CASO CLÍNICO
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CASO CLÍNICO
Abstract Nº PO-SE145 G LOMER ULONEFR ITE PÓS INFECCIOSA COM PR OTEÍNUR IA NEFR ÓTICA: CASO CLÍNICO José Gago ( 1 ); Tânia Santos ( 1 ); Patrícia Neto ( 1 ); Luís Rodrigues ( 1 ); Luis Freitas ( 1 ); Mario Campos ( 1 ); ( 1 ) - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Serviço de Nefrologia, Coimbra, Portugal; INTRODUÇÃO:A glomerulonefrite pós infecciosa (GNPI) é uma doença glomerular mediada por imunocomplexos induzido por estirpes nefrogénicas de estreptococos beta hemolíticos do grupo A. O quadro clínico mais comum é o aparecimento súbito de edema, hematúria macroscópica, hipertensão arterial e proteinúria inferior a 3g/dia. CASO CLÍNICO: Homem, 49 anos de idade, obeso, sem antecedentes patológicos de relevo, regressado recentemente de Moçambique com sintomatologia caracterizada por calafrios e sudorese nocturna. Realizou controlo analítico 5 dias após a chegada sem alterações. Na semana seguinte recorre ao Serviço de Urgência por epistáxis à esquerda, artralgias, mialgias, edema periorbitário e da face associado a hipertensão arterial. Negava sintomatologia urinária acompanhante, como disúria, hematúria ou diminuição do débito urinário. Da avaliação inicial destacava-se uma creatinina sérica de 3,26 mg/dl, azoto ureico de 97 mg/dL, Na : 138mmol/L; k : 5.8mmol/L; Albumina 3.5g/dL; Proteína C Reactiva de 3.11g/dL com leucocitose de 12.8. Radiografia do Torax: reforço hilar bilateral em contexto de sobrecarga hídrica. Gasimetricamente hipoxémia ligeira. Ecograficamente: Rim direito com 8 cm e perda de diferenciação parênquimo sinusal e um rim esquerdo vicariante com 15 cm de eixo longitudinal e preservação da diferenciação parênquimo-sinusal e da espessura. Foi instituida terapêutica antihipertensiva e antibioterapia empírica. Da restante avaliação analítica refere-se pesquisa de plasmodium negativa, Hemoculturas e Urocultura: negativas. TASO elevado (470 UI/mL), C3 diminuído (0.07g/L); C4 normal. Autoimunidade negativa. Proteinograma, imunofixação sérica e urinária sem alteração. Serologias infecciosas negativas. Sumária de urina com hematoproteinúria, leucocitúria e cilindros patológicos. Por apresentar 12.6 g de proteinúria nas 24h e não apresentar melhoria significativa da função renal, apesar de diurese conservada, foi realizada biósia renal que mostrou uma glomerulonefrite proliferativa endocapilar com aspecto de glomerulonefrite aguda pós infecciosa com lesões focais e segmentares de glomerulonefrite crescêntica, com crescente de tipo celular e depósitos granulares de IgG (mais); IgA (mais) e depósitos granulares e segmentares de IgM (mais/menos). Durante o internamento permaneceu independente de terapêutica dialítica, com melhoria da função renal (creat 1.44mg/dL), bom controlo tensional e reversão do edema. CONCLUSÃO: A GNPI habitualmente, não cursa com proteinúria na faixa nefrótica, por essa razão, um quadro clínico compatível com GNPI que curse com proteinúria em níveis nefróticos, como o caso apresentado (12.6g/24h), o diagnostico não pode ser concluído sem uma investigação mais apurada considerando a possibilidade de outras glomerulonefrites. Esta diferenciação não é meramente académica, pois a GNPI costuma evoluir de forma benigna com resolução espontânea enquanto que outras causas de glomerulonefrite necessitam de tratamento medicamentoso específico.
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