MS Clipping - Moore Stephens
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MS Clipping - Moore Stephens
03 de setembro de 2012 MS Clipping Moore Stephens Edição Diária ÍNDICE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA .....................................................................................................................................................................2 Substituição tributária é questionada (Valor Econômico) ....................................................................................................................2 ICMS na cesta básica opõe Estados e empresas (Valor Econômico) .................................................................................................3 SP facilita uso de regime especial (Valor Econômico) .........................................................................................................................3 Custeio de iluminação não entra no IR (Valor Econômico) .................................................................................................................4 Governo publica Decreto que prorroga redução de IPI (FISCOsoft) ...................................................................................................4 RECURSOS HUMANOS / TRABALHISTA ...............................................................................................................................................4 Ponto eletrônico para micro e pequenas empresas entra em vigor (Jornal do Comércio – RS) ......................................................4 Retenção de talentos evita prejuízos e amplia resultados (Jornal do Comércio – RS) .....................................................................5 Apólice 'anti-herdeiro' protege empresas (Valor Econômico)..............................................................................................................6 Gestão de pessoas é desafio para pequenas empresas (Folha de S. Paulo) .....................................................................................7 CONTABILIDADE / AUDITORIA ...............................................................................................................................................................8 Mercado exige novo perfil de auditores internos (Canal Executivo) ...................................................................................................8 Calculo do lucro contábil x financeiro (Administradores.com)............................................................................................................8 Ativo imobilizado e as novas regras contábeis (Moore Stephens News) ...........................................................................................9 OUTROS ASSUNTOS .............................................................................................................................................................................11 Agronegócio faz Centro-Oeste liderar crescimento no país (O Estado de S, Paulo) .......................................................................11 E as micro e pequenas? (Folha de S. Paulo) .......................................................................................................................................12 Indústria vai mudar patamar de crescimento (O Estado de S. Paulo) ...............................................................................................12 PIB medíocre atrai fantasma mexicano (Correio Braziliense) ............................................................................................................13 BC dos EUA deve esperar emergência para agir (Valor Econômico) ................................................................................................14 CPFL e Cemig são opções para Grupo Rede (Valor Econômico) ......................................................................................................15 Sobre a Moore Stephens Auditores e Consultores A Moore Stephens é uma das maiores redes de auditoria, consultoria e outsourcing contábil do mundo. A empresa é formada por aproximadamente 630 escritórios e está presente em mais de 100 países. Está entre as 12 maiores posições no ranking mundial, com faturamento anual de mais de US$ 2 bilhões. A Moore Stephens Auditores e Consultores presta serviços em auditoria, consultoria tributária e empresarial, tecnologia de informação, outsourcing de serviços contábeis, tributários e administrativos, e corporate finance. Há ainda determinadas divisões, com estruturas próprias, criadas para atendimento de interesses específicos, como a Divisão de Auditoria Interna e a Divisão de Small Business, entre outras. 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Hoje um dos principais questionamentos dos contribuintes é a Margem de Valor Agregado (MVA), que influencia diretamente no preço final dos produtos, assim como a devolução da diferença do ICMS nas vendas - discussão que aguarda uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF). "Todas as empresas ficam preocupadas com as margens estabelecidas muito acima do valor real das mercadorias porque não há como recuperar essa diferença", afirma o advogado Júlio de Oliveira, do Machado Associados. Na substituição tributária, um representante da cadeia produtiva recolhe o ICMS pelos demais. O fabricante, por exemplo, recolhe pelo distribuidor o imposto quando vende o produto e este, por consequência, paga o tributo antecipadamente. A base de cálculo do recolhimento parte de um valor estipulado (presumido) como o de venda. Em São Paulo, uma portaria publicada na semana passada ampliou o prazo para as pesquisas de atualização da MVA. Elas tinham que ser feitas a cada 15 meses. Agora, serão realizadas a cada 21 meses. Para Helcio Honda, diretor jurídico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a ampliação do prazo é uma forma de corrigir algumas distorções nas MVAs hoje cobradas. "Além disso, isso diminuiria o custo com essas pesquisas, que são altos", afirma. Para ele, o próximo passo deve ser uma revisão de quais produtos devem se submeter à substituição tributária. O diretor-adjunto da Diretoria da Administração Tributária (Deat) paulista, Afonso Quintã Serrano, afirma que o governo tem que construir uma média ponderada, que pode ser maior ou menor do que o valor agregado de fato à mercadoria. De acordo com ele, os setores têm que comprovar que contrataram instituto de pesquisa até nove meses antes de as novas margens entrarem em vigor. Depois, têm 30 dias para discutir os dados com o instituto e devem entregá-los ao Fisco 60 dias antes da vigência. "Vários Estados usam as margens de São Paulo por reconhecer a idoneidade desse processo", diz. No Rio de Janeiro, foram realizadas, em agosto, as primeiras audiências públicas para discutir a MVA com setores interessados. A Lei nº 6.276 estabeleceu isso em contrapartida ao fim de margens máximas de valor agregado, que antes existiam no Estado. "Isso impedia o Rio de aderir a convênios do qual participam vários Estados, unificando as alíquotas nas operações interestaduais", afirma Renato Vilella, secretário da MS News - Abril de 2012 Fazenda do Rio. Segundo ele, as margens aplicadas estavam defasadas. Cheryl Berno, chefe da divisão tributária da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), afirma que a lei foi modificada porque o próprio governo começou a extrapolar as margens máximas e o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RJ) considerou a medida ilegal. Em relação às audiências públicas, segundo ela, a discussão é limitada porque o governo primeiro firmou protocolos com outros Estados e só depois abriu a discussão com as entidades. Nessa revisão, subiu de 26,50% para 33,08% a MVA na saída de autopeças de concessionária autorizada. O Estado de Minas sempre chama as empresas para participar da definição das margens, segundo Pedro Meneguetti, secretário-adjunto da Fazenda mineira. "O Estado acompanha os preços para firmar as MVAs e, se o preço do produto sobe, contrata um instituto de pesquisa para atualizar os valores. Mas se o setor discordar, pode contratar uma pesquisa e nos apresentar", diz. Para o advogado Marcelo Jabour, diretor da Lex Legis Consultoria Tributária, por mais que haja participação dos contribuintes na definição das margens, a média nunca refletirá a realidade de um país com Estados tão economicamente favorecidos e outros desfavorecidos. "Além disso, os que têm o tributo pago por terceiros, na substituição tributária, acabam com créditos acumulados de ICMS", afirma. Além dessa discussão, os setores atingidos pela substituição tributária aguardam há quase dez anos um desfecho no Supremo de duas ações diretas de inconstitucionalidade (Adins), contrar normas de São Paulo e Pernambuco, que definirá se os Estados devem restituir aos contribuintes as diferenças que podem surgir de ICMS entre o valor da mercadoria com base na MVA e o montante real da venda final. Entidades envolvidas nas Adins estimam que o impacto dessa discussão para todos os Estados do país seja de cerca de R$ 10 bilhões. O julgamento está empatado em cinco a cinco. Falta o voto do ministro Ayres Brito, que aposenta-se em novembro. "Além disso, dos cinco ministros que votaram contra o contribuinte, quatro já se aposentaram", afirma Marco Antonio Pinto de Faria, diretor-presidente do Grupo Skill, que atua no processo como amicus curiae (parte interessada) junto da entidade que representa os distribuidores de bebidas. "Defendemos que o ICMS obedece ao sistema de débito e crédito, não é cumulativo, e isso tem que ser preservado coma restituição do que for pago a mais pelas indústrias", afirma. Para Marcelo Malagoni, da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), a substituição tributária tem sido usada de forma arrecadatória. "No início, só eram assim tributados os produtos que no varejo eram muito pulverizados. Mas depois quase tudo passou a ser tributado de forma antecipada, como instrumentos musicais e artigos esportivos", critica. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 2 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens ICMS na cesta básica opõe Estados e empresas Enquanto o governo federal discute a redução de carga tributária sobre produtos da cesta básica, Estados travam no Judiciário uma disputa com a indústria de alimentos e a rede varejista. Os produtos da cesta básica contam com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) reduzido de 7% por conta de incentivo previsto em convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O incentivo é legal. O problema está no cálculo do crédito do imposto. A indústria de alimentos e os varejistas querem crédito integral do imposto, de 12% pago nas operações interestaduais, mas alguns Estados concedem crédito de apenas 7%. A Fazenda de São Paulo diz que se os Estados perderem a disputa haverá impacto superior a R$ 1 bilhão para os cofres paulistas. A conta considera apenas os principais produtos que são comprados de outros Estados: embutidos, arroz e óleos comestíveis. As empresas dizem que o crédito de somente 7% tira parte de um benefício que teve por finalidade reduzir o preço de mercadorias consideradas de primeira necessidade para o consumidor final. Segundo os supermercados, além de São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Minas Gerais e Alagoas estão entre os Estados que passaram a limitar o crédito do ICMS a 7%. O grande problema acontece quando o produto é comercializado de um Estado para o outro. Se um produto da cesta básica for vendido para Estados do Sul e do Sudeste, a operação paga ICMS de 12% no local de destino. Como o imposto é recolhido no sistema de débito e crédito, na operação seguinte, dentro do Estado, as indústrias de alimentos e os varejistas querem usar o crédito integral do imposto, calculando os 12% sobre a nota de compra. Os Estados querem que as empresas usem crédito de 7%, que é a alíquota devida para os produtos da cesta básica na venda ao mercado interno. A questão deve ser resolvida em ação judicial que está no Supremo Tribunal Federal (STF). Originalmente a disputa envolvia o Estado do Rio Grande do Sul e a indústria de alimentos Santa Lúcia. Mas no início do ano passado, o STF decidiu pela repercussão geral no processo. Com isso, a decisão na ação da empresa gaúcha determinará a questão do crédito para a cesta básica em todos os Estados. A repercussão geral fez a ação judicial virar, nos últimos meses, alvo de petições de vários interessados que entraram com pedido para participar do processo, dar seus argumentos de defesa e levar juristas de peso para disputa. Entre os interessados que já participam do processo estão a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e o Estado de São Paulo. O convênio Confaz que possibilitou a redução do ICMS da cesta básica para 7% diz que os Estados estão 3 MS News - Abril de 2012 "autorizados" a permitir o crédito integral do imposto que, no caso, seria de 12%. Marcelo Salomão, que representa a Abia no processo, lembra que um convênio precisa da anuência de todos os Estados. E, diz ele, uma vez aprovado por convênio, o benefício se torna de aplicação obrigatória. Enlinson Mattos, professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), elaborou, em 2009, uma pesquisa que mediu a influência da redução do ICMS sobre o preço final dos produtos da cesta básica. O levantamento foi feito entre junho de 1994 e junho de 2008. Em sete dos dez bens pesquisados o índice de transmissão variou de 22% a 50%, em média. Ou seja, de cada R$ 1 de redução de ICMS resultante da alteração tributária, houve repasse de R$ 0,22 a R$ 0,50, em média, no preço ao consumidor final. Mattos lembra que os componentes da cesta são definidos individualmente pelos Estados. Ele acredita que o objetivo do convênio foi incentivar a produção local dos itens colocados dentro da cesta básica pelos governos estaduais. "A ideia foi permitir a redução do imposto a 7% para a produção interna aos Estados. Por essa lógica, o que vem de outro Estado acaba não tendo o mesmo benefício." O professor da FGV não acredita que a perda na disputa do ICMS pelas indústrias de alimentos e pelo setor varejista tenha impacto nos preços praticados atualmente. Para ele, o crédito de apenas 7% é o mecanismo utilizado atualmente e, por isso, já está "precificado". Marcelo Amaral Gonçalves de Mendonça, diretor de representação fiscal da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) da Secretaria de Fazenda de São Paulo, tem argumento semelhante. Ele diz que no Estado as empresas usualmente se creditam de apenas 7% e não de 12%. As empresas que não fazem isso, diz, são exceção. Por isso, uma decisão a favor do crédito parcial, de 7%, não trará repercussão em preços de produtos da cesta básica. "Mas uma decisão contrária aos Estados causará redução na arrecadação." Segundo a Fazenda Estadual, o crédito integral aplicado somente à venda de embutidos originados principalmente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná resultaria em perda de R$ 600 milhões em ICMS em cinco anos. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). SP facilita uso de regime especial O contribuinte preponderantemente exportador passa a ter que apresentar um número menor de documentos para beneficiar-se do Regime Especial Simplificado de Exportação paulista. Esse regime torna mais rápido o procedimento de importação de matéria-prima, produto intermediário ou material de embalagem empregados na fabricação de mercadoria que é imediatamente exportada. (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens A redução da burocracia foi instituída pela Portaria da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) nº 122, de 2012. O pedido de credenciamento no regime especial deverá ser instruído com cópia autenticada do Ato Declaratório Executivo (ADE) da Receita Federal que qualifique a empresa como preponderantemente exportadora, ou que suspenda o pagamento dos tributos federais sob condição de enquadramento como empresa preponderantemente exportadora. Além disso, se a empresa tiver estabelecimentos localizados em outros Estados, deverá apresentar o respectivo endereço e número de inscrição estadual. Esta portaria entra hoje em vigor. MS News - Abril de 2012 Industrializados (IPI) para automóveis, linha branca, móveis e material de construção. Na quarta-feira (29), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a prorrogação, por dois meses, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para automóveis. O benefício acabaria nesta sexta-feira, mas foi estendido até o fim de outubro. As medidas farão o governo deixar de arrecadar R$ 1,6 bilhão em 2012 e R$ 3,9 bilhões em 2013. Os eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras, tanquinhos e máquinas de lavar) e móveis, painéis e luminárias continuarão com alíquotas reduzidas até 31 de dezembro. A desoneração da linha branca também acabaria na sexta-feira, e o benefício para os móveis vigoraria até 30 de setembro. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). Fonte: FISCOsoft (31/08/2012). Custeio de iluminação não entra no IR RECURSOS HUMANOS / TRABALHISTA A Receita Federal decidiu que a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública (CCIP), cobrada nas contas de energia elétrica, não integra a base de cálculo do Imposto de Renda (IR), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), PIS e Cofins das distribuidoras de energia. O entendimento está na Solução de Divergência nº 12, da Coordenadoria-Geral de Tributação (Cosit), publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União (DOU). A orientação deverá ser seguida por todos os fiscais do país. A contribuição é cobrada de consumidores de energia elétrica com base em convênios firmados entre distribuidoras e municípios e o Distrito Federal. De acordo com o advogado Eduardo Santiago, do escritório Demarest & Almeida, não são todos os municípios que cobram a CCIP. "Quando qualquer autarquia ou empresa pública federal paga pelo serviço de fornecimento de energia, tem que fazer a retenção do IR, CSLL, PIS e Cofins em nome da concessionária", afirma. Por isso, segundo ele, a solução é relevante. A solução de consulta resolve a divergência entre a Solução de Consulta nº 69, de 2010, da 6ª Região Fiscal (Minas Gerais) e a Solução de Consulta nº 16, de 2012, da 1ª Região Fiscal (Distrito Federal). A primeira foi favorável à exclusão da CCIP da base de cálculo da retenção. A segunda havia entendido que a base de cálculo deveria ser o valor total da fatura de energia. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). Governo publica Decreto que prorroga redução de IPI para automóveis, linha branca, móveis e material de construção O Diário Oficial da União de hoje (31) publica o Decreto que prorrogou a redução do Imposto sobre Produtos Ponto eletrônico para micro e pequenas empresas entra em vigor Começa a vigorar a partir de hoje a portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que obriga as micro e pequenas empresas (MPEs) a instituir o ponto eletrônico em suas unidades. Segundo estimativa do Sebrae/Dieese, existem atualmente cerca de 6 milhões de micro e pequenas ativas no Brasil. Empresas com até dez empregados estão isentas de implementar o sistema. As com mais de dez empregados poderão escolher entre o ponto manual e o mecânico. Nos primeiros 90 dias após o início da obrigatoriedade, a fiscalização será orientativa, com o objetivo de indicar lacunas e falhas no sistema implementado. De acordo com o Ministério do Trabalho, o preço médio do aparelho é de R$ 2.850,00 e existem atualmente 66 modelos registrados. Essa é a terceira e última etapa de implantação do novo ponto, que começou em 2 de abril deste ano. Desde essa data, a medida passou a vigorar para empresas do varejo, da indústria e do setor de serviços. Em 1 de junho, foi a vez das empresas dos setores agrícola e agropecuário. De acordo com a norma, o trabalhador deve receber um comprovante após a marcação, mas ficará a seu critério guardá-lo ou não. O ministério diz que o objetivo do comprovante impresso é “dar segurança a trabalhadores e empregadores ao implementar meios mais eficazes e confiáveis de controle da jornada” e “inibir a prática de excesso de jornada”, pois “os horários das marcações ficarão registrados no sistema sem que possam ser excluídos”. No ano passado, 3.045 fiscais aplicaram 17.657 autos de infração em relação ao tema jornada de trabalho - nenhum (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 4 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens lavrado por causa de fraudes em relógios de ponto, segundo o Ministério do Trabalho. Foram cinco adiamentos até que a medida passasse finalmente a valer neste ano. A Portaria 1.510, que instaurou a obrigatoriedade do ponto eletrônico, foi editada em agosto de 2009. Empresários, advogados e representantes do governo travaram disputa jurídica pela implementação do novo registro por quase três anos. A justificativa do governo federal para a adoção do novo sistema foi a de evitar fraudes na marcação da jornada. As empresas reclamavam que haveria mais burocracia, mais custos e mais transtornos nas relações trabalhistas. Na sexta-feira passada, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) divulgou uma nota se posicionando contra a obrigatoriedade da medida. “O empregador terá que investir - sem qualquer retorno - cerca de R$ 3 mil somente com o equipamento, sem contar o elevado custo de reposição de papel para impressão dos comprovantes e os gastos com manutenção do sistema”, informou. Para a Fecomércio-SP, os registros de entrada e saída dos funcionários nas empresas poderiam continuar a ser feitos manualmente. Segundo a entidade, a impressão “resultaria em um grande desperdício de papel, o que acarreta agressão ao meio ambiente”. Fonte: Jornal do Comércio – RS (03/09/2012). Retenção de resultados talentos evita prejuízos e Em um cálculo rápido com base nos salários médios, Elias diz que a demissão espontânea significa três vezes o valor expresso na folha de pagamento das empresas de baixa tecnologia, como as indústrias coureiro-calçadistas, quatro vezes para as de média tecnologia, as companhias aéreas, por exemplo, e cinco vezes para as indústrias de alta complexidade. Outra procedimento é estimar os ganhos anuais e o número de colaboradores perdidos no período. Assim, basta multiplicar por 0,125% a remuneração média. Para um rendimento de R$ 40 mil ao ano, por exemplo, o custo será de R$ 50 mil. Ou seja, a perda de 10 colaboradores trará danos ao orçamento do empreendimento na ordem de R$ 500 mil em apenas 12 meses. A neutralização do problema, no entanto, pode não ser tão complicada, mas demanda a elaboração de programas de capacitação ajustados às necessidades da empresa e, sobretudo, aos interesses dos funcionários. Em síntese, a fórmula é treinamento e desenvolvimento de interesses mútuos, sistemas de avaliação de desempenho e resultados que proporcionem a chance de concorrer a novas vagas no plano de carreira, de preferência, com uma remuneração variável. amplia O sucesso de uma empresa depende de dois fatores ligados aos funcionários: motivação e comprometimento. Mesmo que ações direcionadas à retenção dos bons profissionais não signifiquem a necessidade de aumentar os custos, é muito comum que os executivos subestimem os prejuízos reais da rotatividade da equipe nas corporações. E você, já se perguntou qual é a parcela de responsabilidade dos colaboradores nos lucros dos seus negócios? A resposta a esse questionamento pode evitar uma perda tripla: o trabalhador, a qualidade dos serviços e a confiança dos que ficam. Neste contexto, o professor das faculdades de Administração da Pucrs, Uniritter e ESPM e consultor de gestão de pessoas, Jorge Elias, percebe uma relação direta dos resultados corporativos com a satisfação da equipe de trabalho. “Se os empresários e donos de empresas não estiveram atentos a estas questões, na verdade, colocarão uma margem significativa de seus lucros na lata de lixo”, garante ao lembrar que, muitas vezes, os prejuízos não aparecem nos balanços de contabilidade gerencial por estarem associados aos ativos intangíveis como a imagem e a qualificação de produtos e serviços. Existe até mesmo um clichê entre os consultores para 5 MS News - Abril de 2012 classificar a falta de preocupação com o assunto. “Alguns esquentam a água e outros tomam o chimarrão”, caçoa. Na avaliação do professor, é possível contabilizar perdas com o chamado turnover (rotatividade de pessoal) por meio de uma análise dos custos diretos (ingresso e registro, recrutamento e seleção, treinamento de integração e adaptação) e indiretos (imagem extralaboral, operacional e de investimento) da substituição. A lição teve de ser aprendida na prática pela franquia da Pizza Hut no Rio Grande do Sul. Para lidar com a alta rotatividade, revela a gerente de marketing, Dana Chmelnitsky, uma pesquisa com os funcionários traçou as metas de uma nova gestão de pessoal, fundamentada pelo desenvolvimento de lideranças e o incremento nos benefícios. Alterações no plano de saúde, valealimentação e projetos para a criação de espaços recreativos não demoraram a surtir o efeito esperado. Em um ano, o índice de rotatividade caiu em 50%, reduzindo também os custos de treinamento, confecção de crachás, uniformes, encargos de admissão e ampliando a margem de qualidade na relação com os clientes. Ao exercer a função de treinador na loja da avenida Protásio Alves, em Porto Alegre, Renan Bugmaer revela que, após um ano e meio como contratado, chegou a se desligar da Pizza Hut. Em 30 dias, ele passou por quatro restaurantes, onde sentiu na pele a falta dos padrões colocados em prática no antigo emprego. “Isso foi antes das mudanças. Já sentia saudades daqui e quando voltei a situação estava melhor, com plano de saúde modificado, vale-alimentação diferenciado e total autonomia sobre a divisão das gorjetas”, relata o funcionário, que mira uma nova escalada dentro da empresa. Na visão de Dana, a descrição de Bugmaer atesta o acerto do novo modelo de gestão. “No que se refere ao (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens desenvolvimento profissional, é preciso investir em treinamento e acompanhamento. Se for oferecido algo que a pessoa não está madura para assumir, será um fator de frustração. Do contrário, se as oportunidades forem muito demoradas, o desestímulo é duplicado. Então há um tempo exato para estimular a ascensão”, comenta Dana, ao relatar a existência de 40 vagas a serem preenchidas entre os 130 funcionários das seis lojas no Estado. Os ganhos com a manutenção do quadro, segundo ela, já permitem enfrentar o cenário de aquecimento na oferta de trabalho com mais êxito do que no passado. Manutenção dos profissionais é desafio dos CEOs Perder uma peça do time de colaboradores constitui uma série de prejuízos mensuráveis. Além dos custos tangíveis, como os gastos financeiros com o processo de seleção e a adaptação de um novo integrante — que geralmente é de três a cinco vezes maior que o valor médio do salário com encargos – a substituição de um talento que vai reforçar a concorrência pode se tornar ainda mais difícil. Em cargos de liderança, por exemplo, a conta tende a se tornar indigesta, pois inclui o tempo de preparo do novo sucessor. Segundo um relatório apresentado no início do ano pela a Sociedade de Gestão de Recursos Humanos dos Estados Unidos, onde a carga tributária incidente sobre a folha de pagamento é infinitamente menor do que a brasileira, diminuir em 10% a rotatividade na equipe pode ser mais lucrativo do que ampliar em 10% o volume de negócios. Outro estudo, realizado pela PWC Brasil, assegura que a retenção de talentos é a maior preocupação de 80% dos CEOs no País. Entretanto, ainda existe um abismo entre as principais causas de pedidos de demissão, apresentadas pelos funcionários e os fatores classificados como essenciais para manter os colaboradores motivados. Enquanto as corporações consideram o ambiente de trabalho, as oportunidades de crescimento e os desafios, os colaboradores costumam dar maior atenção às perspectivas de carreira, remuneração e benefícios. Por isso, especialistas alertam para algumas máximas sobre o tema. A primeira é não esperar por uma crise para, finalmente, abrir os olhos e implementar melhorias básicas em benefícios como plano de saúde, valealimentação e remuneração flexível vinculada a um plano de carreira. Progressos em itens que fortaleçam a cultura organizacional podem fazer toda a diferença e aumentar a taxa de resistência dos talentos frente às eventuais propostas de mercado. Dicas para manter seus talentos na equipe - Não espere até que os custos da rotatividade afetem a produtividade e a qualidade dos negócios para implantar um programa de retenção. MS News - Abril de 2012 - Funcionários buscam crescimento gradativo, passo a passo, degrau a degrau, sem ter que se submeter às incoerências e tomar posições que confrontem a ética profissional. Descubra por que os empregados permanecem na sua organização. - Verifique por que os empregados deixam a organização. Converse com quem está saindo. Entrevistas podem ajudar a descobrir os motivos e a encontrar informações valiosas sobre as melhorias necessárias em sua empresa. - Classifique os funcionários em três categorias: melhores performers, talentos do meio e baixo rendimento. O objetivo é reter seus melhores, desenvolver os talentos do meio para alçá-los à categoria de melhores performers, e estimular os de baixo rendimento. - Entreviste os melhores desempenhos para descobrir aspectos como que tipo de ofertas competitivas podem ser atraentes e que fatores são considerados essenciais para desenvolver a atividade com maior disposição. - Nunca subestime o valor da rotatividade. Algumas estimativas dão conta de que uma redução de 10% na rotatividade de funcionários tenha mais valor do que um aumento de 10% na produtividade, ou nas vendas. Fonte: Jornal do Comércio – RS (03/09/2012). Apólice 'anti-herdeiro' protege empresas Há 22 anos, o contador José Carlos Gonçalves, sua esposa e seus 3 irmãos criaram a JPJ Assessoria Contábil. Inicialmente um complemento ao seu salário como empregado de uma companhia do setor de petróleo e gás, a empresa hoje conta com mais de 40 funcionários. Mas não é porque o negócio prosperou em família que precisa correr o risco de afundar se um dos sócios falecer e o comando chegar às mãos de um filho que não foi preparado para isso. Cada um dos sócios possui um seguro de vida que garante a compra de sua fatia na empresa pelos demais em caso de falecimento. Embora disponível no Brasil há dez anos, a venda deste tipo de seguro só se intensificou nos últimos dois anos, com o crescimento da economia e das empresas. Conhecido no exterior como "buy & sell" (compra e venda), o seguro faz parte do portfólio da Prudential, da BB Mapfre e da Mongeral Aegon. Gonçalves possui o seguro de vida da Prudential que tem como beneficiário e contratante a própria empresa. Além disso, o seguro é atrelado a um contrato que garante a compra das cotas na sociedade e a distribuição aos demais sócios. O seguro é vitalício e será pago ao longo de 22 anos. Quando se aposentar, o empresário pode receber o capital segurado, que no caso é de R$ 120 mil, em parcelas ou de uma só vez. No seguro de sucessão da Prudential, o valor segurado pode chegar a R$ 15,8 milhões. Enquanto na BB Mapfre (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 6 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens esse valor está limitado a R$ 12 milhões e na Mongeral, a R$ 40 milhões. Na Prudential, ao mesmo tempo em que o empresário contrata o seguro, os filhos também precisam assinar um contrato afirmando que concordam com a venda de sua parte da sociedade. Já em produto semelhante oferecido pela BB Mapfre, o segundo contrato é desnecessário. De acordo com Bento Zanzini, diretor de pessoas do grupo, nem sempre as famílias são informadas que, em caso de morte de um dos sócios, a parte que lhes caberia de herança será vendida aos outros sócios. "Esse seguro é feito por pessoas que já são suficientemente ricas para prover a continuidade financeira da família. Sua preocupação na contratação é com a continuidade da empresa, quando um falecimento significaria a intervenção de uma familiar que não está preparado para isso", explica Zanzini. Para evitar posteriores batalhas judiciais, o seguro da BB Mapfre só pode ser feito por empresas de sociedade limitada, cujo valor é anualmente reavaliado. MS News - Abril de 2012 Gestão de pessoas é desafio para pequenas empresas A adoção de políticas de recursos humanos em micro e pequenas empresas (MPEs) é muitas vezes vista com resistência pelo empresário. A falta de conhecimento e de recursos estão entre as causas. Nesse assunto, poucas vão além do básico, como folha de pagamento, demissão e contratação. Segundo Celso Bazzola, sócio-diretor da Bazz Estratégia e Operação de RH, empresa que dá consultoria para MPEs, o grande desafio é fazer o pequeno empreendedor enxergar essas políticas como investimento, não como custo. "Eles acham que é coisa para empresa grande e só dão importância quando começam a perder talentos." A atração e retenção de bons profissionais estão entre os principais motivos para uma empresa ficar atenta à gestão de pessoas. Isso porque o custo da rotatividade de funcionários é muito alto. Criatividade As sociedades anônimas também podem se proteger contra os riscos da morte inesperada de um executivo essencial para o seu funcionamento. O seguro para executivo-chave também é contratado pela empresa e sua indenização será utilizada no processo de seleção de um substituto. Na Prudential, essa indenização varia entre cinco e doze vezes o salário anual do executivo, enquanto na BB Mapfre o valor varia entre cinco e dez vezes essa remuneração. Embora não sejam exatamente novos, os dois tipos de seguro ainda são desconhecidos por boa parte dos executivos brasileiros. Zanzini conta que, antes de inclui-lo em seu portfólio, a BB Mapfre recebeu alguns pedidos de empresas multinacionais que conheciam o produto através de suas matrizes. Atualmente com pouco mais de 30 apólices de executivo-chave (key man) e buy & sell em sua carteira, o diretor da BB Mapfre acredita que há espaço para ampliar as vendas. O superintendente de private solutions da Mongeral Aegon, Dirceu Braga, também aposta no crescimento. "Ainda estamos em uma fase de contar para o mercado que o produto existe no Brasil, mas toda empresa quer prosperar e se perpetuar e esse produto faz parte de um bom planejamento em qualquer lugar do mundo". Como a BB Mapfre, a Mongeral ainda não pagou nenhuma indenização. Por outro lado, boas práticas de gestão nem sempre precisam de grandes investimentos. Em alguns casos, basta um pouco de criatividade. Foi o que percebeu a direção de uma pequena metalúrgica carioca, a Maemfe. Desde 2004, a empresa vem implementando ações no intuito de melhorar os níveis de satisfação. "São ações simples, mas que têm trazido ótimos resultados", disse Marcos Paulo Dinis Ano Bom, diretor da empresa. Ano Bom cita como exemplo o programa Bom Dia Maemfe, que mensalmente reúne os funcionários para um café da manhã oferecido pela empresa. "Nessas ocasiões, a diretoria faz um relatório resumido dos números recentes e fala sobre os planos." A transparência na relação entre direção e funcionários trouxe resultados. Conforme relata o diretor, na pesquisa de clima que a empresa realiza entre seus colaboradores, o nível de satisfação médio constatado tem sido de 7 pontos - em uma escala de 0 a 10. "Hoje o funcionário se sente parte do negócio e acredita na empresa." Nova mentalidade Mesmo com resistências, a mentalidade do pequeno empresário sobre gestão de pessoas vem mudando. Há mais tempo em operação no segmento, a Prudential observa um crescimento de cerca de 50% nas vendas desde 2008, de acordo com Fernando Pinto, vicepresidente de operações da Prudential. "O próprio crescimento da economia fez aumentar a demanda. As empresas têm um valor maior e, portanto, há mais para proteger". O problema é conseguir agir em meio a tantas prioridades urgentes. É o que afirma Carlos Silva, Membro do Conselho Deliberativo da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e sócio-diretor da Lesap Consultoria Empresarial. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). "Os pequenos empresários estão sempre apagando incêndios, tentando manter o negócio funcionando. Eles nem sempre têm tempo de pensar em RH", afirma Silva. 7 (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens Ele reforça, porém, que a partir de dez funcionários toda empresa deveria ter políticas de recursos humanos. "Caso contrário, o empresário estará só 'treinando' o funcionário para outra empresa, pois, na primeira oportunidade, ele troca de emprego." Silva enfatiza que o mercado está sempre em busca de bons profissionais e que o pequeno empreendedor tem de aprender a valorizá-lo. "Quando um trabalhador fica insatisfeito é como se estivesse no mercado. Está sempre à procura de um emprego melhor." Fonte: Folha de S. Paulo (03/09/2012). CONTABILIDADE / AUDITORIA MS News - Abril de 2012 A auditoria pode servir como uma ponte para crescer na carreira. Uma passagem pela área muda a visão de risco que o profissional tem, sendo assim importante para compor um executivo completo. Para atuar no ramo, é imprescindível ter inglês fluente, língua cada vez mais exigida pelas corporações, saber lidar com a pressão por resultados e ter um perfil “nômade” – a maioria das oportunidades de trabalho está em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas o posto exige que sejam realizadas viagens constantes. Outro ponto positivo para o profissional de auditoria é que o Brasil desponta como a menina dos olhos do setor na América Latina. De acordo com Lourenço, as melhores práticas na área são encontradas no país, que tem se tornado referência para a região. Fonte: Canal Executivo (31/08/2012). Mercado exige novo perfil de auditores internos Diante do novo cenário global corporativo, surge no mercado a demanda para um novo perfil de auditor interno – profissional de gestão responsável por mitigar riscos nas companhias. Antes visto como um “inimigo” dos funcionários, o auditor agora precisa assumir cada vez mais a postura de colaborador. “As empresas estão buscando um profissional que seja parceiro do negócio e não um ‘espião’ da matriz”, avalia Bruno Lourenço, gerente da área de expertise de impostos e auditoria da Hays, especializada em recrutar para a média e a alta gerências. Para acompanhar esse movimento, além dos requisitos técnicos que o posto exige, de uma boa visão de negócios e do profundo conhecimento da empresa, economistas, administradores e contadores que se dedicam à auditoria interna precisam desenvolver muito jogo de cintura. O novo papel desses profissionais tem um caráter consultivo e não reserva muito espaço para perfis inflexíveis, como era praxe até cerca de dois anos atrás. “O auditor era aquele que almoçava sozinho”, lembra o gerente da Hays, ao ilustrar o afastamento do profissional dos demais funcionários e o sentimento de antipatia. Agora, diz ele, existe a necessidade de que o profissional seja percebido como um parceiro que irá não apenas apontar erros, mas também sugerir soluções e ajudar na redução de custos da companhia. "A ideia é que ninguém tema o momento da auditoria na corporação e entenda a sua importância de forma plena". De acordo com Lourenço, a onda de fusões e aquisições que atingiu os diversos setores da economia é um dos fatores responsáveis por essa mudança no perfil dos auditores. O choque cultural decorrente do encontro de diferentes equipes e normas organizacionais obrigou os profissionais de auditoria a reverem seu papel, adequando-se à nova dinâmica dos negócios. Calculo do lucro contábil x financeiro Quais seriam as principais diferenças entre a contabilidade que segue as normas e os regulamentos legais e outra que busca o único resultado final, baseada sempre em princípios matemáticos e técnicas de controle financeiro e gestão da informação? A contabilidade vista como uma ciência elaborada de acordo com os preceitos legais, está mais direcionada para atender o público externo (mercado/ governo), já a contabilidade gerencial/financeira está mais voltada para o público interno (alta gestão), não correndo, assim, o risco de exposição de parâmetros estratégicos. A "contabilidade sob fluxo financeiro”, mesmo elaborada de uma forma independente e com regras próprias, sempre deverá atingir o mesmo resultado, que terá sua equivalência comprovada e aferida pela evolução ou queda dos ativos de tesouraria (disponibilidades + contas a receber), não deixando margens para introdução de critérios aleatórios ou subjetivos. Já a contabilidade padrão, adotando normas técnicas, fiscais e critérios legais generalizados, como no caso das depreciações, provisões, reavaliação de ativos, valores intangíveis, correção monetária etc., tende a apurar um único resultado parametrizado. A forma de efetuar a contabilidade gerencial com base nos dados do fluxo financeiro em tempo real tem a vantagem de apresentar grande agilidade operacional na sua apuração, menor complexidade com baixo custo, permitindo também uma maior facilidade na sua conferência, mais fácil entendimento e compreensão dos dados apresentados – sendo que a contabilidade padrão exige um maior nível de conhecimento para sua elaboração –, bem como depende também de documentações mais formais oriundas de diversas áreas da empresa, que já deverão estar previamente analisadas e devidamente comprovadas. (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 8 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens Apesar de não utilizar os critérios técnicos de depreciações, a contabilidade gerencial, em contrapartida, analisa o desembolso ocorrido na conta de investimentos, verificando o montante e o percentual vertical sobre as vendas, referentes aos valores aplicados nas subcontas de máquinas e equipamentos, distribuição de lucros, imóveis, veículos, títulos do tesouro etc. Um bom indicador para acompanhar a saudável administração financeira seria verificar como foi realizada a distribuição do resultado operacional, considerando-se que o ideal seria o tripé de divisão na proporção de um terço para os investimentos, um terço para capital de giro e outro para os sócios. O fato é que, de qualquer forma, na sua apuração, não se deve avaliar (concluir) o resultado apenas de forma mensal, pois, dentro do grupo das despesas, existem muitas ações que refletiram naquele momento, mas são ações de contextos já realizados anteriormente, como manutenção, propaganda, viagens etc., assim também muitos fatos gerados dentro do mês podem ter suas ações refletidas e influenciando os resultados nos meses seguintes. Talvez a maior controvérsia seja o fato de que, na parte da apuração dos custos das mercadorias vendidas, a contabilidade deduz os custos somente do que foi gasto com a venda, enquanto na proposta pelo fluxo financeiro, este vai ser refletido pelo markup ( % vertical. s/ faturamento) dos gastos com fornecedores; na verdade, será feita a apuração do resultado que afeta diretamente o caixa, geralmente o ponto mais vulnerável na maioria das empresas. Quem poderia dizer que estoque não é custo? O lucro único apurado pela contabilidade de modo tradicional não tem como ser aferido, pode até passar por um processo de auditoria, mas não é passível de comprovação ("fazer bater" com outro número); conforme os critérios que foram adotados, pode até vir a ser representado por números diferentes (mudar de contador, equipe ou contabilidade). Já em relação à apuração dos resultados de acordo com a proposta da "contabilidade gerencial sob o fluxo financeiro", pode-se afirmar que o lucro ou prejuízo de caixa sempre será único e terá seu valor equivalente e correspondente à variação dos ativos de tesouraria, em um determinado período. Tanto o regime de competência como o de caixa são indicadores relevantes para auxílio nas tomadas de decisão, no entanto, acredito que o regime de caixa seja a forma mais vantajosa para a maioria das pequenas e médias empresas. Além dos motivos expostos acima, já é sabido que "O que paga a conta é o caixa, não o lucro". Fonte: Administradores.com.br (31/08/2012). 9 MS News - Abril de 2012 Ativo imobilizado e as novas regras contábeis É sabido que até a edição da Lei 11.638/2007, a grande maioria das empresas brasileiras vinha divulgando de forma equivocada(pra não dizer infundada), que as taxas de depreciação informadas em seus balanços levavam em consideração a estimativa de vida útil dos bens, quando em verdade, essas taxas eram aquelas reconhecidas pela Secretaria da Receita Federal como sendo dedutíveis nas bases de cálculo do IRPJ e CSLL. Assim, com o aproveitamento máximo das taxas de depreciação, as empresas viram ao longo dos anos seu ativo imobilizado contábil minguar e, em até alguns casos, reduzir-se a zero, embora os bens correspondentes estivessem em plena operação e gerando caixa como se fossem novos. Essa questão era ainda mais nociva do ponto de vista contábil quando se utilizava a depreciação acelerada, quando a operação era realizada em mais de um turno de trabalho. Para compensar essa “heresia” contábil, as empresas utilizavam-se do instituto da Reavaliação, recompondo o valor patrimonial dos bens e, por consequência, do próprio patrimônio líquido (na verdade este último sempre foi o principal foco). Com o advento da Lei 11.638/2007, a adoção da Reavaliação de ativos como forma de recompor o imobilizado - ou o patrimônio líquido - deixou de ser permitida. Contudo, o ICPC 10, que é a interpretação sobre a aplicação inicial ao ativo imobilizado e a propriedade para investimento (CPCs 27, 28, 37 e 43), permitiu e incentivou a atribuição de custo (deemed cost), sendo essa opção aplicável apenas e tão somente na adoção inicial, não sendo admitida revisão da opção em períodos subseqüentes. Segundo o item 22 do ICPC 10: 22. Incentiva-se, fortemente, que, no caso do item 21 desta Interpretação, na adoção do Pronunciamento Técnico CPC 27 seja adotado, como custo atribuído (deemed cost), esse valor justo. Essa opção é aplicável apenas e tão somente na adoção inicial, não sendo admitida revisão da opção em períodos subsequentes ao da adoção inicial. Consequentemente, esse procedimento específico não significa a adoção da prática contábil da reavaliação de bens apresentada no próprio Pronunciamento Técnico CPC 27. A previsão de atribuição de custo na adoção inicial (deemed cost) está em linha com o contido nas normas contábeis internacionais emitidas pelo IASB (IFRS 1, em especial nos itens D5 a D8). Se realizada reavaliação do imobilizado anteriormente, enquanto legalmente permitida, e substancialmente representativa ainda do valor justo, podem seus valores ser admitidos como custo atribuído. (Fonte: ICPC 10). Cabe destacar que os novos normativos devem ser adotados no exercício de 2010, não sendo admitida sua postergação para períodos posteriores. (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens Diante dessas premissas, muitas empresas avistaram a possibilidade de regularizar o custo (ou valor justo) do seu ativo imobilizado e, em conjunto com os demais pronunciamentos correlatos, adequar a estimativa de vida útil dos bens, item este que historicamente nunca foi objeto de uma análise técnica adequada, pois a taxa fiscal até então utilizada visivelmente não condizia com a realidade operacional da maioria delas. Assim, a adoção dos novos normativos contábeis tem como principais objetivos: 1) Inventariar anualmente os bens com o objetivo de verificar sua utilização e estado de conservação, ajustando a taxa de depreciação sempre que observada alguma inconsistência, mesmo que tecnológica; 2) atribuir valor aos bens de maior relevância, principalmente, àqueles ligados à área produtiva (indústria) – somente em 2010; 3) estimar a vida útil efetiva desses bens e o valor a ser depreciável, de modo que a despesa com depreciação seja apresentada com maior fidedignidade; e MS News - Abril de 2012 utilização entre outros. Em resumo, deve-se olhar para o passado para prever como será o comportamento no futuro, fazendo ajustes quando necessário. Um ponto a ser levado em consideração é que a estimativa de vida útil não precisa necessariamente ser medida em tempo de uso. O item 62 do CPC 27 destaca: 62. Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o método da linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O método dos saldos decrescentes resulta em despesa decrescente durante a vida útil. O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão. 4) eliminar ressalvas técnicas dos auditores independentes sobre os balanços que não observarem as novas regras. Essa premissa do CPC deve ser levada em consideração principalmente porque no período de manutenção programado nenhuma depreciação de equipamentos da indústria deve ser contabilizada. Procedimentos a serem adotados Contabilização, efeitos fiscais e distribuição de dividendos Deverão ser elaborados, por pessoal especializado, laudos técnicos determinando a estimativa de vida útil e econômica dos bens. Esses laudos poderão ser elaborados internamente, contudo, a maioria das empresas tem dificuldade em atender todos os requisitos da norma, fato esse que leva à contratação de empresa especializada terceirizada. Bom lembrar que vida útil do bem é diferente de vida econômica, pois a primeira está ligada a quanto tempo o bem vai durar ou é permitido o seu uso; e a segunda está ligada a quanto tempo a empresa pretende permanecer com o bem. A contabilização da mais valia dos ativos é exatamente igual à antiga Reavaliação, inclusive quanto ao reconhecimento do IRPJ e da CSLL diferidos, porém, a contrapartida em conta de Reserva de Reavaliação no Patrimônio Líquido do passado passa a ser na nova rubrica denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial. Deverão ser mantidos controles adequados se demais ajustes em contrapartida dessa rubrica forem requeridos. O laudo deve indicar o valor recuperável dos ativos, ou seja, o montante pelo qual se espera obter quando o bem for desativado. Entendemos que, por mais que seja difícil esta previsão, muitos dos bens terão um valor recuperável no futuro pela venda, principalmente bens de fácil colocação no mercado, como veículos. É importante ressaltar que o valor depreciável e que gera despesas no resultado será a diferença entre o valor estimado do bem (deemed cost) e o valor recuperável (ou valor residual). Obviamente que se não houver valor atribuído, a depreciação será pela diferença entre o custo de aquisição e o valor recuperável. A estimativa de vida útil dos bens não pode ser realizada somente com base no que é usual pelo mercado, mas também se deve levar em conta como a empresa administra seus bens, considerando o histórico de manutenção, de posse e desativação, a forma de É importante lembrar que a dilatação do prazo de vida útil calculada pelos peritos, ou em alguns casos a sua diminuição, não produzirá efeitos na apuração dos impostos, motivo pelo qual é recomendável que a empresa mantenha dois sistemas de controle patrimonial, sendo um para cálculo e registro contábil da depreciação pelas novas taxas; e outro para apuração das bases de cálculo de IRPJ e CSLL. Sem esse controle é impossível ajustar as bases de cálculo no LALUR, tendo a empresa que adotar as novas taxas como dedutíveis ou ficar sujeita a autuações fiscais se o prazo estimado for inferior ao determinado pelo fisco. Bom lembrar também que os ajustes da depreciação no LALUR, ou seja, diferente da despesa contabilizada, produzirão efeitos fiscais futuros que deverão ser reconhecidos (IRPJ/CSLL diferidos) – na maioria dos casos, um passivo. A mais valia de ativos pode aumentar o valor da despesa de depreciação, diminuindo o lucro ou gerando prejuízo e, num primeiro momento, a idéia que se tem é que isso (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 10 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens afeta o valor a ser distribuído a título de dividendos. Contudo, esse efeito é eliminado, pois, a exemplo da antiga Reavaliação, a empresa deve “Realizar” a rubrica de Ajustes de Avaliação Patrimonial contra a conta Lucros Acumulados, compensando o valor da depreciação a maior registrada. Em resumo, o procedimento de avaliação não afeta a distribuição de dividendos. Todos esses efeitos futuros devem ser rigorosamente calculados para a empresa não incorrer no equívoco de começar, a partir da avaliação, a apresentar somente resultados negativos, pois a depreciação da mais valia registrada no resultado é eliminada somente no patrimônio líquido. Assim, pra quem depende de demonstrar lucro para captação de recursos no mercado, esse é um item que deve ser muito bem calculado. Considerações finais O processo de avaliação de bens do ativo imobilizado requer metodologia e capacidade técnica próprios e, por ter um impacto significativo sobre as demonstrações contábeis que perdura por um período razoável de tempo, devemos (auditores, contadores e administradores de empresas) usar a nossa experiência para assegurar que todas as precauções possíveis serão devidamente tomadas, que o montante de avaliação a ser reconhecido está próximo do que seria efetivamente adequado, que os efeitos contábeis futuros foram avaliados e que a estimativa de vida útil a ser determinada pelos peritos condiz com as operações da empresa. Há de se ressaltar ainda que esse processo de avaliação não se confunde com os processos de Reavaliações de bens utilizados em grande escala pelas empresas no passado. Primeiro porque, pela norma, não mais se poderá atribuir valor ao imobilizado no futuro e, segundo, que esse processo tem por objetivo primordial trazer os valores e procedimentos contábeis o mais próximo da realidade de cada empresa, como sendo única e não dentro de um contexto padronizado de mercado. Assim, devem ser levados em consideração detalhes próprios da sua gestão e da sua operação. Tanto isso é verdade que a norma estabelece uma revisão dos critérios no mínimo anualmente, pois já se prevê que numa mudança de administração ou gestão os valores de recuperação de ativos, e consequentemente, de vida útil, poderão sofrer alterações importantes, razão pela qual esses itens não podem ser considerados fatores desprezíveis nesse momento. Paulo Roberto Cardoso é diretor da Moore Stephens Fonte: Moore Stephens News (12/2011). 11 MS News - Abril de 2012 OUTROS ASSUNTOS Agronegócio faz Centro-Oeste liderar crescimento no país Bom momento da agropecuária, com cotação dos preços dos grãos subindo e seca nos EUA, amplia a riqueza dos Estados da região O Centro-Oeste é a região que mais cresce no País. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e o Distrito Federal estão sendo impulsionados pelo bom momento da agropecuária e, mais recentemente, pelo aumento da cotação dos grãos no mercado internacional. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central referente ao Centro-Oeste apontou um crescimento de 5,9% nos 12 meses encerrados em maio - na sequência, estão o Sul (4,4%) e o Nordeste (4,2%). Por trimestre, o crescimento do Centro-Oeste já é o maior do País há um ano, segundo o BC. No fim do ano passado, em novembro, o maior crescimento acumulado em 12 meses era da Região Norte (4,8%), seguida de perto pelo Nordeste (4,7%) e Centro-Oeste (4,7%). "Tivemos um ano com bons preços na agricultura e isso ajudou bastante a elevar o faturamento total da produção. Como a agricultura corresponde a 70% do PIB de Mato Grosso, todos os setores do Estado têm um bom resultado", diz Ricardo Tomczyk, vice-presidente da Associação dos Produtores de soja e milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja). Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgados na semana passada, mostraram um crescimento maior da agricultura ante as demais atividades econômicas. Na comparação com os três primeiros meses do ano, a agricultura cresceu 4,9%. A indústria recuou 2,5%, enquanto o setor de serviços teve alta de 0,7%. A quebra de safra do milho e da soja nos Estados Unidos também serviu de impulso para a região. Os preços dos dois produtos aumentaram expressivamente no cenário internacional. Em Rondonópolis, Mato Grosso, o preço negociado da saca de soja passou R$ de 42, em agosto de 2011, para R$ 75,2 este ano. "Nos últimos 12 meses, passamos por uma situação conjuntural com forte influência. Os problemas climáticos afetaram os principais países produtores, o que não é comum", diz Fábio Trigueirinho, secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O Centro-Oeste é o principal produtor de grãos do Brasil. Na safra de 2012, que deve ser recorde, o IBGE prevê que a região será responsável por 42,7% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de todo o País somente Mato Grosso produz 20 milhões de toneladas de (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens soja, o que sozinho o torna o quarto maior produtor do mundo. Efeito geral. O crescimento do agronegócio estimula outros setores da economia, com impacto direto no emprego no Centro-Oeste. A evolução na contratação de trabalhadores com carteira assinada na região se mantém no mesmo patamar de 2011, segundo dados do Cadastro Geral Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged). O Centro-Oeste é a única região que conseguiu manter o mesmo ritmo do crescimento do emprego (leia quadro ao lado). "Há uma retomada da capacidade de investimento, em renovação de maquinário, o que dinamiza o restante da economia local. Ou seja, todos os provedores de insumos e serviços para os produtores acabam se beneficiando", diz André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult. Nos últimos anos, o Centro-Oeste aumentou a sua participação no PIB nacional. De 2002 para 2009, segundo o IBGE, cresceu de 8,8% para 9,6%. O aumento de 0,8 ponto porcentual no período foi o maior entre todas as regiões. Esse crescimento, impulsionado pelo agronegócio, alterou a estrutura das classes sociais (leia quadro ao lado). "O dinheiro do agronegócio é como o crédito funciona para outras regiões do País. É um alavancador do consumo, o que faz com que toda a máquina cresça", diz Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. A nova classe média - a chamada classe C - corresponde a um mercado consumidor de R$ 98,7 bilhões. Fonte: O Estado de S. Paulo (03/09/2012). MS News - Abril de 2012 Estatuto da MPE (1999). A contínua mobilização da sociedade garantiu nos anos seguintes, já no governo do PT, novos progressos que resultaram na criação da Lei Geral das MPEs, incluindo o Simples Nacional. Há, porém, uma longa agenda em aberto. Mesmo com toda sua importância econômica e social, as micro e pequenas empresas são sempre esquecidas nos anúncios dos pacotes criados pelo governo para ajudar as empresas de maior porte a enfrentar a crise. Além de esquecidas, são também discriminadas. Um exemplo definitivo: com os sucessivos pacotes de desoneração editados nos últimos meses, empresas de maior porte beneficiadas passaram a pagar 1% sobre o faturamento a título de contribuição previdenciária patronal. As de micro e pequeno porte incluídas no Simples Nacional chegam a pagar quase cinco vezes mais, dependendo do seu faturamento. É exatamente o contrário do que vemos em países que compreendem a relevância do segmento. Neles, as MPEs estão no foco central de políticas e regulamentações que equacionam questões que, no Brasil, respondem pelo altíssimo grau de informalidade -os tributos, a Previdência Social e as relações trabalhistas. Segundo o IBGE, em nosso país, para cada MPE formal, duas permanecem na informalidade. O estabelecimento de políticas públicas destinadas à reversão desse cenário é medida que se impõe por pelo menos duas razões principais: primeira, porque também elas sofrem com a crise internacional; e, ainda, porque o país não pode prescindir de sua capacidade de movimentar a economia no processo virtuoso de geração de emprego, renda, consumo e produção. E as micro e pequenas? Por Aécio Neves Fonte: Folha de S. Paulo (03/09/2012). Em meio à crise, passa despercebida a importância das micro e pequenas empresas (MPEs) na economia brasileira. Dados do Ministério do Trabalho mostram que elas respondem por sete entre cada dez vagas de emprego com carteira assinada no país. Também indicam que criaram o triplo de empregos no primeiro semestre deste ano -793.987, ante 253.927 abertos pelas grandes. Segundo o IBGE, das 4,6 milhões de empresas ativas do país, 98,4% são de micro e pequeno porte e empregam 48,8% dos trabalhadores ocupados. São também os principais agentes de desenvolvimento regional, pois estão presentes na totalidade dos mais de 5.000 municípios brasileiros. Indústria vai mudar patamar de crescimento A indústria nacional inaugura um novo patamar de crescimento na próxima década. O desempenho será melhor do que a média vista nos dez anos pré-crise de 2008, mas inferior ao do ano que antecedeu a quebra do banco norte-americano Lehmann Brothers. Estudo produzido com exclusividade pela consultoria LCA a pedido da "Agência Estado" projeta uma expansão média de 4% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) do setor no Brasil, no período de 2013 a 2022. A importância das MPEs está contemplada na Constituição, que determina às três diferentes instâncias de governo dar a elas tratamento diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações tributárias, previdenciárias, creditícias e trabalhistas. A indústria de transformação deve crescer menos do que a média, acompanhando o que já ocorre nas economias mais avançadas, com taxa de 3,1% ao ano. Caberá ao mercado interno, principalmente à produção de petróleo e gás no pré-sal, o impulso à indústria brasileira na década, passada a pior fase da turbulência que redesenhou o cenário competitivo em todo o mundo. Avançamos significativamente no governo reformador do presidente FHC, com a criação do Simples (1996) e do O crescimento médio de 4% ao ano da indústria brasileira na próxima década supera o da década que antecedeu a (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 12 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens crise internacional, de 1998 a 2007, quando o setor expandiu a taxas médias anuais de 2,1%. A diferença da alta entre os dois períodos é de 1,9 ponto porcentual. Para a indústria de transformação, o intervalo é menor, de 1,1 ponto. Comparado a 2010, contudo, o desempenho da indústria não é tão positivo. Naquele ano, o crescimento de 10,4% refletiu em parte a recuperação da queda de 5,6% do ano anterior. O crescimento de 2013 a 2022 deverá aproximarse dos 4,1% de 2008 e ser inferior aos 5,3% de 2007, antes do mercado mundial ser surpreendido pela falência do Lehman Brothers. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A indústria brasileira estava em um bom período, o que não acontecia desde o fim da década de 1970. Na década de 2000, até a crise internacional, vinha mostrando um fôlego de crescimento e retomada de investimentos", contextualizou o coordenador do grupo de Indústria do Instituto de Economia da UFRJ e assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), David Kupfer. A partir de 2008, com o desaquecimento dos principais mercados, importantes países compradores dos bens brasileiros fecharam suas portas. Simultaneamente, produtores internacionais, principalmente os chineses, encontraram no Brasil uma oportunidade de escoar suas mercadorias, por um período, com vantagens cambiais. A crise mundial afetou a indústria brasileira em três dimensões. Foi prejudicial aos exportadores de insumos básicos, sendo a cadeia de mineração e metalurgia o principal exemplo; aos que sofreram a competição direta dos importados; e aos afetados pelo desaquecimento da economia interna. São diagnósticos diferentes, cujas soluções exigem ações políticas diferentes e esforços do empresariado distintos, segundo Kupfer. "Perdemos exportação de aço básico e isso terá que ser substituído por mercado interno, mas não de aço básico, e sim de aços mais elaborados. É uma mudança estratégica importante", disse o economista. As turbulências externas só não comprometeram mais a capacidade de desenvolvimento da indústria brasileira, por conta das medidas de estímulo à economia implementadas pelo governo, de acordo com o economista da LCA Thovan Caetano. "O crescimento de 4% ao ano na média da próxima década não é espetacular. É um crescimento moderado. Mas, poderia ser pior, caso as medidas não tivessem sido tomadas", afirmou. Atividades de uso intensivo de mão de obra, como a de calçados e a de vestuários, tendem a ter mais dificuldades de reestruturação após a crise, analisa o professor da Unicamp e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Gomes de Almeida. "Nenhum setor irá desaparecer. Mas alguns podem perder densidade e outros se transformar em meros montadores de peças. É possível que a indústria 13 MS News - Abril de 2012 brasileira perca em qualidade, em valor agregado", disse Gomes. Para o período de 2013 a 2022, a projeção é que o setor de infraestrutura irá liderar o crescimento industrial, revertendo o período em que prevaleceu o consumo das famílias. A expectativa da LCA é que, na média anual, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avance 6,1%, enquanto o consumo das famílias deve crescer 4,6%. Com mais obras estruturais, melhores condições de investimento, decorrentes das medidas do governo, e com os eventos esportivos e o pré-sal, serão mais favorecidas as indústrias extrativa mineral e de construção civil. A expansão estimada é de 6,6% e 3,9%, respectivamente. Fonte: O Estado de S. Paulo (03/09/2012). PIB medíocre atrai fantasma mexicano O fraco crescimento da atividade nos dois primeiros anos da administração de Dilma Rousseff — 2,7% em 2011, e entre 1,2% e 1,8% em 2012 — esquentou um debate nada promissor para o Brasil, que ostenta hoje o sexto Produto Interno Bruto (PIB) do mundo: a possibilidade de ser ultrapassado pelo México como maior economia da América Latina nos próximos 10 anos. Ainda que a discussão, alimentada pelo banco japonês Nomura, seja vista com desdém pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Fazenda, o fato de o país não estar reagindo aos estímulos dados pelo governo, devido à grande desconfiança de empresários e consumidores, acendeu o sinal de alerta em Brasília. Em relatório encaminhado a clientes, o Nomura assinala: "Caso a nossa previsão se torne realidade, essa seria uma história de sucesso latino-americana de um país com políticas neoliberais e forte produção de manufaturados superando um exportador de matérias-primas de abordagem mais estatizante". Pelas projeções do banco, a liderança do Brasil, conquistada em 2005, será superada se a economia crescer, em média, 2,75% ao ano (piso das estimativas da instituição) e o México cravar expansão anual de 4,75% até 2022. Atualmente, o PIB brasileiro é de US$ 2,4 trilhões, e o mexicano, de US$ 1,1 trilhão. "Com certeza, não há a menor possibilidade de sermos superados pelos mexicanos. Somos muito maiores e estamos prontos para voltar a crescer acima de 4% ao ano", diz um assessor do Planalto. "De qualquer forma, não podemos descuidar. Tanto que estamos dando um choque de modernidade na economia. Já anunciamos um pacote de concessões de estradas e ferrovias à iniciativa privada, vamos divulgar nesta semana, provavelmente, a redução dos custos da energia e logo virá um programa para portos e aeroportos. Tudo para ampliar os investimentos, hoje nosso principal problema", acrescenta. Na avaliação de economistas, somente o fato de o governo Dilma ter despertado para a necessidade de se privatizar em setores estratégicos, com a missão de desobstruir gargalos históricos, afasta qualquer risco de a (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens economia mexicana se tornar maior do que a brasileira. Ressaltam ainda que o ano passado e 2012 são períodos de ajustes à crise internacional, mas o país reúne condições para avançar mais. "O Nomura está extrapolado o que está vendo hoje, que é o México crescendo mais que o Brasil. É um exagero, porque a economia brasileira é mais dinâmica que isso", diz a economista Silva Matos, coordenadora do boletim macroeconômico do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Força da China Dados estatísticos mostram que o México já esteve muito à frente do Brasil. Em 2002, o PIB daquele país medido em dólares chegou a ser 37% superior ao brasileiro. Boa parte dessa diferença pode ser explicada por uma sigla de apenas cinco letras: Nafta. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, criou um bloco econômico fortíssimo, tendo como países membros os Estados Unidos, o Canadá e o México. A principal bandeira do acordo foi reduzir barreiras comerciais entre as nações, o que, de certa forma, favoreceu bastante a indústria mexicana. O tripé mão de obra barata, proximidade com os EUA e baixa carga tributária fez do México o parceiro ideal para os norteamericanos. Os mexicanos têm ainda a seu favor saídas para exportações tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelo Pacífico, atendendo as costas Leste e Oeste dos Estados Unidos. "Ainda hoje, algo como 90% das exportações deles são para os EUA", frisa o professor Fernando Ribeiro, do Insper. Mesmo sem reunir essas características logísticas, o Brasil vem conseguindo, nos últimos anos, aumentar a participação de seus produtos nos mercados internacionais. Se o México teve como principal parceiro os Estados Unidos, os brasileiros se valeram da crescente demanda chinesa por commodities agrícolas e minerais. Ao estabelecer uma vantajosa ponte de comércio com a Ásia, onde está a maior parte da população mundial, o Brasil consolidou-se como um dos mais importantes fornecedores globais de matérias-primas. Para o economista Marcio Sette Fortes, professor de relações internacionais do Ibmec, é justamente por causa dessa dependência do mercado de commodities que o Nomura questiona a liderança do Brasil como maior economia da América Latina. "Nós temos uma pauta de exportações que remete à República Velha (1889 – 1930). É ferro, soja e matérias-primas em geral. É claro que não é nada prejudicial, mas é preciso que o país diversifique mais a sua pauta de exportações", avalia. MS News - Abril de 2012 e pondera que "ainda falta muito a ser feito". Sobretudo no que se refere ao aumento da taxa de investimentos, que, no México se situa em 22% do PIB e, no Brasil, a média dos últimos anos tem sido de 17,5%. Os investimentos, porém, só tenderão a deslanchar no país quando problemas estruturais como alta carga tributária, guerra fiscal, Previdência Social e elevado custo trabalhista foram atacados. "Hoje, o nosso sistema tributário é um inibidor", diz o economista-chefe do Banco J. Safra, Carlos Kawall. No México, a carga de impostos alcança apenas 10% do PIB, no Brasil, corresponder a 34%. Por outro lado, a força de trabalho mexicana, na casa de 49 milhões de pessoas, é ainda em sua maioria informal, ao passo que os 105 milhões de brasileiros que estão no mercado de trabalho possuem mais acesso a benefícios previdenciários. "O Brasil tem algo como 33% do PIB e da população da América Latina, enquanto que o México tem 28% das riquezas e 24% da força de trabalho. São economias muito desiguais", compara Fernando Ribeiro. O economista Rodolfo Oliveira, da consultoria Tendências, lembra que tanto para o Brasil quanto para México o que poderá decidirá a liderança econômica da América Latina será uma riqueza que vem da terra. Hoje, cerca de 30% das receitas do México são provenientes da exportação de petróleo, mas a produção local está caindo, diferentemente do Brasil, que já começa a extrair as imensas jazidas do pré-sal. "Se o México não conseguir aumentar a produção de petróleo, é bem provável que, já na próxima década, se torne importador em vez de exportador", assinala. Custo da violência Segurança ou a falta dela é hoje um estigma que macula a imagem do México perante o mundo inteiro. Nos últimos seis anos, cerca de 50 mil pessoas morreram em confrontos armados provocados pela guerra do Estado contra grupos do narcotráfico. O saldo sangrento afeta não só a população, como também os negócios. "Rastros de sequestros, insegurança urbana, terrorismo. Isso tudo afasta investimentos", pondera Marcio Sette Fortes, professor de relações internacionais do Ibmec. Carlos Kawall, do Banco J. Safra, vai além: "O crime organizado, o tráfico de drogas, a corrupção são problemas tanto para o México quanto para o Brasil", pondera. "Nesse quesito, infelizmente, estamos num triste empate técnico. É uma competição infeliz", conclui. Fonte: Correio Braziliense (03/09/2012). Petróleo BC dos EUA deve esperar emergência para agir Outra debilidade brasileira é a falta de uma infraestrutura condizente com as dimensões do país, afirma Sette Fortes. "A carência de infraestrutura do Brasil não é de hoje, mas só agora o governo parece dar atenção a isso", acrescenta. Ele cita a parceria do setor privado na área de portos, que ajudou a reduzir parte dos gargalos logísticos, Existem momentos em que se deve agir e outros em que se deve manter na defesa. O momento atual é a hora em que o Fed (o BC dos EUA) deve esperar, em vez de inocular nos mercados, nas próximas semanas, mais uma dose de estímulo por meio de uma nova rodada de QE ("quantitative easing", afrouxamento monetário). (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 14 MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens Novas compras de bônus parecem prováveis em breve, após Ben Bernanke ter dito às autoridades do BC americano, em sua reunião anual em Jackson Hole, na sexta, que não descarta outras compras de ativos, caso as condições da economia justifiquem essa iniciativa. Embora um novo afrouxamento possa assumir outras formas - entre as quais, a prorrogação pelo Fed de sua política de taxa de juros próxima de zero para além do fim de 2014, ou mesmo a redução dos atuais 25 pontos-base que paga sobre as reservas mantidas pelos bancos no Fed -, os investidores desejam, inequivocamente, mais compras de bônus. O S&P 500 já subiu cerca de 10% em relação a seu piso de junho, num clássico repique baseado na exposição ao risco, que reflete esperanças de que uma ação esteja sendo preparada. Nesse movimento, os investidores ignoram dados negativos e a desaceleração dos lucros corporativos. As commodities, encabeçadas pelo ouro, também subiram bem neste terceiro trimestre ao som do rumor persistente sobre um "QE3". Investidores, notadamente Bill Gross, da Pimco, puseram suas cartas na mesa, e por bons motivos. Antes de o comitê de mercado aberto do Fed (o Fomc) concluir sua reunião em 13 de setembro, as autoridades terão tido tempo para analisar os dados de emprego de agosto, a serem divulgados no fim da semana. Os economistas preveem um aumento do nível de emprego de aproximadamente 125 mil novas vagas, nível inferior à média de 151 mil novas vagas vigente até aqui no ano. Isso alimentará as esperanças do mercado de que finalmente aconteça o QE3. Como apontou a ata da reunião do Fomc de agosto: "Muitos membros avaliaram que provavelmente um novo afrouxamento monetário será promovido dentro de um período razoavelmente curto, a não ser que novas informações apontem para um fortalecimento significativo e sustentável do ritmo da recuperação econômica". Com base no tom dos dados da economia desde a última reunião do Fed, é lógico pressupor que o QE3 será lançado em setembro. Uma reação de política econômica desse tipo, no entanto, é altamente questionável em termos do que poderá conseguir. As rodadas anteriores de afrouxamento quantitativo foram empreendidas quando era manifesta a ameaça de uma recessão e de deflação. Isso não acontece no momento atual. Por exemplo, um indicador fundamental do mercado de bônus sobre as expectativas de inflação, monitorado pelo Fed, subiu neste terceiro trimestre e está em torno de 2,75%. Como ponto de referência, as expectativas de inflação de agosto de 2010 e de setembro passado estavam abaixo de 2%, fornecendo motivos justificáveis para o lançamento do QE2 e da "operação Twist" (programa de estímulo dos 15 MS News - Abril de 2012 EUA que consiste em reduzir a fatia da dívida de curto prazo e elevar a parcela de longo prazo). Com a operação Twist em vigor até o fim do ano, os rendimentos de longo prazo dos títulos do Tesouro continuam muito baixos. Além disso, as recentes baixas históricas dos bônus corporativos sugerem que a política do Fed realizou seu objetivo de tirar os investidores dos títulos do Tesouro e lançá-los nos ativos de maior risco, permitindo que as empresas e os mutuários tomem empréstimos a um nível recorde de baixa. Há, de fato, sinais estimulantes de que o mercado de imóveis residenciais se estabilizou recentemente, uma vez que os consumidores com posição de crédito sólida refinanciaram ou negociaram novos contratos de crédito imobiliário de 30 anos a uma taxa fixa de menos de 4%. Deve-se reconhecer que as baixas taxas não ajudaram muitos dos que realmente precisam de um impulso desse tipo, mas mais uma rodada de QE dificilmente alterará essa dinâmica. Embora a apática recuperação dos EUA seja um fator desafiador para alguns membros do Fomc, há fortes motivos para não anunciar o QE3 agora. Apesar dos resmungos sobre os índices obstinadamente altos de desemprego, aproximam-se batalhas potencialmente maiores para as autoridades da área econômica: o risco de um esfacelamento da zona do euro e a queda, de Washington, em seu abismo fiscal. Com a chegada de setembro, o foco dos investidores permanecerá, com boa dose de agitação, sobre a zona do euro. Será o BCE, e não o Fed, o banco central mais importante nesse momento crítico. Em termos do abismo fiscal das reduções automáticas dos gastos e do combate aos cortes de impostos da era Bush, que talvez empurrem a economia dos EUA para uma recessão no ano que vem, os investidores preveem, de modo geral, que Washington chegará a um acordo depois das eleições de novembro. Mas há o risco de o processo se arrastar 2013 adentro, influenciando a economia e o grau de confiança contra o pano de fundo da desaceleração da China ou a crise da zona do euro acabar por se deteriorar potencialmente. Para o Fed, é melhor evitar fazer algo de imediato e guardar a munição do QE3 para uma verdadeira emergência. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). CPFL e Cemig são opções para Grupo Rede A intervenção em oito distribuidoras do grupo Rede Energia, decretada na sexta-feira passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deverá ter "curta duração" e abrir caminho para uma "solução de mercado". Pelo menos é isso o que esperam autoridades do setor elétrico diretamente envolvidas com o assunto. Na avaliação oficial, duas empresas com bastante experiência e apetite por novos ativos surgem como candidatas a herdar boa parte das operações: a paulista CPFL e a estatal mineira Cemig. (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) MS Clipping Moore Stephens 03/09/2012 Moore Stephens A intervenção, considerada a maior da história brasileira em um setor regulado, abrange distribuidoras que atendem a pouco mais de três milhões de unidades consumidoras em três Estados - Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins -, em 40 municípios no interior de São Paulo e na cidade de Guarapuava, no Paraná. De acordo com a Aneel, a dívida do grupo Rede alcança R$ 5,7 bilhões e a delicada situação financeira da distribuidora paraense Celpa já contaminava suas outras empresas, com escassez de investimentos e deterioração da qualidade do serviço prestado. Em tese, conforme prevê a Medida Provisória (MP) 577, a intervenção dura até um ano e ainda pode ser prorrogada. No limite, será declarada a caducidade (extinção) das concessões e elas passarão por nova licitação pública. O governo está firmemente disposto a avançar por esse caminho, caso seja necessário, mas acredita que o próprio empresário Jorge Queiroz, presidente do conselho de administração da Rede Energia, se empenhará a partir de agora em uma solução mais rápida e com novos sócios para capitalizar essas distribuidoras. Daqui a dois meses, o grupo Rede precisará apresentar à Aneel um plano de reequilíbrio econômico-financeiro (com a normalização do pagamento a fornecedores) e de readequação técnica (com melhoria dos indicadores operacionais) para cada uma dessas concessões, se não quiser perdê-las definitivamente. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, já decidiu: não quer Queiroz de volta às oito distribuidoras. Por isso, o governo tende a aprovar somente um plano que mantenha o grupo Rede fora da administração dessas empresas e que preveja sua troca por outros controladores. Até agora, Queiroz resistia a "fatiar" a venda de seus ativos e buscava uma solução conjunta para suas distribuidoras, com exceção da Celpa, que está em recuperação judicial e tem uma proposta de compra da Equatorial Energia. Agora, ele se vê obrigado a apresentar um plano caso a caso à Aneel, o que estimula a busca de interessados em resolver a situação de cada empresa. Para duas fontes oficiais ouvidas pelo Valor, a Enersul (MS) aparece como prioridade para a CPFL, que já demonstrou apetite em aproveitar o novo momento do setor elétrico para expandir sua área de atuação. A empresa também pode ter interesse no conjunto de quatro pequenas distribuidoras de São Paulo (Bragantina, Caiuá, Nacional e Vale Paranapanema) e uma do Paraná (Força e Luz do Oeste) que entraram em estado de intervenção. Já a Cemig teria ganhos de sinergia, na avaliação oficial, com a Cemat (MT) e a Celtins (TO). No caso de algumas distribuidoras do interior paulista, as áreas de concessão são próximas tanto da CPFL quanto da Cemig. MS News - Abril de 2012 endividamente altíssimos", disse Hubner, na entrevista que concedeu após a intervenção. A percepção de especialistas como Nivalde de Castro, coordenador do grupo de estudos do setor elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coincide com a avaliação feita pelo governo. Para ele, as novas regras de revisão tarifária das distribuidoras já incentivam um processo de consolidação no setor, com queda das taxas de remuneração do capital investido e menos espaço para atores com baixa eficiência. Castro acredita que "não há motivos para a intervenção se prolongar" e vê as mesmas empresas -- CPFL e Cemig -- como "fortes candidatas" a herdar as distribuidoras do grupo Rede, mesmo pelo caminho de uma licitação, mais à frente. O professor da UFRJ elogiou a atuação do governo ao afastar a Rede Energia da gestão direta das concessionárias. "A holding provocou todo esse problema de desequilíbrio para as distribuidoras porque sugava seus dividendos e não investia o suficiente para melhorar a qualidade dos serviços. Isso criou um círculo vicioso: elas deixavam de pagar suas dívidas, não tinham seus reajustes de tarifas homologados, ficavam sem caixa para investir e levavam novas multas", afirma Castro. Para cuidar das oito distribuidoras, a presidente Dilma referendou pessoalmente o nome de quatro profissionais conhecidos e respeitados pelo mercado, que vão assumir os cargos de interventores. Eles terão salário mensal de R$ 41 mil. Três são ex-diretores da Aneel. Jerson Kelman, que chefiou a agência reguladora por quatro anos (2005 a 2008) e deixou no mês passado a presidência da Light, ficará responsável pela Enersul. Isaac Averbuch, que coordenava a área de parcerias público-privadas (PPPs) no Ministério do Planejamento, vai para a Celtins. Jaconias de Aguiar cuidará da Cemat. Para as outras cinco distribuidoras, que têm menor escala, foi designado o engenheiro Sinval Zaidan Gama. Ele estava à frente da superintendência de operações no exterior da Eletrobras e atuou como interventor da distribuidora maranhense Cemar, na década passada. Fonte: Valor Econômico (03/09/2012). ******************************************** O diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, comentou na sexta-feira que as empresas do grupo Rede exigem graus diferentes de atenção. Para ele, os casos mais graves são o da Cemat e o da Cauiá (que atende a dez municípios na região de Presidente Prudente). "A Cemat tem níveis de (Este boletim traz, diariamente, informações advindas das fontes mencionadas, não cabendo à Moore Stephens Brasil responsabilidade pelo seu conteúdo) 16
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