUNDO para a vida familiar, aconselhamento para mulheres, recreação para jovens, cibercafé e uma livraria. “Queremos suprir as necessidades dessas comunidades”, afirmou Mike Ryan, presidente da Comissão e um dos vice-presidentes da Igreja mundial. A aprovação da proposta orçamentária mensal para projetos evangelísticos, em abril de 2010, também indica uma tendência: as diferentes regiões estão aumentando sua porcentagem de contribuição com recursos para os projetos missionários regionais. A sede mundial da Igreja contribui atualmente com 25% dos seus recursos para projetos missionários locais, enquanto em 1990, quando a Comissão foi estabelecida, ela contribuía com 90%. “Essa é uma mudança muito saudável”, avalia Ryan. “Possibilita que mais projetos locais sejam desenvolvidos com recursos locais.” Ainda assim, a porcentagem varia muito. A taxa de subsídio chega a 80% em algumas regiões, como o norte A N S E L O L I V E R / R A N COM FOCO NO MUNDO: Mike Ryan, vice-presidente da Igreja, disse que o programa estabelecerá a presença adventista em três territórios não penetrados. ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO: Versão artística do prédio de Administração da Universidade Solusi, Zimbábue. da Ásia, e é muito menor em outras, onde chega a 10% para os projetos nas Américas. Anualmente, a Comissão aprova cerca de 3,5 milhões de dólares para o fundo de subsídio da sede mundial. Os projetos são destinados a aumentar a presença da Igreja em áreas onde a presença adventista é limitada. Desde 1990, mais de cem milhões de dólares já foram aprovados pela Comissão Adventista de Missão. – Reportagem da Rede Adventista de Notícias Universidade Adventista em Zimbábue Constrói Prédio para Faculdade de Administração ■ A Universidade Adventista Solusi, localizada no país africano do Zimbábue, incrementou seu programa acadêmico, em 2010, com a construção do prédio de Administração. A obra de dois andares, que custará 4,35 milhões de dólares, será composta pelos cinco departamentos do curso de Administração, salas para o corpo docente e a administração da escola, um curso de pós-graduação e sua biblioteca, salas de aula e um auditório para palestras. O primeiro estágio do projeto é um prédio de 1,05 milhão de dólares, contendo dez salas de aula e quatro laboratórios de informática. Os escritórios dos professores e o auditório serão construídos nos estágios seguintes. A Universidade Solusi, que serve à Igreja Adventista nos países localizados no sul da África, é uma instituição com aproximadamente dois mil alunos e professores originários de dez países. Fundada em 1894, Solusi foi escola de ensino médio e depois faculdade, recebendo o status de universidade em 1994. Está localizada a aproximadamente 50 quilômetros a sudoeste de Julho 2010 | Adventist World 5 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO Bulawayo, a segunda maior cidade do Zimbábue e seu primeiro centro administrativo colonial. Os recursos para a construção virão de um grupo de doadores comprometidos do Zimbábue e outros países, entre eles ex-alunos, empresários e políticos do país. O dr. John Jeremic, evangelista australiano, está entre os que apoiam o projeto de construção. O financiamento do primeiro estágio do projeto foi levantado em um encontro de doadores, ocorrido em Bulawayo, com a presença de autoridades e empresários do Zimbábue, incluindo o vice-presidente do país, dr. John Landa Nkomo. Foram levantados cerca de 1,3 milhão de dólares. Em um discurso proferido a mais de 350 convidados num jantar, o dr. Nkomo afirmou que seu pai nascera atrás de rochas localizadas no campus, no mesmo ano em que a escola foi fundada (1894), e que ele herdou a afeição que seu pai tinha pela instituição. Ele disse que Solusi produz alunos que contribuem para o desenvolvimento do país. Ao falar sobre a iniciativa, o dr. Norman Maphosa, vice-reitor da Universidade Solusi, declarou: “Ficamos satisfeitos porque políticos de todos os partidos compareceram ao programa de angariação de fundos e porque Solusi desempenha um papel no crescimento do país. Estamos formando parcerias com doadores locais para construir uma universidade cristã de padrão mundial.” O prédio foi planejado com uma série de pátios e átrios que funcionam como um controlador natural do clima no verão africano relativamente tórrido, com temperatura e umidade influenciadas por um projeto de autossombreamento, arborizado por paisagismo. Foram elaborados os planos e identificadas as empreiteiras que serão convidadas para a licitação. – Reportagem de Lee Dunstan 6 Adventist World | Julho 2010 M ilhares de adventistas do sétimo dia na América do Sul foram às ruas no último dia 15 de maio, na mais recente campanha de sensibilização em todo o continente, cadastrando doadores de medula óssea, e motocicletas. Na cidade de Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, até um carro funerário foi transformado em veículo de propagação da mensagem de esperança. A mensagem foi levada no sábado: de Por Felipe Lemos, Divisão Sul-Americana, e Equipe da Rede Adventista Adventistas Levam Amerıc do Sul Passeatas, aviões – até carro funerário – esperança em campanha coordenada distribuindo estojos de controle da malária e promovendo iniciativas de saúde para a comunidade. Dirigentes da Igreja disseram que o evento e a distribuição conjunta de 30 milhões de revistas evangelísticas visaram a destacar o sábado como um dia de esperança para as famílias, para a saúde física e mental e melhor contato com Deus. A iniciativa estimulou passeatas pelas ruas em grandes e pequenas cidades. Muitas tinham alto-falantes montados em caminhões, carros avião no Brasil e na Argentina, por balões no Estado brasileiro de Santa Catarina, de barco no Amazonas. A mensagem andou até a cavalo na cidade de Augustinópolis, no Estado brasileiro de Tocantins. “A mensagem do sábado é importante para a população de nossos dias, de vida frenética e repleta de atividades, porque é necessário parar e refletir sobre o relacionamento com Deus e com nossos semelhantes”, disse Erton Köhler, líder da Igreja na América do Sul. Recentemente, os adventistas sulamericanos realizaram outras iniciativas sobre o sábado, entre elas, o Impacto Esperança (2008), com 20 milhões de revistas distribuídas, e os Lares de Esperança (2009), quando os membros da Igreja convidaram amigos para almoçar em sua casa. Os líderes da Igreja afirma- do Brasil, elogiou a Igreja pela ênfase não apenas na espiritualidade, mas também no impacto social. A igreja é uma força “prática” na vida das pessoas, disse Fortunati, referindo-se à campanha mundial da Igreja, End It de Notícias Mensagem à a anunciam em oito países DESFILE DA ESPERANÇA: Os adventistas em Feira de Santana, Bahia, marcham para promover a iniciativa do Dia de Esperança. ram que a realização de grandes campanhas de um dia promovem a unidade da Igreja em todo o continente e canalizam a energia dos membros durante os meses que antecedem a iniciativa. “Para nós, não é apenas um dia, é um estilo de vida”, disse Köhler durante uma entrevista à Rede Adventista de Notícias em março. Os organizadores locais disseram que a campanha chamou a atenção de motoristas, pedestres, turistas e consumidores. Até os políticos observaram o que se passava. José Fortunati, prefeito de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, extremo sul F O T O : C O R T E S I A D A D I V I S Ã O S U L- A M E R I C A N A Now (Pare com isso agora), de combate à violência contra mulheres e crianças. Na esquina de uma rua de Buenos Aires, Argentina, os jovens dramatizaram para transeuntes as pressões da semana e o alívio do sábado. No Chile, jovens malabaristas entretinham os motoristas enquanto era distribuída a revista Um Dia de Esperança. No Peru, a Igreja encarregou uma ministra de Estado a entregar exemplares da revista a autoridades políticas. Até o presidente peruano, Alan García Pérez, recebeu dela um exemplar da revista. Até os mais jovens, que ainda não são membros batizados da Igreja, se envolveram. No Mato Grosso, um garoto de 12 anos de idade ajudou a distribuir 500 cópias da revista Um Dia de Esperança. Outro jovem, Edvan Snow, chamou a atenção durante a entrega da revista no bairro Jardim Planalto, em Cuiabá, Mato Grosso. O menino encantou os moradores com seu carisma e simplicidade. A história de Edvan é interessante: ele teve o primeiro contato com a Igreja Adventista no curso Como Deixar de Fumar. Mais tarde, ele recebeu um convite para as reuniões do evangelismo da Semana Santa de 2010. Determinado, ele começou a frequentar as reuniões e começou um curso bíblico. Segundo Amarilho Jardel, que está ministrando os estudos bíblicos, Edvan participa com muito entusiasmo das atividades da igreja. “Foi maravilhoso entregar as revistas. Eu confio muito em Deus. Jesus vai voltar e eu quero ir para o Céu”, disse Edvan. Além de divulgar a mensagem espiritual, os membros da Igreja de várias regiões realizaram doação de sangue na comunidade, cadastraram centenas de doadores potenciais de medula óssea e ofereceram conselhos sobre saúde e vida saudável. Os membros também acompanharam a iniciativa pelos meios de comunicação da Igreja: jornalistas e webmasters adventistas, em Brasília, cobriram o evento durante todo o dia de sábado, postando fotografias, histórias e vídeos nos blogs em espanhol e português. Há aproximadamente 2,1 milhões de adventistas na Divisão Sul-Americana, que é composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. –Márcio Tonetti e Ellen Ribeiro contribuíram para esta matéria. Julho 2010 | Adventist World 7 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL ESPECIAL N o período de um mês, um ministério adventista do sétimo dia fez história em Roma, Itália. O Está Escrito, programa de televisão da Igreja Adventista do Sétimo Dia, realizou uma campanha evangelística na cidade, com um resultado de aproximadamente 150 pessoas batizadas. Além disso, muitos dos que assistiram à série de quatro semanas agora frequentam um dos 140 grupos de estudo da Bíblia que se reúnem em vários lugares da cidade. O diretor e orador do Está Escrito nos Estados Unidos, Shawn Boonstra, realizou a série evangelística no coração da “cidade eterna”, assim chamada pela extensão de sua história. “O Oeste Europeu tem sido, tradicionalmente, um dos lugares mais difíceis do mundo para a realização de uma campanha evangelística”, disse o pastor Boonstra. “Mesmo assim, creio firmemente que Deus não cometeu um engano na mensagem e no método que deu à Igreja. Se isso pode acontecer em Roma, pode acontecer em qualquer lugar.” Num esforço para o impulso evangelístico inicial na região, a equipe do Está Escrito e administradores eclesiásticos, sob a coordenação do então líder da Igreja Adventista na Itália, Daniele Benini, uniram forças para levar a cidade de Roma a Cristo. Ao sair para essa aventura, a equipe estava bem consciente dos desafios que inevitavelmente enfrentaria. A Igreja Adventista não realizava uma série de conferências para toda a cidade de Roma havia 45 anos. “Obviamente, Satanás não deixaria que isso acontecesse sem uma batalha”, observou o coordenador de evangelismo do Está Escrito em Roma, pastor Yves Monnier. Um ano antes do início das reuniões, a equipe reservou o auditório de uma escola, localizada numa região central, para realizar a campanha. Após o contrato ter sido assinado, foi dada autorização para a equipe anunciar a localização do programa “È L’Apocalisse 8 Adventist World | Julho 2010 Evangelism Adventista Surpreende a Cidade Direita: CIDADE ETERNA: Ruínas da Roma antiga; a cidade foi sede de campanha evangelística sem precedentes. Esquerda: FASCINANTE E ATRAENTE: “A apresentação da mensagem foi alegre, fascinante, cristocêntrica e atraente”, disse o então líder da Igreja Adventista na Itália, Daniele Benini (à direita), a Boonstra, que foi traduzido por Gianfranco Irrera. Mica la Fine del Mondo?” (O Apocalipse é Realmente o Fim do Mundo?). Convites para os estudos bíblicos foram distribuídos por toda a cidade e, nas semanas que antecederam as reuniões, as estações de rádio anunciaram o evento, enquanto ônibus e metrôs exibiam informações sobre a série. Alguns dias antes do início da campanha, Boonstra foi convidado para participar de vários programas nacionais de rádio e TV. Essa foi uma oportunidade sem precedentes e, embora dois programas quisessem iniciar um debate, a curiosidade dos apresentadores, no final da entrevista, havia sido genuinamente saciada. Um fator inesperado que ajudou Boonstra a abordar o assunto das profecias bíblicas foi o recente lançamento do filme 2012 nos cinemas italianos. Como resultado da divulgação do filme, a pergunta do momento era: “Como será o fim do mundo?” Apenas cinco dias antes do início das reuniões, entretanto, o improvável aconteceu. A despeito de tudo estar em ordem com o local do evento, funcionários do alto escalão de Roma, repentinamente forçaram o cancelamento do contrato. A equipe decidiu transferir as reuniões para a igreja adventista romena, prédio que anteriormente funcionava como cinema, com assentos disponíveis P H O T O S B Y PA L M E R H A LV O R S E N / I T I S W R I T T E N o Até junho, 150 pessoas foram batizadas Roma de Abaixo: CASA LOTADA: A igreja adventista romena, onde foi apresentado “O Apocalipse é Realmente o Fim do Mundo?”; a multidão lotava o local todas as noites. no auditório principal, assim como monitores de vídeo na entrada. Os organizadores utilizaram a mídia para informar sobre a mudança de endereço, mas, sem dúvida, muitos espectadores potenciais não tiveram acesso à nova informação. Assim, na primeira noite das conferências, foram providenciados ônibus para transportar o público para o local. Logo que as portas foram abertas, as pessoas começaram a entrar. Foi realizado um pequeno concerto das 20h00 às 20h30, para dar a todos o tempo suficiente para chegar. No momento em que Boonstra e seu tradutor, o pastor Gianfranco Irrera, começaram a pregar sobre Daniel 2, no auditório já não havia assentos vazios. As pessoas não apenas compareceram na noite de abertura, mas continuaram voltando, noite após noite. Regularmente, entre 700 e 800 pessoas lotavam o local. E, para Roma, isso é fora do comum. Em média, os espectadores gastavam pelo menos uma hora para se locomover até o local de reuniões. Embora muitos não chegassem em casa antes das 23h, continuaram assistindo às conferências cinco noites por semana, durante quatro semanas. Antes do início da campanha, a equipe foi advertida de que, se o povo comparecesse às reuniões, a audiência seria, em sua maioria, composta por estrangeiros que vivem em Roma, porque os nativos não iriam. Isso se provou falso; embora toda noite houvesse uma grande variedade de etnias e as reuniões também fossem traduzidas para o espanhol e o romeno, a maior parte era formada por italianos. “Fiquei surpreso com a diversidade do grupo que compareceu”, disse Boonstra. “Era verdadeiramente um caldeirão religioso.” Ali estavam católicos, gregos ortodoxos, judeus, pentecostais, muçulmanos, ateus, agnósticos, pessoas envolvidas com ocultismo e nova era, uma das maiores autoridades em ufologia do país e até alguns padres. Um físico compareceu todas as noites e, para isso, viajava cerca de 150 quilômetros. Durante toda a reunião, ele segurava o celular ligado para que um grupo de mais de quarenta pessoas reunidas em sua casa pudesse ouvir as mensagens. As reuniões terminavam às 21h30, portanto ele nunca chegava em casa antes da meia-noite. A estação de rádio adventista em Roma, que até então nunca havia entrado em temas proféticos, mas apenas falado sobre assuntos familiares e comunitários, decidiu transmitir as palestras. Subitamente, os circuitos telefônicos ficaram congestionados com ligações de pessoas pedindo o curso bíblico e perguntando onde podiam ouvir as mensagens ao vivo. O especialista em ufologia continuou voltando noite após noite. Ele estava lutando contra a realidade histórica de Jesus e se perguntava: “Ele realmente existiu como descrito na Bíblia?” Certo dia, Boonstra lhe perguntou: “Se Jesus não tivesse existido, isso representaria boas-novas para você?” O homem percebeu que, em realidade, queria acreditar. Ele continuou voltando, começou a participar do curso de como deixar de fumar e tomou a decisão de abandonar o fumo. Agora, está continuando os estudos bíblicos e se comunicando com Boonstra. Sérgio, um cabeleireiro, quando confrontado com a verdade do sábado, decidiu que fecharia seu salão nesse dia. Mas somente após um ano, pois ele tinha dívidas a ser saldadas e o sábado era seu melhor dia de trabalho. Boonstra lhe perguntou: “Se eu pagasse sua dívida, você fecharia seu salão?” Ele disse que fecharia. Então, Boonstra perguntou outra vez: “Isso quer dizer que você acredita mais em mim que em Deus?” No sábado seguinte, seu salão estava fechado e ele estava na igreja. Próximo ao final da campanha, em fevereiro, houve batismos todas as noites e trinta pessoas se entregaram a Cristo. Até o mês passado (junho), o número de batizados já ultrapassava 150 pessoas. Há, no momento, 140 grupos de estudo funcionando em toda a cidade, que proverão apoio para os novos membros e para os que ainda estão tomando sua decisão. “Roma foi a cunha de abertura para restaurar em nossos membros a confiança na mensagem adventista”, disse Boonstra. “Estamos trabalhando duro para reverter a maré da opinião em favor do evangelismo público.” – Reportagem da equipe do Está Escrito, com edição da equipe da Adventist World. Julho 2010 | Adventist World 9 A Igreja em Ação JANELA Por Hans Olson Finlândia por Dentro D urante o verão no extremo norte da Finlândia, o sol não se põe por aproximadamente dez semanas. Esse país escandinavo, localizado no topo do mundo, é o lar de cerca de 5,5 milhões de pessoas, com pouco mais de cinco mil adventistas. Como 17% da população afirma não pertencer a nenhuma religião, esse é um dos países mais secularizados do mundo. A Finlândia está localizada entre a Noruega, Suécia e Rússia. A área da península em que se localiza a atual Finlândia foi parte do reino da Suécia entre os séculos 13 e 19. Em 1809, o território se tornou parte do Império Russo e recebeu o nome autônomo de Grão-Ducado da Finlândia. A nação tornou-se independente da União Soviética em 1917. Essa independência foi contestada três vezes entre 1939 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Em resultado das duas Guerras Mundiais, a Finlândia perdeu 10% de seu território para a União Soviética e teve que pagar indenização para os soviéticos. O colapso da União Soviética, no início da década de 1990, cancelou esses pagamentos e provocou o rompimento da Finlândia com o que depois se tornaria a Rússia. Somente na década de 1950, a base da economia finlandesa deixou de ser rural e se tornou industrial. Hoje, o país investe muito em educação, pesquisa e inovação, proporcionando à Finlândia uma das forças-tarefas mais intelectualizadas do mundo. De acordo com o Legatum Prosperity Index de 2009, a Finlândia é o país mais próspero do globo. 10 Adventist World | Julho 2010 Adventistas na Finlândia A obra da Igreja Adventista na Finlândia começou entre os habitantes de fala sueca. A. F. Lundqvist, capitão de mar finlandês cuja língua nativa era o sueco, comprou vários livros adventistas enquanto seu navio estava ancorado em Liverpool, Inglaterra, em 1885. Ao lê-los, ele se convenceu sobre o sábado e se tornou adventista. Quando retornou à Finlândia, escreveu para o Sanningens Harold (Arauto da Verdade), um periódico adventista impresso na Suécia, pedindo que alguém fosse à Finlândia para vender a ele literatura em sueco. Em 1891, Emil Lind, diretor de literatura evangelística na Suécia, visitou a Finlândia para analisar as possibilidades de venda de livros no país. No ano seguinte, a sede mundial adventista pediu ao líder da Igreja na Suécia, Olaf Johnson, para levar duas instrutoras bíblicas, Augusta Larsson e Matilda Lindgren, e iniciar uma congregação na Finlândia. Em 1894, a primeira igreja estava estabelecida com 24 membros, todos nativos de fala sueca. A Igreja Adventista começou a traduzir literatura para o finlandês, sendo o primeiro livro Christ and His Righteousness (Cristo e Sua Justiça), de E. J. Waggoner. Em 1894, quatorze adventistas estavam vendendo livros e distribuindo literatura em diversas partes do país. Por causa dos problemas em levar livros da Suécia para a Finlândia, somente em 1897 foi inaugurada a editora adventista do país. A sede administrativa da Igreja na Finlândia foi organizada oficialmente em 1909. Daí em diante, a Igreja Adventista cresceu rapidamente. Em 1917, a Escola Missionária foi aberta em Hämeenlinna. No ano seguinte, foi estabelecido o Colégio Júnior Finlandês, perto da Escola Missionária. Em 1926, foi inaugurado um centro de fisioterapia. Em 1929, a região administrativa da Igreja na Finlândia foi dividida em duas sedes (sueca e finlandesa), para melhor servir aos grupos dos dois idiomas. Outra sede especial foi criada mais tarde na região norte da Finlândia, em 1982, para melhor servir a região remota de Lapland. A Finlândia é parte da Divisão Transeuropeia. A oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre irá para essa Divisão. Parte da oferta ajudará a transformar em igreja um prédio histórico em Nummela. Para saber mais sobre a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia ao redor do mundo, acesse www. AdventistMission.org. FINLÂNDIA Capital: Idiomas oficiais: Principais religiões: Helsinque Finlandês e Sueco Igreja Luterana da Finlândia, 81%; Igreja Ortodoxa Finlandesa, 1%; pessoas sem religião, 17% População: 5,3 milhões Adventistas: 5.064* Adventistas per capita: 1 em 1.043* *Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 146º Relatório Estatístico Anual (2008) S A Ú D E N O M U N D O Combatendo a Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Raiva Tem havido rumores de que há guaxinins raivosos na região onde vivo. Estou pensando em vacinar meus filhos contra raiva. O que vocês recomendam? A raiva é causada por um vírus que invade o tecido nervoso e, na ausência de tratamento, é invariavelmente fatal, com apenas uma exceção mencionada na literatura médica, quanto é de nosso conhecimento. A raiva pode ser totalmente prevenida se orientações corretas forem seguidas. Ela pode afetar quase todos os animais domésticos e mamíferos. Mamíferos domésticos incluem cachorros e gatos. Nos animais selvagens, a raiva pode afetar raposas, guaxinins e, em locais como a África, chacais, hienas e gatos grandes. Um dos principais transmissores da raiva é o morcego. A prevenção começa com a vacinação dos animais de estimação suscetíveis à raiva. Muitos municípios subsidiam o custo da imunização dos animais como medida de saúde pública. Todos os animais de estimação que vivem em ambiente doméstico, como cachorros, gatos e outros mamíferos, devem ser imunizados. Peixes, pássaros e répteis não contraem a raiva. As crianças devem ser ensinadas a ter cuidado com animais que não conhecem, principalmente animais selvagens. A imagem de um animal “louco” que contraiu a raiva deu origem à expressão “cachorro louco”, que se refere ao cachorro que corre furiosamente, mordendo as pessoas. Às vezes, esse tipo de comportamento é visto, mas o comportamento mais frequente de um animal com raiva é meramente atípico e até amigável. O animal selvagem que não foge ou parece amigável é muito suspeito, e as crianças devem ser ensinadas a evitar os animais com esse comportamento. Um animal noturno, como a raposa, que anda por aí em plena luz do dia, sem nenhum medo aparente, deve despertar a suspeita de raiva. Fazendeiros com vacas leiteiras devem estar cientes de que elas podem ser mordidas nas patas por animais raivosos e contrair a doença; sua saliva torna-se, então, uma ameaça para o ser humano. O tempo médio de incubação, desde a mordida até aparecerem os sintomas, é entre trinta e sessenta dias, mas pode ocorrer num período menor de dez dias ou maior de um ano ou mais. Em mordidas no rosto e no pescoço, os sintomas da raiva tendem a progredir mais rapidamente do que nas mordidas em outras áreas do corpo. As pessoas que são mordidas por um animal devem receber cuidado médico imediato. O local da mordida deve ser lavado com água e sabão por vários minutos, para retirar o material contaminador o máximo possível. Não é aconselhável que sejam utilizados antissépticos, pois podem causar maior dano ao tecido. As mordidas podem tornar-se infectadas e transmitir tétano e raiva. Febre, inchaço, vermelhidão e secreção purulenta são indicações de que avaliação médica é necessária novamente e de que o tratamento deve ser repetido. As pessoas que são mordidas por um animal que não é seu precisam localizá-lo e colocá-lo em quarentena. Animais selvagens devem ser capturados por caçadores experientes – não membros da sua família – e avaliados para que seja verificado se estão com raiva. A imunização contra raiva deve ser iniciada, a menos que se tenha certeza de que o animal não tem a doença (por exemplo, um animal da família já imunizado). Todas as mordidas de animal requerem vacinação contra tétano se a vítima nunca foi imunizada ou se o foi há mais de cinco anos. Os pais devem ensinar os filhos a não provocar nem surpreender um animal que esteja descansando ou comendo. Animais selvagens não se tornam bons animais de estimação. Não se deve fazer gestos estranhos ou ameaçar os animais. Se você for confrontado por um animal, volte para trás lenta e calmamente. Não toque animais doentes e sempre lave as mãos antes de comer, mesmo após tocar o animal doméstico da família. Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor-executivo da ICPA e diretor-associado do Departamento de Saúde da Associação Geral. Julho 2010 | Adventist World 11 D E V O C I O N A L A pergunta que todos precisamos responder C omo pastor, certa vez me envolvi numa discussão acalorada em uma comissão de igreja. Quase todos os membros da comissão estavam agitados e com o tom de voz alterado. Um homem, porém, estava sentado e quieto, não se envolvendo no assunto em debate. Virei-me para ele e perguntei: – Por que você está tão quieto? Gostaríamos de ouvir a sua opinião sobre o problema. – Bem – replicou ele –, o silêncio também pode ser uma forma de expressar opinião. Isso é verdade? O silêncio pode ser, às vezes, uma forma de expressão? Quando leio a história do encontro de Jesus com Seus discípulos após a ressurreição, fico perplexo com o fato de que Ele falou tão pouco. Quando garoto, costumava ouvir histórias bíblicas na igreja e lembro-me de ter pensado: Por que Jesus não fez belos discursos após Sua ressurreição? E por que ninguém Lhe perguntou sobre o Céu? Ou sobre como exatamente ocorreu a ressurreição? Se eu me interessei por esses detalhes, certamente os discípulos devem ter se interessado muito mais. Mas não os encontramos fazendo esse tipo de perguntas. Das poucas palavras ditas na ocasião, Jesus falou a maior parte. Mas até o que Ele disse é bastante escasso. Você e Mma? A Por Mikulas Pavlik Momentos de Silêncio Em João 21, lemos sobre um encontro ocorrido no mar da Galileia. Os discípulos, tremendo pelo frio da noite, cansados e desanimados, perceberam que Jesus estava de pé na praia e imediatamente se aproximaram dEle. “Tragam alguns dos peixes que acabaram de pescar”, disse Jesus (versículo 10).* Mas “nenhum dos discípulos tinha coragem de Lhe perguntar: ‘Quem és Tu?’ Sabiam que era o Senhor” (versículo 12). Será que, se estivéssemos ali com Jesus, ficaríamos em silêncio como os discípulos? Tenho a impressão de que estamos mais acostumados a falar do que a ficar em silêncio. É muito mais fácil fazer alguma coisa ou falar algo do que simplesmente passar um tempo em silêncio com Jesus. Aquele encontro na praia foi tão estranho! Os discípulos correram até Jesus, se aqueceram ao fogo e... ficaram em silêncio! Já era suficiente estar com Jesus. Ninguém disse nada. 12 Adventist World | Julho 2010 J O H A N N A L J U N G B LO M Aconteceu o mesmo no Monte da Transfiguração; ninguém perguntou nada. Nem mesmo algo sobre Moisés ou Elias. Todos estavam em silêncio, simplesmente desfrutando seu tempo com Jesus. “Senhor, é bom estarmos aqui”, disse Pedro na ocasião (Mt 17:4). Parecia que aqueles momentos eram muito mais importantes do que qualquer pergunta, qualquer necessidade de falar. Era como se o que estavam experimentando não pudesse ser expresso em palavras. Só o fato de estar com Jesus já era a resposta para tudo. Não é isso que acontece com as pessoas que se amam? Não é o silêncio, às vezes, o segredo do amor de um casal? Como pastor, parte de meu trabalho consiste em utilizar palavras – pregar, dar estudos bíblicos, aconselhar. No seminário teológico, aprendemos sobre oratória. Entretanto, ninguém me ensinou a ficar em silêncio. Alguma vez você já tentou ficar a sós com Jesus e permanecer em silêncio desfrutando da calma de Sua presença? Apenas sentindo que é amado, que Ele está ao seu lado e que vezes, ao longo da história, ministros sem amor praticaram “santificadas” formas de opressão e tirania. Hoje, somos simbolicamente convidados por Jesus a nos unir a Ele na praia do mar da Galileia. Ele preparou peixe e pão para nós, e nos convida para um momento de quietude com Ele. “‘Venham comer’. Nenhum dos discípulos tinha coragem de Lhe perguntar: ‘Quem és Tu?’ Sabiam que era o Senhor” (versículo 12). Nós também sabemos que Jesus é o Senhor, caso contrário não diríamos que somos cristãos. Isso, porém, não é suficiente. Jesus faz mais uma pergunta: “Mikulas Pavlik, você Me ama?” Essa é uma pergunta tão embaraçosa, tão vergonhosa! Eu, tanto quanto Pedro, teria preferido que Jesus dissesse: “Mikulas Pavlik, você frequenta a igreja? Quantas pessoas você já levou ao batismo? Quantos cargos você possui na igreja?” Eu adoraria mostrar para Jesus o meu relatório de trabalho. Às vezes, sou muito bom nas coisas que podem ser mensuradas. Gostaria de dizer a Ele tudo o que realizei. Eu teria preferido que Jesus perguntasse: “Mikulas Pavlik, você frequenta a igreja?” sabe tudo sobre você? Sem necessidade de argumentos, sem necessidade de dizer coisa alguma. Naquela hora, você não teve a sensação de que palavras serviriam apenas para acabar com o momento? Se nosso relacionamento com Deus não inclui essa dimensão íntima, algo está faltando. Eu adoraria passar uma manhã com Jesus como aquela descrita por João. Para sentir a quietude de Sua presença, quando o silêncio fala mais alto do que as palavras mais eloquentes. Já é tempo de introduzir essa dimensão íntima em nosso relacionamento com Deus, para que nossas orações, nossos sermões, todo o nosso ministério sejam um genuíno e vivo encontro com Cristo. Tempo para as Palavras O desjejum daquela manhã, entretanto, não terminou em silêncio. No meio do silêncio, Jesus faz uma pergunta: “Você Me ama?” (Jo 21:15). Ele fez a pergunta a Pedro, mas o eco chega até mim: “Você Me ama?” O coração de Pedro para de bater! Ele esperava qualquer coisa, menos uma pergunta tão íntima e perturbadora. Jesus pergunta: “Você Me ama?” A resposta a essa pergunta é o pré-requisito mais importante de nosso ministério e o pré-requisito mais importante do cristianismo. Por quê? Jesus perguntou a Pedro: “Você Me ama?” Apenas quando Ele Se convence do amor de Pedro é que o comissiona para o ministério: “Cuide dos Meus cordeiros” (versículo 15). A sequência das falas de Jesus é crucial. Se você não ama, então não pode servir. Se você serve sem amar, você pode satisfazer suas ambições pessoais, talvez seu desejo de poder, mas não estará cumprindo a missão dada por Cristo. Muitas Mas parece que Jesus não me ouve. “Não é isso que estou perguntando. Estou fazendo outra pergunta: Você Me ama?” “Senhor, sou um pastor, editor-chefe, diretor de departamento, presidente da União, secretário da Divisão, diretor do seminário teológico, realizo campanhas evangelísticas de sucesso, trabalho com os jovens, planto novas igrejas...” “Fico feliz com isso, mas não é isso que desejo saber. Minha pergunta é: Você Me ama?” A Pergunta que me Mantém Acordado Será que amo a Jesus? Sou despertado todas as noites por essa pergunta. Às vezes, não tenho coragem de dizer “Sim”. Sinto-me como Pedro. Fico sem palavras. Entendo que essa pergunta é muito séria, muito importante para ser respondida despreocupadamente, de modo improvisado. Como posso amar a Deus? Desde criança, fui ensinado a obedecer a Deus, a respeitá-Lo, a temê-Lo. Mas, e a amá-Lo? Poucas pessoas me ensinaram sobre isso. Jesus, porém, persiste fazendo essa pergunta, repetidamente: “Você Me ama?” Para mim, não é fácil respondê-la, assim como não foi fácil para Pedro. E, se eu não tivesse a certeza de que Jesus me ama, de que Ele me amou primeiro, nunca poderia dizer: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo.” *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. Mikulas Pavlik é presidente da União Tcheco-Eslováquia, com sede na República Tcheca. Julho 2010 | Adventist World 13 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S A maioria das pessoas concorda que a unidade é importante. A unidade se tornou um lema muito utilizado na política e na religião. Os alemães cantam seu hino nacional sobre unidade. Partidos políticos enfatizam a unidade. Conhecemos o slogan “Unidos venceremos”. Existem a Igreja Unida de Cristo, a Igreja Unida do Canadá, a Igreja Metodista Unida, a Igreja Unida da Austrália e assim por diante. NÚMERO 14 1. Unidade e a Criação. Ao criar o ser humano, Deus disse: “Façamos o homem à Nossa imagem” (Gn 1:26).* O versículo seguinte declara: “Criou Deus o homem à Sua imagem.” Há somente um Deus, mas nesse único Deus existe uma pluralidade de três Pessoas. A unidade da Divindade é claramente expressa em Deuteronômio 6:4: “Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor.” O versículo 5 continua: casamento deveria refletir a unidade que existe na Trindade. Unidade é mais do que a união entre pessoas da mesma espécie. A unidade não nega a diversidade. O milagre da unidade criada por Deus está no fato de que pessoas com grandes diferenças se unem e formam um novo “organismo”, no qual são consideradas iguais. 2. Unidade e a Queda. Com a Queda, surgiu um tipo negativo de unidade, Por Ekkehardt Mueller Chegando Mais Unidade no corpo de Cristo Usamos ilustrações para falar sobre a importância da unidade. Por exemplo, quando juntamos uma ou duas varetas, mesmo uma criança pequena pode facilmente quebrá-las. Mas junte dez ou vinte varetas e tente quebrá-las. É muito difícil, talvez impossível. A unidade também é importante para os adventistas. Neste estudo, veremos o que as Escrituras dizem sobre o assunto e, baseados nisso, aplicaremos à realidade adventista os conceitos mais importantes. Unidade nas Escrituras Quando a Bíblia aborda o tema unidade, frequentemente utiliza a palavra “um”. A unidade, na Bíblia, poder ser algo positivo ou negativo. Ekkehardt Mueller, natural da Alemanha, é diretor-associado do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral. 14 Adventist World | Julho 2010 “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.” Quando perguntaram a Jesus: “De todos os mandamentos, qual é o mais importante?” (Mc 12:28), Ele citou Deuteronômio 6:4 e 5, que é a confissão de fé dos judeus. Jesus e os apóstolos também criam em um único Deus, manifestado, no entanto, em três Pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo (cf. Mt 28:19; 2Co 13:13). É interessante que Jesus Se baseou na unidade de Deus ao apresentar o mandamento sobre o amor a Deus e ao próximo. Pelo fato de que Deus é um em três Pessoas, nosso amor por Ele e uns pelos outros deve ser indivisível. O amor dos membros da igreja leva ao companheirismo e à unidade. Portanto, a Trindade é a fonte e o fundamento da unidade. A unidade de Deus reflete-se no propósito do casamento. Duas pessoas, de sexos diferentes, tornam-se “uma só carne” no casamento (Gn 2:24; veja Mt 19:5, 6). A unidade expressa no P descrito em detalhes nas epístolas de Paulo. Após o pecado de Adão e Eva, a humanidade se uniu em oposição a Deus (Rm 1, 2). Todos se tornaram pecadores (Rm 3). Os seres humanos se unem na insensata sabedoria do mundo (1Co 1:20, 21). Como resultado de seus pecados, todos estão unidos na morte (Rm 6:23). Todos os pecadores devem morrer. Adão se tornou o personagem que une toda a humanidade. 3. Unidade em Cristo. Foi pela morte de Jesus na cruz e por Sua ressurreição que a humanidade adquiriu a opção de ser liberta do poder do pecado e da morte. Em outras palavras, a unidade no pecado e na morte foi e será destruída para aqueles que creem em Cristo e permanecem nEle, o novo cabeça da humanidade, o segundo Adão (1Co 15:21, 22). Por meio do batismo, os seres humanos se unem à igreja e ao rebanho de Cristo (Mt 16:18; Lc 12:32). Essa unidade é, em primeiro lugar, unidade com o Senhor, mas também é – e deve ser – unidade com os irmãos na fé. “Tenho A diversidade é importante, mas a unidade supera a diversidade. Perto outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que Eu as conduza também. Elas ouvirão a Minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10:16). Em Sua oração sacerdotal, Jesus orou pela unidade de Seus seguidores (Jo 17:11). Esses seguidores de Cristo vêm e continuarão a vir de muitos lugares e culturas. Eles são diferentes. A diversidade não deve ser rejeitada. Mas essas pessoas devem se unir umas às outras por meio de Jesus, que quebrou todas as barreiras de sexo, nacionalidade, raça, condição social, instrução e qualquer outra barreira que possa haver (Ef 2:11-22; Gl 3:28). A diversidade é importante, mas a unidade supera a diversidade. Aqueles que creem formam um só corpo, do qual Cristo é a cabeça – portanto, esse é o corpo de Cristo (Ef 1:22, 23; 4:4; Cl 1:18). Os cristãos usam seus vários dons para fortalecer a igreja e cumprir a missão (Ef 4:11, 12; 1Co 12). Embora suas funções possam variar, esses crentes são iguais diante de Deus, que não faz acepção de pessoas. “Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos” (Ef 4:4-6). Unidade para os Adventistas As Escrituras apresentam claramente qual é o ideal divino, mas a igreja pode ser contaminada por facções, como o foi a igreja de Corinto (1Co 1-3). Os adventistas são confrontados por fatores culturais, sociais, filosóficos, políticos e outras forças que ameaçam a unidade da igreja. O que pode ser feito para que ela permaneça unida? Escrevendo aos coríntios, Paulo afirma que a unidade deve ser encontrada na cruz de Cristo, “o qual Se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção” (1Co 1:30). Quem garante a unidade é Cristo, é a Divindade triúna. Devemos nos concentrar em Jesus. Porém, a fé em Jesus não pode ser apenas um pensamento teórico. Deve incluir uma mensagem comum, ou seja, a “verdade” (Jo 17:17) e o compartilhamento de “uma” só “esperança” e “uma só fé” (Ef 4:4, 5). Por outro lado, unidade sem verdade é mero sentimentalismo, pois não possui um fundamento sólido. Além disso, seguir o exemplo de Jesus, que é um com o Pai, inclui ajudar aos irmãos por meio de atos concretos de amor ao próximo e apoio financeiro (1Jo 3:13-18; 2Co 8:1-5). Também inclui trabalhar juntos na missão comum confiada à igreja (Mt 28:19, 20; Ap 14:6-12). Quando o grupo se empenha em realizar uma tarefa em comum, consegue superar os mal-entendidos, mágoas e diferenças de opinião. A unidade não virá de maneira automática. Temos que nos esforçar para obtê-la (Ef 4:3). Quando nos aproximamos dAquele que nos ama imensamente, nos achegamos para mais perto uns dos outros. Jesus reduz a distância entre as pessoas. *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. Unidade no Corpo de Cristo A Igreja é um corpo com muitos membros, chamados de toda nação, tribo, língua e povo. Em Cristo somos uma nova criação; distinções de raça, cultura e nacionalidade, e diferenças entre altos e baixos, ricos e pobres, homens e mulheres, não devem ser motivo de dissensões entre nós. Todos somos iguais em Cristo, o qual por um só Espírito nos uniu numa comunhão com Ele e uns com os outros; devemos servir e ser servidos sem parcialidade ou restrição. Mediante a revelação de Jesus Cristo nas Escrituras, partilhamos a mesma fé e esperança, e estendemos um só testemunho para todos. Essa unidade encontra sua fonte na unidade do Deus triúno, que nos adotou como Seus filhos. (Rm 12:4, 5; 1Co 12:12-14; Mt 28:19, 20; Sl 133:1; 2Co 5:16, 17; At 17:26, 27; Gl 3:27, 29; Cl 3:10-15; Ef 4:14-16; 4:1-6; Jo 17:20-23.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº 14 Julho 2010 | Adventist World 15 A R T I G O D E C A PA Siga Mongólia Bíblia completa turnê mundial F oi uma jornada ousada, principalmente para uma passageira tão silenciosa: a Bíblia. Com seus 66 livros, cada um impresso em um idioma diferente, ela viajou ao redor do mundo durante vinte meses. Esse projeto foi denominado “Siga a Bíblia”. O motivo dessa jornada também era ambicioso: levar os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia a se envolver mais com o texto das Escrituras Sagradas. Antigamente conhecido como o “povo da Bíblia”, os adventistas perderam muito de sua intimidade com as Escrituras nos últimos anos e, por isso, os líderes da Igreja concluíram que seria importante reverter o quadro. Há outros fatos interessantes sobre a Bíblia itinerante: ela mede aproximadamente 46 x 31 centímetros, tem cerca de 1.500 páginas e foi encadernada (duas vezes) com capa de couro. Após 620 dias, ou quase 89 semanas de viagem e atividade, está na hora de dizer: “Missão cumprida!” A “Bíblia itinerante”, como se tornou conhecida, chegou à 59a assembleia mundial da Igreja, em Atlanta, Geórgia, EUA, para a reunião quinquenal iniciada no dia 23 de junho deste ano. “A Igreja Adventista precisa redescobrir o valor da leitura desse Livro”, disse o pastor Jan Paulsen, líder mundial da Igreja, às 12 mil pessoas presentes ao culto na manhã de sábado, dia 11 de outubro de 2008, no Araneta Coliseum, em Manila, Filipinas. “Muitos adventistas deixaram de passar regularmente um tempo com a Bíblia, e isso é lamentável”, observou Paulsen. “Cumpre-nos dar à Palavra de Deus um lugar mais importante em nossa vida.” 16 Adventist World | Julho 2010 “Essa, talvez, seja a Bíblia que mais viajou na história do mundo”, afirmou Mark Finley, vice-presidente da Igreja para a área de evangelismo e testemunho pessoal. Finley disse ao grande auditório que, nesse exemplar especial da Bíblia, o livro de Gênesis está escrito em espanhol; os Salmos, em chinês; e o Apocalipse, em coreano. Ele declarou também que o livro de Neemias está escrito em filipino, notícia que foi recebida com aplausos pela audiência daquele país. A seguir, alguns destaques dos vinte meses de itinerário do Livro: Euro-Ásia Os adventistas da região central asiática deram as boas-vindas ao projeto Siga a Bíblia no Cazaquistão, no dia 12 de julho de 2009, sendo esse país a septuagésima quarta parada na turnê mundial. Mais de 450 pessoas esperaram pela Bíblia na reunião campal perto do Lago Karaungur, onde parecia que chuva torrencial, pesadas nuvens e fortes ventos interromperiam o encontro. Mas, assim que a Bíblia chegou, parou a chuva, as nuvens desapareceram e começou o programa. O presidente da Igreja na região, Rubin Ott, viajou com a Bíblia para o Uzbequistão. A Bíblia itinerante uniu os membros para a leitura e estudo das Escrituras em Tashkent, capital do país. Os líderes da Igreja foram convidados para uma reunião sobre liberdade religiosa com o governo do Uzbequistão. Relataram que a conversa foi muito cordial e que o governo permitiu, oficialmente, que a Bíblia cruzasse a fronteira e entrasse no país. Rússia Filipinas Quando a Bíblia itinerante chegou à República da Bielorrússia, no dia 5 de julho de 2009, os administradores da Igreja levaram-na para a Biblioteca Nacional, onde ficou exposta ao público, ao lado de antigos exemplares das Escrituras Sagradas. À noite, foi apresentado um programa especial para comemorar o Siga a Bíblia em uma das igrejas adventistas em Minsk, capital da Bielorrússia. Os adventistas da Noruega prepararam sacolas ecológicas com o logotipo “Siga a Bíblia” para entregar às pessoas que foram vê-la exposta na biblioteca local. O evento foi coberto pela mídia da cidade. Cada sacola continha um exemplar do evangelho de João, inscrições para estudos bíblicos por correspondência e um guia com textos bíblicos selecionados. Os líderes da Igreja na região estimam que cerca de 10% da população da cidade receberam a sacola. Norte da Europa Enquanto a “viajante” especial continuava seu trajeto, alguns adventistas participavam do projeto de outras maneiras: os escoceses decidiram fazer sua própria Bíblia, personalizada e escrita à mão. Os membros de todas as igrejas da Escócia enviaram as páginas manuscritas para a sede da Igreja no país, onde foram compiladas na “Bíblia Adventista Escocesa”. Copiar a Bíblia à mão pode trazer nova perspectiva e significado espiritual, refletiram os participantes. “Alguns fizeram anotações nas margens, pois, quando uma pessoa copia a Bíblia, determinadas passagens se tornam mais significativas para ela”, descreveu Carole Peacock, secretária da Igreja Adventista na Escócia. A geografia se tornou um pequeno desafio para a trajetória da Bíblia. Após cinco mil quilômetros e dezoito horas de viagem, ela chegou a Kirkenes, Noruega. Essa cidade está localizada no Círculo Ártico, 2.500 quilômetros distante de Oslo, capital do país. A Noruega foi o septuagésimo nono país visitado pelo projeto. F O T O S : D E PA R TA M E N T O D E C O M U N I C A Ç Ã O D A A S S O C I A Ç Ã O G E R A L Oriente Médio Da Europa, a Bíblia seguiu para o Oriente Médio, região em que a maior parte desse livro foi escrita. Após uma longa pausa para perguntas e verificações de segurança pela Força de Defesa Israelense no aeroporto de Atenas, Grécia, o pastor adventista Janos Kovacs-Biro voou com a Bíblia para Tel Aviv, no dia 18 de setembro de 2009. No início do sábado, a Bíblia foi a Ashdod, onde sessenta pessoas esperavam para vê-la. Adventistas e não adventistas reuniram-se com alegria e expectativa para ver a Bíblia itinerante. O livro de Ester estava escrito em hebraico, o idioma do país. De acordo com Kovacs-Biro, Israel foi o nonagésimo quinto país visitado pela Bíblia. Um senhor aproximou-se do pastor local e perguntou como poderia ser batizado e unir-se à Igreja Adventista. No dia 23 de setembro de 2009, às 3h45 da manhã, a Bíblia chegou a Dubai, Emirados Árabes Unidos. Os membros da Igreja promoveram reuniões e falaram a amigos e colegas de trabalho sobre o significado que existe por trás desse projeto Julho 2010 | Adventist World 17 Fiji Haiti mundial. Os adventistas em Dubai fizeram isso com a expectativa de despertar em pessoas de outras denominações o desejo de receber estudos bíblicos. Esses adventistas originários de diversos países leram solenemente passagens das Escrituras em filipino, híndi, tâmil e árabe, e fizeram planos de formar grupos para, juntos, ler toda a Bíblia. de eventos como este”, aconselhou González. “É muito importante educar as crianças e jovens nos valores bíblicos, que são muitas vezes esquecidos nos tempos modernos. Creio que a Igreja, unida a cada família, pode construir uma sociedade melhor.” Rumo à África Exposição no Sul Em outubro de 2009, a Bíblia se dirigiu ao continente americano, onde viajou por igrejas de oito países da América do Sul. Depois disso, a Bíblia, ostentando uma nova capa por causa do desgaste ocorrido ao longo do primeiro ano de viagem, chegou a Miami, Flórida (EUA), para seguir viagem por outros dez países. “Não desejamos apenas participar desse evento, mas queremos que cada lar de nosso território, onde seja possível, tenha uma Bíblia, para que ela seja lida por todos”, afirmou Israel Leito, líder da Igreja na América Central. Milhares de Bíblias foram impressas em inglês, espanhol e francês para ser distribuídas por toda a América Central. Na região mexicana de Yucatán, a Bíblia itinerante foi bem-recebida em uma cerimônia especial no Parque de las Américas, em Mérida, no dia 22 de novembro de 2009. Marco Antonio González, representante do governo para a área de Desenvolvimento Social e Assuntos Religiosos em Yucatán, leu e copiou uma porção da Bíblia. Ele falou aos líderes adventistas sobre como a Igreja pode melhorar a qualidade de vida dos moradores da região. “A Igreja Adventista deveria continuar participando 18 Adventist World | Julho 2010 A Bíblia itinerante atraiu milhares de pessoas em cada local por onde passou. No dia 23 de março de 2010, em Kisii, Quênia, milhares de pessoas participaram de uma passeata, que começou no Nyanchwa Teachers College. A passeata percorreu várias ruas da cidade, onde o comércio foi paralisado enquanto os moradores saíam de suas lojas para ver a Bíblia. Conduzidos pelo presidente da Igreja no sul do Quênia, Obed Nyamache, os adventistas cantaram acompanhados por instrumentos musiciais. Ao chegar à Igreja central de Kisii, mais de duas mil pessoas se uniram à passeata. Vários líderes religiosos de outras denominações cristãs expressaram sua alegria por haver sido convidados. Cada um deles incentivou a leitura da Palavra de Deus. Vários corais entoaram o hino oficial do evento: “Dá-me a Bíblia” (Hinário Adventista, nº 165). O impacto completo desse projeto poderá ser visto apenas no futuro. Mas o fato de enviar uma Bíblia especial ao mundo inteiro tem dirigido a atenção de muitos para um livro diferente de todos os outros. – Compilação de reportagens de várias mídias adventistas, por Mark A. Kellner, editor de notícias da Adventist World Protejaas Combatendo o tráfico humano na Tailândia A ntes de completar 14 anos de idade, a vida de Lin já estava em perigo. Ela era membro da tribo Akha e morava na província de Chiang Rai, na Tailândia, em uma região conhecida como “o Triângulo Dourado da Tailândia”. Essa região, assim chamada porque faz fronteira com os países de Mianmar e Laos, é conhecida pelo tráfico de drogas e de seres humanos. Embora vivendo em uma comunidade tribal pacífica, Lin e outras garotas da tribo estão expostas a grandes riscos por viver em situação de pobreza e preconceito, e sem um sistema educacional adequado. Certo dia, uma amiga de Lin a convidou para trabalhar com ela em um “restaurante de karaokê”. Como sempre vivera protegida entre seu povo, Lin não se deu conta de que os restaurantes e bares de karaokê em Chiang Rai são locais em que homens vão procurar garotas que, geralmente, acabam sendo vítimas de exploração sexual. “Minha amiga se vestia muito bem e tinha condições de comprar muitas coisas com o dinheiro que ganhava no ‘restaurante’”, lembra-se Lin. “Eu só queria ajudar minha família. Meus familiares realmente precisavam de dinheiro. Além disso, seria muito bom comprar algumas roupas bonitas e maquiagem.” Lin ficou em dúvida se escolheria os benefícios do dinheiro ou permanecer em casa com a família. Mas, felizmente, sem que ela soubesse, seu futuro já estava planejado. O pai de Lin havia decidido levá-la a um centro assistencial para meninas da tribo. Ele sabia que, se não colocasse a C O R T E S I A D A A D R A E S P E C I A L Meninas Por Lilya Wagner* MENINAS EM RISCO: Muitas meninas, na Tailândia, correm risco porque sua família é pobre e não são valorizadas como os meninos. filha nesse centro, onde lhe ensinariam uma profissão, ela poderia facilmente ser vítima do tráfico sexual. Tendo frequentado apenas a pré-escola, disseram-lhe que não estava habilitada para ir às escolas do governo. Agora, aos 14 anos de idade, ela só falava o dialeto de sua tribo (akha) e não compreendia o idioma oficial da Tailândia (tai). Com a ajuda de um programa educacional não tradicional, ela aprenderia o tai, continuaria o curso fundamental e aprenderia uma profissão. “Se eu não tivesse sido aceita naquele centro, minha vida teria sido muito diferente”, disse Lin. “Realmente não sei o que teria acontecido comigo. Nem sei se ainda estaria viva.” Colocando um Rosto no Tráfico Humano Imagine alguém que você ama ser vendido, abusado e abandonado para morrer muito jovem. É difícil imaginar tal horror. Mas, para aproximadamente 600 a 800 mil pessoas a cada ano, sendo 80% meninas e mulheres, esse horror é uma realidade. O tráfico humano é um grande problema internacional. É uma das três principais fontes de renda do crime organizado, um negócio que movimenta nove bilhões de dólares ao redor do mundo. O tráfico humano existe há séculos e tem se proliferado nas últimas décadas, embora seja ignorado pela população em geral. É fácil fazer vista grossa e ignorar algo que pensamos não poder “consertar”. Lilya Wagner é diretora dos Serviços Filantrópicos para Instituições, na sede da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Silver Spring, Maryland, EUA. Julho 2010 | Adventist World 19 E S P E C I A L com aids. Um estudo produzido pelas Nações Unidas descreve o tráfico de meninas e mulheres na Ásia como “o maior comércio de escravos da história”. Os traficantes sexuais compram meninas e mulheres de até 10 anos, e as famílias pobres da Tailândia vendem as filhas como escravas sexuais por aproximadamente 450 dólares. O norte desse país tem um problema excepcional porque as famílias das áreas rurais são pobres e muitas meninas não têm acesso à escola. Em 2005, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) iniciou um programa chamado “Proteja as Meninas”. Ele tem como objetivo não apenas oferecer abrigo para meninas em alto risco, mas também disponibilizar o acesso ao estudo a um número significativo de crianças e jovens, diminuindo assim sua vulnerabilidade para o tráfico sexual. O programa ainda aumenta a oportunidade de elas encontrarem emprego Esquerda: PROTEJA AS MENINAS: A Adra oferece bolsas de estudo para quase sessenta meninas, na Tailândia, por meio do programa Proteja as Meninas. Na foto, duas funcionárias (uma de cada lado) e quatro alunas. C O R T E S I A D A A D R A L I LYA W A G N E R Coloque um rosto nesse dilema. Mulheres e meninas que são vítimas de violência sexual estão entre as pessoas mais desamparadas no mundo, principalmente porque praticamente ninguém – além delas próprias – conhece o sofrimento em que vivem. A maior parte das mulheres que sobrevive ao tráfico não tem auxílio legal ou reparação. Elas são humilhadas, subjugadas e sofrem as consequências físicas e psicológicas da violência. Essas vítimas precisam de cuidado médico e aconselhamento, especialmente se foram infectadas pelo HIV e/ou aids. Mas, antes de perceber que realmente são vítimas e antes de obter esses serviços assistenciais e adquirir o respeito que merecem, essas mulheres precisam atravessar grandes obstáculos. É essencial que os direitos fundamentais sejam garantidos a essas e a todas as outras mulheres. Saqueando a Pobreza A situação de pobreza tem forçado muitas garotas da Tailândia a entrar na próspera indústria sexual, frequentemente contra a própria vontade ou como o último recurso. O efeito sobre as famílias tem sido devastador. Muitas garotas viajam aos centros urbanos, para nunca mais serem vistas, ou voltam para casa apenas quando estão morrendo 20 Adventist World | Julho 2010 Em tribos como as de Lin, a situação é ainda pior, pois as meninas podem ser vendidas por irrisórios cem dólares. Esse fato assustador levanta perguntas: O que podemos fazer diante de uma estatística tão alarmante? Como podemos mudar esse quadro? O que Fazer? Os evangelhos relatam que Jesus tinha compaixão das multidões (Mt 9:36; 14:14; Mc 6:34; Lc 7:13); Ele Se importava profundamente com as pessoas. Então, como poderíamos nós, cristãos, ignorar o sofrimento dos outros? Alguns questionam se é possível fazer alguma diferença, individualmente ou como igreja, se às vezes o sofrimento dessas pessoas é tão intenso e, aparentemente, irremediável. Aqui está um excelente exemplo de intervenção positiva: ao desenvolver suas habilidades para trabalhar em pequenas empresas, além de conscientizar a comunidade contra o tráfico humano. A sede do Proteja as Meninas está localizada na província de Chiang Rai, em um prédio antes usado para escritórios. Ali é também o lar de cerca de trinta meninas. Elas estão lá por vários motivos: suas famílias são pobres; meninas não têm o mesmo valor que crianças do sexo masculino; sofreram ou correm risco de sofrer abuso sexual; foram abandonadas por pais, madrasta ou padrasto; ou a menina é órfã. A educação é o maior componente do programa Proteja as Meninas. Frequentemente, as meninas vulneráveis abandonam a escola porque a família não pode mantê-las ou precisa de seu trabalho para melhorar a renda familiar. Colhendo os Resultados Neste ano, os objetivos do Proteja as Meninas foram alcançados de várias formas. Desde 2005, noventa meninas foram ajudadas com apoio educacional. Atualmente, 59 recebem bolsa de estudos. Quando as visitei nas escolas, em setembro passado, fiquei emocionada e contente ao ver seus planos. “Quero ser musicista”, “Eu serei médica”, “Eu vou ajudar a outras pessoas a ter sucesso na vida.” Essas foram algumas das estão se conscientizando do perigo da prostituição infantil. Mais importante ainda, as próprias meninas aprendem quais são seus direitos, quais as consequências de trabalhar no comércio sexual e onde podem procurar ajuda. De Olho no Futuro O que o futuro reserva para o Proteja as Meninas e para as garotas do norte da Tailândia? Existem planos de expandir o projeto, aumentar o número O Resto da História Lin é uma das muitas meninas que tiveram sucesso. Não apenas foi possível que ela terminasse o ensino fundamental, mas fez um curso profissionalizante e formouse em contabilidade. Hoje, aos 22 anos, Lin trabalha como assistente no escritório do Proteja as Meninas, na Tailândia. “Estou muito feliz porque agora posso trabalhar para a Adra e ajudar as meninas da Tailândia a escapar da triste vida que muitas de minhas amigas tiveram”, disse Direita: PRÉDIO ESCOLAR: No Proteja as Meninas, a educação é prioridade. As meninas aprendem habilidades que as ajudarão a encontrar um bom emprego. Esquerda: ESCRAVIDÃO DOS TEMPOS MODERNOS: Traficantes compram meninas de até 10 anos de idade, pois famílias tailandesas pobres vendem suas filhas como escravas sexuais por cem dólares. L I LYA respostas dadas quando fiz a costumeira pergunta dos adultos: “O que você quer ser quando crescer?” O abrigo começou com sete meninas. Desde então, 49 já foram auxiliadas e, no momento, moram ali 29 garotas. Quase todas se tornaram exemplos de sucesso; apenas umas poucas desistiram e voltaram para casa, para um futuro incerto. As meninas vão à escola, participam da igreja com entusiasmo e estão engajadas num estilo de vida familiar que as estimula a desenvolver autoestima e confiança para enfrentar o futuro. As garotas que recebem assistência educacional são capacitadas a encontrar emprego fora da indústria sexual. Com o tempo, serão as vozes mais ativas na defesa de outras meninas em risco. Por meio desse programa, as comunidades W A G N E R de meninas na escola, e conscientizar as famílias e comunidades. Outro plano é construir uma residência permanente e mais adequada em uma área rural, onde as meninas possam desenvolver atividades para o autossustento. Os recursos são limitados, mas a visão determinada e o compromisso estão presentes nos idealizadores do programa e naqueles que colaboram com donativos para ajudar a realizar esses sonhos. Proteja as Meninas é apenas uma das inúmeras formas de melhorar a vida de pelo menos uma pessoa no mundo. Mas... isso é de nossa responsabilidade? Devemos fazer algo por essas pessoas? A resposta é “Sim!” Devemos ajudar de todas as formas possíveis. O próprio Jesus teve compaixão quando viu o sofrimento das pessoas em Seu tempo. Como podemos deixar de fazer o mesmo? Lin. “O centro criado pela Adra é muito importante para essas garotas. Elas têm sorte de estar nesse lugar. Se não fosse pelo Proteja as Meninas, nem quero pensar onde elas estariam.” O amor de Jesus nos motiva a lutar contra todo tipo de crueldade e a promover a dignidade de cada indivíduo. Realmente, é muito elevado o número de pessoas em situação de risco ou necessidade, mas se apenas uma pessoa – como Lin – for ajudada a escapar dos horrores do tráfico e a viver uma vida digna e feliz, já valeu a pena o esforço. Façamos tudo o que pudermos para proteger essas meninas. Para mais informações, acesse www.adrathailand.org/keep-girls-safe. Hearly Mayr, diretor de conscientização pública da Adra, e Julio Muñoz, chefe da agência de marketing e desenvolvimento da Adra, também contribuíram para este artigo. Julho 2010 | Adventist World 21 E S P Í R I T O D E P R O F E C I A O s que desejam conhecer a verdade nada têm a temer por investigar a Palavra de Deus. Entretanto, ao iniciar a investigação da Sua Palavra, aquele que busca a verdade deve deixar de lado todo preconceito, todas as opiniões preconcebidas e abrir os ouvidos para ouvir a voz de Deus por meio de Sua mensagem. Opiniões acariciadas, costumes e hábitos há tempo praticados devem ser testados pelas Escrituras. E, se a Palavra de Deus se opuser ao ponto de vista que você mantém, então, por amor a sua alma, não perverta as Escrituras, como fazem muitos, para a própria destruição deles, fazendo parecer que são um testemunho em favor dos erros deles. Permita ser Moldado Por Ellen G. White Palavra pela Deixe que sua indagação seja: “Qual é a verdade?”, e não: “O que até agora acreditei ser verdade?” Não interprete as Escrituras à luz de sua crença anterior, afirmando que algumas doutrinas inventadas por seres humanos finitos são verdade. Que sua indagação seja: “O que dizem as Escrituras?” Deixe que Deus lhe fale de Seus oráculos vivos, e abra o coração para receber Sua Palavra. Siga o Original, Não a Tradição Muitos estão seguindo tradições humanas, mas essas tradições são errôneas; nenhum erro tem poder santificador. Dessa forma, a alma não é santificada por Deus. No entanto, eles se detêm firmemente sobre as doutrinas humanas e não são movidos pelo testemunho das Escrituras. Foram 22 Adventist World | Julho 2010 educados a crer em falsidades e usam todos os métodos engenhosos para que pareça que a Bíblia apoia sua posição errônea, fazendo com que a falsidade pareça ser verdade. Porém, o primeiro trabalho a ser feito por aqueles que conhecerão a verdade é abrir a Bíblia com determinado propósito para, segundo os requerimentos da Palavra de Deus, estabelecer sua fé sobre o “Está escrito”. Reconheça que as antigas teorias devem mudar se não estiverem em harmonia com as doutrinas da Bíblia. Você é chamado a fim de fazer esforços diligentes para descobrir o que é verdade. Isso não deve ser considerado como exigência difícil; pois as pessoas são chamadas a trabalhar duro por bênçãos materiais e terrestres, e encontrarão os tesouros celestiais apenas se estiverem dispostas a cavar S A R A H L E W I S / M O D I F I C A D A D I G I TA L M E N T E nas minas da verdade e exercer todo poder da mente e do coração para compreendê-la. [...] Lendo Corretamente a Palavra de Deus Tenha cuidado para não ler a Palavra de Deus à luz de ensinos errôneos. Foi por esse motivo que os judeus cometeram seu erro fatal. Declaravam que toda interpretação das Escrituras deve estar de acordo com aquela que foi dada pelos rabinos no passado. Ao multiplicarem tradições e conceitos humanos e aparentando ter santidade, a Palavra de Deus não tinha efeito sobre eles. Se Jesus Cristo, a Palavra de Deus, não houvesse vindo ao mundo, os seres humanos teriam perdido todo o conhecimento do verdadeiro Deus. Cristo é a luz do mundo. [...] Jesus disse que, por causa das tradições, os judeus fizeram com que os mandamentos de Deus perdessem o efeito. As exigências humanas foram colocadas onde os requisitos de Deus deveriam estar, e Jesus os acusou de não conhecer as Escrituras nem o poder de Deus. Esse é o plano engenhoso de Satanás para perverter as Escrituras e levar as pessoas a utilizar a Palavra de Deus de forma equivocada. Ele levou a Igreja de Roma a decidir que a Bíblia deve ser lida à luz da interpretação dos “Pais da Igreja”. Portanto, o Senhor não pode penetrar na mente dessas pessoas até que leiam a Bíblia como a Palavra do Deus infinito. Todas as declarações de fé, todas as doutrinas e credos, embora sejam considerados sagrados, devem ser rejeitados se contradisserem as claras declarações da Palavra de Deus. Se a Bíblia apoia a doutrina que defendemos no passado, estamos justificados a mantê-la, pois a Palavra de Deus fornece o fundamento para nossa fé. [...] A Experiência Não é o Padrão Há muitos que alegam ter sido santificados por Deus; quando, porém, lhes é apresentada a grande norma de justiça, ficam muito irritados e manifestam um espírito que prova que eles nada sabem do que significa ser santificado. Não têm a mente de Cristo; pois os que realmente são santificados respeitarão a Palavra de Deus e lhe obedecerão logo que lhes seja exposta, e expressarão ardente desejo de conhecer o que é a verdade em todo ponto de doutrina. Êxtase de sentimento não é evidência de santificação. A afirmação “Estou salvo, estou salvo” não prova que a pessoa está salva ou santificada. Para muitos que se acham grandemente entusiasmados é declarado que estão santificados, quando não têm uma ideia inteligente do que significa essa palavra, pois não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus. Vangloriam-se de estar em conformidade com a vontade de Deus porque se sentem felizes; mas, quando são testados, quando a Palavra de Deus é aplicada à sua experiência, tapam os ouvidos para não ouvir a verdade, dizendo: “Estou santificado”, e isso põe fim à discussão. Não querem ter nada que ver com examinar as Escrituras para saber o que é a verdade, e demonstram estar terrivelmente iludidos. Santificação significa muito mais do que enlevo de sentimento. Exaltação ou entusiasmo não é santificação. Unicamente a inteira conformidade com a vontade de nosso Pai que está no Céu é santificação, e a vontade de Deus é expressa em Sua santa lei. A observância de todos os mandamentos de Deus é santificação. Demonstrar ser filhos obedientes à Palavra de Deus é santificação. A Palavra de Deus deve ser nosso guia, não as opiniões ou ideias humanas. Os que desejam ser verdadeiramente santificados examinem a Palavra de Deus com paciência, com oração e com humilde contrição. Lembrem-se de que Jesus orou: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17:17). Vivendo de Toda Palavra de Deus Cristianismo é simplesmente viver de toda palavra que procede da boca de Deus. Devemos crer e viver em Cristo, o qual é o caminho, a verdade e a vida. Temos fé em Deus quando cremos em Sua Palavra; confiamos em Deus e Lhe obedecemos quando guardamos os Seus mandamentos; e amamos a Deus quando amamos Sua lei. Crer numa mentira não porá nenhum de nós no caminho de ser santificado. Se todos os pastores do mundo nos dissessem que estaríamos seguros em desobedecer mesmo que fosse a um só preceito da santa norma de justiça, não seriam diminuídas as nossas obrigações nem atenuada a nossa culpa se rejeitássemos um claro “Faça” ou “Não faça”. Não devemos pensar que, pelo fato de nossos pais terem procedido de certa maneira e morrido felizes, podemos andar em suas pegadas e ser aceitos ao prestar o mesmo serviço e realizar as mesmas obras que eles realizaram. Temos mais luz do que eles tiveram em seu tempo; e, se queremos ser aceitos por Deus, precisamos ser tão fiéis em obedecer à luz e segui-la como eles o foram. Devemos aceitar e aproveitar a luz que brilha sobre o nosso caminho com tanta fidelidade como eles, em sua geração, a aceitaram e aproveitaram. Seremos julgados de acordo com a luz que brilha em nossos dias; e, se seguirmos a luz, seremos homens e mulheres livres em Cristo Jesus. Este artigo foi publicado pela primeira vez em The Advent Review and Sabbath Herald (Revista Adventista dos EUA), de 25 de março de 1902, e aparece parcialmente em Fé e Obras, p. 121, 122, e Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 202, 203. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público. Julho 2010 | Adventist World 23 H E R A N Ç A A D V E N T I S T A Longo C omposta por mais de dezesseis milhões de membros, a Igreja Adventista do Sétimo Dia deixou de ser um pequeno e marginalizado grupo cristão. Se ela fosse um país, teria um número de habitantes próximo ao da Áustria, Noruega e Irlanda juntas. Mas o adventismo do sétimo dia é apenas a ponta do iceberg de um movimento que, no século 19, influenciou profundamente o mundo cristão. Esse movimento é conhecido como o grande reavivamento profético internacional. Dele surgiram não apenas o milerismo e a Igreja Adventista, mas também o dispensacionalismo e o pentecostalismo. Todos esses grupos compartilham a convicção de que a volta de Cristo será literal, está próxima e ocorrerá antes dos mil anos de Apocalipse 20. Hoje, muitos cristãos discordam dos adventistas sobre Apocalipse 20. Mas os cristãos primitivos acreditavam que a segunda vinda ocorrerá antes do milênio, posição conhecida como pré-milenarismo. Somente a partir de Agostinho (354-430 d.C.), os cristãos passaram a crer no pós-milenarismo, a ideia de que a volta de Cristo será depois do milênio. Durante a Idade Média, o reino de Cristo (a pedra de Daniel 2) era entendido como a autoridade religiosa e civil exercida pela Igreja. O cristianismo cresceria e encheria a Terra, convertendo todos os povos. Apenas depois disso, Jesus voltaria. Essa ideia, 24 Por Aecio E. Cairus Alcance Como o reavivamento adventista transformou o mundo religioso Adventist World | Julho 2010 naturalmente, elimina qualquer possibilidade de que a volta de Cristo ocorra em breve. Quando vemos o grande número de não cristãos que existem no mundo, percebemos que falta muito para o “reino de Deus” encher a Terra. Precursores do Segundo Advento Se hoje estivéssemos vivendo durante o milênio, como ensina o pós-milenarismo, a besta de Apocalipse 13 seria um poder que desapareceu há muito tempo: o Império Romano, que perseguiu a muitos cristãos. Essa interpretação é conhecida como preterismo (de “pretérito” ou passado) e foi amplamente aceita durante a Idade Média, com a notável exceção de um abade pouco conhecido, Joaquim de Fiori (c. 1130-1202). Esse abade acreditava que a Era Cristã duraria 1.260 anos (iniciados com o nascimento de Cristo), que seriam sucedidos pelo reino eterno de Deus. Vivendo próximo ao término do período, ele pensava que a besta seria um falso papa que perseguiria os verdadeiros cristãos. Seus seguidores criticavam o poder papal e foram perseguidos por isso, sendo quase exterminados em 1466. Desde aquela época, muitos cristãos perseguidos na Europa passaram a identificar abertamente o sistema papal como a besta. Os primeiros protestantes também criam dessa forma, embora não levassem o pensamento à conclusão lógica, o pré-milenarismo. No fim do j. n. dar by século 18, praticamente todos os cristãos – católicos e protestantes – eram pós-milenaristas. Um renovado interesse no prémilenarismo surgiu de forma inesperada: um livro escrito por um jesuíta. Manuel Lacunza (1731-1801), sacerdote nascido no Chile, foi exilado para a Itália em 1767. Nesse país, teve tempo de escrever uma obra intitulada La Venida del Mesías en Gloria y Majestad (A Vinda do Messias em Glória e Majestade), que refutava o pósmilenarismo e argumentava em favor do pré-milenarismo. O ressurgimento do pré-milenarismo tornou possível a crença de que a volta de Cristo ocorreria em breve. Para Lacunza, a besta estava relacionada à hierarquia católica romana e existia ao longo da Era Cristã, paralelamente à igreja verdadeira. A primeira página do livro já mostrava a abordagem bíblica de Lacunza, ao usar o pseudônimo “Juan Josafat Ben-Ezra, um hebreu cristão”. Lacunza, porém, nunca escondeu sua verdadeira identidade e submeteu o livro à inspeção do governo espanhol. O rascunho do livro circulou na forma manuscrita em espanhol a partir da década de 1790. Em 1812, a obra começou a ser impressa em vários idiomas na Europa, agitou dois continentes (Europa e América) e cruzou barreiras entre denominações religiosas. Em 1826, o livro foi traduzido para o inglês pelo ministro presbiteriano e d wa r d i rv i n g m a n u e l l ac u n z a Edward Irving (1792-1834) e debatido nas conferências sobre profecia realizadas em Albury Park (1826-1830). Essas reuniões foram realizadas na propriedade do rico banqueiro Henry Drummond e favoreceu uma interpretação literal das profecias do Antigo Testamento sobre o futuro de Israel. O Grande Reavivamento Profético Quando a Turquia perdeu o controle sobre a Palestina, em 1831, havia grande expectativa entre os ingleses de que Israel seria reconstituído como nação. Esse entusiasmo tomou conta da imprensa norte-americana, o que possibilitou a Guilherme Miller (1772-1849), um desconhecido fazendeiro batista, reunir grande audiência em seu país. Miller estava muito interessado nas profecias quando, em 1816, se converteu do deísmo para o cristianismo. A Europa acabara de ser devastada pelas guerras de Napoleão e a monarquia havia sido restaurada. Miller estava confuso com as divergentes teorias sobre o fim do mundo. Por isso, decidiu estudar sobre o assunto diretamente na Bíblia, que examinava diariamente acompanhado de uma concordância bíblica. Esse estudo minucioso durou dois anos. Ao contrário de Lacunza e Irving, Miller não conseguiu encontrar evidência de que havia um papel especial para a nação de Israel no tempo do fim. Também não conseguiu encontrar um milênio alegórico – aceito pela quase totalidade de cristãos da época –, que iniciaria sem a volta visível de Cristo e a ressurreição literal. Miller descobriu uma profecia de tempo em Daniel 8, a qual estimou terminar em 1843-1844, quando ocorreria a volta de Cristo. Quando Miller sentiu um intenso desejo de compartilhar suas convicções com um círculo maior de pessoas, chegaram à Nova Inglaterra (EUA) publicações que promoviam o reavivamento profético na Grã-Bretanha. Esse movimento também defendia que os 2.300 anos de Daniel 8 terminariam ao redor de 1843. Nesse clima de notícias sobre a Palestina e teorias sobre o fim do mundo, Miller recebeu o primeiro convite para apresentar publicamente suas descobertas. Esse evento, ocorrido em agosto de 1831, marca o início do reavivamento profético nos Estados Unidos. As ideias de Miller foram publicadas em revistas, que logo começaram a ser vendidas em todas as grandes cidades da nação. Seus discursos foram proferidos a grandes auditórios, e as reuniões campais por ele promovidas eram as maiores até então realizadas no país. Josiah Litch, o associado mais próximo de Miller, observou que Lacunza e Irving “tiveram na Inglaterra a mesma aceitação que Miller obteve mais tarde nos Estados Unidos”. Um Movimento Atual Embora o reavivamento na GrãBretanha houvesse aberto caminho para o norte-americano, logo ambos seguiram rumos distintos. Irving desenvolveu palestras sobre um tema familiar aos adventistas, a “chuva serôdia”. Por influência delas, surgiu o fenômeno carismático, com o dom de “línguas estranhas”, curas sobrenaturais e visões proféticas. Isso ajudou o ramo norte-americano do movimento a olhar com simpatia suas próprias manifestações de profecias e curas, o que resultou no início do movimento pentecostal moderno. Outro aspecto do reavivamento na Grã-Bretanha, o papel da nação de Israel, foi sistematizado pelo ministro anglicano J. N. Darby, que era amigo de Irving e participou das conferências sobre profecias em Albury Park. Ele acreditava que, antes da volta de Cristo, haveria um “arrebatamento secreto” dos cristãos. Pessoas que fossem “deixadas para trás” seriam, depois, instruídas sobre a salvação por meio de judeus literais. Hoje, a teoria de Darby, conhecida como dispensacionalismo, é muito popular entre os evangélicos. Comparado aos demais grupos, o adventismo é um ramo não carismático e não dispensacionalista do grande reavivamento profético internacional. Mas as diferenças em relação a outros ramos não deveriam nos fazer esquecer de que pertencemos a um poderoso movimento que transformou o mundo religioso no século 19 e que ainda possui grande influência no panorama religioso de nossos dias. Aecio E. Cairus, Ph.D., é professor de Teologia Sistemática e História da Igreja no Seminário Teológico do Adventist International Institute of Advanced Studies, Filipinas. Julho 2010 | Adventist World 25 P E R G U N TA S B Í B L I C A S A Os animais temeriam os seres humanos e, ao ver alguém, questão do vegetarianismo na Bíblia é um pouco literalmente correriam para salvar a própria vida (Gn 9:2). complexa. A Bíblia aborda o assunto no contexto da O ideal divino de uma alimentação sem carne não foi criação original e da nova Terra. Mas, ao mesmo tempo, as Escrituras permitem que o ser humano utilize determinados esquecido posteriormente na Bíblia. Quando o povo de Israel estava no deserto e necessitava de alimento, Deus enviou o tipos de carne. Portanto, não podemos exigir que o vegetarianismo seja parte do estilo de vida cristão. Vamos, porém, exami- maná. Quando os israelitas insistiram em comer carne, o nar algumas evidências bíblicas que respondem à sua pergunta. Senhor lhes deu codornizes; o resultado, porém, foi doença 1. Vegetarianismo na Bíblia. É bem conhecido o fato de que entre eles (Nm 11:4-23, 31-33). De acordo com o relato a dieta original dada por Deus ao ser humano era vegetariana bíblico, o Senhor raramente provia carne para Seu povo (cf. 1Rs 17:6). Em realidade, a alimentação habitual dos (Gn 1:29), e assim permaneceu mesmo após a entrada do israelitas era basicamente pecado no mundo (Gn 3:18). vegetariana. Apenas em Essa dieta foi dada quando circunstâncias especiais eles Deus disse que Adão e Eva comiam carne, como, por deveriam exercer domínio exemplo, em alguns rituais sobre os animais (Gn 1:28), de sacrifício (Lv 3:1-9). A o que estabelecia um limite posse de animais domésticos do poder humano sobre o determinava a riqueza de reino animal. No contexto da uma pessoa (era sua “conta Criação, a dieta vegetariana bancária”) e constituía fonte indicava a ausência de violênde leite, coalhada e queijo cia e morte entre as criaturas, P E R G U N TA : (Dt 32:14; Jz 5:25; 2Sm 17:29). e o propósito divino era manter essa condição. Mas a dieta 3. O ideal de Deus para também revelava a sabedoria e Seu povo. Os adventistas têm levado a sério a lei dos o amor de Deus em providenciar ao ser humano um tipo de animais puros e impuros, alimento que tornaria possível e consideram-na como o Por mínimo do que o Senhor a ele cooperar com o Criador Ángel Manuel requer de nós em relação a na preservação da vida em Rodríguez suas melhores condições. A uma alimentação apropriada. Submetemo-nos a esses carne era desnecessária para conselhos em gratidão e manter a vida. É interessante que a Bíblia afirma que, na consumação dos obediência à vontade de Deus, porque essa lei expressa Seu séculos, após o pecado ser erradicado da criação de Deus, os amoroso interesse em nosso bem-estar físico e espiritual. Quando cuidamos de maneira adequada de nosso corpo, seres humanos serão novamente vegetarianos. Isso é mostrado que é o templo do Espírito Santo, glorificamos a Deus especialmente na descrição profética sobre a transformação do (cf. 1Co 6:19, 20). A evidência bíblica levou os adventistas mundo animal e a ausência de violência nele: “Ninguém fará a concluir que o vegetarianismo é o ideal de Deus para Seu nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o Meu santo monte, pois a Terra se encherá do conhecimento do Senhor povo. Esse ideal é bastante significativo em um mundo que, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9; veja também Is 11:6-9; aos poucos, tem se conscientizado dos benefícios dessa dieta. O vegetarianismo tem se tornado popular ao redor do 65:25).* A ausência de violência no mundo animal pressupõe mundo por vários motivos: ético, ecológico, religioso e até também sua ausência entre os seres humanos. narcisista. Talvez esse seja o momento certo para reafirmar o 2. Consumo restrito de carne. Após o dilúvio mundial e ideal divino, evitando-se o uso de carne em reuniões oficiais no contexto da ausência de vegetais, Deus permitiu aos seres humanos que se alimentassem de carne (Gn 9:3), com base na da igreja (reuniões de obreiros, “junta-panelas” na igreja, etc.) e, sempre que possível, não a utilizando em nossa mesa. distinção entre animais puros e impuros (Gn 7:2; cf. Lv 11). Escrevo isso “para que você tenha boa saúde e tudo lhe Esse uso restrito de carne tinha dois objetivos principais. Em primeiro lugar, visto que era uma lei alimentar (ou de saúde), corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3Jo 2). ela identificava quais carnes poderiam melhor contribuir para *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. a preservação da vida humana em um mundo de pecado e morte. Em segundo lugar, essa lei servia para impor limites à violência humana contra a vida dos animais ao permitir Ángel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa apenas o consumo de um número restrito de tais criaturas. Bíblica da Associação Geral. Alimento Ideal Os cristãos devem ser vegetarianos? 26 Adventist World | Julho 2010 O Jardim da E S T U D O Promessa B Í B L I C O Por Mark Finley Quando Adão e Eva foram enganados por Satanás no esplendor do jardim do Éden, o amor de Deus não os abandonou. Embora não houvesse desculpas para o pecado deles, Deus não podia suportar a ideia de viver longe de Seus filhos para sempre. Eles pecaram por sua própria e deliberada escolha, mas Deus providenciou salvação por Sua própria e deliberada escolha. Neste estudo, descobriremos o plano de amor estabelecido por Deus para redimir um planeta rebelde. 1. Qual foi a escolha fatal feita por Eva? “Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também” (Gn 3:6).* Descreva, em suas próprias palavras, o que Eva fez e por que isso foi tão ofensivo para Deus. 2. Quais foram as consequências da escolha feita por nossos primeiros pais quando desobedeceram a Deus? “À mulher, Ele [Deus] declarou: ‘Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará’” (Gn 3:16). As consequências para Eva foram: “Com você dará à luz filhos.” “E ao homem declarou: ‘Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual Eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará’” (Gn 3:17-19). As consequências para Adão foram: “Com “Porque você é você se alimentará dela.” e ao voltará.” O pecado tem consequências. Embora o bondoso Deus tenha providenciado salvação para Adão e Eva, toda a raça humana experimentaria as trágicas e dolorosas consequências da desobediência deles. 3. Como Adão e Eva tentaram lidar com o pecado? “Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para cobrir-se” (Gn 3:7). “[Eles] juntaram para cobrir-se.” Nossos primeiros pais tentaram esconder sua culpa e vergonha cobrindo-se com roupas feitas de folhas. Mas substitutos não satisfazem as exigências de um Deus justo. Deus ordenou obediência; por isso, a tentativa de Adão e Eva de resolver o problema do pecado nunca funcionaria. Julho 2010 | Adventist World 27 4. Observe como Adão e Eva tentaram, cada um, desviar de si a responsabilidade. Que desculpas eles apresentaram? “Disse o homem: ‘Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi’. O Senhor Deus perguntou então à mulher: ‘Que foi que você fez?’ Respondeu a mulher: ‘A serpente me enganou, e eu comi’” (Gn 3:12, 13). Adão culpou . Eva culpou . A tendência humana é culpar aos outros pelos seus próprios erros. Mas desculpas por nossa desobediência nunca satisfazem a Deus (ou a qualquer outra pessoa). A única maneira de corrigir a situação é assumir a responsabilidade por nossas ações e nos arrepender diante de Deus. 5. Como um Deus de amor ofereceu esperança a Adão e Eva? Que sentença Ele deu contra a serpente, que representava Satanás? “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o Descendente dela; Este lhe ferirá a cabeça, e você Lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3:15). O Descendente da mulher, Jesus, nosso Salvador, feriria a de Satanás. Apenas um ferimento na cabeça já é mortal. A morte de Jesus na cruz esmagou o maligno, tornando Satanás um inimigo vencido. Uma ferida no calcanhar não é fatal e, embora Jesus tenha sido crucificado, Ele saiu da tumba vitorioso. 6. Que símbolo de Seu sacrifício Jesus deu a Adão e Eva e a seus filhos? “O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher” (Gn 3:21). “Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta” (Gn 4:4). “Pois a vida da carne está no sangue, e Eu o dei a vocês para fazerem propiciação por si mesmos no altar; é o sangue que faz propiciação pela vida” (Lv 17:11). Quando Adão e Eva pecaram, o Senhor providenciou roupas de . Essas roupas requeriam a morte de uma vítima inocente. Assim, tão logo o pecado se tornou parte da experiência humana, Deus providenciou sacrifícios de animais, que representavam a futura morte de Cristo na cruz. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6:23). Como todos pecaram, todos merecem a morte eterna (Rm 3:23). O sangue derramado durante os sacrifícios representava o sangue de Cristo que seria derramado. Quando Jesus morreu, Sua vida foi oferecida em nosso benefício. 7. Se, por meio de Adão, a morte chegou a toda a raça humana, o que recebemos por meio de Jesus? “De fato, muitos morreram por causa da transgressão de um só homem, mas a graça de Deus, isto é, a dádiva pela graça de um só, Jesus Cristo, transbordou ainda mais para muitos” (Rm 5:15). Por meio de Jesus nós recebemos a de Deus. O pecado de Adão e Eva tornou a todos nós pecadores, tanto por natureza (condição) como por nossas escolhas (atos). Mas – louvado seja Deus –, por meio da morte de Jesus recebemos a graça divina. Quando estávamos desesperados, Ele nos deu esperança. A promessa feita por um Deus de amor no jardim do Éden fala poderosamente a cada um de nós. Somos preciosos demais aos olhos de Deus para que Ele nos abandone. *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. Não perca o estudo bíblico do próximo mês: “Verdade 28 Adventist World | Julho 2010 ou Consequências.” Intercâmbio Mundial C A R TA S História de Encorajamento Agradeço a Deus por esta maravilhosa revista. Ela está cada vez melhor. Fiquei impressionado com o artigo “A longa jornada de Joana” (abril), porque me identifiquei com essa jovem. Eu também estava à procura da verdade sobre aqueles assuntos. Não foi fácil mudar de igreja, devido a tudo que eu havia aprendido antes. Mesmo assim, tomei a decisão de seguir a Cristo. Precisamos orar em favor da Joana e de sua família, para que o Espírito Santo continue a guiá-los. Oremos também por outros que estão passando pela mesma experiência de compreender melhor a Palavra de Deus. Manuel Latorre San Juan, Porto Rico Preparo Pessoal Li o artigo “Adventistas e muçulmanos: cinco convicções”, de William Johnsson (fevereiro). Tenho estudado a Bíblia para entender o que o Senhor diz sobre os muçulmanos. Creio que, sem dúvida, Deus tem seguidores espalhados por todas as religiões. No livro de Isaías, descobri o quanto Deus quer que as pessoas conheçam a verdade sobre Jesus. Também quero saber mais sobre as profecias. Por favor, escrevam mais artigos sobre o Apocalipse. Tenho certeza de que vivemos nos últimos dias da história deste mundo. Creio que Jesus voltará em breve; por isso, preciso começar a buscá-Lo hoje, estudando Sua Palavra e também os escritos de Ellen White. Louvo a Deus porque vocês têm feito muito para levar ao mundo a luz dada pelo Senhor a respeito dos últimos dias e de Seu breve retorno. Patricia Coral Ciudad del Carmen, Campeche, México Compreensão mais Clara Achei brilhante o artigo a respeito de tradução, “Compreendendo a Palavra”, de Marcos Paseggi (janeiro). O autor mostra a importância do trabalho desempenhado pelos tradutores e intérpretes em benefício da Igreja mundial. Seria interessante criar uma rede internacional de tradutores adventistas. Eu teria muito prazer em escrever para meus colegas de outros países para nos apoiarmos e aprendermos uns com os outros. Júlio Leal Salvador, Bahia, Brasil Cruzando Fronteiras Denominacionais Sou cristão e frequento a Igreja do Evangelho Quadrangular, na Nigéria. Li o artigo “Aulas, cultura e Cristo”, de Sandra Blackmer (setembro de 2009). Desde então, minha vida nunca mais foi a mesma, especialmente por causa da lição de amor ao próximo e da história da Krystal. Agora compreendo o significado das palavras de Cristo, em que Ele compara a fé a um grão de mostarda. Emmanuel Seun Nigéria Sou apaixonada por essa revista e faço meu trabalho missionário distribuindo-a para as pessoas em ônibus, shoppings, bancos, etc. Graças a Deus por esse ministério que une os adventistas de todo o mundo. – Ada Frech, Manágua, Nicarágua Ferramenta Evangelística Gosto muito de ler a Adventist World. Gostaria de destacar o artigo “Movimento profético singular”, de James R. Nix (junho de 2009). Sou apaixonada por essa revista e faço meu trabalho missionário distribuindo-a em ônibus, shoppings, bancos, etc. Graças a Deus por esse ministério que une os adventistas de todo o mundo. Ada Frech Manágua, Nicarágua Ligado a uma Revista Envio saudações em nome de Jesus. Li o editorial “E houve luz”, de Bill Knott (novembro de 2008). Fiquei muito impressionado com o que aprendi. Por favor, me enviem alguns exemplares mais recentes da revista. Alex Wapatichongo Simuntala Lusaka, Zâmbia Julho 2010 | Adventist World 29 Intercâmbio Mundial C A R TA S Enviem Mais Exemplares Exorto os adventistas a continuar a caminhada com Deus e a ser obedientes à Sua Palavra. Nunca parem de espalhar a boa notícia, apesar dos desafios. O mundo necessita de salvação e vocês são instrumentos que Deus usa para proclamar a salvação à raça humana. Tenho alguns exemplares da Adventist World. Por favor, enviem-me mais cópias da revista. Harry Chirwa Nkhata Bay, Malavi Esperança para o Mundo Muito obrigado pelo maravilhoso trabalho que vocês realizam em levar a mensagem de paz e motivação a outras pessoas. De fato, a Adventist World tem levado esperança a adventistas e não adventistas. Que Deus abençoe ricamente os esforços de vocês! Daniel Yeboah Sunyani, Gana Recebo sua revista, que realmente tem sido uma bênção para mim e minha família. Amo a coluna “O Lugar das Pessoas”, onde podemos ver o trabalho realizado por adventistas no mundo inteiro. Montse Huerta Bellflower, Califórnia, Estados Unidos Deus tem protegido Seu povo e, por isso, Sua obra está progredindo no Burundi. A Adventist World chega até nós, sendo distribuída primeiramente em escolas e igrejas e depois para o resto da comunidade. Muito obrigado por esse grande trabalho. Dan Harelimana Bujumbura, Burundi Acho a Adventist World muito interessante. É uma bênção encontrá-la on-line, gratuitamente. Gosto muito das seções “Perguntas Bíblicas” e “Estudo Bíblico”. Muito obrigada por esse material. Recebam minhas calorosas saudações. Que o Senhor continue a abençoar os leitores! Aleyda Báez Alvarez Monterrey, Nuevo León, México Estou muito feliz porque agora nossa igreja na Alemanha pode ler a Adventist World em seu próprio idioma. Deus abençoe a vocês e ao trabalho que realizam para Ele. Envio saudações da Alemanha. Martin Wanitschek Alemanha Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. LUGAR DE ORAÇÃO Por favor, orem por mim. Gostaria de ir para a universidade, mas não tenho condições. Gabriel, Haiti Estou passando por um período difícil na escola e com minha família. Orem por mim. Luis, México Muito obrigada por suas orações em favor de minha mãe. Ela teve câncer e faleceu. Orem por minha família. Acabei de perder minha avó no início do mês e ainda não superamos essa perda. Michele, Estados Unidos Orem por meu filho Tiago. Ele sofre com uma doença não diagnosticada. Exames médicos adicionais precisam ser 30 Adventist World | Julho 2010 feitos. Acredita-se que não seja câncer, mas parece ser algo muito sério. Irene, Austrália Pouco tempo depois que minha esposa foi batizada, ela abandonou a igreja. Com as orações de vocês ao Todo-poderoso, ela retornará. Estou procurando emprego numa transportadora. Ore para que eu seja contratado, se Deus quiser. Pascal, Camarões Sou estudante universitário. Estou trabalhando, mas o salário é muito baixo para pagar a escola. Por favor, orem para que o Senhor realize um milagre. Fungayi, África do Sul Eu havia pedido para conseguir um emprego. Vocês oraram e fui chamado para ser entrevistado em uma faculda- de. Graças a Deus, passei na entrevista e consegui um emprego em que não sou obrigado a trabalhar no sábado. Thandiwe, Botsuana Orem para que Deus abra as portas para cuidarmos de órfãos. Também gostaríamos de construir um prédio para a igreja; fazemos os cultos embaixo de uma árvore. Espero que Deus ouça nossa súplica. Gladys, Quênia Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. F L AV I O TA K E M O T O INTERCÂMBIO DE IDEIAS Em Busca da Felicidade Leitor escreve sobre o antídoto para a solidão A lguma vez você já se deparou com uma encruzilhada na vida e perguntou como poderia ser feliz? Com muita frequência, aquilo que achamos que é capaz de nos tornar felizes não tem poder para isso, e vivemos numa busca sem fim por algo que nunca conseguimos encontrar. Será que a felicidade prometida realmente aparece no final? Você está casado há sete, dez, vinte anos e, em certo momento, olha ao redor, vê o cônjuge, os filhos e tudo o que obteve... e ainda se sente sozinho? Seus melhores amigos lhe oferecem uma festa. Todos estão felizes por você. Todos o cumprimentam. Mas, numa fração de segundo, você se encosta à parede, olha ao redor e descobre que, a despeito dos bons amigos e de toda a sorte que eles lhe desejam, você ainda está sozinho. A solidão é o principal fator que nos leva a buscar a felicidade. A solidão, a ausência de uma relação humana significativa, elimina de nossa vida a alegria e o senso de propósito. Como cristãos, nada disso deveria nos surpreender, uma vez que Jesus e os apóstolos tinham muito a dizer sobre o assunto. Eles indicaram claramente o caminho da felicidade, que não pode ser encontrado por meio de relacionamentos humanos perfeitos, posses materiais ou circunstâncias utópicas. Se a prioridade de uma pessoa é posse material, ela provavelmente vai descobrir que o medo e a ganância estão tomando conta de sua vida. Ao buscar a verdadeira felicidade, não precisamos abandonar todos os bens deste mundo, apenas definir quais são as prioridades em nossa vida. Uma das consequências da verdadeira religião é que somos resgatados da solidão. Mas isso não acontece quando, ao orarmos, Deus envia o homem ou a mulher dos nossos sonhos, e sim porque Ele nos ensina a ver os semelhantes como a nós mesmos, ter consciência de sua humanidade, seus medos e sentimentos, em vez de considerar apenas nossos interesses. Com a verdadeira religião, não aprendemos como obter amigos, mas como ser um amigo. Passamos a aliviar a solidão de outros. Aprendemos a ouvir os problemas dos outros, em vez de exigir que eles ouçam os nossos. Para a alma solitária, a religião oferece uma comunidade. Nosso lugar de culto nos oferece refúgio, um oásis de cuidado e consideração em meio a um mundo hostil e competitivo. No mundo do Mestre, devemos buscar “em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6:33, NVI). A felicidade é espiritual, nasce da Verdade e do Amor. Ela é desinteressada; portanto, não pode existir sozinha, mas requer que seja compartilhada com toda a raça humana. Esse tipo de felicidade não é superficial. Ela brota do mais profundo de nosso ser, trazendo uma serenidade indescritível. –Israel Rafalovich, Bruxelas, Bélgica “Eis que cedo venho…” Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor On-line Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: [email protected] Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos. Vol. 6, No. 7 Julho 2010 | Adventist World 31 O Lugar Das PESS M Ê S – Ouvido na recepção de um casamento em 2010, enviado por K. A. P. (Paulsen) Yesudian, de Sutton Coldfield, Reino Unido É E S S E ? O . G O D O R “Frequentemente se diz, de maneira jocosa, que ‘o amor é cego’. Mas há certa verdade nessa frase, se dita da seguinte forma: ‘O amor deve ser muito inteligente, ter bem abertos os olhos, ouvidos e mente, antes do casamento; mas deve ser cego depois do casamento, fechando os olhos para alguns dos defeitos que aparecerem.’” L U G A R M AT T H E W Q U E P O R D O E N V I A D O FR A S E AS VIDA ADVENTISTA Nervoso e inseguro em seu primeiro batismo após ser ordenado, um jovem pastor tomou a mão do batizando e disse: “Eu te batizo em nome do pai da criança e do espírito de profecia.” O mesmo pastor, após oficiar sua primeira cerimônia de casamento, disse aos presentes: “Quero apresentar-lhes o mais novo casal de nossa igreja. Vamos dar-lhes uma calorosa saudação.” – Dr. José Carlos Ebling, Brasil I K L L E V S K J E uma igreja internacional em Copenhagen, Dinamarca. ■ Remodelar um edifício, transformando-o em igreja para uma congregação próxima a Helsinki, Finlândia. ■ Renovar o Acampamento da União Polonesa em Zatonie, Polônia. Para saber mais sobre esse e outros trabalhos missionários que a Igreja está realizando ao redor do mundo, visite www.AdventistMission.org. A dedicação da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Aladja, Nigéria, realizada no dia 14 de novembro de 2009. A foto foi tirada pelo pastor Jacob Umoru, líder da Igreja na região. TA D M E I S ■ Estabelecer RESP O S TA : Å S E V O C Ê S ABIA? A Igreja Adventista do Sétimo Dia escolheu a Divisão Transeuropeia para receber a oferta do décimo terceiro sábado no terceiro trimestre deste ano (julho-setembro). A Divisão Transeuropeia é formada por países da Europa, Ásia e norte da África. Abriga mais de 616 milhões de pessoas, das quais 111 mil são adventistas do sétimo dia, numa proporção de um adventista para cada 5.550 pessoas. A oferta ajudará a:
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