BMF355_313/aula colinergicos 070515

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BMF355_313/aula colinergicos 070515
Farmacologia do sistema nervoso autônomo colinérgico
Sistema nervoso autônomo
Sistema Nervoso Central – cérebro e medula espinhal
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Periférico – gânglios e nervos que
se estendem a partir do SNC
Aferente ou sensorial
Sistema Nervoso
Periférico
Somático (voluntário)
Vida de relação
Eferente ou Motor
Autônomo (involuntário)
Vida vegetativa
Somático: via efetora é formada por 1 neurônio colinérgico que inverva o músculo esquelético
Autônomo: via efetora é composta por 2 neurônios (pré e pós ganglionar) que fazem sinapse
em um gânglio autonômico e inervam: glândulas exócrinas, músculo liso visceral, músculo liso
vascular e músculo cardíaco
Sistema nervoso autônomo
Simpático
Autônomo (invonlutário)
Parassimpático
Entérico
Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático
Parassimpático
Simpático
Origem do Corpo Celular do
Neurônio Pré-Ganglionar
Região Craniossacral
Região Toracolombar
Gânglio
Próximo ou dentro do órgão
inervado
Cadeias paravertebrais
Tamanho da fibra préganglionar
Longa
Curta
Tamanho da fibra pósganglionar
Curta
Longa
Neurotransmissor envolvido
Acetilcolina nas 2 sinapses
Acetilcolina – sinapse
ganglionar
Noradrenalina – sinapse
neuroefetora (exceção:
músculo liso vascular renal
(dopamina), medula da
supra-renal e glândulas
sudoríparas (acetilcolina).
Farmacologia do sistema nervoso autônomo colinérgico
Neurotransmissão colinérgica e sítios potenciais para a ação de fármacos
Síntese e Armazenamento:
Precursor: Colina
Síntese: AcCoa + Colina =
Acetilcolina (pela ação da colina
acetil-transferase
Captação vesicular – inibida por
vesamicol
Inativação: Metabolização
enzimática (acetilcolinesterase –
colina + acetato)
Recaptação: não existe
Acetilcolinesterase (sinapse) e
butirilcolinesterase (plasma) –
Transmissão Química Colinérgica
Farmacologia do sistema nervoso autônomo colinérgico
Receptores
Muscarínicos (acoplados à proteína G) e Nicotínicos (canal iônico)
Farmacologia do sistema nervoso autônomo colinérgico
Receptores: Muscarínicos (sinapses efetoras parassimpática e na simpática colinérgica, tbem presente no
gânglio e SNC) e Nicotínicos (Placa motora, gânglios simpáticos e parassimpáticos e SNC)
Receptor
Localização
Proteína G
Sinalização
M1
SNC e gânglio
Gq
IP3 e DAG
M2
Coração, neurônios, músculo liso
Gi
↓ AMPc- ativa
canais de K+
M3
Glândulas, músculo liso e
endotélio
Gq
IP3 e DAG
M4
SNC
Gi
↓AMPc
M5
SNC
Gq
IP3 and DAG
Nm
Placa Motora
Canal Iônico
α2βδγ (pentâmero)
(músculo e órgão
elétrico do torpedo). Na
placa motora adulta
(α2βδε)
Na+
Nn
Neurônio pós-ganglionar,
dendritos
α3β2 ou α3β4
(pentámero)
α4β2 - cérebro
Na+
Existem vários subtipos de subunidades alpha e beta. Nos receptores nicotínicos de placa motora, o subtipo alpha 1 é mais encontrado, sendo
que nos receptores nicotínicos neuronais, pelo menos 8 isoformas são encontradas. Várias combinações.
Farmacologia do sistema nervoso autônomo Colinérgico
Receptores muscarínicos e suas principais ações sobre órgãos e sistemas
M1
M2
M3
M4
M5
Proteína G
Gq – IP3 e
DAG
Gi - ↓ AMPc
Gq – IP3 e DAG
Gi - ↓ AMPc
Gq – IP3 e
DAG
Olho
-
Contração do músculo liso circular da íris e
do músculo ciliar
-
-
Coração
-
Efeito ino, crono- e
dromotrópico negativo
-
-
-
Vasos
-
-
Endotélio – relaxamento por liberação de NO
-
Endotélio –
relaxamento
por liberação
de NO
Brônquios
-
Contração
-
-
TGI
-
Contração das paredes e relaxamento dos
esfíncteres
↑ Secreção salivar e gastrointestinal (M3)
-
-
TGU
-
Contração da parede da bexiga e
relaxamento dos esfíncteres (M2 e M3)
Ereção (M3)
-
-
Terminação
nervosa présináptica
Pele
Inibição da liberação
de acetilcolina
(homoreceptor)
e NE (heteroreceptor)
Inibição da
liberação de
acetilcolina
(homoreceptor)
e NE
(heteroreceptor)
Glândula sudorípara termoreguladora –
Receptores M
Exceção do simpático – neurotransmissor na
sinapse neuroefetora é acetilcolina
Farmacologia do sistema nervoso autônomo adrenérgico
Neurotransmissão adrenérgica e sítios potenciais para a ação de fármacos
Precursor: Tirosina
Síntese: Tirosina hidroxilase – síntese de
dopamina
Metirosina – inibe a tirosina hidroxilase
Carbidopa – inibe a dopa descarboxilase
Transportador leva dopamina para vesícula onde
é transformada em noradrenalina pela ação da
dopamina β-hidroxilase
Captação vesicular: inibida pela reserpina
Liberação: inibida pela guanetidina (bloqueio de
exocitose)
Anfetamina, tiramina e efedrina – induz liberação
de NE
Farmacologia do sistema nervoso autônomo adrenérgico
Neurotransmissão adrenérgica e sítios potenciais para a ação de fármacos
Inativação:
- Captação pré e pós sináptica
- Difusão
- Metabolização pela COMT (catecol-o-metiltransferase – fígado e intestino) e MAO (MAO A e
MAO B) (pré-sináptica) – inibidores da MAO
Recaptação: Pré e Pós sináptica (células da
neuróglia)
Cocaína e antidepressivos tricíclicos – bloqueiam
recaptação pré-sináptica
Transmissão Química Noradrenérgica
Tirosina
Tirosina hidroxilase
DOPA
DOPA descarboxilase
Dopamine
Dopamina β-hidroxilase
Noradrenalina
Feniletanolamina-N-metiltransferase
Adrenalina
Transmissão Química Noradrenérgica
Farmacologia do sistema nervoso autônomo adrenérgico
Receptores adrenérgicos e suas principais ações sobre órgãos e sistemas
α1
α2
β1
β2
β3
Proteína G
Gq – IP3 e DAG - ↑Ca+2
Gi - ↓ AMPc
Gs - ↑AMPc
Gs - ↑AMPc
Gs - ↑AMPc
Vasos
Contração
(pele, pulmão, rim e
vísceras)
Contração
(pele, pulmão,
rim e vísceras)
-
Vasodilatação
(músculo esquelético)
-
Brônquios
↓ Secreção
-
-
Broncodilatação
-
Mastócitos
-
-
-
↓ Liberação de histamina
-
Coração
-
-
Efeito ino, crono- e
dromotrópico
positivo
Efeito ino, crono- e
dromotrópico positivo (efeito
menos expressivo que em β1)
Fígado
Glicogenólise
Gliconeogênese
-
-
Glicogenólise
Gliconeogênese
Terminação
nervosa présináptica
-
↓ Liberação de
noradrenalina
Células
justaglomerula
res (rim)
-
Olho
Midríase (contração do
músculo radial da íris)
↑ Secreção lacrimal
↑ Secreção
lacrimal
Bexiga
Contração do músculo
-
-
↑ Liberação de noradrenalina
↑ Secreção de
renina
-
-
-
Relaxamento do músculo
ciliar da íris
(relaxamento para ajuste de
visão de longe)
↑ Secreçãodo humor aquoso
-
Relaxamento da parede da
-
Farmacologia do sistema nervoso autônomo adrenérgico
Receptores adrenérgicos e suas principais ações
α1
α2
β1
β2
β3
Proteína G
Gq – IP3 e DAG ↑Ca+2
Gi - ↓ AMPc
Gs - ↑AMPc
Gs - ↑AMPc
Gs - ↑AMPc
Adipócito
-
Inibição da
lipólise
-
-
Lipólise
Trato
gastrointestinal
Contração dos
esfínteres
Relaxamento das
paredes do trato
gastrointestinal
↓ motilidade
Relaxamento das
paredes do trato
gastrointestinal
↓ Motilidade
↓  Secreção
Relaxamento
das paredes
do trato
gastrointestin
al
↓ motilidade
Relaxamento das
paredes do trato
gastrointestinal
↓ motilidade
-
Aparelho
reprodutor
masculino
Ejaculação
Pele e anexos
Contração do
músculo pilomotor
Aumento da
secreção de
glândulas
sudoríparas
apócrinas
-
-
-
Fármacos Colinomiméticos
Acetilcolina
Ação Direta – ésteres de colina e alcalóides
Ésteres de colina
- Acetilcolina
- Metacolina
- Ácido Carbâmico
- Carbacol
- Betanecol
Ésteres de
Colina
Suscetibilid
ade à
acetilcolina
Ação
Muscarínica
Ação
Nicotínica
Acetilcolina
++++
+++
+++
Metacolina
+
++++
Nenhuma
Carbacol
Negligível
++
+++
Betanecol
Negligível
++
nenhuma
Farmacocinética – mal absorvidos e
deficientemente distribuídos para o SNC
Metacolina
Àcido Carbâmico
Carbacol
Betanecol
Fármacos Colinomiméticos
Ação Direta – ésteres de colina e alcalóides
Alcalóides
- Muscarina (ação principalmente muscarínica)
- Pilocarpina (ação principalmente muscarínica)
- Nicotina (ação principalmente nicotínica)
- Lobelina (ação principalmente nicotínica) Ação principalmente
muscarínica
Muscarina
Pilocarpina
Ação principalmente
nicotínica
Nicotina
Lobelina
Efeitos sobre Órgãos e Sistemas
Ação Muscarínica
Olho – contração do músculo liso do esfíncter da íris (miose) e do músculo ciliar
(acomodação) – facilita drenagem do humor aquoso
Sistema Cardiovascular
•  Efeitos ino-, dromo- e cronotrópicos negativos
• Ex – em baixas doses Acetilcolina causa vaodilatação e taquicardia reflexaç em altas
doses, bradicardia e diminuição na condução
•  Diminuição da resistência vascular periférica (vasodilatação) – via NO
• Acetilcolina tem efeitos depressórios sobre o coração via receptores M2 e tbem
diminuição da liberação de NE na terminação simpática
Sistema Respiratório
Broncoconstrição e aumento da produção de muco
Trato Gastrointestinal
Aumento de secreções e motilidade do trato gastrointestinal (contração das paredes e
relaxamento dos esfíncteres)
Trato Genitourinário
Contração do detrusor e relaxamento do trígono e esfínter - contração das paredes e
relaxamento dos esfíncteres
Efeitos sobre Órgãos e Sistemas
Ação Nicotínica
SNC – predominância de receptores muscarínicos (cérebro) e de nicotínicos
(medula)
Nicotina (altas concentrações - tóxicas) – tremor, êmese, estimulação do
centro respiratório, distúrbios da audição e visão, confusão mental, fraqueza –
convulsões e coma
Gânglios – ação da nicotina – ação é mesma tanto em gânglios simpáticos
como em parassimpáticos – descarga simultânea de ambos os sistemas
No sistema cardiovascular – efeitos da nicotina são preponderantemente
simpaticomiméticos – aumento da descarga de epinefrina na medula adrenal
No trato gastrointestinal – efeitos parassimpaticomiméticos predominam
Doses muito altas – bloqueio da transmissão
Sinapse neuromuscular ou placa motora – Fasciculações a uma contração
forte de todo o músculo, seguida de bloqueio despolarizante e paralisia flácida
Ação Indireta – inibidores da acetilcolinesterase
1)  Álcoois Quaternários – edrofônio
2)  Ésteres de Ácido Carbâmcio – neostigmina, fisostigmina, piridostigmina,
ambemônio e demecário
3)  Derivados do Ácido Fosfórico (organofosforados) – ecotiofato,
paration, malation
- 
- 
- 
- 
- 
- 
- 
Neostigmina
Fisostigmina
Edrofônio
Carbaril (inseticida)
Ecotiofato
Paration (inseticida)
Malation (inseticida)
Neostigmina
Fisostigmina
Carbaril
Edrofônio
Inibição da Acetilcolinesterase
Ecotiofato
Soman
Paration
Paraoxon
Malation
Envelhecimento
rápido
Malaoxon
Paration e Malation – metabolização que leva à inativação – presente em pássaros e mamíferos,
mas ausente em insetos e peixes
Mecanismo de Inibição da Acetilcolinesterase
1)  Álcoois Quaternários – se liga ao sítio ativo da enzima, impedindo acesso
da acetilcolina. Não forma ligação covalente (duração do efeito 2-10 min) –
ligação reversível
2)  Ésteres de Ácido Carbâmico – ligação é mais duradoura, porém ainda
reversível
3)  Organofosforados – forma um complexo enzimático fosforilado estável
que sofre um processo chamado envelhecimento – fortalecimento da
ligação fósforo-enzima – considerados inibidores irreversíveis da
acetilcolinesterase
Reativação – pralidoxima – regenerador da colinesterase – nucleófilo que
desfosforila o sítio ativo da enzima
Efeitos sobre órgãos e sistemas dos inibidores da acetilcolinesterase
Efeitos são mais proeminentes sobre o sistema cardiovascular, trato
gastrointestinal, olho e junção neuromuscular
Sistema Cardiovascular – predominam os efeitos parassimpáticos
Vasos – efeitos menos pronunciados do que os agonistas de ação direta
Efeitos finais – leve bradicardia, redução do débito cardíaco e nenhuma ou
pouco abaixamento da pressão arterial
Sinapse Neuromuscular – em doses terapêuticas causa aumento da força
de contração – miastenia grave
Altas concentrações – fibrilação e bloqueio despolarizante
Alguns inibidores de acetilcolinesterase como neostigmina – tbem tem acao
estimulante nicotinica direta.
Aplicação Clínica dos Colinomiméticos
•  Glaucoma (aumento da pressão intraocular)
Agonistas muscarínicos (metacolina, carbacol, pilocarpina) e inibidores da
acetilcolinesterase (fisostigmina, ecotiofato, isofluorato)
Reduzem a pressão intraocular por facilitar a vazão do humor aquoso e
também por diminuir sua secreção. Para o tratamento do glaucoma
crônico, esses fármacos foram substituídos por bloqueadores beta de ação
tópica e por derivados de PGs.
•  Íleo Paralítico e Retensão Urinária pós-cirúrgicos – desordens clínicas
que envolvam depressão da ativiade do músculo liso sem obstrução.
•  Bexiga Neurogênica (retensão urinária pós-operatória, pós-parto ou
secundária à lesão da medula)
•  Boca Seca (xerostomia) – pilocarpina (aumenta a secreção salivar) e
cevimelina (boca seca associada à Sindrome de Sjogren)
Para as desordens do TGI e do TGU, betanecol e o de ação direta mais
utilizado e neostigmina é o anticonlinesterásico mais usado.
Aplicação Clínica dos Colinomiméticos
• 
Miastenia Gravis
Sintomas – ptose, diplopia, dificuldade de falar e engolir, fraqueza muscular.
Afeta todos os músculos – aqueles necessários para a respiração
inclusive.
Inibidores da acetilcolinesterase são utilizados (imunosupressores e
timectomia)
•  Edrofônio (teste diagnóstico para Miastenia gravis). Se há Miastenia, há
aumento da força muscular que se estende até 5 minutos.
•  Piridostigmina
•  Neostigmina
•  Ambemônio
• 
• 
• 
Reversão do bloqueio neuromuscular em cirurgias
Intoxicação com atropina (pode ser letal em crianças)
Doença de Alzheimer – tratamento da disfunção cognitiva – tacrina
(tetrahidroaminoacridina) (certa hepatoxicidade), donezepil (piperidina),
galantamina (fenantreno), rivastigmina (carbamato).
Uso terapêutico dos inibidores da acetilcolinesterase
Edrofônio
Miastenia Gravis,
íleo paralítico
5-15 min
Neostigmina
Miastenia Gravis,
íleo paralítico
0.5-2 hs
Piridostigmina
Miastenia Gravis
3-6 hs
Fisiostigmina
Glaucoma
0.5-2 hs
Ambenônio
Miastenia Gravis
4-8 hs
Demecário
Glaucoma
4-6 hs
Ecotiofato
Glaucoma
100 hs
Efeitos tóxicos
Toxicidade muscarínica – Quando em doses tóxicas, os agonistas muscarínicos podem
levar à náusea, vômito, vasodilatação cutânea, diarréia, salivação, sudorese,
broncoconstrição
Intoxicação com cogumelos – contem alcalóides muscarínicos
Reversão – administração de atropina
Toxicidade nicotínica – 1 gota de nicotina pura (fatal) = quantidade de nicotina em 2
cigarros (maior parte da nicotina é destruída e perdida no ato de fumar)
Efeitos mais perigosos
1.  Centrais - convulsões, coma e parada respiratória
2.  Despolarização da placa motora – bloqueio despolarizante levando à paralisia
respiratória
3.  Hipertensão e arritmia cardíaca
Controle – indução de vômito, lavagem gástrica com carvão ativado
atropina (controle dos sintomas muscarínicos)
diazepam (controle dos efeitos centrais)
Para o bloqueio da placa motora, o tratamento farmacológico é irresponsivo – respiração
mecânica
Efeitos tóxicos
Toxicidade dos inibidores de acetilcolinesterase (maior fonte de intoxicação –
inseticidas – carbamatos e organofosforados)
1)  Aparecimento dos sintomas de intoxicação muscarínica (náusea, vômito, salivação,
sudorese, broncoconstrição, diarréia)
2)  Aparecimento dos efeitos centrais e bloqueio neuromuscular
Tratamento
1) 
2) 
3) 
4) 
Manutenção dos sinais vitais (respiração)
Remoção das roupas e limpeza da pele (eliminar fonte de contaminação)
Administração de atropina e pralidoxima
Benzopdiazepínico (diazepan) para controle das convulsões
Contra-Indicação dos agonistas de ação direta ( e porque nao dos inib da
acetilcolinesterase)
•  Asma
•  Úlcera Péptica (aumento da secreção de HCl)
Antagonistas Muscarínicos – alcalóides naturais e derivados de origem
sintética e semi-sintética
Alcalóides naturais – atropina e escopolamina
Atropina – Atropa belladonna e Datura stramonium (figueira-do-inferno)
Escopolamina – Hyoscyamus niger – efeito central é maior
Alcalóides amínicos terciários – ésteres do ácido trópico
Mecanismo de Ação – Antagonista superável de recepotores muscarínicos
Atropina é bastante seletiva para receptores muscarínicos com pouco ou quase
nenhuma atuação nos nicotínicos, entretanto não distingue entre os subtipos M1,
M2 e M3.
Farmacocinética – atropina e escopolamina são bem absorvidas pelo trato
gastrointestinal. Em veículo adequado, escopolamina é absorvida inclusive pela
pele. São amplamente distribuídas inclusive para o SNC. Derivados quaternários
(metilatropina, ipratrópio e tiotropina) em doses baixas não tem efeitos centrais.
Atropina – sem o oxigênio em 1
Escopolamina – oxigênio em 1
Ácido Trópico
Estruturas de Fármacos Antimuscarínicos de origem sintética e semi-sintética
Aminas Terciárias
Pirenzepina
(Doença Péptica – passado – substituída pelos
antagonistas H e inibidores de bomba)
Tropicamida
(Midriático, Cicloplégico)
Diciclomina
(Doença Péptica - passado,
Hipermotilidade)
Estruturas de Fármacos Antimuscarínicos de origem sintética e semi-sintética
Aminas Quaternárias
Propantelina
Uso – Hipermotilidade intestinal
Glicopirrolato
Estruturas de Fármacos Antimuscarínicos de origem sintética e semi-sintética
Amina Quaternária Usada em DPOC
Ipratrópio
Amina Terciária Usada no Parkinson
Benzotropina
Tiotropina – amina quaternária usada na DPOC – asma (benefício não está claro)
Ipratrópio (4-6hs) e tiotropina (24 hs) não atravessam a barreira hemato-encefálica. E
tem benefício não observado com a atropina – não inibem o movimento mucociliar –
Efeito colateral – boca seca
Antagonistas Muscarínicos
Antagonistas M1
Antagonistas M2
Antagonistas M3
Pirenzepina (úlcera no passado)
Telenzepina
Diciclomina (antiespasmódico)
Trihexifenidil (Parkinson)
metoctramina
Darifenacin
Solifenacin
Oxibutinina
Tolterodina
Constante de Dissociação
M1
M2
M3
Atropina
1
1
1
Pirenzepina
25
300
500
Darifenacin
70
55
8
Efeitos dos antagonistas muscarínicos sobre órgãos e sistemas
•  SNC
Atropina
Doses terapêuticas – efeitos centrais mínimos
Escopolamina
Doses terapêuticas – efeitos centrais mais marcantes. Pode causar amnésia
(indivíduos mais sensíveis), sedação
•  Olho
Midríase e ciclopegia (perda da capacidade de acomodação – não consegue
focar de perto)
Redução da secreção lacrimal
Úteis em oftalmologia – exame de fundo de olho
Contra-Indicada em pessoas com glaucoma
Efeitos dos antagonistas muscarínicos sobre órgãos e sistemas
•  Sistema Cardiovascular
Taquicardia
Inervação colinérgia é ausente nos vasos – hipótese de inervação de vasos dos
músculos esqueléticos (fibras neuronais simpáticas colinérgicas?) não é bem
documentada em humanos.
Importante ação sobre o endotélio – liberação de NO
Em doses tóxicas antimuscarínicos causam vasodilatação cutânea – rubor facial –
mecanismo compensatório do aumento de temperatura causada pela inibição da
sudorese – glândulas sudoríparas termoreguladoras – invervadas por fibras
simpáticas colinérgicas)
Efeito final – pode haver taquicardia, com pouco efeito sobre a pressão arterial
Efeitos sobre órgãos e sistemas
• 
Sistema Respiratório – broncodilatação e diminuição das secreções
• 
Trato Gastrointestinal – Diminui secreçõs (salivar – boca seca, redução
das secreções gástricas) e diminuição da motilidade
• 
Trato Genitourinário – relaxam músculo da bexiga – micção mais lenta.
Pode precipitar retensão urinária em homens com hiperplasia prostática.
• 
Glândulas Sudoríparas – Suprime sudorese – febre atropínica (glândulas
sudoríparas termorreguladoras (écrinas) – inervadas por fibras colinérgicas
simpáticas)
Efeitos sobre órgãos e sistemas
Farmacologia Clínica dos Antagonistas Muscarínicos
Indicações Terapêuticas
1)  Doença de Parkinson (em associação com levodopa) ou para alívio do
parkinsonismo em pacientes fazendo uso de antipsicóticos
2)  Cinetose (escopolamina)
3)  Oftalmologia (exame de fundo de olho) ou agonistas adrenérgicos
4)  Úlcera Péptica – pirenzepina, telezenpina – desuso – retardam o tempo de
esvaziamento gástrico, aumentando tempo de exposição do ácido.
Substituídos pelos inibidores de bomba e antagonistas H2
5)  Diarréia dos Viajantes (em geral em combinação com opióide)
6)  DPOC e asma (menos frequente) – ipratrópio e tiotropina
7)  Em casos de intoxicação com organofosforados ou cogumelos
8)  Incontinência urinária e alívio dos espamos da bexiga após cirurgia
urológica – oxibutinina, darfenacim, solifenacim, tolterodine.
Efeitos Adversos
1)  Midríase e ciclopegia, boca seca
2)  Atropina (doses altas) – bloqueio da função parassimpática – alucinações,
boca seca, midríase, taquicardia, pele quente e vermelha, agitação,
aumento de temperatura corporal, delírio.
Seco como um osso
Cego como um morcego
Vermelho como uma beterraba
Louco como um chapeleiro (hatter)
Farmacologia Clínica dos Antagonistas Muscarínicos
Contra-Indicações
• 
• 
Glaucoma
Hipertrofia Prostática – retenção urinária
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
1)  Bloqueadores Neuromusculares
2)  Espasmolíticos (Ação central – exceção – dantrolene)
São todos hidrofílicos (não atravessam a barreira hemato-encefálica) e inativos por via oral.
No entanto que comiam a caça atingida por flecha de curare não tinham porblemas.
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
Mecanismo de Ação
Bloqueio não-despolarizante – bloqueio superável do receptor nicotínico – fraqueza
muscular seguida de paralisia flácida
Bloqueio despolarizante – bloqueio de canal aberto, impedindo o fechamento do canal –
despolarização persistente – fasciculação seguida de paralisia flácida
Fase I – despolarizante
(não é revertido por inibidores
da acetilcolinesterase)
Fase II – dessensibilizante
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
Bloqueadores Neuromusculares
•  Não-Despolarizantes – derivavos benzilisoquinolínicos e esteroidais
Curare (D-tubocurarina)
Atracúrio
Doxacúrio
Mivacúrio
Pancurônio
Vecurônio
• 
Despolarizante (excesso de ativação) – em geral de difícil controle e
pequeno valor clínico
Succinilcolina e decametônio (desuso)
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
Succinilcolina –
metabolizada por
colinesterases
plasmáticas e
hepáticas
Duração do efeito –
5 a 10 minutos
Acetilcolina
Despolarizante
Succinilcolina
Não-Despolarizante
Pancurônio
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
Atracúrio – é
metabolizado à
laudanosine – que tem
maior tempo de meiavida e atravessa a
barreira hematoencefálica
Um isômero do
atracúrio – cisatracúrio
– forma menos
laudanosine e na
prática clínica substitui
o atracúrio. Sensível à
esterases plasmáticas.
mivacúrio – tem menor
tempo de meia-vida
entre todos os nao
despolarizantes, mas
induz significativa
liberação de histamina.
Sensível à
colinesterase
plasmática
Tubocurarina
Atracúrio
Doxacúrio
Derivados
Benzilisoquinolínicos
Não-Despolarizantes
Ausência de bloqueio vagal e
ganglionar – levam à
liberação de histamina
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
Derivados Esteroidais
Não-Despolarizantes
Não levam à liberação de histamina.
Ausência de efeitos ganglionares.
Pancurônio
Vecurônio
Rocurônio
Rocurônio – duração intermediária, rápido início
de ação e baixa potência
Pipecurônio
Antagonistas dos Receptores Nicotínicos Neuromusculares (placa motora)
Aplicação Clínica
• 
• 
• 
• 
• 
• 
Paralisia Muscular Esquelética em Procedimentos Cirúrgicos (cirurgias abdominais e
torácicas)
Controle da Ventilação
Entubação traqueal
Terapia eletroconvulsiva
Tratamento de convulsões (ocasional)
Efeitos Adversos – mialgia, hipercalemia, aumento da pressão intraocular, aumento da
pressão intragástrica (regurgitação), colapso cardiovascular (liberação de histamina),
apnéia prolongada.
Interação com Outros Fármacos
•  Anestésicos voláteis – (aumenta a potência do efeito bloqueador (nãodespolarizantes)
Interação entre succinilcolina e anestésicos halogenados – hipertermia maligna
(espasmo muscular+acidose metabólica+ aumento de temperatura) – condição onde há
liberação anormal de cálcio dos estoques intracelulares dos músculos esqueléticos.
•  Antibióticos – aminoglicosídeos – diminui a liberação de acetilcolina do terminal préganglionar (compete com Ca) e em menor extensão bloqueia canais de cálcio tipo P
Reversão do Bloqueio Neuromuscular Não-Despolarizante – inibidores da
acetilcolinesterase – neostigmina, piridostigmina, edrofônio. Sugamadex (ciclodextrina)
– reverte a ação dos bloqueadores esteroidais por formação de complexo inativo.
Não administrar inibidor de acetilcolinesterase + succinilcolina – bloqueio prolongado e
intenso
Farmacologia Clínica dos Fármacos Bloqueadores Ganglionares
Bloqueio de receptores nicotínicos em gânglios autonômicos simpáticos e
parassimpáticos
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- 
- 
Hexametônio
Mecamilamia
Tetraetilamônio
Trimetafano
Olho – ciclopegia e dilatação pupilar
(usualmente, mas pode não acontecer)
Cardiovascular – hipotensão
(vasodilatação venular e arterial)
e taquicardia reflexa
Trato Gastrointestinal – constipação
Hexametônio
Mecamilamina
Tetrametilamônio
Acetilcolina
Aplicação Clínica – infrequente
Emergência hipertensiva (suplantado por outros agentes anti-hipertensivos)
Efeitos adversos – boca seca, constipação, retensão urinária, hipotensão
postural

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