resumo - Centro de Ciências Exatas e da Terra
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resumo - Centro de Ciências Exatas e da Terra
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E MATEMÁTICA APLICADA RELATÓRIO DE GRADUAÇÃO SISTEMA WEB DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA PARA GESTÃO AMBIENTAL: MONITORAMENTO DAS ÁREAS COSTEIRAS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SOB INFLUÊNCIA DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA AUTOR: CLENÚBIO FEITOSA DE SOUZA ORIENTADOR: Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro (DG / UFRN) CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Jair Cavalcanti Leite (DIMAp / UFRN) NATAL – RN, MARÇO DE 2004. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E MATEMÁTICA APLICADA RELATÓRIO DE GRADUAÇÃO SISTEMA WEB DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA PARA GESTÃO AMBIENTAL: MONITORAMENTO DAS ÁREAS COSTEIRAS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SOB INFLUÊNCIA DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA AUTOR: CLENÚBIO FEITOSA DE SOUZA RELATÓRIO TÍTULO DE DE GRADUAÇÃO BACHAREL EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM PELO PARA OBTENÇÃO DO SISTEMAS DEPARTAMENTO DE DE INFORMAÇÃO INFORMÁTICA MATEMÁTICA APLICADA DA UFRN. COMISSÃO EXAMINADORA: Prof. Dr. Venerando Eustáquio Amaro (DG / UFRN - Orientador) Prof. Dr. Jair Cavalcanti Leite (DIMAp / UFRN – Co-orientador) Profa. Dra. Valéria Gonçalves Soares (DIMAp / UFRN) NATAL – RN, MARÇO DE 2004. E UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E MATEMÁTICA APLICADA RELATÓRIO DE GRADUAÇÃO O RELATÓRIO DESENVOLVIDO NO ÂMBITO DO PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS DA ANP PARA O SETOR PETRÓLEO E GÁS – (PRH-ANP/MCT: 22) FORMAÇÃO EM GEOLOGIA, GEOFÍSICA E INFORMÁTICA NO SETOR PETRÓLEO & GÁS NATURAL DA UFRN, COM ESPECIALIZAÇÃO EM: SISTEMAS EM TEMPO REAL PARA OTIMIZAÇÃO E AUTOMAÇÃO NO SETOR PETRÓLEO & GÁS (ÁREAS: EXPLORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, PRODUÇÃO, MEIO AMBIENTE, TRANSPORTE, DISTRIBUIÇÃO), TEM SIDO SUBSIDIADO PELO FINANCIADOR AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO – ANP / PRH22. DEDICO ESTE TRABALHO, AOS MEUS PAIS JACOB FERREIRA DE SOUZA E MARIA VACILDA FEITOSA DE SOUZA E AOS MEUS FILHOS DAVI ALVES FEITOSA DE SOUZA E MARIA ALICE ALVES FEITOSA DE SOUZA PELO INCENTIVO, CARINHO E AMOR. i RESUMO Na parte setentrional e oriental do Estado do Rio Grande do Norte encontramse áreas costeiras que vêm sofrendo alterações na paisagem natural ocasionadas por processos erosivos: • Naturais: de forte influência no ambiente (processos de transporte litorâneo e eólico, provocando, por exemplo, modificações na linha de costa). • Sociais: decorrentes de interesses econômicos e políticos (principalmente devido à proximidade do Pólo Petrolífero de Guamaré, o maior produtor terrestre de petróleo do Brasil e, também, a ação da indústria salineira e de carcinocultura). Desta forma temos instalado nessas regiões duas temáticas: vulnerabilidade natural e potencialidade social. A compreensão da vulnerabilidade natural se faz necessário para monitorar impactos ambientais visando planejamento para proteção geoambiental. Para tal planejamento é necessário que os profissionais, que gerenciam o ambiente, tenham em mãos um sistema de informação, com os vários tipos de dados da área de estudo, para suporte de tomada de decisão em ocasiões de acidentes ecológicos como, por exemplo, monitoramento do impacto ambiental devido ao derramamento de óleo. Neste contexto é necessário a implantação de um sistema de informação para o armazenamento e a disseminação de dados georreferenciados, compondo um sistema computacional para acesso rápido e organizado a um Banco de Dados Geográficos em ambiente web. O sistema computacional tem como objetivo possibilitar o monitoramento geoambiental, através da análise integrada dos dados geográficos, possibilitando deste modo, aos profissionais de Geoprocessamento, uma ferramenta de investigação, análise e gerenciamento das informações geográficas referentes ás zonas costeiras do Estado do Rio Grande do Norte, especificamente o Estuário Galinhos-Guamaré, região adotada como área de estudo do presente trabalho. ii AGRADECIMENTOS Agradeço principalmente a Deus, pela sua presença em todos os momentos difíceis e por me incentivar em todas as batalhas da vida. A toda a minha família, de forma especial, aos meus queridos pais e filhos (as pessoas mais importantes da minha vida). Obrigado meu filho Davi e minha filha Alice por serem tão amáveis. Beijos. A meus irmãos Clélio Feitosa de Souza, que também é um grande companheiro de curso e a Clébio Feitosa de Souza, que com sua alegria e brincadeiras me proporcionou momentos descontraídos. A minhas irmãs Maria Cleone Feitosa de Souza por rezar sempre pela minha felicidade e a Cleonara Feitosa de Souza pelo seu grande carinho. Obrigado por ser querido em nossa linda família. Aos amigos do curso de Ciências da Computação pelo constante incentivo. Aos meus amigos e companheiros do laboratório de Geoprocessamento: Michael, Bruno, Arnóbio, Armando, Sônia, Liliane, Fernanda e Renata. Obrigado por todo o apoio. O meu agradecimento a Angélica Félix de Castro que me incentivou e apoiou de forma incondicional na realização deste trabalho. Sem você teria sido bastante difícil. Muito Obrigado. Aos meus orientadores Venerando e Jair, por acreditarem no meu potencial e na confiança que me passaram. Meu agradecimento também a Profa. Dra. Helenice Vital (DG / UFRN) por ter me orientado no início deste trabalho. Obrigado. A todo corpo docente do DIMAp, em especial a Profa. Márcia J. N. Rodrigues Lucena por me levar ao universo de Geoprocessamento, através dos BDG. Á Agência Nacional de Petróleo (ANP) pela concessão da bolsa de pesquisa ao longo da Graduação. E ao Projeto PETRORISCO (Rede 5/1, Apoio: CTPETRO-FINEPCNPq-Petrobras) pelos recursos.fornecidos. Muito obrigado. E por fim a todos que direta ou indiretamente contribuíram no desenvolvimento desse trabalho. Muito obrigado Natal, março de 2004 iii ÍNDICE RESUMO i AGRADECIMENTOS ii 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1 1.1. INTRODUÇÃO 1 1.1.1. As Geotecnologias 1 1.1.2. Objetivos 3 1.1.3. Justificativa 3 1.2. ÁREA DE ESTUDO: ESTUÁRIO GALINHOS-GUAMARÉ 4 1.3. MONITORAMENTO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS ÀS ATIVIDADES PETROLÍFERAS 6 1.4. ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO 9 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 10 2.1. GEOPROCESSAMENTO 10 2.2. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 14 2.3. BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS 16 3. DESCRIÇÃO DO PROJETO 3.1. DESCRIÇÃO DO SISTEMA 19 19 3.1.1. Análise e Contexto do Sistema 19 3.1.2. Escopo e Requisitos do Sistema 20 3.1.3. Arquitetura do Sistema 22 3.2. ALOCAÇÃO DE RECURSOS 4. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA 23 25 4.1. METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE 25 4.2. PROJETO DO SISTEMA 27 4.2.1. Fase de Concepção 27 4.2.1.1. Atividade (Processo de Avaliação Organizacional) 27 4.2.1.2. Atividade (Identificação e Avaliação dos Riscos) 28 iv 4.2.1.3. Atividade (Determinação dos Atores e Casos de Uso) 4.2.2. Fase de Elaboração 4.2.2.1. Atividade (Análise Arquitetural) 4.2.3. Fase de Construção 4.2.3.1. Atividade (Elaboração de Diagramas) 4.2.4. Fase de Transição 29 30 30 33 33 34 34 4.2.4.1. Atividade (Configuração do Sistema) 4.2.4.2. Atividade (Demonstração da Aplicação Por Meio de um Estudo de caso) 4.3. PROJETO DO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICOS 4.3.1. Tecnologias Utilizadas 36 41 41 4.3.1.1. Tecnologia Oracle Spatial 42 4.3.1.2. Tecnologia MapViewer 46 4.3.1.3. Tecnologia interMedia 47 4.3.2. Modelo Físico do Banco de Dados 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 49 50 5.1. CONCLUSÕES 50 5.2. RECOMENDAÇÕES 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52 ANEXO 1: DIAGRAMA DE CLASSES DETALHADO 55 v LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Mapa de localização geográfica da área de estudo (Estuário Galinhos-Guamaré), limitada pelos municípios de São Bento do Norte e Macau no estado do Rio Grande do Norte - RN. FIGURA 2 - Representação vetorial (a) e matricial (b) de um mapa temático. 5 12 FIGURA 3 - Exemplo de um mapa cadastral. FIGURA 4 - Imagem de satélite do litoral setentrional do Rio Grande do Norte, abrangendo a área de estudo. Fonte: Laboratório de Geoprocessamento – PPGG/UFRN. Imagem Landsat 5TM. Data da passagem do satélite em 12/06/2000 (Fonte: Tabosa 2001). FIGURA 5 – Exemplos de áreas de atuação dos SIG´s. 13 FIGURA 6 - Componentes de um SIG. FIGURA 7 – Diagrama UML de Casos de Uso dos requisitos funcionais do sistema. FIGURA 8 – Estrutura arquitetural da aplicação. 16 FIGURA 9 – Diagrama Físico de Utilização seguido pelo Diagrama de Classes. 14 15 30 32 33-34 FIGURA 10 – Página de Login. 37 FIGURA 11 - Página de navegação. 38 FIGURA 12 – Escolha de Temas e navegação pelos PI´s. 38 FIGURA 13 – Identificação de atributos para o tema Geologia. 39 FIGURA 14 – Mecanismos de Navegação. 39 FIGURA 15 – Lista de dados do Estuário. 40 FIGURA 16 – Lista de imagens de satélite. 41 FIGURA 17 – Imagem de satélite selecionada. FIGURA 18 – Modelo de Dados do Oracle Spatial. 41 FIGURA 19 – Esquema MDSYS do Objeto SDO_GEOMETRY: SDO_GTYPE - indica o valor correspondente ao tipo de geometria a ser instanciada; SDO_GRID - uma chave estrangeira para uma tabela que indica o sistema de coordenadas; SDO_POINT - mutuamente exclusiva as colunas SDO_ELEM_INFO e SDO_ORDINATES; SDO_ELEM_INFO - vetor de tamanho variável de triplas, que permite a interpretação dos valores armazenados em SDO_ORDINATES; SDO_ORDINATES - armazena as coordenadas da fronteira da geometria. FIGURA 20 – Criação Tabela Espacial. FIGURA 21 – Exemplo de Tabela Espacial. FIGURA 22 – Possíveis formas de utilização do MapViewer na arquitetura J2EE. Aplicações Java, Applets, Servlets e JSP´s usufruem dos recursos oferecidos pelo MapViewer através de Java API´s. 42 43 43 44 46 vi FIGURA 23 – Processamento da solicitação de um mapa pelo MapViewer. FIGURA 24 – Oracle interMedia disponibilizando, em um sistema multimídia com diferentes tipos de dados, o tratamento a dados não estruturados (Imagens, Vídeo, Áudio) de forma integrada aos dados alfanuméricos. 47 48 1 Relatório de Graduação Souza, C.F. 1. Considerações Iniciais 1.1. Introdução 1.1.1. As geotecnologias No mundo globalizado, com mercado global de enorme crescimento econômico e tecnológico, estamos presenciando grandes revoluções em vários campos: informática, biotecnologia, telecomunicações e outros (caracterizando a revolução técnicocientífica, onde as tecnologias surgem da aplicação das ciências). Vemos acontecer grandes transformações: • Nas atividades econômicas: crescimentos nos setores de produção de serviços que geram idéias, técnicas, novas formas de utilização dos recursos em detrimento dos setores de transformação de matérias-primas e produtos manufaturados. • Nas relações entre os setores: a informática, constituído pelos Sistemas de Informações (SI´s), como um setor não isolado, mas interdependente do resto da economia, gerando grandes transformações em todas as demais atividades econômicas da sociedade. • Nos sistemas de comunicação e transporte: o surgimento da rede mundial de computadores, proporcionando um grande meio de comunicação e geração de conhecimento; a consolidação do turismo internacional. Tudo isso caracteriza uma sociedade que vive na era da revolução da informação, onde as atividades repetitivas e banais (em muitos casos sendo realizadas por máquinas e robôs) já não são tão valorizadas, perdendo terreno para aquelas atividades que exigem criatividade e capacidade de pesquisa. Como conseqüência de tais transformações, o homem se tornou o co-agente mais importante no processo geral de evolução da Terra; provocando, assim, modificações nos elementos da paisagem natural, onde suas ações são importantes agentes transformadores do meio ambiente terrestre. Decorrente disso existem sérias preocupações quanto a forma de Capítulo 1 Considerações Iniciais 2 Relatório de Graduação Souza, C.F. gerenciamento e ocupação do espaço, promovendo planejamento preventivo e ação de monitoramento ambiental. Nesta expansão crescente das tecnologias, as atividades relacionadas ao meio ambiente têm gerado avanços para o mapeamento, manejo e monitoramento dos recursos naturais renováveis e não renováveis, compondo o cenário das geotecnologias, especificamente o Geoprocessamento, como uma tecnologia para o planejamento e controle ambiental, como também um instrumento de suporte a decisão. A geotecnologia entendida como a técnica de estudar a superfície da Terra adaptando as informações coletadas às necessidades dos meios físicos, químicos e biológicos (Thomé 1998), traz mecanismos fundamentais para o trabalho dos cientistas. O Geoprocessamento, apresentando os Sistemas de Informações Geográficas (SIG´s), o Sensoriamento Remoto (SR) e Processamento Digital de Imagens (PDI), aparece como um dos resultados da revolução técnico-científica, trazendo transformações no modo de analisar e compreender fenômenos físicos, químicos e biológicos do espaço terrestre. Os SIG´s, sendo uma tecnologia de investigação científica no universo da geotecnologia, vêm se consolidando como uma poderosa ferramenta de análise e processamento de dados georreferenciados (referenciado a uma região do espaço geográfico) contidos em um Banco de Dados Geográficos, possibilitando o monitoramento dos impactos ambientais no meio ambiente. O conceito moderno de impacto ambiental com base em Geoprocessamento consiste em estabelecer a sensibilidade de cada ponto do território georreferenciado, diante de uma intervenção humana concreta, e medir o possível impacto ambiental das diversas atividades implementadas pelo homem (Sendra 1992). Neste contexto a utilização de modelos digitais do ambiente permite o mapeamento de áreas de riscos e o seu monitoramento constante. Portanto para os cientistas, os SIG´s representam uma revolução no conhecimento e delimitação do espaço geográfico armazenando e processando dados que descrevem o meio ambiente e os recursos naturais (geologia, vegetação, hidrografia, uso do solo, rede viária, limites políticos e etc), constituindo uma ferramenta de grande importância para o gerenciamento de recursos naturais e sociais. Capítulo 1 Considerações Iniciais 3 Relatório de Graduação Souza, C.F. 1.1.2. Objetivos O presente trabalho apresenta dois objetivos principais: 1. Desenvolvimento e implantação, no ambiente web, de um Sistema de Informação de acesso a um Banco de Dados Geográficos Ambientais (um Banco de Dados Geográficos para monitoramento ambiental, acompanhando eventos e fenômenos que ocorrem no meio ambiente), dando suporte à avaliação e monitoramento da dinâmica costeira na zona petrolífera em Guamaré/RN e de toda região Estuarina. Permitindo, assim, efetuar importantes análises para o gerenciamento e prevenção dos impactos ambientais provocados nas regiões. 2. Criação de um Banco de Dados Geográficos Ambientais (BDGA), onde serão armazenados dados obtidos no monitoramento geoambiental de áreas costeiras localizadas na porção setentrional e oriental do Estado do Rio Grande do Norte. O Estuário Galinhos-Guamaré, pela proximidade do Pólo Petrolífero de Guamaré, foi escolhido como área de estudo para a primeira versão do BDGA. Assim, o BDGA deverá passar por futuras reestruturações para também suportar o monitoramento dos demais Estuários dos Litorais Norte e Oriental do Estado do Rio Grande do Norte. Os dados inseridos nesse banco de dados foram coletados pelas equipes do GGEMMA (Grupo de Pesquisa em Geologia e Geofísica Marinha e Monitoramento Ambiental) e GEOPRO (Laboratório de Geoprocessamento) grupos pertencentes ao Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica da UFRN e, também, responsáveis pelos recursos para execução das atividades técnico-científicas demandas pelos projetos desenvolvidos. 1.1.3. Justificativa O monitoramento geoambiental da região de estudo - Estuário GalinhosGuamaré, onde ocorrem atividades de prospecção, exploração e transporte de petróleo, com a finalidade de prevenir e minimizar acidentes com óleo e gás é imperativo. Tal importância Capítulo 1 Considerações Iniciais 4 Relatório de Graduação Souza, C.F. fica evidente na Portaria do MCT nº 552 de 08/12/99, que define as diretrizes gerais do Plano Nacional de Ciência e Tecnologia do Setor de Petróleo e Gás Natural – CTPETRO, tendo como um dos objetivos a elaboração de um plano de contingência para derramamento de óleo no mar nas diversas áreas de exploração e produção offshore no Brasil, com a participação conjunta dos operadores. Para elaboração de planos de contingência faz-se necessário o mapeamento das áreas sensíveis ao derramamento de óleo, bem como modelos previsionais do movimento da mancha de óleo, a partir do Banco de Dados Geográficos Ambientais, que possa incluir as diversas fases de monitoramento ambiental (Castro 2002). O sistema proposto, fazendo parte do universo de Geoprocessamento, possuirá a capacidade de tratar os dados da área em estudo conjuntamente com a sua localização geográfica, constituindo uma importante ferramenta de suporte à avaliação e monitoramento ambiental da região do Estuário Galinhos-Guamaré, promovendo, portanto, uma visão integrada da dinâmica costeira e compreensão de fenômenos presentes em tal zona. 1.2. Área de Estudo: Estuário Galinhos-Guamaré A área de estudo encontra-se inserida no contexto geológico da Bacia Potiguar, localizada no Nordeste brasileiro, na porção setentrional do Estado do Rio Grande do Norte RN, englobando parte da margem costeira norte do estado, compreendendo o Estuário Galinhos-Guamaré. A área de estudo é limitada do município de São Bento do Norte até Macau pelas coordenadas em UTM de 770 – 840 kmE e 9390 – 9445 kmN, com dimensão de 4200 Km2 (Figura 1). São Bento do Norte dista cerca de 140 km da cidade de Natal, capital do Estado. A principal via de acesso é seguir até o município de João Câmara pela rodovia federal BR 406 e então continuar pela rodovia estadual RN 120 até São Bento do Norte. Macau encontra-se a uma distância de 190 km da capital; para chegar até esse município é preciso seguir a BR 406, em direção a Macau. A área em estudo está representada na Figura 1. Capítulo 1 Considerações Iniciais 5 Relatório de Graduação Souza, C.F. Figura 1 - Mapa de localização geográfica da área de estudo (Estuário Galinhos-Guamaré), limitada pelos municípios de São Bento do Norte e Macau no Estado do Rio Grande do Norte - RN. O estuário em estudo, importante pólo de ampliação da atividade econômica, é caracterizado pela intensa ação de processos costeiros, além da interferência de atividades antrópicas, destacando-se principalmente o Pólo Industrial Petrolífero de Guamaré, bem como a indústria salineira e a expansão da carcinicultura na região. Para o Pólo Industrial converge todo o óleo e gás produzido na Plataforma Continental do RN e grande parte da produção terrestre. Existe uma unidade de processamento de gás natural e uma planta de produção de diesel, a partir da qual o Pólo de Guamaré abastece o RN e parte de outros estados com esses dois combustíveis e gás de cozinha (Castro 2002). A área próxima ao pólo apresenta uma faixa onde algumas instalações costeiras foram construídas desde o início dos anos oitenta, para atender a exploração de óleo e gás como: o canal de acesso ao porto de Guamaré, seis oleodutos e gasodutos ligando as instalações em terras aos campos de Agulha e Ubarana e dois emissários (Guedes 2002). Percebe-se um aumento do número de poços de petróleo, que passou de 26 (em 1999) para 30 poços (em 2000), e também um incremento na quantidade de óleo e gás natural explorado e processado (Silveira 2002). Capítulo 1 Considerações Iniciais 6 Relatório de Graduação Souza, C.F. 1.3. Monitoramento de impactos ambientais associados às atividades petrolíferas Os ecossistemas presentes nas zonas costeiras e estuarinas são totalmente vulneráveis às fontes terrestres e marinhas de poluição, sobretudo por estarem nas áreas costeiras onde ocorre à emissão de grande quantidade de detritos e resíduos de atividades socioeconômicas, decorrentes da ampla ocupação humana da faixa litorânea. Diante dessa realidade, áreas próximas ao Pólo Petrolífero são altamente suscetíveis à presença de óleo caso ocorra um derramamento em Guamaré. Portanto, justificase plenamente a realização de estudos científicos multidisciplinares e multitemporais, para monitoramento do comportamento evolutivo desse ambiente costeiro, fundamentais na identificação de áreas de proteção e recuperação. A aplicação destes estudos, representando o território por meio da espacialização das informações em mapas temáticos multidisciplinares, forma a base para as avaliações e tomadas de decisões posteriores possibilitando o gerenciamento das atividades socioeconômicas gerando menos impacto ambiental. Assim, temos uma avaliação das potencialidades e vulnerabilidades de ocupação socioeconômica, visando determinar quais áreas apresentam-se mais vulneráveis e/ou danificadas na faixa costeira. O planejamento de políticas públicas de proteção ambiental requer o conhecimento da forma como o ambiente e os ecossistemas reagem às pressões de ocupação antrópicas expressos nos mapas de sensibilidade ambiental (mostra a vulnerabilidade ambiental diante dos agentes provocadores de danos). Já para as pressões provocadas pela ação da indústria petrolífera tal comportamento ambiental é expresso em Mapas de Sensibilidade Ambiental ao Derramamento de Óleo (MSA), utilizados como importantes ferramentas nas seguintes situações (MMA 2002): • Plano de Contingência: no planejamento de prioridades de proteção, estratégias de contenção e limpeza/remoção e quantificação dos recursos necessários ao combate de derramamentos. • Operações de combate a derramamentos de óleo: possibilitando a avaliação geral de danos e facilitando a identificação dos locais sensíveis, rotas de acesso e quantificação/localização de equipamentos de resposta. Capítulo 1 Considerações Iniciais 7 Relatório de Graduação Souza, C.F. • Planejamento Ambiental: na avaliação de recursos que possam estar em perigo, podendo ser um componente valioso de um estudo de impacto ambiental, auxiliando na definição de locais de instalação de empreendimentos para a indústria do petróleo. Portanto as empresas petroleiras elaboram MSA, como ferramenta de apoio aos Planos de Contingência frente a possíveis derrames de petróleo. Os MSA são expressões cartográficas em um formato especial, que contém informação básica com componentes biológicos, geomorfológicos, hidrológicos, meteorológicos, etc., indicando também as áreas de conservação, recreação e assentamentos urbanos costeiros. Abarcam, entre outros, as costas litorâneas dos oceanos, rios, riachos, lagoas, etc., especialmente em zonas que estão entre mares, desembocaduras de rios, arroios, lagoas, contorno de praias, áreas de uso múltiplo, etc. Em geral, os MSA fornecem informações críticas (análises de imagens de satélites e informações ambientais espacializadas: geologia, geomorfologia, usos e ocupação, unidades de conservação, fauna, flora, hidrografia, rodovias, limites políticos, etc) para responder aos derramamentos, apontando os dados básicos necessários para tomar decisões rápidas e acertadas, durante um derramamento de petróleo. Neste contexto um Banco de Dados Geográficos Ambientais, de uso multidisciplinar, para monitoramento geoambiental do Estuário Galinhos-Guamaré e áreas adjacentes, foi elaborado a partir da combinação dos dados originados de projetos, realizados no laboratório de Geoprocessamento (GEOPRO) – DG/UFRN por professores, alunos do PPGG (Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica) e o Grupo de Geologia e Geofísica Marinha e Monitoramento Ambiental (GGMMA) do PPGG: • Projeto MAMBMARÉ (Monitoramento Ambiental de Áreas Costeiras sob Influência do Pólo Petrolífero de Guamaré, localizado no município de Guamaré/RN – maior produtor terrestre de petróleo do Brasil). • Projeto MARPETRO (FINEP/PETROBRÁS/CTPETRO), em áreas de atuação da indústria petrolífera, com o objetivo de realizar o monitoramento geoambiental de áreas costeiras da porção norte do RN (monitorando o impacto ambiental, devido ao derrame de óleo, em zonas costeiras). Capítulo 1 Considerações Iniciais 8 Relatório de Graduação Souza, C.F. • Projeto de Zoneamento Ecológico-Econômico dos Estuários do RN e dos seus Entornos (Gerenciado pela SUGERCO-IDEMA/RN). • Projeto PETRORISCO-REDE 5/1 (CTPETRO-FINEP/CNPq/Petrobras), que visa o Monitoramento Ambiental das Áreas de Risco a Derrames de Petróleo e seus Derivados. Tais projetos vêm gerando grande número de dados georreferenciados que precisam ser integrados num Sistema de Informações Geográficas, possibilitando uma melhor análise, segurança e troca de informações entre os profissionais do domínio e possivelmente várias organizações e instituições. Como exemplo, tem-se os seguintes dados agrupados em categorias: • Dados de Sensoriamento Remoto – Imagens de satélite orbital, fotografias aéreas e fotografias aéreas oblíquas de baixa altitude. Usadas para classificar a sensibilidade ambiental da região (baseado no sistema de classificação do NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration – adaptado às regiões tropicais) produzindo uma base cartográfica digital de precisão. • Mapas Temáticos – categoria que abrange os diversos tipos de mapas que podem ser construídos após a etapa de campo (Mapa de Uso e Ocupação do Solo nos anos de 1996 e 2001, Mapa Geológico, Mapa Geomorfológico, Mapa de Zoneamento, Mapa de Vulnerabilidade Ambiental, Perfis de Praia e Índices de Sensibilidade do Litoral). Todos os mapas a serem inseridos no Banco de Dados Geográficos Ambientais devem estar na forma digital vetorial, visto que o software utilizado na produção foi ArcView® GIS 3.2, que lida com dados vetoriais. É um dos dados mais importantes para a geração dos Mapas de Sensibilidade Ambiental. • Dados Socioeconômicos – categoria com os principais dados socioeconômicos dos estuários e seus entornos (aqui abordados como: municípios, rodovias e hidrografia da área de abrangência do estuário). Assim os dados obtidos contribuem para consolidação do conhecimento científico dos estuários e zonas costeiras investigadas, apresentando a evolução geodinâmica Capítulo 1 Considerações Iniciais 9 Relatório de Graduação Souza, C.F. natural e a interferência do processo de ocupação e uso social do espaço estuarino e litorâneo, sugerindo inclusive as áreas prioritárias para conservação e/ou preservação. É importante ressaltar que o Banco de Dados Geográficos Ambientais, que representa a região de estudo, está em constante fase de manutenção e atualização devido ao grande número de dados, de diferentes tipos, e a continuidade das atividades de monitoramento ambiental empregando aprimoramento das técnicas de estudo. 1.4. Organização do Relatório O relatório encontra-se organizado da seguinte maneira: no Capítulo 1 foi apresentada uma visão geral da área de estudo e sua necessidade de monitoramento geoambiental (principalmente o impacto provocando pelo derramamento de óleo), os objetivos e justificativas do trabalho. O Capítulo 2 apresenta toda uma fundamentação teórica sobre Geoprocessamento, Sistemas de Informações Geográficas e Banco de Dados Geográficos. No Capítulo 3 é feita uma descrição do projeto do Sistema de Informações Geográficas proposto: descrição geral do sistema (análise, contexto, escopo, requisitos, arquitetura e recursos alocados). No Capítulo 4 encontram-se as fases do desenvolvimento da aplicação geográfica e do Banco de Dados Geográficos utilizado. Descrevendo as principais fases e atividades abordadas através da metodologia de desenvolvimento de software adotada. Concluindo, o Capítulo 5 mostra os resultados e conclusões do trabalho, além de recomendações para futuro melhoramento. Capítulo 1 Considerações Iniciais 10 Relatório de Graduação Souza, C.F. 2. Fundamentação Teórica 2.1. Geoprocessamento Informações sobre recursos sócio-econômicos-ambientais (propriedades, controle de extração vegetal e mineral, classificação de poços petrolíferos, controle de queimadas, acompanhamento da ação de poluentes) e a distribuição dos mesmos no espaço geográfico são importantes para diversas atividades humanas. Todas as informações levantadas eram registradas de forma analógica, ou seja, em documentos e mapas em papel, dificultando o estudo geográfico de combinação com os diversos tipos de mapas e dados. Com o aparecimento da tecnologia de informação de Geoprocessamento, que representa computacionalmente o espaço geográfico para analisar fenômenos espaçostemporais, foi possível armazenar e recuperar tais informações de forma integrada, possibilitando um melhor processamento das informações. Assim, a tecnologia de Geoprocessamento (conceituada como o conjunto de ferramentas computacionais para coletar, armazenar, processar e analisar informações geográficas) vem influenciando de maneira crescente as áreas de transportes, comunicações, energia, análise de recursos naturais, planejamento/controle ambiental e gerenciamento urbano/regional onde o tratamento da localização geográfica, agregando a informação ao meio físico, é extremamente importante para o ambiente de suporte de decisão. Um Sistema de Geoprocessamento pode ser definido como uma ferramenta para o planejamento e controle ambiental como também um instrumento de suporte de decisão. É a união de uma Base de Dados Georreferenciada com técnicas para aquisição de dados, atualização, processamento e visualização de resultados (Bahr & Karlsruhe 1999). O suporte a tomada de decisão auxilia em decisões complexas possibilitando o tratamento eficaz e rápido dos dados geoambientais, agilizando o processamento desses dados. Como exemplos das importantes funções realizadas pelo Geoprocessamento pode-se citar (Barcelos 1999): • Espacializar informações. Ex.: mostrar em que município ocorre determinado tipo de mineração. • Fazer relações espaciais entre vários níveis de informações diferentes relacionados a um fenômeno. Ex.: chuvas, temperatura, ondas, ventos, Capítulo 2 Fundamentação Teórica 11 Relatório de Graduação Souza, C.F. maré, litologia; ou rios, áreas de preservação, depósito de lixo, bacia hidrográfica, indústrias, preocupando-se com a gestão ambiental. • Projetar cenários, executar simulações, analisar impactos, realizar planejamento urbano. Ex.: monitorar derramamentos de óleo no mar, administrar o crescimento das cidades. • Efetuar cruzamentos entre níveis de informações gerando mapas temáticos como resultado. Um sistema de Geoprocessamento possui a característica de armazenar os atributos e a geometria/espacialização dos dados, que estão georreferenciados, isto é, estão localizados na superfície terrestre numa projeção cartográfica. Assim a informação geográfica apresenta uma natureza dual: um dado geográfico possui uma localização geográfica (expressa como coordenadas geográficas em um espaço geográfico) e atributos descritivos (representados num banco de dados convencional). O entendimento da tecnologia de Geoprocessamento requer, preliminarmente, uma descrição dos diversos tipos de dados utilizados e de suas representações computacionais. Quanto à natureza geométrica dos dados geográficos, temos as seguintes formas de representação: • Representação vetorial: representa o mundo real através de sistemas de coordenadas, sendo a unidade fundamental o par de coordenadas (x,y), formando pontos, linhas e polígonos. • Representação Matricial (Raster): refere-se à representação gráfica do mundo real através de células ou pixels (Picture elements) com forma poligonal regular, que são definidos pela suas posições em relação às colunas e linhas de uma malha. Existem alguns tipos de dados que são especialmente armazenados e manipulados nos sistemas de Geoprocessamento (INPE 2002): 1. Mapas Temáticos: Contêm regiões geográficas definidas por um ou mais polígonos. Como exemplos tem-se o uso do solo e a aptidão agrícola de uma região. Estes dados, obtidos a partir de levantamento de campo, são Capítulo 2 Fundamentação Teórica 12 Relatório de Graduação Souza, C.F. inseridos no sistema por digitalização ou, de forma mais automatizada, a partir de classificação de imagens. Um mapa temático pode ser armazenado no formato vetorial ou matricial (Raster). No formato vetorial, o armazenamento ocorre na forma de arcos (limites entre regiões), incluindo os nós (pontos de intersecções entre arcos) para montar uma representação topológica. A topologia construída é do tipo arco-nó-região: arcos se conectam entre si através de nós (pontos inicial e final) e arcos que circundam uma área definem um polígono (região). Na representação matricial, a área correspondente ao mapa é dividida em células de tamanho fixo (pixel). Cada pixel terá um valor correspondente ao tema mais freqüente naquela localização espacial (Figura 2). (a) (b) Figura 2 - Representação vetorial (a) e matricial (b) de um mapa temático. 2. Mapas Cadastrais: Um mapa cadastral distingue-se de um mapa temático, pois cada um de seus elementos é um objeto geográfico, que possui atributos e pode estar associado a várias representações gráficas. Por exemplo, os municípios de um estado são elementos do espaço geográfico que possuem atributos (nome, localização, governo, população, extensão territorial, etc.) e que podem ter representações gráficas diferentes em mapas de escalas distintas. A parte gráfica dos mapas cadastrais é armazenada em forma de coordenadas vetoriais, com a topologia associada. Não é usual representar estes dados na forma matricial (Figura 3). Capítulo 2 Fundamentação Teórica 13 Relatório de Graduação Souza, C.F. Nome do Microrregião Município Touros População (mil) Litoral 21.312 Nordeste Apodi Chapada do 30.401 Apodi Parelhas Seridó 18.178 Oriental Figura 3 - Exemplo de um mapa cadastral. 3. Redes: Em Geoprocessamento, o conceito de "rede" denota as informações associadas a: serviços de utilidade pública, como água, luz e telefone; redes naturais (bacias hidrográficas) e redes viárias (rodoviária e ferroviária). No caso de redes, cada objeto geográfico (cabo telefônico, transformador de rede elétrica, cano de água) possui uma localização geográfica exata e está sempre associado a atributos descritivos, presentes no banco de dados. As informações gráficas de redes são armazenadas em coordenadas vetoriais, com topologia arco-nó: arcos têm um sentido de fluxo e nós têm atributos (podem ser fontes ou sorvedouros). A topologia de redes constitui um grafo, que armazena informações sobre recursos que fluem entre localizações geográficas distintas. 4. Imagens Digitais: Obtidas por satélites, fotografias aéreas ou "scanners" aerotransportados, as imagens representam formas de captura indireta de informação espacial (Figura 4). Armazenadas como matrizes, cada elemento de imagem (pixel) tem um valor proporcional à reflectância do solo para a área imageada. Pela natureza do processo de aquisição de imagens, os objetos geográficos estão contidos na imagem e para individualizá-los, é necessário recorrer a técnicas de foto-interpretação e de classificação automática. Características importantes de imagens de satélite são: o número de bandas do espectro eletromagnético imageadas (resolução espectral), a área da superfície terrestre observada instantaneamente por Capítulo 2 Fundamentação Teórica 14 Relatório de Graduação Souza, C.F. cada sensor (resolução espacial) e o intervalo entre duas passagens do satélite pelo mesmo ponto (resolução temporal). Figura 4 - Imagem de satélite do litoral setentrional do Rio Grande do Norte, abrangendo a área de estudo. Fonte: Laboratório de Geoprocessamento – PPGG/UFRN. Imagem Landsat 5TM. Data da passagem do satélite em 12/06/2000 (Fonte: Tabosa 2001). 2.2. Sistemas de Informações Geográficas A geotecnologia, que traz mecanismos fundamentais para o trabalho dos analistas da terra, apresenta os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) como a ferramenta computacional para um sistema de Geoprocessamento, permitindo realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes em um Banco de Dados Geográficos (BDG). SIG é uma das muitas tecnologias da informação que vem transformando o modo de analisar o espaço geográfico, oferecendo contribuições à sociedade. Nas últimas duas décadas, tal tecnologia da informação vem causando efeitos formidáveis nas técnicas de pesquisas referentes ao meio ambiente, bem como nos modos gerais nos quais os profissionais da área se comunicam e colaboram. Os Sistemas de Informações Geográficas, uma tecnologia integradora de várias técnicas discretas para análise de sistemas naturais e sociais, permitem coletar e analisar a informação muito mais rapidamente do que era possível com técnicas tradicionais de pesquisa. Devido a sua aplicação em várias áreas como agricultura, floresta, cartografia, cadastro urbano e redes de concessionárias (água, energia e telefonia), há pelo menos três grandes maneiras de utilizar um SIG (Câmara & Medeiros 1998): Capítulo 2 Fundamentação Teórica 15 Relatório de Graduação Souza, C.F. • como ferramenta para produção de mapas. • como suporte para análise espacial de fenômenos. • como um Banco de Dados Geográficos, com funções de armazenamento e recuperação de informação geográfica. Estas funções permitem ao SIG uma abrangência maior, tornando-se uma tecnologia utilizada por profissionais de várias áreas (Figura 5). O seu futuro tende a ser cada vez mais multidisciplinar, onde cartógrafos, geólogos, geógrafos, analistas de sistemas, engenheiros agrônomos, engenheiros civis, dentre outros necessitarão dele como ferramenta indispensável de trabalho (Castro 2002). Figura 5 – Exemplos de áreas de atuação dos SIG´s. Os SIG´s são compostos pela integração dos seguintes componentes – Figura 6 (ESRI 1996): • Hardware – É o computador onde o SIG se encontra. Atualmente os softwares SIG se encontram em uma variedade de arquiteturas, servidores Capítulo 2 Fundamentação Teórica 16 Relatório de Graduação Souza, C.F. centralizados, computadores pessoais (desktop) isolados ou conectado em rede. • Software – Programas que oferecem funcionalidades e ferramentas para armazenamento, análise e visualização de informações georreferenciadas. Os principais componentes são: Ferramentas de entrada e manipulação de informações e SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados. • Dados – É o principal componente do sistema, onde encontramos dados geográficos integrados com outras fontes de dados, que são mantidos e gerenciados por um SGBD. • Pessoas – Pela multiplicidade de aplicações, os SIG´s possuem equipes multidisciplinares (profissionais de vária áreas), que atuam nos diversos aspectos do sistema. • Métodos – Um bem sucedido SIG opera de acordo com as regras das organizações, que incluem métodos e práticas operacionais. Figura 6 - Componentes de um SIG. 2.3. Banco de Dados Geográficos A tecnologia de SIG depende umbilicalmente da construção de um Banco de Dados para armazenamento e recuperação de informações, o qual pode também ser aproveitado para gerar outras formas de análises de dados e facilitar a tomada de decisões. O termo “Banco de Dados” significa um conjunto de dados organizados de modo a atender uma determinada finalidade. Os Sistemas de Banco de Dados (SBD) surgiram no início dos anos 60 e deste então têm sido submetidos a profundas mudanças em seus conceitos e tecnologias. Capítulo 2 Fundamentação Teórica 17 Relatório de Graduação Souza, C.F. Os SBD´s com a finalidade de proporcionarem um ambiente conveniente e eficiente para armazenamento e recuperação de dados, evoluíram para os atuais Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD), compondo um conjunto de softwares que gerencia a estrutura de dados e controla o acesso aos dados armazenados. Na base do desenvolvimento dos Sistemas de Informações Geográficas, que trabalham com objetos e condições do mundo real (coletivamente denominados dados geográficos), está a tecnologia SGBD, portanto, tal tecnologia teve que incorporar o tratamento de tais dados originando os Bancos de Dados Geográficos. Dada a natureza complexa e multidimensional dos dados geográficos, aliada ao fato dos SGBD´s convencionais não contemplarem os requisitos espaciais e temporais, novos tipos de dados (tipos abstratos de dados) e operadores foram construídos; as linguagens de consulta sofreram alterações para englobar novos tipos de dados e operadores; novos métodos de acesso chamados de mecanismos de indexação espacial, baseados no espaço ocupado pelos dados, foram implementados. Assim, a distinção existente entre dados convencionais (caracterizados por serem alfanuméricos) e dados geográficos (considerados complexos para as estruturas de dados convencionais) provocou a necessidade de estruturar novos tipos de dados e arquitetar novas formas de armazenamento e acesso aos dados. Conseqüentemente os Sistemas de Banco de Dados Geográficos adotaram diferentes tipos de arquiteturas (mecanismo de estruturação/organização da informação geográfica e convencional) e modelos de dados (mecanismo de implementação da estrutura dos tipos de dados geográfico e convencional) para suporte ao tratamento espacial (Câmara 1994): 1. Arquitetura dual e modelo de dados relacional: Armazenam os dados geográficos no sistema de arquivos, em um formato de dados proprietário, efetuando o processamento dos mesmos através de módulos de softwares proprietário (desenvolvidos por cada fornecedor de SIG). Os dados convencionais são armazenados em SGBD relacional, que implementa o modelo de dados relacional, sendo também processados pelo SGBD relacional. 2. Arquitetura integrada e modelo de dados objeto-relacional: Armazenam e processam os dados geográficos e convencionais no SGBD não convencional objeto-relacional, que implementa o modelo de dados objeto-relacional, ou seja, efetua de forma integrada o tratamento e Capítulo 2 Fundamentação Teórica 18 Relatório de Graduação Souza, C.F. processamento dos tipos de dados (geográfico e alfanumérico) através do SGBD objeto-relacional. Recentemente o interesse pelo uso de SIG no ambiente corporativo vem provocando uma evolução nos SGBD´s convencionais provocando uma nova geração de SGBD´s, como por exemplo, Oracle e Postgresql (SGBD´s objeto-relacional) que incorporam tipos de dados espaciais. Deste modo, abre-se a perspectiva da construção de Sistemas de Informações Geográficas onde tanto os atributos como as geometrias dos dados geográficos são completamente gerenciados pelo SGBD. Esta integração tem o potencial de mudar completamente o desenvolvimento de tecnologia de SIG, permitindo a transição dos atuais sistemas monolíticos (com centenas de funções para tratamento da informação geográfica, implementadas pelos desenvolvedores de sistemas SIG) para uma nova geração de aplicativos geográficos, sistemas dedicados para necessidades específicas, permitindo ao desenvolvedor do sistema concentrar-se na aplicação geográfica deixando para o SGBD a responsabilidade de fornecer recursos e funcionalidades de processamento aos dados georreferenciados. Capítulo 2 Fundamentação Teórica 19 Relatório de Graduação Souza, C.F. 3. Descrição do Projeto 3.1. Descrição do Sistema 3.1.1. Análise e Contexto do Sistema No laboratório de Geoprocessamento (GEOPRO), do Departamento de Geologia – UFRN, encontram-se vários profissionais que vem coletando, produzindo e fornecendo grandes quantidades de dados que estão sendo armazenados de forma descentralizada pela rede interna de computadores, não existindo, portanto, um sistema de informação para integração, segurança e distribuição dos vários tipos de dados. Alguns problemas estão presentes devido os dados estarem distribuídos em várias máquinas: a não existência de controle, integridade e segurança, bem como, uma estratégia para política de cópias dos dados. Tudo isso vem provocando dificuldades para o trabalho conjunto dos profissionais do domínio, pois sem o compartilhamento dos dados a pesquisa colaborativa fica impedida. Neste contexto foi necessário o desenvolvimento de um Sistema de Informação Geográfica para o gerenciamento, armazenamento e a disseminação de dados geográficos, compondo um sistema computacional para acesso rápido e organizado a um Banco de Dados Geográficos no ambiente da Internet. A Internet, uma tecnologia poderosa de comunicação e troca de informações, possibilita uma forma conveniente e padronizada de acesso aos dados geográficos, permitindo um Sistema de Informações Geográficas distribuído, onde as informações, armazenadas em servidores de Banco de Dados Geográficos, são acessadas na forma de documentos hipertextos html (textos formatados ao lado de imagens) através de interfaces padronizadas (sistemas navegadores da web). Atualmente como conseqüência da Internet oferecer uma estrutura de comunicação global para os dados referenciados geograficamente, a indústria de software de SIG vem sendo motivada a produzir soluções voltadas para web. Provocando o aparecimento de uma nova geração de SIG’s (‘Bibliotecas Geográficas Digitais’ – BGD ou ‘Centros de Dados Geográficos’ - CDG), caracterizada pelo gerenciamento de grandes Bancos de Dados Geográficos, compartilhados por um conjunto de instituições, com acesso através de redes Capítulo 3 Descrição do Projeto 20 Relatório de Graduação Souza, C.F. locais e remotas usando interface via web (apresenta uma imagem digital, representando um mapa chave da região, para consultas através do uso do mouse). Este novo paradigma é motivado pelo desejo crescente de analisar os problemas ecológicos, urbanos e ambientais tanto locais como globais. Como também pela necessidade de compartilhar dados entre instituições, devido aos altos custos de produção das informações geográficas. 3.1.2. Escopo e Requisitos do Sistema O sistema deverá possuir os seguintes objetivos, características e funções principais: • O sistema oferecerá suporte de gerenciamento (inserção, edição e remoção) dos usuários da aplicação (alunos - graduação, mestrado e doutorado; profissionais – Geólogos, Geofísicos; Organizações e Instituições; Administrador do Sistema), como também controle da concessão de permissões de acesso, de acordo com um perfil (Visualização – pode visualizar os dados da aplicação; Edição – pode efetuar a edição dos tipos de dados permitidos, como também visualizar os dados; Administração – possui a característica dos perfis Visualização e Edição, efetuando a administração dos usuários). • O sistema deverá ser construído de forma estruturalmente organizada e modular para sofrer manutenções evolutivas que capacitará a inserção dos vários dados provindos dos projetos realizados no domínio. Assim, através de futuras interações de desenvolvimento do sistema, será possível a integração dos vários tipos de dados geográficos, obtidos dos projetos desenvolvidos, no Sistema de Informação Geográfica. • Os vários tipos de informação geográfica (dados alfanuméricos, cartográficos, cadastrais, temáticos e de sensoriamento remoto: imagens de satélite, fotografias aéreas) deverão ser introduzidos no sistema através de uma entrada padronizada, por exemplo: arquivos de planilhas vindos do Microsoft Office Excel (podendo ser exportados no formato html) e Capítulo 3 Descrição do Projeto 21 Relatório de Graduação Souza, C.F. arquivos no formato JPEG, ERS (ERMapper 6.0 da Earth Resource Mapping), shapefile (SHP) e DBF (ArcView GIS 3.2 da ESRI). • O Sistema de Informação Geográfica terá como função principal o acesso ao Banco de Dados Geográficos Ambientais efetuando o processamento (entrada e eventualmente a edição) e a visualização dos dados geográficos. Possuindo, possivelmente, alguns módulos para funções de análise geográfica (álgebra com mapas, operadores de distância e operadores de contexto) caso sejam requeridos para o sistema. • O Banco de Dados Geográficos Ambientais desenvolvido, um BDG para monitoramento ambiental, armazenará e recuperará informações geográficas (com a localização geográfica, a geometria, os atributos descritivos e o aspecto temporal dos dados geográficos) de forma totalmente segura e confiável. Ou seja, a base de dados será acessada apenas por usuários autorizados. • O sistema computacional possibilitará, através da análise integrada dos dados georreferenciados coletados dos projetos realizados, o monitoramento geoambiental espacial e do meio físico do litoral norte do Estado do Rio Grande do Norte (compreendendo o Estuário GalinhosGuamaré). • O sistema apresentará resultados sob a forma de mapas temáticos digitais, Mapas de Sensibilidade Ambiental, tabelas, relatórios, fotografias aéreas e imagens de satélite, úteis como fonte de dados no planejamento preventivo e na definição das linhas de pesquisas futuras que serão desenvolvidas na região. • O sistema estará no ambiente da Internet (web), de interface de usuário através de navegadores padrões da web, garantindo acesso constante aos usuários. Assim teremos uma arquitetura de servidor de aplicação web. • O sistema disponibilizará uma navegação pictórica interativa de acesso ao Banco de Dados Geográficos Ambientais, ou seja, as informações geográficas poderão ser selecionadas através de apontamentos em mapas, promovendo acesso ao dado com base em sua localização (pois não se pode supor que o usuário saiba a priori quais os tipos de dados disponíveis e Capítulo 3 Descrição do Projeto 22 Relatório de Graduação Souza, C.F. como fazer para ter acesso aos mesmos). Assim as requisições são processadas pelo servidor que devolve a resposta em forma de mapa. 3.1.3. Arquitetura do Sistema A web impôs um novo modelo arquitetural para as aplicações, trazendo vários benefícios para a tecnologia de informação de conteúdo dinâmico: independência de plataforma, consultas remotas a Banco de Dados, rápida troca de informações, facilidade de distribuição e utilização (nos clientes apenas a necessidade de instalação de um navegador web padrão) provocando um novo modelo de desenvolvimento de sistemas (desenvolvimento de sistemas para web). Pela revolução do advento da Internet, escrever sistemas para World Wide Web (sistemas web - consolidando-se como uma das principais mídias de comunicação) tornou-se lugar comum, trazendo diversas vantagens tanto para os usuários domésticos quanto para corporativos. Assim, para o desenvolvimento destes sistemas, temos que encarar todos os problemas decorrentes de tal arquitetura, por exemplo: diferentemente das aplicações tradicionais, onde temos um fluxo de execução bem determinado (as operações ocorrem em uma série de etapas numa ordem bem determinada), temos a possibilidade do usuário interromper o fluxo esperado da aplicação através do pressionamento do botão Back, Reload e Abort no navegador. Naturalmente uma infra-estrutura abrangente de aplicações centrada na web deve ser adotada, como exemplo: J2EE (Java 2 Enterprise Edition) que é uma plataforma unificada para desenvolvimento de aplicativos empresariais distribuídos, como também, aplicativos voltados para o servidor (estabelecendo padrões abertos para as áreas da empresa que necessitam de computação, como conectividade de banco de dados, componentes relativos a web, protocolos de comunicação e interoperabilidade). Assim todo o desenvolvimento de software empresarial pode ser realizado usando a plataforma J2EE juntamente com Java como a linguagem de programação (que desde sua introdução em 1994 tem revolucionado a indústria de software, principalmente na área de aplicações para Internet). Capítulo 3 Descrição do Projeto 23 Relatório de Graduação Souza, C.F. A arquitetura para o sistema do projeto, arquitetura de três camadas para geração de conteúdo dinâmico na web, baseia-se na plataforma J2EE possuindo as seguintes camadas: 1. Camada de Visualização – Análise e troca de informações desempenhando o papel da interface com o usuário (controla a aparência e fornece os resultados, não se preocupando como a informação foi obtida ou de onde ela foi obtida). 2. Camada de Controle (controla o fluxo de apresentação, visualização e atividades) - Processamento computacional promovendo controle centralizado aos recursos do sistema (processos para geração de documentos hipertextos a serem entregue aos usuários). 3. Camada Lógica (se preocupa com o armazenamento, manipulação e geração de dados) – Faz armazenamento e processamento dos dados que são acessados pelos usuários na primeira camada por meio dos processos executados pela segunda camada. Tal camada gerencia os dados da aplicação pelo acesso a um Sistema Gerenciador de Banco de Dados. 3.2. Alocação de Recursos Para a realização do projeto os seguintes recursos devem ser alocados: 1) Ferramenta para implementação do Banco de Dados Geográficos Ambientais (BDGA): Um SGBD que foi expandido para incorporar o tratamento de informações geográficas (SGBD objeto-relacional Oracle 9i com o pacote Oracle Spatial 9i para o tratamento dos dados geográficos, bem como o pacote Oracle9iAS MapViewer para a navegação e visualização das geometrias dos dados geográficos). 2) Um ambiente para o desenvolvimento do software: O Oracle Jdeveloper 9i. 3) Um ambiente de suporte web (container web): Oracle Application Server Containers for J2EE 10g. 4) Hardware: Uma máquina, conectada a um ambiente de rede, para ser servidor do Bando de Dados Geográficos Ambientais. Possuindo um sistema operacional com características de controle e gerenciamento de acesso bem como de segurança (Windows Capítulo 3 Descrição do Projeto Souza, C.F. 24 Relatório de Graduação 2000 Server ou Windows XP). Recursos para cópia dos dados (memórias secundárias: discos rígidos e mídias graváveis). Capítulo 3 Descrição do Projeto 25 Relatório de Graduação Souza, C.F. 4. Desenvolvimento do Sistema 4.1. Metodologia de Desenvolvimento de Software O aplicativo, que o projeto se propõe a desenvolver, por estar inserido em um domínio de atuação bastante diversificado (multidisciplinar), foi necessário adotar um processo de desenvolvimento de software, ou seja, adotar uma metodologia de desenvolvimento de software para integração de métodos, técnicas e ferramentas com o objetivo de planejar, orientar e acompanhar todo o processo de desenvolvimento e manutenção do sistema de informação visando atender os requisitos dos usuários. O RUP (Rational Unified Process da Rational Software Corporation – http://www.rational.com) foi adotado como metodologia de desenvolvimento de software por ser um framework genérico para processos configuráveis de desenvolvimento de software. Isso significa que ele pode ser configurado para ser usado eficientemente em vários tipos de projetos de software. Assim, em cada projeto de desenvolvimento de software, uma configuração do processo de desenvolvimento é realizada, identificando os artefatos, ferramentas e atividades que se enquadram no desenvolvimento do projeto específico (ajustes, principalmente, em termos de artefatos, atividades necessárias e responsáveis). Também o RUP foi escolhido por apresentar as seguintes características: • Implementa as seis boas práticas: desenvolvimento interativo; gerenciamento de requisitos; arquitetura componentizada; modelagem visual; verificação contínua de qualidade; controle de mudanças. • Apresenta características de metodologias consolidadas (Cascata, Prototipação e Espiral) de forma a possibilitar sua utilização na solução dos mais diversos problemas – seja qual for o tamanho e ramo de negócios. O RUP é constituindo por um conjunto de processos caracterizados por serem orientados a casos de uso, centrados na arquitetura, iterativos e incrementais (Booch & Rumbaugh & Jacobson 1999): Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 26 Relatório de Graduação Souza, C.F. • Orientado a casos de uso: define o que o sistema deve fazer, os requisitos do sistema, baseando-se na perspectiva dos usuários do sistema. • Centrado na arquitetura: define como o sistema é estruturado e como se relaciona com outros sistemas. • Iterativo e incremental: desenvolvimento em mini-projetos (iterações) que incrementam o desenvolvimento produzindo novas versões do sistema. As iterações referem-se aos passos no fluxo de desenvolvimento, enquanto os incrementos correspondem a evoluções do produto. Tais processos são desmembrados em fases, onde uma fase é um intervalo de tempo decorrido entre dois importantes pontos do processo. Quando um conjunto bemdefinido de objetivos é alcançado decisões são tomadas para se passar à fase seguinte. No RUP existem quatro fases no ciclo de desenvolvimento de um software (Booch & Rumbaugh & Jacobson 1999): • Concepção - Delimita o escopo do projeto e estabelece os casos de uso. • Elaboração - Efetua a análise do domínio do problema, estabelecendo um planejamento e uma arquitetura sólida para o projeto. • Construção - Desenvolve o sistema • Transição - Fornece o sistema a seus usuários finais, surgindo questões que requerem algum desenvolvimento adicional com a finalidade de ajustar o sistema (corrigindo alguns problemas identificados). Para realização de um projeto de desenvolvimento de software temos que efetuar ciclos. Um ciclo, envolvendo as quatro fases mencionadas acima, é denominado de ciclo de desenvolvimento que pode se repetir diversas vezes. Para executar tais ciclos de forma disciplinada e documentada, o RUP adota alguns conceitos chaves, tais como (Booch & Rumbaugh & Jacobson 1999): Capítulo 4 • Fluxo (organizam as atividades) • Atividade (fornecem passos para execução de tarefas) Desenvolvimento do Sistema 27 Relatório de Graduação Souza, C.F. • Artefatos (informação produzida ou consumida pelas atividades das fases do ciclo de vida do software) Assim, uma iteração é um ciclo de desenvolvimento gerando uma versão de um produto executável, que constitui um subconjunto do produto final em desenvolvimento, evoluindo de modo incremental de um a iteração para outra até se tornar o sistema final. 4.2. Projeto do Sistema Para a realização do projeto proposto, foi feita uma configuração no RUP, ajustando quais artefatos deveriam ser produzidos, bem como, as atividades necessárias e os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto. Assim, a seguir, são descritas resumidamente as fases do RUP pela qual o sistema proposto passou: 4.2.1. Fase de Concepção 4.2.1.1. Atividade (Processo de Avaliação Organizacional) a. Breve Descrição Organizacional O domínio do projeto é o Laboratório de Geoprocessamento do departamento de Geologia – UFRN, onde encontramos a presença de diversos sistemas computacionais para o universo de Geoprocessamento (ArcGIS, ArcView, IDRISI, Spring, ERMapper). Assim, temos a ocorrência de tais sistemas totalmente monolíticos contendo o código da aplicação, seus dados, a interface do usuário e os mecanismos de comunicação; portanto, há uma tendência de desenvolver aplicativos com a lógica de programação e os dados instalados em uma única máquina. Também não há uma cultura para construção de sistemas, baseada em uma metodologia de desenvolvimento de software. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 28 Relatório de Graduação Souza, C.F. b. Participantes do Projeto Alunos de Geologia (Graduação, Mestrado e Doutorado); Professores do departamento de Geologia; Profissionais (Geólogos, Geofísicos, Geógrafos) e Outras organizações ou instituições. c. Principais Problemas identificados Implantar uma metodologia de desenvolvimento de software (processo formal e bem documentado, para melhor manutenção futura do sistema computacional). Falta de segurança para os dados, bem como, proteção quanto a perda dos mesmos (necessita política de controle de informações – sistema de backup). Necessidade de implantação de sistemas distribuídos de acesso a bases de dados rodando em máquinas servidoras. Onde tal base será um Banco de Dados Geográficos Ambientais para armazenamento e processamento das informações geográficas produzidas no domínio. 4.2.1.2. Atividade (Identificação e Avaliação dos Riscos) a. Fontes dos Riscos Organizacional: Primeira tentativa de desenvolvimento de um projeto de médio porte dentro do ambiente do domínio. Financeiros: Necessidade de um plano financeiro para a aquisição das licenças de uso das ferramentas computacionais requeridas para o projeto. Também deve haver um plano financeiro para treinamento de profissionais que irão efetuar a manutenção e administração do Banco de Dados e do sistema aplicativo. b. Riscos Técnicos Enquanto a delimitação do escopo: Os requisitos do sistema não estão todos bem definidos (por exemplo, a implementação de funções de análise espacial); A constante Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 29 Relatório de Graduação Souza, C.F. expansão do BDG para inclusão de novos tipos de dados, provindos de outras fontes de informações (estuários). c. Riscos Tecnológicos Pela possível existência de requisitos funcionais do sistema que necessitam do uso de tecnologias pouco familiares ou não totalmente disponíveis. d. Riscos devido a fatores Externos Os dados provindos de coleta em campo devem estar bem formalizados e estruturados, podendo provocar uma baixa qualidade do sistema, pela não perfeita coerência dos mesmos. O sucesso do projeto depende da qualidade de acesso ao Banco de Dados, ou seja, da qualidade de serviço da rede interna ao domínio. 4.2.1.3. Atividade (Determinação dos Atores e Casos de Uso) a. Identificação dos Atores Aluno (graduação, mestrado e doutorado): Usuários comuns do sistema (necessitam acessar a base de dados para realização de tarefas básicas - consultas e visualizações básicas ao sistema). Profissional de Geoprocessamento (Geólogos, Geofísicos, Geofísicos): Usuários avançados do sistema (podem efetuar acesso sem restrições a base de dados). Organização/Instituição: podem efetuar acesso, com certas restrições, a base de dados (não podem inserir dados, por exemplo). Administrador de Banco de Dados: realizam a administração do sistema como um todo (por exemplo, o gerenciamento dos usuários do sistema). Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 30 Relatório de Graduação Souza, C.F. b. Modelo de Casos de Uso Sob a orientação do RUP, as atividades de desenvolvimento são orientadas por Casos de Uso. Portanto temos os Casos de Uso representando os requisitos funcionais (estabelecendo o comportamento desejado do sistema) dirigindo o projeto, a implementação e os testes, ou seja, conduzindo o processo de desenvolvimento do software. Assim, o processo de desenvolvimento do software segue um fluxo de ações para realização dos Casos de Uso, constituindo o Modelo de Casos de Uso (Figura 7). Figura 7 – Diagrama UML de Casos de Uso dos requisitos funcionais do sistema. 4.2.2. Fase de Elaboração 4.2.2.1. Atividade (Análise Arquitetural) a. Estrutura da Aplicação Divisão estrutural, em três camadas, para o sistema proposto pelo projeto num ambiente computacional de múltiplas camadas (Figura 8): Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 31 Relatório de Graduação Souza, C.F. I. Camada de Visualização: efetua a interface com usuário enviando dados ao navegador web padrão. Temos nesta camada, portanto, o envio de código html e JavaScript para um navegador web, que ao processar tais códigos organiza e controla a interface da aplicação. Tal camada possibilita a visualização de mapas e objetos geográficos através de imagens no formato de dados PNG embutidas no arquivo html, gerado pela camada de controle, bem como disponibiliza o mecanismo de consulta aos mesmos. Também acoplado ao navegador há um applet Java, que é executado na máquina do usuário, responsável pela função de administração dos usuários da aplicação. II. Camada de Controle (decide como a solicitação do cliente deve ser tratada e que informação deve ser retornada): nesta camada temos um servidor para o protocolo HTTP (container web OC4J - Oracle Application Server Containers for J2EE) com capacidade de executar Servlets Java e páginas JSP (Java Server Pages), que permanecem em execução no servidor aguardando por solicitações dos clientes, possuindo a capacidade de atender diversas solicitações simultaneamente. Os Servlets e páginas JSP´s, responsáveis pelo acesso a base de dados através do JDBC (Java DataBase Connectivy), interagem, através do uso da “Java Client API” (MapViewer JavaBean-Based API), com o Oracle9iAS MapViewer (módulo J2EE da Oracle, responsável pela geração e visualização dos mapas de objetos geográficos no formato vetorial) para efetuar a navegação e consulta aos dados geográficos que estão armazenados na camada de recursos. III. Camada Lógica: Tal camada, organizada no servidor, acessa um Sistema Gerenciador de Bando de Dados Objeto-relacional para gerenciamento e armazenamento de todos os dados utilizados pelo sistema. Assim temos um Banco de Dados Geográficos, implementado pelo SGBD Oracle 9i através do módulo de extensão espacial (Oracle Spatial 9i), armazenando e processando as geometrias e atributos dos dados geográficos. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 32 Relatório de Graduação Souza, C.F. Requisição Browser da web Servlet Controlador (gera conteúdo) Requisição cria/modifica Bean de Resultado (conteúdo) Resposta Bean de Acesso (Acesso ao SGBD) acessa JSPs (apresentam conteúdo) Camada do Usuário Camada de Controle Camada de Recurso Camada de Visualização Base de Dados Camada Lógica Figura 8 – Estrutura arquitetural da aplicação. b. Padrão de design presente Tomando como base os padrões de design (coleção de estratégias comuns, usadas no desenvolvimento de software, para resolução de problemas em um contexto conhecido) presentes na literatura de Engenharia de Software, reconhecesse a arquitetura de três camadas, proposta para o sistema, como uma implementação do padrão Model-ViewController (MVC – Modelo-Visualização-Controlador). Especificamente temos o padrão MVC modelo 2 (Davis 2001), que é uma variação do clássico padrão MVC, constituindo um padrão de projeto de alto nível para concepção de aplicações interativas com interface gráfica de usuário de forma flexível. O modelo MVC está preocupado em separar a informação (do modelo) de sua apresentação (a visualização). Assim isolando as partes lógicas da aplicação temos uma melhor compreensão do projeto, favorecendo a criação de uma arquitetura robusta que proporciona os fundamentos para a implementação do sistema. Cada camada não precisa, necessariamente, ser implementada por componentes separados; algumas ou todas as camadas podem ser combinadas em componentes únicos para reduzir a complexidade da aplicação, às custas de modularidade e alto nível de abstração. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 33 Relatório de Graduação Souza, C.F. 4.2.3. Fase de Construção 4.2.3.1. Atividade (Elaboração de Diagramas) Os seguintes diagramas (Figura 9) foram elaborados para uma melhor compreensão do sistema: entendimento do relacionamento físico entre componentes de software e hardware no sistema implementado (através do Diagrama Físico de Utilização) e modelagem do comportamento estático da aplicação (através do Diagrama de Classes – que representa a estrutura de uma aplicação). O diagrama de classe, representado nesta seção, apresenta as classes divididas em três compartimentos: o primeiro é para o nome da classe ou da interface; o segundo e terceiro são opcionais e listam respectivamente os atributos e as operações definidas para a classe. Também neste diagrama temos a representação dos pacotes em que as classes se agrupam. Para uma representação completa do diagrama de classe veja o anexo I. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 34 Relatório de Graduação Souza, C.F. Figura 9 – Diagrama Físico de Utilização seguido pelo Diagrama de Classes. 4.2.4. Fase de Transição Nesta fase foi realizada uma avaliação da aplicação pelos usuários do Laboratório de Geoprocessamento (GEOPRO/PPGG). Diversas sugestões foram propostas para o melhoramento do sistema, todas baseadas no sistema piloto desenvolvido até então. Portanto, para a conclusão do sistema final, mais de um ciclo de desenvolvimento teve que ser realizado. 4.2.4.1. Atividade (Configuração do Sistema) Esta seção tem por objetivo descrever os passos necessários para visualização do funcionamento da aplicação do projeto (SWIGG – Sistema Web de Informações Geográficas e Geoambientais). Não se tem à pretensão de demonstrar uma configuração completa para o funcionamento da aplicação no ambiente web, pois não se constitui num processo trivial. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 35 Relatório de Graduação Souza, C.F. Inicialmente segue-se uma descrição dos pré-requisitos para a instalação do SWIGG na máquina servidora. Ou seja, são necessários os seguintes itens: • Sistema Operacional Windows XP (Versão Professional) com a versão mais nova do Service Packet. • Java 2 SDK (J2SE versão 1.4.1, ou superior). • SGBD Oracle9i for Windows. • Container web OC4J - Oracle Application Server Containers for J2EE 10g. • Oracle9iAS MapViewer. • Base de dados Oracle do Banco de Dados Geográficos Ambientais (BDGA) – os arquivos de exportação. • Arquivo de pacote para a aplicação - “swigg.ear”. Arquivo de empacotamento para aplicações Java voltadas para web. A utilização dos arquivos EAR facilita enormemente a instalação de aplicações voltadas para ambiente web. Após atender os pré-requisitos para a máquina servidora e instalação do Sistema Operacional, deve-se efetuar: • A instalação e configuração do SGBD Oracle9i for Windows com todos os pacotes necessários para suporte a aplicações Java (principalmente o pacote interMedia para Java), bem como o pacote Oracle Spatial 9i. • A cópia dos arquivos de exportação do BDGA para o SGBD Oracle9i. • A configuração do Oracle HTTP Server Apache. • A instalação e configuração do container OC4J. • A instalação e configuração do MapViewer habilitando o OC4J para a execução do primeiro. • A instalação do arquivo “swigg.ear” disponibilizado-o para o OC4J. Já para a utilização da aplicação SWIGG pelas máquinas clientes, os prérequisitos são os seguintes: Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 36 Relatório de Graduação Souza, C.F. • Navegador para web, com o uso de JavaScript habilitado e Java Plug-in instalado. Os navegadores recomendados são o Internet Explorer 6.0+, o Netscape 7.0+ ou o Mozilla 5.0+ utilizando a configuração de tela ideal de 800x600. Por fim para a execução da aplicação SWIGG pelos usuários: • Abra um navegador web que atenda os pré-requisitos anteriormente mencionados e digite https://lestat.geologia.ufrn.br/swigg/acesso.html 4.2.4.2. Atividade (Demonstração da Aplicação Por Meio de um Estudo de Caso) Nesta seção serão mostrados, brevemente, os aspectos relacionados à interação do usuário com a aplicação do sistema. Assim, na descrição de um Estudo de Caso, o modelo de interação entre sistema aplicativo e seus usuários proporcionará uma melhor compreensão das funcionalidades do SWIGG. A seguir, é descrito um simples estudo de caso mostrando as principais funcionalidades da aplicação, sem ter a pretensão de mostrar todos os detalhes envolvidos: Estudo de Caso: Inicialmente a aplicação SWIGG apresenta a página de Login (Figura 10) exigindo a autenticação do usuário. Caso o usuário seja autenticado, a página de navegação aparece mostrando todas as funcionalidades disponíveis de acordo com o perfil de usuário (Figura 11). Nessa página aparece o Mapa de Controle Geoambiental para o Estuário Galinhos-Guamaré, que mostra os temas escolhidos pelo usuário, permitindo, através de cliques do mouse (de acordo com a ação selecionada), a navegação pelos Planos de Informações (PI´s) ou a identificação dos atributos do tema escolhido (Figuras 12 e 13). A página de navegação disponibiliza para os usuários mecanismos de navegação aos dados geográficos armazenados no Banco de Dados Geográficos Ambientais (Figura 14). Por fim, como uma importante funcionalidade da aplicação, o usuário pode analisar dados do Estuário do tipo: imagens de satélite, fotografias aéreas, mapas de sensibilidade ambiental, e documentos. Como exemplo será analisada uma imagem de satélite do Estuário (Figuras 15, Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema Souza, C.F. 37 Relatório de Graduação 16 e 17). Para uma análise completa da aplicação do sistema, bem como os artefatos de configuração veja CD em Anexo. Figura 10 – Página de Login. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema Souza, C.F. 38 Relatório de Graduação Figura 11 - Página de navegação. Figura 12 – Escolha de Temas e navegação pelos PI´s. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema Souza, C.F. 39 Relatório de Graduação Figura 13 – Identificação de atributos para o tema Geologia. Figura 14 – Mecanismos de Navegação. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema Souza, C.F. 40 Relatório de Graduação Figura 15 – Lista de dados do Estuário. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 41 Relatório de Graduação Souza, C.F. Figura 16 – Lista de imagens de satélite. Figura 17 – Imagem de Satélite selecionada. 4.3.Projeto do Banco de Dados Geográficos 4.3.1. Tecnologias Utilizadas A seguir são descritas as ferramentas usadas para implementação do Banco de Dados Geográficos Ambientais (BDGA): SGBD objeto-relacional Oracle 9i com o pacote Oracle Spatial 9i para o tratamento dos dados geográficos, o pacote Oracle9iAS MapViewer para a navegação e visualização das geometrias dos dados, como também o pacote Oracle Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 42 Relatório de Graduação Souza, C.F. interMedia para o tratamento dos dados não estruturados (exemplos: imagens de satélite, fotografias aéreas, mapas de sensibilidade ambiental e documentos diversos). 4.3.1.1. Tecnologia Oracle Spatial A Oracle Corporation lançou, em 1995, uma versão de seu SGBD com uma extensão para tratamento de entidades geo-espaciais. Tal extensão foi projetada de acordo com os padrões de interoperabilidade definidos pelo Open GIS Consortium (OGC). Esta extensão, o Oracle Spatial - http://otn.oracle.com/products/spatial/index.html, contém um conjunto de funcionalidades e procedimentos que permite armazenar, acessar e analisar dados espaciais em um banco de dados Oracle. Seu modelo de dados consiste em uma estrutura hierárquica de elementos (Point, LineString e Polygon), geometrias e planos; onde planos são compostos por geometrias, que por sua vez são compostas por elementos (Figura 18). Uma geometria pode ser formada por um único elemento ou por um conjunto homogêneo (MultiPoint, MultiLinesString ou MultiPolygon) ou heterogêneo (Collection) de elementos. E, finalmente, um plano é formado por um conjunto de geometrias que possuem os mesmos atributos. Plano Geometria Elemento Figura 18 – Modelo de Dados do Oracle Spatial. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 43 Relatório de Graduação Souza, C.F. Como o Oracle Spatial utiliza o modelo de dados objeto-relacional, uma dada geometria é armazenada em um objeto chamado SDO_GEOMETRY (contendo a geometria em si, suas coordenadas, e informações sobre seu tipo e projeção), ver Figura 19. CREATE TYPE SDO_GEOMETRY AS OBJECT( SDO_GTYPE NUMBER, SDO_SRID NUMBER, SDO_POINT SDO_POINT_TYPE, SDO_ELEM_INFO MDSYS.SDO_ELEM_INFO_ARRAY, SDO_ORDINATES MDSYS.SDO_ORDINATE_ARRAY ); Figura 19 – Esquema MDSYS do Objeto SDO_GEOMETRY: SDO_GTYPE - indica o valor correspondente ao tipo de geometria a ser instanciada; SDO_GRID - uma chave estrangeira para uma tabela que indica o sistema de coordenadas; SDO_POINT mutuamente exclusiva as colunas SDO_ELEM_INFO e SDO_ORDINATES; SDO_ELEM_INFO - vetor de tamanho variável de triplas, que permite a interpretação dos valores armazenados em SDO_ORDINATES; SDO_ORDINATES - armazena as coordenadas da fronteira da geometria. Em uma tabela espacial, os atributos alfanuméricos da geometria são definidos como colunas de tipos básicos (VARCHAR2, NUMBER, etc) e a geometria, como uma coluna do tipo SDO_GEOMETRY (Figuras 20 e 21). Sendo assim, cada tabela espacial armazena um plano, o qual é composto pelo conjunto de todas geometrias desta tabela. Assim, podemos representar uma geometria usando uma única linha da tabela espacial. CREATE TABLE GUAMARE_MUNICIPIOS ( Município VARCHAR2(50), Geometria MDSYS.SDO_GEOMETRY); Figura 20 – Criação Tabela Espacial. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 44 Relatório de Graduação Souza, C.F. [Município] [Geometria] Macau Guamaré Calinhos Caiçara do Norte São Bento do Norte Figura 21 – Exemplo de Tabela Espacial. Então o Oracle Spatial é composta de: um esquema, chamado MDSYS, que define o armazenamento, sintaxe e semântica dos tipos de dados geométricos suportados; um Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 45 Relatório de Graduação Souza, C.F. mecanismo de indexação espacial; um conjunto de operadores e funções, suportado na linguagem SQL, para consultas espaciais. A seguir são descritos os principais benefícios do uso do Oracle Spatial: • Evita o gerenciamento do conjunto de geodados (atributos e geometrias), pois promove em um único sistema: armazenamento, indexação, otimização na linguagem de consulta e gerenciamento (segurança, concorrência, transações e integridade dos dados). • Elimina a arquitetura dual para SIG, promovendo uma arquitetura integrada. • Segue os padrões estabelecidos da Open GIS Consortium (OGC): GML. • Suporte ao formato SHP - Shape File da ESRI, que se tornou padrão nos ambientes de SIG. Assim, outros formatos podem ser convertidos para Shape File antes de serem tratados pelo SGBD Oracle. • Disponibilidade de uso das ferramentas para conversão (arquivos no formato SHP, SHX e DBF, da ESRI, para o formato SDO_GEOMETRY do Oracle Spatial) e carga de dados, por exemplo: Uso da ferramenta shp2sdo que cria arquivos nos formatos CTL (formato para carga dos dados através do SQL*Loader) e SQL (usado na criação das tabelas). Uso do sqlplus para construção das tabelas (através dos scripts SQL gerados no passo anterior). Uso do sqlldr para carga dos dados, contidos no arquivo CTL, para a tabela gerada no passo anterior. • Capacidade de uso dos novos recursos de tratamento de dados geoespaciais (disponíveis na versão Oracle Spatial 10g): Network Data Model, Topology Data Model, GeoRaster, Spatial Analytic & Mining Functions, Geocoder. • Capítulo 4 Vem se tornando largamente suportado no mercado de SIG. Desenvolvimento do Sistema 46 Relatório de Graduação Souza, C.F. 4.3.1.2. Tecnologia MapViewer Tradicionalmente os dados geográficos das aplicações SIG tem sido gerenciados em arquivos proprietários e visualizados através de módulos proprietários específicos. O Oracle Spatial, um componente do servidor de Banco de Dados Oracle, atualmente oferece uma solução aberta para o gerenciamento e visualização dos dados geográficos. Tal solução, o Oracle Application Server MapViewer (ou simplesmente, MapViewer) - http://otn.oracle.com/products/mapviewer/index.html, comple menta o Oracle Spatial provendo um mecanismo genérico, baseado na web, para processar, navegar e visualizar dados geográficos mapeados pelo Oracle Spatial. Portanto o MapViewer prove um poderoso serviço de visualização e busca aos dados geo-espaciais. O MapViewer, escrito totalmente em Java e executado na arquitetura J2EE (roda dentro do Oracle Container for J2EE – OC4J), conforme apresentado na Figura 22, oferece aos desenvolvedores de aplicações web um versátil mecanismo para integrar e visualizar dados geo-espaciais através de um mapa. Assim, através de componentes Java “Java Client API”, os desenvolvedores da aplicação tem acesso, de forma transparente, aos complexos recursos de busca/navegação aos dados geográficos, como também aos recursos de visualização cartográfica. Figura 22 – Possíveis formas de utilização do MapViewer na arquitetura J2EE. Aplicações Java, Applets, Servlets e JSP´s usufruem dos recursos oferecidos pelo MapViewer através de Java API´s. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 47 Relatório de Graduação Souza, C.F. Para o processamento da solicitação de um mapa, a requisição deve informar o nome da fonte de dados, o nome do mapa, a localização do ponto central do mapa, a escala do mapa (tamanho) e o formato para a imagem de resposta (Figura 23). A fonte de dados e o nome do mapa mapeiam, para o mapa, seus metadados (repositório, armazenado no Banco, para: Estilo – símbolos para representação das geometrias, Tema – conjunto de geometrias e Mapa Base – coleção de temas). O mapeamento de metadados é importante na determinação da aparência dos mapas gerados, pois inclui, por exemplo, símbolos para mapas, fontes para textos e padrões para áreas, linhas e pontos. A Oracle Corporation disponibiliza o Map Definition Tool, que é um programa Java usado para criar, modificar e gerenciar os metadados armazenados na base de dados. Figura 23 – Processamento da solicitação de um mapa pelo MapViewer. 4.3.1.3. Tecnologia interMedia Para o tratamento e processamento dos dados não estruturados do projeto (Imagens de Satélite, Fotografias Aéreas, Mapas de Sensibilidade Ambiental e Documentos) foi utilizado o Oracle interMedia. O Oracle interMedia é um recurso do Oracle9i para processar, armazenar e consultar informações em arquivos de imagens, áudio, vídeo e de outros formatos (Figura 24), oferecendo, por exemplo, um ambiente confiável para dados multimídia, que necessitam de alta disponibilidade no contexto da Internet. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 48 Relatório de Graduação Souza, C.F. Figura 24 – Oracle interMedia disponibilizando, em um sistema multimídia com diferentes tipos de dados, o tratamento a dados não estruturados (Imagens, Vídeo, Áudio) de forma integrada aos dados alfanuméricos. No suporte a tais dados complexos, o Oracle interMedia usa seu modelo de dados objeto-relacional para representação dos tipos de objetos: ORDAudio – para dados de Áudio; ORDDoc – para tipos de dados heterogêneos; ORDImage – para dados de imagem e ORDVideo – para dados de Vídeo. Aplicações Java, utilizando os recursos oferecidos pelos tipos de objetos do Oracle interMedia através do Oracle interMedia Java Classes, podem facilmente ser construídas, disponibilizando sistemas computacionais robustos de tratamento integrado as informações multimídias e aos dados alfanuméricos. Tal API Java facilitou, na arquitetura J2EE do sistema, o processamento conjunto dos vários tipos de dados armazenados. Assim Servlets e JSP´s do projeto utilizaram objetos ORDDoc no tratamento dos vários tipos de Documentos e objetos ORDImage para o processamento das Fotografias Aéreas, Imagens de Satélite e Mapas de Sensibilidade Ambiental. Capítulo 4 Desenvolvimento do Sistema 49 Relatório de Graduação Souza, C.F. 4.3.2. Modelo Físico do Bando de Dados Este tópico mostra o modelo físico do Banco de Dados Geográfico desenvolvido no SGBD Oracle 9i. BRASIL RN NOME: VARCHAR2(8) AREA: NUMBER POP2000: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY( PERMISSAO LOGIN: VARCHAR2(15 ACAO: VARCHAR2(20 GUAMARE_GEOLOGIA CODUF: VARCHAR2(7) NOMEUF: VARCHAR2(31) REGIAO: VARCHAR2(10) NOMEMESO: VARCHAR2(22) NOMEMICRO: VARCHAR2(24) NOMEMUN: VARCHAR2(29) AREA97: NUMBER LATITUDE: NUMBER LONGITUDE: NUMBER UFMESO: VARCHAR2(9) UFMESOMICR: VARCHAR2(13 SEDE: VARCHAR2(6) CODMUN: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY(1) GUAMARE_LIMITE_ESTUARIO GUAMARE_GEOMORFOLOGIA ESTRATIGRA: VARCHAR2(20) DESCRIÇÃO: VARCHAR2(200 GEOM: SDO_GEOMETRY(1) USO_2001: VARCHAR2(8) ÁREA: NUMBER PERÍMETRO: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY(1) GUAMARE_USO96 GUAMARE_USO01 USO96: VARCHAR2(5) AREA: NUMBER PERIMETRO: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY( USO_2001: VARCHAR2(8) ÁREA: NUMBER PERÍMETRO: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY( PERFISPRAIASBN ISL_JUNHO PERFISPRAIAGALINHOS ID: NUMBER AREA: NUMBER NOME: VARCHAR2(18) GEOM: SDO_GEOMETRY(1) ID: NUMBER PERFIL: VARCHAR2(9) COORDENADA: NUMBER UTM: NUMBER LINK: VARCHAR2(20) GEOM: SDO_GEOMETRY( PERFIL: VARCHAR2(9) COORDENADA: NUMBER UTM: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY( GUAMARE_MUNICIPIOS GUAMARE_HIDROGRAFIA ID: NUMBER MUNICIPIOS: VARCHAR2(50 GEOM: SDO_GEOMETRY(1) GUAMARE_ZONEAMENTO ID: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY( GUAMARE_RODOVIA_FEDERAL ID: NUMBER NOME: VARCHAR2(7) GEOM: SDO_GEOMETRY(1) USUARIOS LOGIN: VARCHAR2(15) SENHA: VARCHAR2(15) NOME: VARCHAR2(30) ENDERECO: VARCHAR2(35 TELEFONE: VARCHAR2(15) IMAGENS ID: NUMBER NOME: VARCHAR2(100) DESCRICAO: VARCHAR2(500) LOCALIZACAO: VARCHAR2(100 IMAGEM: ORDIMAGE(1) THUMB: ORDIMAGE(1) DOCUMENTOS ID: NUMBER NOME: VARCHAR2(100) DESCRICAO: VARCHAR2(500 DOC: ORDDOC(1) Capítulo 4 UNID_GEOMO: VARCHAR2(8) VULNERAB: VARCHAR2(8) ZONEAMENTO: VARCHAR2(16 GEOM: SDO_GEOMETRY(1) ID: NUMBER PERFIL: VARCHAR2(10) ALTURA_DE_: NUMBER DIREÇÃO_DE: VARCHAR2(12) VELOCIDADE: NUMBER GRAU_DE_EX: VARCHAR2(13) INCLINAÇÃO: VARCHAR2(12) LARGURA_M: NUMBER TIPO_DE_SU: VARCHAR2(20) MOBILIDADE: VARCHAR2(30) PENETRAÇÃO: VARCHAR2(30 TRAFEGABIL: VARCHAR2(10) TIPO_DE_LI: VARCHAR2(100) ISL: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY(1) GUAMARE_VULNERABILIDADE GUAMARE_COORDENADA_VERTICE_XY UNID_GEOMO: VARCHAR2(8) ÁREA: NUMBER PERÍMETRO: NUMBER VULNERAB: VARCHAR2(8) GEOM: SDO_GEOMETRY(1) X_COORD: NUMBER Y_COORD: NUMBER Z_COORD: NUMBER ID: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY(1) GUAMARE_RODOVIAS_ESTADUAIS ISL_DEZEMBRO ID: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY(1) FOTOGRAFIAS ID: NUMBER NOME: VARCHAR2(100) DESCRICAO: VARCHAR2(500) LOCALIZACAO: VARCHAR2(100 IMAGEM: ORDIMAGE(1) THUMB: ORDIMAGE(1) MSA ID: NUMBER NOME: VARCHAR2(100) DESCRICAO: VARCHAR2(500) LOCALIZACAO: VARCHAR2(100 IMAGEM: ORDIMAGE(1) THUMB: ORDIMAGE(1) ID: NUMBER PERFIL: VARCHAR2(8) ALTURA_DE_: NUMBER DIREÇÃO_DE: VARCHAR2(12) VELOCIDADE: NUMBER GRAU_DE_EX: VARCHAR2(13) INCLINAÇÃO: VARCHAR2(12) LARGURA_M: NUMBER TIPO_DE_SU: VARCHAR2(20) MOBILIDADE: VARCHAR2(30) PENETRAÇÃO: VARCHAR2(30 TRAFEGABIL: VARCHAR2(10) TIPO_DE_LI: VARCHAR2(100) ISL: NUMBER GEOM: SDO_GEOMETRY(1) Desenvolvimento do Sistema 50 Relatório de Graduação Souza, C.F. 5. Considerações Finais 5.1. Conclusões A necessidade dos instrumentos de planejamento e gestão ambiental, para proteção de áreas onde ocorrem empreendimentos que envolvam atividades com significativo impacto ambiental, é de extrema importância, como é o caso da área do Estuário GalinhosGuamaré onde as atividades da indústria petrolífera são de grande risco para o meio ambiente. Conseqüentemente pesquisadores/administradores responsáveis pelas tarefas de planejamento e monitoramento ambiental da área em estudo necessitam de ferramentas eficientes para o controle geoambiental. Tal necessidade promoveu o desenvolvimento de um Sistema de Informações Geográficas visando o monitoramento ambiental voltado às atividades da indústria petrolífera. Assim o sistema projetado, que motivou o presente trabalho, foi implantado promovendo os seguintes resultados: • O uso do Sistema de Informação Geográfica desenvolvido é importante pela capacidade de utilização de dados georreferenciados, possibilitando lidar com as informações geográficas através da visualização de suas localizações geográficas na superfície terrestre. • O SIG implantado para estudos ambientais costeiros mostrou-se satisfatório, pela capacidade de tratar de forma integrada os diversos tipos de dados armazenados: tabelas, gráficos, imagens de satélite, mapas temáticos, mapas cadastrais, mapas de sensibilidade ambiental, fotografias aéreas e documentos. • O sistema, por apresentar uma arquitetura distribuída, vem possibilitando o trabalho cooperativo entre os diversos profissionais responsáveis em adotar medidas necessárias para prevenir, evitar e remediar acidentes que possam danificar os ecossistemas estuarinos e costeiro. Capítulo 5 Considerações Finais 51 Relatório de Graduação Souza, C.F. Portanto, tal sistema vem promovendo, por fornecer suporte ao monitoramento ambiental na área de estudo, vários benefícios relacionados a fatores socioeconômicos, ambientais e de desenvolvimento sustentável, com vistas à ampliação da qualidade de vida. 5.2. Recomendações De acordo com os resultados obtidos, algumas recomendações são sugeridas a fim de melhorar o trabalho e obter novos resultados: • Continuar o monitoramento ambiental de área em estudo, com o objetivo de avaliar as modificações ocorridas no meio ambiente decorrente da atuação dos elementos do meio físico e antrópico. • Continuar o armazenamento de dados coletados no Banco de Dados Geográficos Ambientais (BDGA), de forma que essa ferramenta computacional seja a base para futuras consultas, atualizações, inserções e análises dos dados armazenados. • Incorporar a característica temporal no BDGA, ou seja, implementar também um Banco de Dados Temporal (BDT), pois o Sistema de Informação Geográfica atualmente instalado no domínio captura apenas uma cena da realidade, pelo fato de armazenar apenas o dado atual. • Implementar o suporte de análise espacial e processamento aos geodados representados no formato raster através do pacote GeoRaster do Oracle Spatial 10g (versão mais atual). • Implementar um módulo de consulta para funções de análises geográficas (álgebra com mapas, operadores de distância e operadores de contexto). Capítulo 5 Considerações Finais 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bahr H.P., Karlsruhe. 1999. GIS Introduction. In: Bahr H.P. e Vogtle T. (eds.) GIS for Environmental Monitoring. Alemanha, 1-9. Barcelos I.O. 1999. Geoprocessamento. Revista Bate Byte. Ed. 92. Novembro/1999. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/celepar/celepar/batebyte/edicoes/1999/bb92/geop.htm>. Acesso em: 22 outubro 2003. Booch G., Rumbaugh J., Jacobson I. 1999. Rational Unified Process In: Unified Modeling Language – Guia do Usuário. Apêndice C. Editora Campus, 442- 448. [Cam95] Câmara, G., “Modelos, Linguagens e Arquiteturas para Bancos de Dados Geográficos”, PhD Thesis, INPE, (1995). Câmara G., Medeiros J.S. 1998. Princípios Básicos em Geoprocessamento. In: Assad E.D. e Sano E.E. (eds.) Sistemas de Informações Geográficas: Aplicações na Agricultura. Brasília, DF, 3-11. Câmara G. 1994. Análise de Arquiteturas para Bancos de Dados Geográficos Orientados-a-Objetos. 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