Manto Azul! - Gazeta Rural

Transcrição

Manto Azul! - Gazeta Rural
Director: José Luís Araújo
|
N.º 272
|
15 de Junho de 2016
|
Preço 2,00 Euros
|
www.gazetarural.com
Feira de S. Mateus
recupera tradições
Tondela promove
vinhos brancos
Seia celebra
a Transumância
Manto Azul!
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1
Sumário
04 Sever do Vouga prepara IX Feira
Nacional do Mirtilo
07 A Bagas de Portugal “está dentro
daquilo que tínhamos previsto”
08 Presidente da Mirtilusa expectante
com a campanha do mirtilo
10 COAPE Este ano o preço do mirtilo
não será muito alto
11 José Martino: Mirtilo, actualidade
e futuro
12 Castelo Branco vai acolher a Bienal
do Azeite 2016
13 Seia celebra a Festa da
Transumância e dos Pastores
14 Anadia torna-se na “Capital do
Espumante”
16 Festival do vinho verde volta em
Julho com actividades para as famílias
17 Tondela promove vinhos brancos
do concelho
18 Município de Nelas prepara XXV
Feira do Vinho do Dão
2
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20 Arrancou a XII edição dos Prémios
Vinduero-Vindouro
22 Ponte de Lima promove a Feira do
Cavalo e eventos de laser
24 Feira Aquiliniana regressou à Lapa
e recordou Aquilino Ribeiro
27 Gala Porco d’Ouro destaca
suinicultores que cumprem boas
práticas ambientais
35
36 Clube de Monteiros do Norte
promove jantar de entrega de prémios
37 Feira de S. Mateus apostada em
recuperar tradições
38 Penedono promove desfile
Beira Interior promove IX Concurso
de Vinhos
etnográfico de S. Pedro e Feira Medieval
28 Verallia Portugal divulgou os
vencedores do III Concurso de Design e
Criatividade
30 Ministro da Agricultura reconhece
potencial para aumentar produção de
cereais
31 Município da Mealhada prepara já
outros eventos para o Verão
32 Sapadores florestais reivindicam
na Mealhada mais apoios financeiros
33 Miguel Galante: O mundo precisa
de uma floresta mais verde
34 Crédito Agrícola do Vale do Dão
aposta no crescimento com solidez
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3
sidente da Câmara de Sever do Vouga
mostrou-se confiante, numa “grande
feira e com muita gente”. António Coutinho afirmou que “a grande atracção da
Feira é o mirtilo”, pois apesar do certame
já ir na nona edição “ainda há pessoas
que dizem não o conhecer”. O edil diz
que o certame “serve para promover um
fruto que é o ex-libris e uma mais-valia
económica para o concelho e que nos
últimos anos tem crescido em termos de
produção”. O autarca de Sever do Vouga
admitiu que com a instalação dos novos
pomares de mirtilo e quando estiverem
em plena produção, esta terá um aumento de 100% no concelho.
O autarca diz que o atraso na maturação
do fruto, devido à instabilidade do clima,
“não afectou a produção” e a expectativa
que tem é que 2016 seja “um ano muito
bom”.
António Coutinho diz que, nos contactos feitos com os comercializadores,
“está garantida a saída de fruto para os
países habituais”, com “preços razoáveis”, bem como a qualidade do fruto
que é “muito boa e com bons calibres”.
Parques de estacionamento
e transporte gratuito
A organização da Feira Nacional do
Mirtilo coloca ao dispor dos visitantes dois
parques de estacionamento: um na en-
trada Sul da vila e outro na entrada Norte,
na Zona Industrial dos Padrões. A organização vai colocar ao dispor dos visitantes
o “Mirtilo Bus”, um transporte gratuito que
irá fazer a ligação entre estes dois parques
de estacionamento e o recinto da Feira
Nacional do Mirtilo e que irá funcionar
continuamente. O local de paragem do
“Mirtilo Bus” estará devidamente assinalado junto aos parques de estacionamento e numa das entradas da Feira.
Pretende-se melhorar substancialmente as acessibilidades ao evento, facilitar
o acesso à Feira e reduzir o congestionamento de trânsito que afecta Sever do
Vouga nos dias da Feira Nacional do Mirtilo.
350 crianças em desfile
pelas ruas da vila
Como habitualmente, a Feira Nacional
do Mirtilo abre com o Desfile dos Mirtilitos, no dia 23 de junho, às 10.30 horas.
Este ano, serão cerca de 350 crianças de
todos os jardins-de-infância, creches e
ATL do concelho de Sever do Vouga que,
com as fantasias feitas por eles, vão dar
um colorido especial às ruas do centro
da vila.
Como não poderia deixar de ser, o
tema do desfile é o mirtilo e está lançado o mote para que a edição de 2016 da
Feira Nacional do Mirtilo seja inaugurada
da melhor forma.
Ignite Portugal na Feira
Nacional do Mirtilo
Sever do Vouga vai acolher a 91ª edição do Ignite Portugal. O evento está
inserido na programação da Feira Nacional do Mirtilo e vai decorrer no dia
25 de Junho, a partir das 19,30 horas,
na Tenda Técnica da Feira Nacional do
Mirtilo.
Ignite Portugal é um conjunto de eventos abertos à participação de todos e
giram em torno de apresentações sobre
temas como inovação, criatividade, empreendedorismo ou tecnologia, em que
os apresentadores têm apenas cinco minutos para falar, com 20 slides que rodam
automaticamente a cada 15 segundos.
Quem quiser partilhar uma ideia, uma
história, uma curiosidade, uma teoria,
uma experiência, uma paixão, etç, pode
fazer a sua inscrição em http://igniteportugal.blogspot.pt/p/become-speaker.html.
Pretendem-se candidatos com apresentações interessantes e originais, que
não vendam nenhum tipo de negócio e
que queiram fazer intervenções únicas
e divertidas para inspirar as pessoas. A
verba adquirida com a venda dos bilhetes
reverte para uma instituição de carácter
social do concelho de Sever do Vouga. A
organização está a cargo da Agim, Casa
de Severi e Forinova/Segmaz.
No Parque Urbano de Sever do Vouga de 23 a 26 de Junho
IX Feira Nacional do Mirtilo
espera dezenas de milhar de visitantes
O Parque Urbano de Sever do Vouga, um espaço verde no centro da Vila,
prepara-se para receber, de 23 a 26
de Junho, a IX Feira Nacional do Mirtilo,
certame que melhora as condições de
expositores e visitantes, com o alargamento do espaço do evento.
Ao longo dos quatro dias do evento
são esperados na “Capital do Mirtilo” várias dezenas de milhar de visitantes, que
poderão apreciar o mirtilo e os produtos
a ele associados nos cerca de uma centena de expositores presentes e ainda
participar nas inúmeras actividades propostas pela organização.
A Feira Nacional do Mirtilo, organizada
pela Câmara de Sever do Vouga, continua a ter entrada gratuita e volta a aliar
um programa direccionado a profissionais da fileira do mirtilo a um programa
de animação com propostas para toda a
família.
Na componente profissional, desta4
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que para as cerca de duas dezenas de
empresas presentes, todas ligadas à fileira do mirtilo e dos pequenos frutos, e
ao programa de palestras técnicas que
se estende pelos dias de sexta e sábado
(24 e 25 de Junho). Para tal, a organização preparou este ano uma tenda específica para estas palestras, situada junto
ao sector dos expositores técnicos. Será
também nesta Tenda Técnica que se irá
realizar a cerimónia de inauguração da
Feira Nacional do Mirtilo, no dia 23, pelas
11,30 horas, e que contará com a presença do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira.
Visitas técnicas a pomares de mirtilos
e ao Campo Experimental de Pequenos
Frutos da Agim também fazem parte da
componente profissional da Feira Nacional do Mirtilo.
Relativamente à animação da Feira, as
propostas são muitas e variadas, desde
a animação musical diária com bandas e
DJ’s, com destaque para Quim Barreiros
e a DJ Mendinha (Rita Mendes), ambos
no dia 26 à tarde, showcookings diários
para crianças e adultos, com destaque
para a presença da chef Ann-Kristin no
dia 26, animação itinerante pelo recinto, animação infantil, comboio turístico,
apanha do mirtilo, desfile das crianças
dos jardins-de-infância do concelho,
vários eventos desportivos e gastronomia. Destaque ainda para uma Feira do
Livro, a decorrer no recinto, e às visitas
gratuitas ao Museu Municipal de Sever
do Vouga, situado nas proximidades e
que estará aberto nos dias da feira.
Relativamente à área de exposição, a
Feira Nacional do Mirtilo dividiu os cerca
de 100 expositores presentes em vários
sectores, como produtores e comercializadores de fruto e viveiristas, expositores técnicos, artesanato, gastronomia e
bares.
Na apresentação do certame, o prewww.gazetarural.com
5
Sandra Santos, da AGIM, à Gazeta Rural
Fileira dos pequenos frutos
“está no bom caminho
e tem vindo a organizar-se”
A AGIM - Associação para
os Pequenos Frutos e Inovação Empresarial assumiu
um papel relevante na fileira
do mirtilo, sendo também
responsável pelo apoio à organização da Feira Nacional
do Mirtilo, promovida pela
Câmara de Sever do Vouga.
À Gazeta Rural, a coordenadora da AGIM, espera
uma “grande feira”, com uma
aposta forte nos jovens e na
componente técnica. Sandra
Santos mostra-se confiante
numa fileira que, diz, “está
no bom caminho, tem vindo a
crescer e a organizar-se”.
Gazeta Rural (GR): O que vai ser a
Feira do Mirtilo deste ano?
Sandra Santos (SS): Fazemos uma
grande aposta na parte técnica, numa
feira que é temática, sobre o mirtilo, um
pequeno fruto que já está espalhado
pelo país, mas que começou em Sever
do Vouga, a sua capital. Para além da
parte técnica, temos muita animação
para toda a família. A aposta nos mais
jovens é sempre muito forte, pois é neles que devemos fomentar o consumo
no mirtilo. A edição 2016 está cheia de
ânimo e acredito que vai ser uma grande
feira.
GR: A AGIM assumiu um papel de
liderança na fileira. Como tem visto
a sua evolução?
SS: O sector está no bom caminho.
Tem aumentado o número de produtores, espalhados pelo país, alguns que
a AGIM tem acompanhado e há um aspecto importante a salientar, que é a
procura de ajuda técnica, uma área em
que temos apostado e fomentado, pois
só assim se consegue uma boa produção
e bons resultados.
Têm aparecido também cada vez mais
jovens agricultores a procurar essa for6
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Seis meses após a sua
criação a Bagas de Portugal
já está a comercializar fruta,
nomeadamente framboesa,
morango e groselha e com
“boas perspectivas para o
mirtilo”. Todavia, o atraso na
produção deste fruto deixa
Paulo Lúcio, presidente da
cooperativa, algo preocupado, uma vez que isso pode
provocar alguma quebra no
preço. Com uma centena de
associados, a cooperativa,
segundo Paulo Lúcio, espera
comercializar este ano entre
45 a 55 toneladas
de mirtilo.
mação que é importante e necessária
nesta cultura.
GR: A falta de conhecimento fez
com que alguns produtores tenham
abandonado a actividades?
SS: Acredito que sim. Muita gente pensou que a cultura do mirtilo fosse mais
fácil e depois aperceberam-se que tem
exigências particulares que outros frutos
não têm. Alguns procuraram ajuda, enquanto outros desistiram, como acontece em todas as áreas.
Aqueles que estão agora a iniciar a
sua actividade procuram esse conhecimento, o que é muito importante. Hoje
aparece gente mais bem preparada e
mesmo que não tenha conhecimento,
procuram-no antes de iniciar a actividade.
GR: Sever é a Capital do Mirtilo,
mas a sua produção espalhou-se
pelo país. O sector está bem organizado?
SS: Diria que está a organizar-se. Com
o aumento de produtores, estes estão
mais sensíveis aos aspectos organizativos. Isso está a acontecer aos poucos e
penso que neste ano de 2016 isso já se
nota, em resultado dessa organização e
dessa necessidade.
É verdade que a cultura do mirtilo está
disseminada pelo país, mas também é
verdade que Sever do Vouga aparece
sempre em primeiro plano, até porque os
produtores do concelho dizem sempre
que a fruta aqui é especial e isso é importante transmitir ao consumidor.
Porém, é bom referir, que os produtores de outras regiões têm procurado o
exemplo dos de Sever do Vouga e vêm
cá ‘beber’ muita informação.
GR: O consumo de mirtilo tem aumentado de forma substancial?
SS: Sim, porque as pessoas estão
muito mais sensíveis para o seu consumo, que antes era desconhecido.
Os chefs têm usado bastante o mirtilo
não só na cozinha, mas também na sua
transformação e o fruto é falado como
benéfico para a saúde. Basta referir que
qualquer iogurte, gelatina ou outro produto transformado que encontramos
nos supermercados tem mirtilo, o que
tem disseminado essa informação. Também a AGIM, com esta feira e em todas as
acções que tem realizado pelo país, procura fomentar o consumo deste fruto.
Gazeta Rural (GR): Como estamos este ano de mirtilo? É preocupante o atraso na produção?
Paulo Lúcio (PL): É sempre preocupante. Este atraso teve a ver com a falta de frio no Inverno e também o tempo
instável e muita humidade nas últimas
semanas, mas também com variações
bruscas de temperaturas. No mesmo dia
podemos passar de 30’ para 20’.
Com isto a fruta vai ser menos dura,
com fungos associados e, com isso, menos tempo de conservação. Isto é uma
preocupação. Aliás, nós temos informações de atrasos superiores a duas semanas nalgumas zonas.
Uma parte da boa notícia é que os
países, nomeadamente os europeus,
que trabalhavam com a nossa janela de
oportunidade, também têm atrasos da
mesma ordem, mas tudo isto são dados
para depois apurar no terreno, mas a
fruta pode sair toda ao mesmo tempo, o
que pode baixar o seu valor.
GR: A subida de temperatura verificada nos últimos dias pode trazer essa melhoria?
PL: Se forem continuas e normais para
a época, seria muito bom. A única situação que isto pode trazer é a fruta chegar
Diz Paulo Lúcio, o presidente da cooperativa
A Bagas de Portugal
“está dentro daquilo
que tínhamos previsto”
toda ao mesmo tempo, nomeadamente
as variedades mais precoces chegarem
ao mesmo tempo que as outras que vêm
a seguir. Isto pode significar uma ligeira
diminuição no preço. Porém, tudo isto
são expectativas, porque o caminho faz-se caminhando. Só depois se verá.
lor certo, mas devemos representar na
ordem das 45 a 55 toneladas de fruto.
Temos produtores com cinco mil metros
quadrados, mas também temos vários
produtores com 10 hectares ou mais.
Temos, por isso, uma boa perspectiva de
produção.
GR: Como vai a Bagas de Portugal, seis meses após a sua constituição?
PL: Está bem e dentro daquilo que tínhamos previsto. Temos cerca de uma
centena de associados e já estamos a
comercializar, nomeadamente framboesa, morango e groselha. Entretanto,
temos boas perspectivas para o mirtilo.
Temos tido várias reuniões, tanto a nível nacional como internacional, como
os nossos parceiros, estamos confiantes
e a nossa referência de preços está dentro do previsto.
Somos uma cooperativa jovem, quase
sem nome no mercado, mas estamos a
trabalhar para dar a volta à situação e
podermos ter mais-valias com a nossa
fruta.
GR: Como foi recebida a Bagas
de Portugal no mercado?
PL: O nosso projecto tem validade. Vamos trabalhar o maior volume com fruta
fresca sem descurar a transformação.
Trabalharemos muito com fruta biológica,
pois há interesse por parte do mercado.
Isto tem-nos dado alguma valia e temos
tido muito boa aceitação nos mercados
internacionais, uma vez que num único
interlocutor têm quantidade e qualidade
de fruta. É bom para eles e nós temos a
garantia de trabalhar com quem está a
comprar fruta de forma organizada.
GR: Uma centena de sócios já é
significativo?
PL: É. No mirtilo, não tendo um vawww.gazetarural.com
7
“Há um atraso na campanha
do mirtilo próximo dos 20
dias”, diz o presidente da Mirtilusa. José Sousa está expectante quanto ao que poderá
acontecer, com o tempo instável que se tem verificado, e só
pede “sol e calor” para que a
fruta atinja o grau Brix ideal.
Na área da Mirtilusa a
quantidade de mirtilo deverá
aumentar nesta campanha,
superando as 106 toneladas
de fruta comercializada em
2015. Quanto ao preço, José
Sousa diz à Gazeta Rural que
só lá para meados de Julho se
poderá fazer uma estimativa
do que será esta campanha.
“Nesta altura tudo é possível”,
admite.
Com um atraso próximo dos 20 dias
Presidente da Mirtilusa expectante
com a campanha do mirtilo
Gazeta Rural (GR): Como está a
campanha do mirtilo em Sever do
Vouga?
José Sousa (JCS): Estamos com
um atraso próximo dos 20 dias. Nesta altura tudo é possível, pois pode decorrer
normalmente ou ser péssima. Só lá para
a segunda semana de Julho poderemos
fazer uma avaliação e saber se este
atraso em Portugal teve algum impacto
no valor do fruto. Nos anos anteriores só
em meados de Julho conseguimos fazer
uma estimativa e ter dados mais objectivos de como iria decorrer a campanha.
GR: Como está o fruto?
JS: O fruto, nas plantas, está excelente, com bons calibres, mas com pouco
açúcar, pois tem falta de calor. Esperamos que este tempo incerto pare e que
venham uns dias de sol e calor para ver
se melhora a qualidade do fruto, porque
sem sol o grau Brix não atinge o valor
ideal para a comercialização do fruto e
para a sua conservação, pois sem açúcar
desagrada-se com alguma facilidade.
GR: Qual a estimativa de fruta
que espera receber na Mirtilusa?
JS: É difícil avançar com números. Em
8
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2014 comercializámos mais de 70 toneladas e em 2015 andámos pelas 106, com
um acréscimo de 30 toneladas. Este ano,
com as novas plantações e com alguns
pomares já a produzir em pleno, poderemos ter um aumento da produção e devemos chegar às 130 toneladas de fruto.
GR: O presidente da Câmara de
Sever afirmou que, com as novas
plantações previstas para o concelho, a produção pode duplicar.
Também tem essa perspectiva?
JS: Sim, mas isso só depois dos pomares estarem a produzir. Contudo,
numa volta que dei pelo concelho, passei
em terrenos que foram preparados para
a plantação de mirtilo há cerca de um
ano e, neste momento, não há plantas
e os taludes já estão desfeitos. Não sei
se estes terrenos chegarão a ter plantas.
Portanto, há essa perspectiva, mas temos que esperar para ver.
GR: Têm aparecido novos players
no mercado na área da comercialização. É bom para o sector?
JS: Não tenho nada contra as novas
associações ou empresas que aparecem
para comercializar os pequenos frutos,
bem pelo contrário, pois ajudam-nos a
descobrir mercados. As que têm aparecido no nosso concelho não têm tido
grande sucesso e não fico feliz por isso.
Algumas empresas apresentam-se no
mercado com ideias muito distantes da
realidade. Por exemplo, há associações
em concelhos limítrofes que trabalham
nos mesmos moldes da Mirtilusa e estão
a conseguir atingir os seus objectivos.
Uma associação, quando aparece para
comercializar, não pode contactar o produtor e fixar-lhe um preço para o fruto.
Se o fizer está a dar um tiro no pé, pois de
uma semana para a outra o preço pode
variar e, já acontecer, cair para metade.
Na Mirtilusa, e penso que este é o sistema ideal, no final da campanha calcula-se o preço médio por quilo do produtor e pagamos em função dos valores a
que conseguimos vender o fruto. Procuramos vender sempre fruta de qualidade,
porque os clientes assim o exigem, e ao
melhor preço do mercado.
Algumas novas associações fazem
promessas que depois não conseguem
cumprir e todos os anos oiço produtores
a queixarem-se, uns porque não receberam e outros porque não lhe pagaram o
fruto ao preço combinado.
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9
OPINIÃO
A produção de mirtilo na
área de actuação da Cooperativa Agro-pecuária dos Agricultores de Mangualde (COAPE), sedeada em Mangualde,
deverá atingir as mil toneladas quando os cerca de 70
hectares instalados entrarem
em plena produção, dentro
de dois a três anos.
A campanha de 2016 “vai
ficar aquém das expectativas,
pois o clima instável que se
tem verificado não tem sido
propício ao desenvolvimento
do fruto, com perdas e atraso na produção, reconhece
o presidente da COAPE. Em
conversa com a Gazeta Rural,
Rui Costa, confirma a quebra
na produção, admitindo que “o
preço não será muito alto”.
Quadro 1
Mirtilo, actualidade
e futuro
A superfície plantada com a cultura do mirtilo evoluiu segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) de 40 hectares
em 2005, para 75 ha em 2011 e deste patamar até 823 ha em
2014,
tendo1 certamente ultrapassado os 1000 ha em 2015.
Quadro
Admite Rui Costa, presidente da COAPE
Este ano o preço do mirtilo
“não será muito alto”
Anos
Superfície (ha)
Incremento anual (%)
2005
40
2010
43
7,5
2011
75
74,4
2012
211
181,3
2013
534
153,1
2014
823
54,1
Fonte: INE
Superfície (ha)
900
800
Anos
Superfície (ha)
Incremento anual (%)
600
2010
43
7,5
2011
75
74,4
2012
211
181,3
2013
534
153,1
10
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expectativa é que o preço não será muito alto, mas talvez possa vir a compensar nas variedades tardias, em finais de
Agosto, início de Setembro.
GR: Ainda assim, poderemos
aproveitar o facto de alguns países do Centro da Europa estarem
como atrasos significativos e superiores aos nossos?
RC: É verdade. Alguns países tiveram
inundações dos pomares, com chuvas
muito fortes, e isso pode ter originado
problemas nas suas produções. Contudo, vamos ver o que o mercado dita, nomeadamente a procura. Nós estaremos
preparados para responder, não com a
quantidade de fruta que tínhamos expectativa de comercializar, mas com um
volume considerável.
GR: Na área da COAPE como
está o mirtilo?
RC: A área de plantação está a atingir
o limite, a rondar os 70 hectares. Em termos de produção ainda não atingimos
a ‘velocidade de cruzeiro’, pois vamos
apenas na segunda campanha dos primeiros campos instalados. Isso irá acontecer dentro de dois a três anos, com
uma produção a rondar as mil toneladas.
800
700
Em
síntese, estes mirticultores estão devidamente apetre600
chados
e capacitados para serem competitivos caso tenham
500
capacidade
de gestão para manterem controlados os custos
400
de colheita
(< 2,0€/kg).
300
A200produção para o período temporal em análise não tem
acompanhado
da mesma forma a superfície plantada, porque
100
o mirtilo
começa a produzir do ponto der vista económico ao
0
2005 e atinge
2010 a plena
2011 produção
2012
2013quinto
2014
terceiro ano
ao
ano, ou seja
haverá um forte incremento da quantidade a colocar no merQuadro
cado
entre22018 e 2020 (acima das 12 000 t).
2005
300
GR: Como vê o aparecimento
de novas organizações no sector,
apostadas em juntar produtores e
comercializar fruta em volume?
RC: Vemos isso com bons olhos e o
mercado deve funcionar assim. Todos os
anos aparecem novos players e a COAPE
é muito procurada nesse sentido, sabendo que temos uma boa organização em
termos de produção e isso desperta interesse nos comercializadores.
No entanto, há um aspecto importante. É que a maioria dessas novas organizações não tem experiência, nem histórico, na comercialização, funcionando
com contactos que têm no exterior. Porém, quando falamos de uma produção
de mil toneladas temos que estar junto
das organizações que têm capacidade
para a escoar. Aliás, nós temos o escoamento garantido da nossa produção
durante 15 anos.
400
2010
530
76,7
2011
700
32,1
2012
1 437
105,3
2013
1 429
-0,6
2014
1 824
27,6
Fonte:INE
Produção (t)
300
200
2000
100
1800
0
Fonte: INE
Superfície (ha)
500
Gazeta Rural (GR): Como está
a produção de mirtilo na área da
COAPE?
Rui Costa (RC): É um ano com alguns
problemas de produção, já que foi atípico em termos climáticos, com um período muito longo de chuvas, o que trouxe
algumas complicações, nomeadamente
a botrytis que se instalou nos pomares e
que tem como resultado uma perda significativa de fruta nesta campanha.
A juntar a isto, há o atraso na maturação na fruta, pois já devíamos estar na
terceira semana de comercialização e
ainda nem sequer a iniciamos, o que nos
faz perder uma janela e uma oportunidade de preço, em termos de mercado
europeu, que já não vamos conseguir
compensar, porque entretanto os países
da Europa Central vão começar a produzir, nomeadamente a Polónia, o que
seguramente nos vai trazer alguns problemas de preço.
Vamos ver como isto acaba. Queríamos começar a exportar, mas ainda não
temos fruta madura, o que só deverá
acontecer a partir da próxima semana. A
2014
823
54,1
900
Anos
Produção (t)
Incremento anual (%)
700
2005
40
1600
2005
2010
2011
2012
2013
2014
1400
1200
Quadro
2 incremento das plantações entre 2011 e 2015 é o
Este forte
resultado da instalação de elevado número de jovens agricul2012
2013
2014falta
Anos como influência
2005 da crise
2010 económica/financeira,
2011
tores
da
(t)
700
1 437
1 429
1 824
deProdução
emprego
e das 300
ajudas 530
públicas
veiculadas
pelo PRODER
Incremento anual (%)
76,7
32,1
105,3
-0,6
27,6
2007-2013, as quais apoiavam com 100% os jovens empreFonte:INE
sários agrícolas com investimento no valor de 75 000 euros,
correspondente à implantação
Produção de
(t) um hectare de mirtilo, com
infraestruturas
da rega e outros investimentos fundiários, ha2000
vendo
1800 como pressuposto uma interessante rentabilidade da
operação.
1600
1400
Todos
os investidores que colocaram as plantações nos sítios1200certos, solos bem drenados, não pedregosos, com água
1000
para
rega, frio adequado para a variedade em causa, etc, que
800
realizaram
as operações adequadas de preparação do solo,
600
mobilizações
e fertilização de fundo, que automatizaram os
400
sistemas
de rega e fertirrega, que escolheram plantas das va200
riedades
em linha com a procura e valorização das produções
0
2005
2010
2011
2012
2013
2014
pelo mercado,
plantas
estas
de qualidade
sem problemas
sanitários no sistema radicular, que após a sua colocação no terreno as plantas foram devidamente tratadas, seja pelo controlo
das infestantes, nutrição, rega, podas, etc.
1000
800
600
400
200
0
2005
2010
2011
2012
2013
2014
Na minha opinião a janela de oportunidade que interessa
aos produtores das regiões norte e centro de Portugal, são os
meses de Maio e Junho, deve-se apostar em variedades com
maturação para colheita nesta altura. Para as regiões que permitam a cultura com sucesso das variedades do sul, creio que
o mercado será mais favorável no inverno.
O mirtilo é uma cultura de futuro porque é rentável e está em
linha com a procura dos mercados, frutos ricos em antioxidantes, vitaminas, etc, que pode ser consumido sem contraindicações a qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao snack
antes de deitar, com apetência por todos desde as crianças
aos idosos.
José Martino
CEO da Espaço Visual
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De 1 a 3 de Julho, sob o mote “O Azeite na Dieta Mediterrânica”
Castelo Branco vai acolher
a Bienal do Azeite 2016
fiando-a a que, por esses dias, reforce a
criatividade na utilização do azeite nas
suas ementas, enriquecendo aquela que
será uma das temáticas centrais de Bienal do Azeite 2016, o Azeite na Dieta Mediterrânica, sendo também esse o tema
da tertúlia prevista.
A Bienal do Azeite 2016 assumirá, por
fim, um papel de aglutinador na aproximação dos distribuidores nacionais ao
tecido empresarial da região, convidando-os a visitar o evento, a conhecer os
produtores e as suas marcas.
Este é um evento de carácter nacional, que envolve todas a regiões produtoras de azeite de Portugal e demais
intervenientes da fileira, pretendendo
distinguir-se enquanto plataforma de
observação e discussão sobre a fileira
do azeite, produto que revela tamanha
importância no panorama histórico e
social da região e de Portugal.
A organização deste evento, que nas
edições anteriores acolheu mais de 100
expositores e de 60 mil visitantes, está a
cargo da Câmara de Castelo Branco, em
parceria com a Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior, a Confraria do Azeite e a Casa do Azeite.
Festa dos Pastores antecipa subida do rebanho à Serra
Seia celebra a Festa
da Transumância e dos Pastores
A transumância volta a cumprir-se em
Seia, com a tradicional subida dos rebanhos e dos pastores à serra da Estrela
em busca de melhores pastos. Esta prática, ainda tão enraizada na comunidade
pastoril do concelho, é assinalada pelo
quarto ano consecutivo e será uma vez
mais aberta à participação do público.
A iniciativa é organizada pela Associação de Desenvolvimento Integrado
da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM), em parceria com o Município de
Seia e em articulação com os pastores,
ARRIOSTA_SELECTIS_55X200_AF.pdf
1
e ANUNCIO
vai ter lugar
no dia 2 de Julho.
Acompanhar os pastores na via-
A Dieta Mediterrânica
como Património Cultural
Imaterial da Humanidade
Castelo Branco vai transformar-se na
“capital do azeite” durante três dias, ao
acolher a Bienal do Azeite 2016, de 1 a
3 de Julho, num ano em que a produção
nacional de azeite bate o seu record,
“atingiu as 106,6 mil toneladas de azeite
no ano de 2015, o terceiro maior registo
dos últimos 100 anos”, segundo os dados do INE; em que a AIFO – Associação
Interprofissional da Fileira Oleícola dá os
primeiros passos, após o seu reconhecimento formal no final de 2015.
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Nesta V edição da Bienal do Azeite,
sob o mote “O Azeite na Dieta Mediterrânica”, para além do encontro em pleno
centro cívico da cidade de Castelo Branco, na Devesa, numa troca de experiências em torno do “mundo do azeite”, será
introduzido um “espaço aberto” para dinamização por parte dos próprios agentes do sector, estimulando a partilha de
visões e conhecimento.
Outra novidade prende-se com o convite lançado à restauração local desa-
Na Dieta Mediterrânica o azeite ocupa
um posto de primeira importância pois
é a principal fonte de lipídeos e energia
(9Kcal/g) utilizada pelo nosso corpo
para a realização de funções vitais.
A 4 de Dezembro de 2013, a Dieta Mediterrânica foi classificada como
Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (UNESCO). Portugal tem Tavira
- através da Câmara Municipal - como
a sua comunidade representativa, pois
assegurou o processo técnico de preparação da candidatura, ao longo de dois
anos e meio, apesar de ser uma candidatura transnacional e subscrita por sete
Estados com culturas mediterrânicas,
como Portugal, Chipre, Croácia, Grécia,
Espanha, Itália e Marrocos.
gem à serra e descobrir uma das mais
simbólicas actividades do pastoreio, a
transumância, é a proposta para este
dia. O gado (aproximadamente 800 a
1000 cabeças), proveniente das terras
chãs (Santa Comba, Folgosa, Maceira),
concentrar-se-á no largo da câmara, às
07,30 horas, e atravessará a cidade em
direcção à Montanha, prosseguindo a
sua viagem pelos seculares caminhos da
transumância, em direcção àquela que
é a aldeia dos pastores, o Sabugueiro.
Pelo caminho estão preparadas degus16/06/16gastronómicas,
21:24
tações
como a típica
merenda do Alforge e um almoço com os
pastores.
A anteceder a subida à serra, uma
semana antes, a 26 de Junho, celebra-se na aldeia da Folgosa da Madalena a
Festa dos Pastores, com a romaria das
ovelhas à Festa de S. João. Aqui, a partir
das 18 horas, os pastores acompanhados dos rebanhos, vindos das várias aldeias, cumprem a tradição, desfilando, à
vez, em volta da capela de São João Batista, pedindo ao padroeiro um bom ano
de pasto e protecção para o gado. Para
o efeito, as ovelhas ostentam os maiores
e melhores chocalhos e são enfeitadas
com “peras e cabeçadas”.
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Empresa sedeada na Bairrada
Vinícola Castelar
comemora 70 anos!
Esta empresa de cariz familiar nasceu a 21 de Fevereiro de 1946 e já vai na terceira geração. Vanda Paiva, a
sua actual responsável, assume que esse facto aumenta
a responsabilidade de quem
a dirige.
A Vinícola Castelar produz e comercializa vinhos de
várias regiões, espumantes,
licores e aguardentes, tendo
feito uma aposta no mercado externo, que Vanda Paiva
quer reforçar.
Entre 18 e 26 de Junho, na zona do Vale Santo
Anadia torna-se na “Capital do Espumante”
“Anadia, Capital do Espumante”, a nova
designação da Feira da Vinha e do Vinho,
promovida pela Câmara Local. Esta é a
principal novidade da edição deste ano
de um certame dedicado ao vinho, com a
autarquia de Anadia a apostar numa nova
imagem.
“Com a mudança do nome procuramos
reforçar a imagem de marca do concelho:
os vinhos espumantes”, afirmou o vice-presidente da autarquia, Jorge Sampaio.
O evento Anadia, Capital do Espumante decorre entre 18 e 26 de Junho e para
além da promoção do vinho terá uma
componente forte de animação, destacando-se a presença de grupos musicais
como GNR, Resistência, Agir ou Martinho da Vila.
Dois secretários de Estado
inauguram o certame
A abertura do certame está marcada para as 15,30 horas do próximo dia
18 de Junho, com a particularidade de
ter dois membros do Governo presentes. Pedro Nuno Santos, secretário de
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Estado dos Assuntos Parlamentares,
e Luís Medeiros Vieira, secretário de
Estado da Agricultura e Alimentação,
juntamente com a autarca de Anadia,
Teresa Cardoso, vão presidir à inauguração do certame, na zona do Vale
Santo, em Anadia.
Vinhos, gastronomia, tasquinhas,
artesanato, stands das Juntas de Freguesia, Espaço Anadia Capital do Espumante – Wine Bar e produtores, num
total de 150 expositores, mostram as
actividades económicas do concelho,
num evento que conta com um espaço infantil e sessões de show cooking
diárias, que prometem fazer as delícias
dos visitantes ao longo dos nove dias
de feira.
Com um orçamento de cerca de 300 mil
euros, o certame terá o mesmo formato da
edição de 2015. Os ingressos custam dois
euros, sendo que no último dia de certame,
com as Marchas Populares, as entradas
são gratuitas.
A excepção será para o concerto de
Martinho da Vila, no dia 25 de Junho, com
a entrada a custar três euros.
Bairrada aumentou produção
A produção de vinho espumante na
Bairrada registou um 2015 um aumento de mais de 25 por cento em relação
ao ano anterior, reforçando a liderança
desta região demarcada na produção
de espumantes nacionais.
A estimativa do aumento de produção
foi feita pelo presidente da Comissão
Vitivinícola da Bairrada (CRVB), Pedro
Soares, e tem como base o crescimento
“entre 25 e 30 por cento” da venda na
região demarcada dos selos de garantia
do Instituto da Vinha e do Vinho.
O Selo de Garantia certifica em cada
garrafa a autenticidade e genuinidade
do vinho das regiões demarcadas, garantindo a sua origem e o controlo rigoroso efetuado a todas as fases do processo de produção.
Em 2015, ano em que se assinalaram
125 anos de produção de espumantes na
Bairrada, a venda de selos na região deverá ter rondado os dois milhões de unidades, contra pouco mais de um milhão
e meio em 2014.
Gazeta Rural (GR): O que significa
fazer 70 anos?
Vanda Paiva (VC): É reconfortante,
porque são muitos anos, muitas histórias, muitas amizades, muitos produtos, muitas alegrias e também algumas
tristezas, com períodos mais difíceis,
mas também momentos excepcionais.
De momento, e devido ao estado
em que o país e o mundo se encontram, passamos uma fase de reforço de
energias para ultrapassar este período
de forma mais leve. Apesar disso, para
nós é um orgulho muito grande fazer
70 anos, pois somos uma empresa familiar que já vai na terceira geração.
GR:. Vão fazer algum lançamento
especial para esta comemoração?
VC: Brevemente faremos o lançamento de uma aguardente especial
para comemorarmos esta data. Aliás,
de cinco em cinco anos lançamos uma
aguardente velhíssima em embalagem especial. Sempre foi assim nesta
empresa. Nas comemorações dos 65
anos lançámos uma aguardente com
meio século numa garrafa de vidro da
marinha grande, todas feitas a sopro e
numeradas com gravação na própria
garrafa.
GR: O facto de serem uma empresa familiar dá algum conforto ou,
pelo contrário, aumenta a responsabilidade?
VC: Acresce sempre responsabilidade. Como em todas as empresas familiares, e sendo duradouras como é a
nossa, existem altos e baixos. Mas é a
união, e a vontade de continuar o que
foi projetado com tanto carinho pelos
nossos passados, que nos faz continuar. Todavia, é muito bom sentir a passagem dos anos e de testemunho.
GR: Dedicação, tradição e inovação são valores que marcam a história desta empresa. Também são
importantes no momento actual?
VC: Claramente. Sem esses valores
não estaríamos aqui hoje. Chegar mais
longe só se consegue com muita dedicação e inovação. A nossa história e a
nossa tradição são o amparo dos longos anos.
GR: O que mudou, na sua perspectiva, no mundo dos vinhos ao longo
destes 70 anos?
VC: Mudou quase tudo. Houve um
aumento enorme de produtores, há
mais marcas, a qualidade do vinho subiu imenso e está a ser tratado de maneira diferente. Há produtos de muito
boa qualidade em todas as regiões.
O vinho passou a ser considerado
um produto de excelência. A noção de
vinho mudou completamente nestes
70 anos. Antigamente o garrafão dominava, sem se cuidar da embalagem
ou da imagem. Depois, veio a garrafa
e hoje dá-se toda a importância à embalagem e à imagem. Os consumidores, muitas vezes, compram mais pela
imagem da garrafa do que pelo produto que a mesma contem. Para além
disso mudou também o conhecimento do público em relação ao vinho. Os
consumidores já sabem o que querem,
o que estão a comprar e gostam de saber pormenores que antigamente nem
sequer se falavam neles. As pessoas,
tanto cá como lá fora, já querem saber
quais as castas com que os vinhos são
feitos e, mais importante, querem provar e conhecer as diferenças.
GR: A aposta nas grandes marcas, como os clubes de futebol, mudou a visão do mercado?
VC: Sim. Começámos a trabalhar
com os clubes em 2005. Primeiro com
o Benfica, depois com o Sporting e o
FC Porto. Abriu-nos muitas portas no
mercado externo, nomeadamente na
Europa e em Angola, especialmente no
mercado da saudade.
GR: A aposta na exportação vai
continuar?
VC: Vamos reforçar essa aposta, tentando ir o mais longe possível, procurando clientes pelo mundo fora, criando parcerias e encontrando motivação
para continuar a trabalhar com qualidade e dedicação.
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A 25 de Junho, no Mercado Velho
Tondela promove vinhos
brancos do concelho
De 21 e 24 de Julho, na Alfândega do Porto
Festival do vinho verde
volta com actividades para as famílias
O terceiro festival Vinho Verde Wine
Fest, a realizar entre 21 e 24 de Julho, na
Alfândega do Porto, tem como grande
novidade “um programa que aposta em
actividades para as famílias”, segundo
foi hoje anunciado.
Organizado pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV),
o festival terá “mais de 150 vinhos em prova de 33 produtores” e do seu programa
consta um dia dirigido às famílias, no dia
23. Estão previstas actividades para as
crianças, que, segundo a CVRVV, “permitem primeiras experiências com a gastronomia e descoberta de sabores”. O programa mantém o encontro de automóveis
antigos, marcado para o último dia.
A Comissão afirma que os quatro dias
do Vinho Verde Wine Fest custam 160 mil
euros. Haverá provas comentadas por
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enólogos e produtores, cozinha feita ao
vivo, uma loja de vinhos, restaurantes e
uma actividade denominada “Chefes
improváveis” em que as estrelas serão
“figuras públicas de outros sectores que
irão mostrar os seus dotes culinários”.
“A criação de um espaço destinado
a workshops” e a ampliação da área de
demonstrações culinárias estão também
previstos, “uma vez que as edições anteriores registaram uma forte procura deste
tipo de experiência”, realçou o presidente
da CVRVV, referindo que a edição anterior
teve 25 mil visitantes. Manuel Pinheiro realçou ainda que a Comissão quer que o Vinho Verde Wine Festa seja “um programa
de fim de semana para as famílias, no qual
é possível conhecer as novidades” que os
produtores da região têm para mostrar.
O festival terá lugar no parque nas-
cente da Alfândega, com o rio Douro
como vizinho próximo, e este ano ocupara uma área maior do que a do ano
passado, com sacrifício do espaço que
era reservado ao estacionamento automóvel. “Esperamos ter mais gente do
que no ano passado e, sobretudo, que
seja um evento melhor”, disse ainda
Manuel Pinheiro. A entrada no festival
custará dez euros, com direito a um
copo, oito senhas de provas e a uma
prova comentada.
As vendas de vinho verde branco até
Abril subiram 0,3% face a igual período
do ano passado, as de tinto continuam a
perder terreno e as de rosado mantêm a
sua trajectória ascendente
Manuel Pinheiro vaticina que as vendas de vinho verde rosado ultrapassarão
as de tinto dentro de um ou dois anos.
O Município de Tondela
promove no próximo dia 25
de Junho, no Mercado Velho,
o evento “Tondela Brancos”
dedicado à promoção e divulgação dos vinhos brancos
do concelho, um produto de
excelência da região do Dão.
Os brancos produzidos em
Tondela sempre foram famosos, fruto de características
endógenas diferenciadas que
o concelho oferece para a
sua produção. Para o presidente da Câmara de Tondela
“este é mais do que um evento isolado”, pois “congrega
vários produtores, sempre
numa óptica de valorizar os
produtos endógenos locais”,
afirmou José António Jesus
à Gazeta Rural.
Gazeta Rural (GR): Como surgiu
a ideia de promover este evento?
José António Jesus (JAJ): A ideia
tem a ver, acima de tudo, com a valorização de um produto local de relevante
qualidade. Durante muitos anos os melhores vinhos brancos da região do Dão
eram produzidos em Tondela. Continua a
haver excelente produção, que importa
ser potenciada com um evento específico, pois os vinhos brancos estão a ganhar um crescente valor, nomeadamente enquanto produto local.
Desejamos, por isso, que este seja o
primeiro marco da promoção do vinho
branco e, em particular, na região de
Tondela que tão bons indicadores tem a
esse nível.
GR: É também uma forma de revitalizar o sector?
JAJ: Naturalmente. Depois da crise em
torno do sector cooperativo, os produtores passaram nos últimos anos por algumas dificuldades. Essa situação tem vindo
a ser ultrapassada com o aparecimento
de projectos, nomeadamente quintas, de
grande qualidade e com marcas de referência, que importa dar escala e, acima
de tudo, uma dimensão de estratégia de
promoção virada para estes produtos. É
por isso, que este é mais do que um evento isolado, pois congrega vários produtores, sempre numa óptica de valorizar os
produtos endógenos locais.
GR: O desaparecimento da Adega de Tondela, num concelho onde
predomina o minifúndio, trouxe
problemas ao sector?
JAJ: Como todas as épocas a seguir
a uma crise ou a um conflito emergem
soluções e todos estamos preparados
para reagir à adversidade. Depois da crise do sector cooperativo surgiram projectos inovadores, onde a qualidade sai
reforçada e, agora, com uma dimensão
de mercado. Isso posicionou muitas das
produções do concelho num novo estádio e num novo desafio, que é relevante
num tempo de competitividade, mas acima de tudo de qualidade. É neste equilíbrio entre a competitividade e a qualidade que se encontra a sobrevivência
destes projectos e felizmente que eles
superaram essa fase mais angustiante
e hoje estão com um olhar promissor e
próspero em relação ao futuro.
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Com data marcada para o
primeiro fim-de-semana de
Setembro, a Feira do Vinho
do Dão tem como principal
novidade as comemorações
dos 25 anos do certame. Em
conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara
de Nelas diz que essa é “a
responsabilidade maior”, num
certame que Borges da Silva
quer que seja de “excelência”.
Entre várias novidades que
a seu tempo serão conhecidas, o autarca de Nelas diz
que o musical “As Músicas
que o Vinho Dão”, de António
Leal, um espectáculo que vai
ter uma qualidade reforçada.
Borges da Silva quer que a
edição 2016 “possa vir a ficar
na memória, pelo carácter
diferenciador e de excelência”.
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José Borges da Silva diz que
“a responsabilidade é maior”
Município de Nelas prepara
XXV Feira do Vinho do Dão
com novidades
Gazeta Rural (GR): Como estão
os preparativos para a XXV Feira
do Vinho do Dão?
José Borges da Silva (JBS): A
novidade principal, e a responsabilidade
maior, são os 25 anos da Feira. Partimos
para esta edição com essa responsabilidade e a humildade de reconhecer que
é uma feira da região do Vinho do Dão.
Não é do vinho de Nelas, mas da região.
Nas duas últimas edições estiveram mais
de 60 empresas ligadas ao vinho, para
além de outras tantas de subsectores de
actividade ligadas ao vinho.
As últimas edições foram dois capítulos
importantes que vão ter o seu epílogo,
quer este ano quem no que vem, de excelência. Vamos incrementar a animação
relacionada com o aspecto vitivinícola,
com “As Músicas que o Vinho Dão”, do
António Leal, um espectáculo que já ganhou raízes na Feira e que este ano vai
ter uma qualidade reforçada.
Vamos tentar também, e vamos fazer
esse esforço num programa que está a
ser desenhado, externalizar a Feira quer
em termos regionais, nacionais e até internacionais.
Está a ser montada uma Feira que possa
vir a ficar na memória, pelo carácter diferenciador e de excelência. Em Nelas, em
todos os sectores, só a excelência nos basta e a Feira vai contar seguramente com as
novidades que os 25 anos justificam.
cada vez mais agregada, junta,
com parcerias entre as diversas
autarquias, é cada vez mais importante?
JBS: O que está a dizer é verdadeiro,
mas é preciso um esforço de quem está
nos lugares de responsabilidade para
não corresponder ao sentido contrário
que, por vezes, as populações nos exigem, que é olhar mais para nós e ver os
outros concelhos como adversários e
até inimigos.
O que temos em Nelas, na indústria,
agricultura, turismo e termalismo não
cabe no nosso território, pelo que, obrigatoriamente, os gestores da Câmara
de Nelas têm que estar virados para a
região e para o país. É por isso que não
ficamos nada assustados quando a Câmara de Viseu diz que é a “Cidade Vinhateira” e promove o Dão, porque quem
vai a Viseu também vem a Nelas e vai à
Serra da Estrela. Mas também quem fica
nos hotéis de Nelas também vai a Viseu.
Nós já somos pequenos, do ponto de
vista da expressão vitivinícola nacional.
Representamos pouco mais de 5% do
volume de negócios do vinho. Portanto,
tudo tem caminhado nos últimos anos
para uma perspectiva intermunicipal de
relacionamento e de ganhos de escala
a vários níveis, que beneficiam todos os
municípios e as populações envolvidas.
Na Câmara de Nelas cultivamos este
relacionamento com todos os municípios de proximidade e ficamos sensibilizados quando participamos num evento
promovido pela Câmara de Viseu, como
foi o Street Art, e fizemos um ponte vitivinícola através da pintura de um balão
alusivo ao vinho.
Para Nelas, e para mim pessoalmente, todos os municípios vizinhos não são
uma ameaça, mas uma oportunidade
para, em conjunto, transformarmos esta
região, a Dão-Lafões e a Beira Serra,
onde estamos em projectos comuns, e
reatarmos algo que vimos em termos
turísticos, nomeadamente por alturas
das festas do Natal e da Páscoa, que é
atrair gente do litoral, mas também atrair
aqueles que de cá saíram. É isto que temos que conquistar.
Lamúrias de fuga de populações e interioridade estão nas nossas cabeças.
Na vontade e na determinação não temos interioridade nenhuma. Não devemos fechar os municípios dentro do seu
território, mas criar parcerias pois as
avias de comunicação são comuns e os
interesses ligados ao vinho também. Estamos muito satisfeitos com estas parcerias, que vamos incrementar ainda mais.
GR: Que acções a Câmara vai promover até à realização da Feira?
JBS: Este ano já tivemos o Rally do
Vinho do Dão e o Grande Premio de Ciclismo do Dão. Vamos lançar uma grande campanha promocional em parceria
com entidades privadas, tal como fizemos o ano passado. Temos ligado à Feira
do Vinho do Dão as maiores empresas
do sector vitivinícola nacional que estão
instaladas na região.
Das 41 quintas inicialmente aderentes
à Rota do Vinho do Dão, 11 são município
de Nelas e 6 de Santar, que queremos
transformar, através desta estratégia de
promoção, na Vila Vinhateira da Região
do Dão, que falta na região e no país.
Existem várias Aldeias Vinhateiras no
Douro, mas falta um roteiro das Aldeias
e Vilas Vinhateiras de Portugal. Isto tem
que ser feito, porque corresponde àquilo
que hoje é procurado pelos turistas, que
é vinho e história e só depois é que vem
o sol e o mar.
Ainda recentemente fizemos a apresentação, em Sintra, de ‘Santar Vila Vinhateira do Dão’ e acho que há condições para a afirmar como tal, com a CVR
Dão, a CIM Dão Lafões, bem como outros
interlocutores relacionadas com o vinho.
Temos expectativas em relação ao quadro comunitário nesta matéria e está
a desenhar-se um financiamento próprio, relativamente ao vinho do Dão, no
âmbito do PROVERE, e acho que temos
todas as condições, com um elemento
diferenciador relativamente à região do
Dão. Não é pela quantidade, mas pela
excelência, comprovada pelos prémios
que o vinho do Dão ganha.
GR: O facto de a região estar
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Prazo de inscrição termina a 23 de Julho
Arrancou a XII edição
dos Prémios
Vinduero-Vindouro
A Associação Vinduero-Vindouro
abriu o prazo de inscrição para que as
adegas possam participar na décima
segunda edição dos Prémios Vinduero-Vindouro. Este evento internacional
analisa e avalia os melhores vinhos das
distintas denominações de origem de
Espanha e Portugal.
A Associação Vinduero-Vindouro
disponibiliza um sistema de inscrição
online, através da sua página web www.
premiosvinduero.com, para que as adegas possam formalizar o registo dos seus
vinhos de forma mais ágil, rápida e amiga
do meio ambiente, minimizando assim o
impacto ambiental do concurso. O prazo
de inscrição termina a 23 de Julho, com a
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“prova às cegas” a ter lugar na localidade de Trabanca (Salamanca) nos dias 1,
2, 3 e 4 de agosto.
O Comité de Prova do Concurso será
composto, tal como em edições anteriores, por reconhecidos profissionais
de renome internacional, que representarão diversas denominações de origem
de espanholas e portuguesas.
Desde há doze anos que a Associação Vinduero-Vindouro, organizadora
do Concurso Internacional de Vinhos
Vinduero-Vindouro, anteriormente conhecido por Prémios Arribe, conseguiu
torná-lo num ponto de encontro de referência para as melhores adegas espanholas e portuguesas, valorizando a
qualidade de trabalho e o empenho que
os profissionais da vitivinicultura investem para oferecer ao consumidor vinhos
da mais alta qualidade.
O Concurso Internacional de Vinhos
Prémios Vinduero-Vindouro 2016 posicionou-se como o mais proeminente
da comunidade de Castilla y León, aumentando progressivamente o número
de vinhos participantes no concurso e o
prestígio internacianal dos jurados presentes no comité de prova.
Os Prémios Vinduero-Vindouro 2016
são de âmbito internacional e encontram-se oficialmente reconhecidos pelo
Ministério da Agricultura, Alimentación y
Medio Ambiente (BOE 23//12/2015).
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GR: Nesta feira houve dois concursos, do vinho e do leite-creme?
PS: No leite-creme foi o oitavo concurso, em que há duas secções, uma da
restauração e outra para pessoas individuais. Esta é a sobremesa mais emblemática do concelho e, com este concurso, tentamos consolidar e melhorar
a sua qualidade. É um doce típico, que
acompanha bem os pratos gastronómicos que temos, como o arroz de sarrabulho, bacalhau de cebolada ou o naco
da minhota.
Tivemos também o XIV Concurso dos
Vinhos Verdes, com 42 amostras a concurso. Procurámos avaliar os melhores
vinhos da região, em três secções, e,
desta forma, tentámos valorizar e agregar valor, dando visibilidades aos vinhos
vencedores.
Terminada a Festa do Vinho Verde
Terminada mais uma edição da Festa do Vinho
Verde e dos Produtos Regionais, Ponte de Lima prepara-se já, de 23 a 26 de
Junho, a X Feira do Cavalo,
certame que vai receber alguns dos melhores cavaleiros mundiais. Porém, a animação no Vale do Lima não
se fica por aí, pois em Julho
chega a Feira da Caça, Pesca e Laser, evento que visa
mostrar as potencialidades,
e são muitas, do concelho
nestas áreas.
À Gazeta Rural, Paulo
Sousa, vereador com o pelouro do Turismo, fez um balanço positivo da Festa do
Vinho Verde, mas também o
lançamento e as novidades
dos eventos que seguem no
calendário do Município de
Ponte de Lima.
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GR: Nesta Feira, juntaram o vinho
ao hipismo?
PS: Ponte de Lima tem uma grande
tradição como destino equestre internacional e associada à Feira do Vinho, tivemos uma prova do Campeonato Regional
de Ensino, que contou com a participação de cerca de 60 atletas. Desta forma,
estamos a agregar valor para a prova de
ensino equestre, mas também à Feira,
pois o vinho, os produtos regionais e o
desporto equestre complementam-se.
GR: Terminada a Festa do Vinho,
segue-se a Feira do Cavalo?
PS: Sim, terá lugar de 23 a 26 de Junho, durante qual concentramos alguns
dos melhores atletas nacionais e internacionais de hipismo, que aqui têm
oportunidade de participar em provas de
nível mundial. Estão presentes cavaleiros que competem pelas suas selecções
em campeonato do Mundo ou nos Jogos
Olímpicos.
Ponte de Lima afirma-se cada vez mais
como um destino equestre nacional e internacional, de referência e excelência, ao
congregarmos algumas das grandes provas equestres, afirmando desta forma o
nosso concelho como um destino a visitar.
Aliás, é bom referir que a criação de
cavalos no concelho tem vindo a aumentar. O Centro Equestre do Vale do
Lima tem sido o motor deste crescimento, com um curso de Gestão Equina, feito com a Escola Profissional e Agrícola
de Ponte de Lima, para além de fazer a
manutenção de cavalos de proprietários
privados. Temos actualmente, mais alguns criadores de cavalos Lusitanos que
se instalaram no concelho.
GR: Em Julho há a Feira da Caça,
Pesca e Laser?
PS: Sim, vai ter lugar em meados de
Julho, num certame muito virado para
o sector da caça e da pesca, que tem
uma grande tradição no concelho, pois
temos atletas que participam no Campeonato do Mundo de Pesca Desportiva,
e também na área do laser, onde Ponte
de Lima, nomeadamente nas áreas da
gastronomia, no alojamento e também
nas actividades de turismo de natureza,
tem vindo a crescer de uma forma sólida
e consistente e que através deste evento
damos a conhecer.
No sector da pesca, sempre que há
provas, e no âmbito da Feira promovemos um concurso de pesca desportiva,
fazemos repovoamento para que haja
peixe para todos os concorrentes. Aliás,
ao longo do ano o município apoia uma
outra prova, o Campeonato Nacional de
Pesca à Truta com Isco Artificial, em que
fazemos repovoamentos e manutenção
das margens, para dar todas as condições aos participantes.
GR: E a caça?
PS: Há pouca. Temos várias associações de caça no concelho, mas há algumas situações complicadas, como a doença no coelho bravo e a fragmentação
das Zonas de Caça Associativas, para
além de, fruto da crise, ter havido uma
quebra significativa no número de caçadores. Acreditamos, todavia, que é um
sector que vai recuperar rapidamente.
Ponte de Lima promove
a Feira do Cavalo
e eventos de laser
Gazeta Rural (GR): Este evento
mostra o que de melhor tem Ponte
de Lima no sector do vinho?
Paulo Sousa (PS): Esta Feira é uma
excelente apresentação dos produtos
vínicos, dos melhores produtores do
concelho e da Região dos Vinhos Verdes,
com 45 expositores e também outros
produtos gastronómicos, dos enchidos,
à doçaria, e é, com certeza, uma excelente oferta para quem visite Ponte de
Lima.
GR: Como está o sector do vinho
no concelho?
PS: Está a melhorar. Houve uma fase
recente, devido à crise, em que o consumo de vinho caiu, mas neste momento
está a recuperar. Além disso, há também
bons projectos, quer por parte da Adega de Ponte de Lima, que está a ter uma
excelente implantação no mercado nacional, mas também no contexto internacional, mas também um conjunto de
12 produtores, mais pequenos, que têm
apostado numa identidade forte, com
grande qualidade e isso tem-se reflectido no seu crescimento e na sua sustentabilidade no mercado.
GR: Um vinho que no mercado externo tem cada vez mais procura?
PS: Efectivamente. Temos conhecimento que alguns produtores estão a
apostar no mercado asiático, nomeadamente na China e no Japão.
No Vale do Lima temos uma casta
emblemática e de grande potencial de
crescimento, a Loureiro, que tem crescido, ganhado valor e ajudado à sustentabilidade de toda a cadeia. Estou certo
que, para os viticultores, esta é uma excelente oportunidade de aproveitarem
uma casta que esteve na génese desta
região, que tem potencial para crescer e
de se valorizar, mas, acima de tudo, para
que os seus projectos agrícolas tenham
cada vez mais sustentabilidade.
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Numa iniciativa da autarquia
de Sernancelhe
Feira Aquiliniana
regressou à Lapa
e recordou Aquilino
Ribeiro
A Feira Aquiliniana, evento promovido pelo município de
Sernancelhe, regressou à Lapa, procurando associar o seu escritor Aquilino Ribeiro àquele lugar mítico. Naquela Aldeia de
Portugal, onde o património de mais de cinco séculos envolve a lenda e o culto de um dos santuários mais conceituados
da Península Ibérica, renasceu, pelo engenho e arte da Escola
Profissional de Sernancelhe, dos seus professores, e pela disponibilidade dos alunos a Lapa de finais do século XIX e início
de XX.
Foi uma montra de cultura, de autenticidade, que a todos fez
recuar ao tempo das romarias alegres, da Lapa como ponto de
encontro de fé e de festa, um verdadeiro centro de inspiração
e de peregrinação capaz de retemperar a alma e o corpo. Cor,
alegria, convívio, gastronomia, animação com sons de outros
tempos foram momentos que quem passou pela Lapa testemunhou e poderá guardar… até para o ano.
O lançamento da terceira edição da Revista Aquilino foi o
momento alto deste evento.
Certame atraiu dezenas de milhares de visitantes
Expomortágua 2016 contou
com recorde de expositores
A edição 2016 da Expomortágua encerrou com uma enorme multidão. Apesar das condições atmosféricas adversas, o certame voltou a atrair dezenas de
milhares de visitantes ao longo dos três
dias de duração.
Apesar do tempo não ter ajudado, o
presidente da Câmara de Mortágua fez
um balanço positivo do certame. “Tivemos a presença de dezenas de milhares
de pessoas, oriundas do concelho, da
região e até doutros pontos mais distantes do País, e não fosse a chuva, teríamos a cereja em cima do bolo, como se
costuma dizer”, afirmou Júlio Norte, lembrando que “há três anos começámos do
zero e hoje a Expomortágua assume-se
já como a maior feira do País a nível da
floresta e uma grande mostra da diversidade, riqueza e dinamismo das empresas
ligadas à floresta, energia, turismo, agricultura, indústria, comércio e serviços”.
Por isso, acrescentou o autarca, “valeu
a pena a nossa ousadia, o nosso acreditar, a nossa determinação, é garantidamente uma aposta que ganhámos”. Para
o edil o evento é a confirmação de que
“com trabalho, dedicação e empenhamento das nossas gentes, somos capazes de fazer, e bem, grandes coisas”.
Terminada a edição de 2016, o Município pensa já na edição do próximo ano
e “não deixará de fazer as alterações e
melhorias que achar convenientes no
sentido de proporcionar as melhores
condições quer aos expositores quer aos
visitantes. Queremos que a Expomortágua seja cada vez melhor”, referiu Júlio
Norte.
Restaurantes não tiveram mãos a medir
Festival Gastronómico do Cabrito do Caramulo
“superou as expectativas”
A edição 2016 da Semana Gastronómica do Cabrito do
Caramulo “foi um sucesso e superou as expectativas”, com
os restaurantes instalados no pavilhão multiusos do Caramulo a terem mesas cheias nos vários dias do evento.
António Dias, da Confraria Gastronómica do Cabrito e da
Serra do Caramulo, entidade que com a Junta de Freguesia do
Guardão promoveu o evento, referiu que o êxito se deve à “divulgação e na evolução do projecto”. “Foi uma aposta ganha”,
pois “tivemos uma adesão em massa, com os restaurantes
cheios, no sábado e no domingo ao almoço”, afirmou.
Para o efeito, “criámos uma maior dinâmica ao evento, com
a restauração, os produtos locais e o artesanato no interior do
pavilhão, e no exterior ficaram as tasquinhas e a animação.
Tudo isto deu maior dinamismo ao festival e abriu-o à comunidade local”, afirmou António Dias, referindo que “esta solução
atraiu mais gente e só o tempo não ajudou, pois houve umas
nortadas na sexta e no sábado à noite”.
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A 22 de Junho, no Mercado Sant’Ana, em Leiria,
Gala Porco d’Ouro destaca suinicultores
que cumprem boas práticas ambientais
A primeira Gala Porco d’Ouro portuguesa, que se realiza a 22 de Junho no
Mercado Sant’Ana, em Leiria, vai homenagear as explorações que se distinguem no cumprimento das boas práticas
ambientais, anunciou o presidente da
Federação Portuguesa de Associações
de Suinicultores (FPAS), Vítor Menino.
Em conferência de imprensa na Câmara de Leiria, um dos parceiros da gala,
Vítor Menino salientou que, na fileira da
suinicultura, estão 30 nomeados para o
Porco d’Ouro, por se distinguirem pelo
seu esforço na implementação de novas
exigências de produção, legislação ambiental, mudanças nos hábitos alimentares e melhores técnicas de produção,
com relevo para áreas como a biossegurança, bem-estar animal e ambiental.
“É a primeira vez que esta gala se realiza em Portugal. Insere-se no âmbito
dos 35 anos da FPAS, em parceria com
o Instituto de Alimentação e Agricultura, Investigação e Tecnologia, o institu26
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to espanhol que criou este evento em
Espanha, onde se realiza há 23 anos”,
adiantou Vítor Menino.
O presidente da FPAS explicou que a
iniciativa terá a periodicidade anual e
decorrerá em diferentes cidades. “A escolha por Leiria não foi um acaso, uma
vez que o distrito contribui muito para a
nossa competitividade e os suinicultores
têm um peso na economia distrital de
40%. Para distinguir os melhores nesta
edição teremos a presença de mais de
400 personalidades ligadas à fileira da
carne de porco”, acrescentou.
Segundo Vítor Menino, a Gala Porco
d’Ouro é mais uma iniciativa para “motivar o sector” e “incentivar às práticas
de qualidade e eficiência”. Os prémios
irão distinguir a produtividade numérica,
a taxa de partos e os leitões desmamados por porca reformada. A gala atribuirá ainda o prémio “Diamante” para as
“boas práticas de gestão”.
Vítor Menino admitiu ainda que as
manifestações que os suinicultores têm
promovido na rua têm “contribuído para
desmistificar alguns conceitos ligados
à carne de porco”, nomeadamente “em
termos nutricionais”. Esta é uma carne
“de excelência, que já é comparada às
carnes brancas”, referiu.
O presidente da FPAS mostrou-se satisfeito com o facto de já ser obrigatória
a identificação da carne, com o local de
origem e de abate, considerando que a
linha de crédito de 20 milhões de euros
que será concedida a este sector e ao
do leite será “uma ajuda”. No entanto,
o “caminho principal para recuperar o
sector terá de ser a abertura do mercado
à exportação, sobretudo para a Rússia”.
A Câmara de Leiria aprovou um apoio
de 3.505 euros para apoio logístico na
realização desta gala. O vice-presidente,
Gonçalo Lopes, adiantou que o sector da
suinicultura garante “milhares de postos
de trabalho directos e indirectos, entre
explorações e empresas de rações.
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Gala decorreu no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz
Verallia Portugal divulgou os vencedores
do III Concurso de Design e Criatividade
A Verallia Portugal anunciou os vencedores do III Concurso de Design & Criatividade, numa Gala que decorreu no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira
da Foz. A apresentação desta cerimónia
foi feita pelo ilusionista Mário Daniel.
Sob o lema “Mobilidade”, a terceiro
edição do Concurso recebeu perto de
uma centena de projectos. Os alunos de
Design e Artes matriculados no Ensino
Superior no ano lectivo 2015-2016, tiveram que propor projectos de acordo com
o tema “Mobilidade” cujo objectivo foi de
responder às necessidades e características de uma vida quotidiana “agitada”
para diversos elementos de uma família,
não esquecendo a capacidade produtiva
da indústria vidreira. Actualmente, devido à situação económica e política do
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país, as pessoas são mais nómadas, mais
dificilmente se prendem muitos anos a
um trabalho, a uma cidade, a uma casa,
entre outros. As exigências do dia-a-dia
são maiores, o ritmo mais acelerado e,
por vezes, as refeições rápidas e práticas fora e dentro de casa são frequentes. Assim, para apresentar um projecto
inovador, os candidatos familiarizaram-se com a essência e potencialidades do
material e do processo vidreiro. Os candidatos tiveram, igualmente que orientar
os projectos em função do público-alvo
e tiveram em consideração as questões
económicas relacionadas com o lançamento de uma garrafa ou de um boião
em vidro. As categorias foram as seguintes: vinhos, cervejas, espumantes,
aguardentes e licores, azeites, águas,
sumos e refrigerantes, boiões e frascos.
O vencedor foi o “Pápapa”, na categoria
de Boiões e Frascos, dos alunos da Escola
de Artes da Universidade de Évora Mafalda
Narciso, João Justino e Vanda Pereira. Em
segundo lugar ficou o projecto Babygo,
na mesma categoria, apresentado por
Inês Mourão, da Universidade Lusófona
de Lisboa; em terceiro o projecto ANNIE,
na categoria de Águas, de Sérgio Lamancha, da Escola Superior de Educação do IP
Coimbra; no quarto posto ficou o projecto
À’Tona, na categoria de Azeites, de Bárbara Cunha, da Escola Superior de Educação
do IP Coimbra, e no quinto lugar o projecto
Agit’AÇÃO, na categoria de Sumos e Refrigerantes, de Rita Sousa, da Escola Superior
de Educação do IP Coimbra. Foram também atribuídas cinco menções honrosas.
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Ministro da Agricultura nas jornadas da Cersul, em Elvas
Portugal tem potencial para aumentar
produção de cereais de qualidade
O Clube Português dos Cereais de Qualidade organizou na sede da Cersul, em
Elvas, uma jornada onde apresentou o
seu trabalho pioneiro para a obtenção
de matérias-primas de qualidade usadas
na produção de malte para cerveja, baby
food e farinhas especiais para panificação.
A jornada contou com a presença de
cerca de 60 convidados, entre os quais
o Ministro da Agricultura, que participou
na visita aos campos de demonstração
de trigo duro, trigo mole e cevada dística,
realizados por agricultores associados
da Cersul. “Pude constatar que a organização da Fileira dos cereais é fundamental e que esta estratégia de aposta na
qualidade é o caminho a seguir, porque
existe um enorme potencial de aumento
da produção por via da qualidade”, disse
Capoulas Santos, sublinhando que este
Clube é bom exemplo de que o interprofissionalismo informal funciona.
O Clube Português dos Cereais de
Qualidade existe há 17 anos, com o objectivo de juntar toda a cadeia de valor
de cereais de elevado valor acrescentado, nomeadamente trigo mole panificável, trigos de força, trigos para baby
food, trigo duro e cevada dística, com
vista à obtenção de matéria-prima que
corresponda às exigências de qualidade
do mercado. Além da produção e indústria, tem ainda assento nesta estrutura
a investigação agrícola pública, através
do INIAV, ex-Estação Nacional de Melhoramento de Plantas de Elvas.
“Este Clube é o primórdio de uma associação interprofissional que visa fornecer produtos de qualidade para que
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o consumidor prefira o que é português.
Ao fim de 17 anos de existência, estes
encontros têm permitido uma aproximação cada vez maior entre produtores e
indústria e a adopção de soluções win-win”, explicou Bulhão Martins, presidente da direcção da Cersul, uma das quatro
organizações de produtores que compõem o Clube e anfitriã do evento.
Embora seja um nicho de mercado
onde a procura é estável, a produção
nacional satisfaz apenas uma pequena
parte das necessidades da indústria em
cereais de qualidade, estimando-se que
exista uma margem de crescimento para
o triplo da actual produção. “Há poucos países a produzir para este nicho de
mercado e Portugal tem boas condições
de produção de trigos com elevado valor acrescentado. É uma oportunidade
para trabalharmos em fileira e substituir
importações”, reconhece João Amorim
Faria, responsável da Cerealis, uma das
indústrias que integra o Clube.
“Em Portugal há condições de solos,
clima e variedades que podem ser muito
bem explorados, mas é necessária uma
concertação de esforços para remarmos
todos na mesma direcção. Precisamos de
lotes maiores e muito homogéneos, que só
se conseguem com produção em escala e
organização da produção”, explica Paulo
Cardoso, responsável da Ceres, outra indústria com assento no Clube que processa 130 mil toneladas trigo/ano, das quais
apenas 20% é comprado em Portugal.
Os trigos melhoradores são usados
para corrigir lotes de trigo com valor de
força ou de proteína mais baixos e para
produção de farinhas especiais. O seu
valor de mercado é superior ao de outros
trigos. Por exemplo, em 2015 o preço
pago à produção por uma tonelada de
trigo melhorador rondou os 240 €, enquanto o trigo forrageiro não ultrapassou os 180 €/ton. Estima-se que Portugal produza cerca de 100 mil toneladas
destes cereais, representando um valor
de mercado de 4 milhões de euros.
As expectativas para a actual campanha de cereais de pragana são positivas,
com produtividades acima da média no
Alentejo. “Os cereais foram mal tratados
na última reforma da PAC, esperamos
que no próximo QCA o cenário se altere,
porque Portugal não pode continuar a
importar 95% dos cereais que consome”,
disse Carpinteiro Albino, presidente do
Clube Português dos Cereais de Qualidade, em tom de recomendação ao ministro da Agricultura.
A Cersul é pioneira na produção de cereais de qualidade usados na elaboração
de baby-food, com um itinerário cultural
praticamente isento de pesticidas e uso
reduzido de fertilizantes; lotes de trigo
mole de qualidade superior e homogénea, usados como corretores ou melhoradores pela indústria de panificação
e de gritz de milho usado na produção
de cerveja. Os 170 associados da Cersul
produzem 60.000 hectares de cereais,
30% dos quais de qualidade superior. A
elevada capacidade de armazenamento
do agrupamento e um laboratório para
análises dos cereais permite-lhe formar
lotes homogéneos que respondem aos
requisitos da indústria.
Terminada a edição 2016,
com “um sucesso sem precedentes”, a autarquia da
Mealhada começou já a preparar a FESTAME - Feira
do Município da Mealhada
de 2017. A segunda edição
do evento não defraudou as
expectativas pela diversidade da programação, mas
também pelas condições
criadas a mais de uma centena de expositores.
O presidente da Câmara
da Mealhada percorreu os
stands, no último dia da feira, para ouvir a opinião dos
expositores, e ficou satisfeito com os comentários “extremamente positivos”, “palavras de agradecimento” e
“a promessa muito determinada de regressar em 2017”
da generalidade dos expositores. Em conversa com a
Gazeta Rural, Rui Marqueiro
diz que a edição 2017 já
começou e vai manter-se
nos moldes actuais, num
evento virado para
o concelho.
Gazeta Rural (GR): Que balanço
faz desta edição da FESTAME?
Rui Marqueiro (RM): É muito positivo. Tivemos um conjunto apreciável
de expositores, com bons espectáculos
e muito participados. O Festame é um
evento para o município da Mealhada e
não pretendemos nem internacionalizar
a festa, nem torná-la regional. Para isso
teríamos que ter um cartaz mais dispendioso e mais espaço, que não temos.
O FESTAME mantem-se dentro da linha definida, procurando algumas nuances, como foi o caso deste ano em que
puxámos mais pela economia e menos
pelo artesanato. A edição do próximo
ano começa a ser preparada após o fim
desta edição.
Em 2017, e vamos ver se o conseguiremos concretizar, queremos ter as grandes empresas existentes no concelho,
para as mostrar, conhecer a sua importância, qual o volume de exportações e
criar alguma confiança económica para
que as pessoas do nosso concelho percebam que vivem num município que
Terminada a FESTAME - Feira do Município
Município da Mealhada
prepara já outros
eventos para o Verão
hoje já não é de ruralidade, pois tem uma
indústria apreciável. Vamos tentar trazer
também algumas empresas na área das
novas tecnologias que estão no mercado e tentar pôr os nossos empresários
e técnicos a conversar e aproximá-los,
para termos um desempenho económico
cada vez melhor e voltado para o mercado externo, que é, no fundo, a nossa
única saída. Temos que criar um sector
exportador cada vez mais competitivo.
GR: As empresas da Mealhada
estão a atingir esse patamar?
RM: Há empresas no concelho que
exportam milhões de euros, só que são
pouco conhecidas. Algumas estão integradas em grupos económicos que não
têm cá a sede, mas é cá que fazem o fabrico e os rendimentos que libertam são
da Mealhada, porque a maioria do seu
pessoal vive ou faz a sua vida no concelho.
GR: Foi o artesanato que iniciou
esta festa?
RM: Sim e continuaremos a mantê-lo, quiçá com alguma melhoria nos
critérios de análise das propostas. Este
ano tivemos 180 inscrições, para 100 lugares. Podemos criar mais uma ou duas
dezenas, mas não há espaço para mais.
Naturalmente há pessoas que ficam insatisfeitas, mas os critérios são claros e
ninguém nos pode levar a mal por darmos prioridade às empresas e artesão
do concelho, porque o Festame é destinado ao município da Mealhada.
GR: Terminada a Festame, o concelho vai continuar com animação
durante o verão?
RM: Primeiro vamos fazer a apreciação e o balanço deste evento, mas com
certeza que vamos ter um programa de
animação termal, cujas bases financeiras vamos determinar, que será produzido por uma associação local, com o
apoio financeiro e logístico da Câmara
Municipal. Vamos tentar conjugar as
Festas das Freguesias com algum programa de animação termal.
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Entidades Gestoras reuniram no Luso
OPINIÃO
Sapadores florestais reivindicam
mais apoios financeiros
O mundo precisa
de uma floresta mais verde
As Entidades Gestoras de Equipas de
Sapadores Florestais reuniram no Luso,
no concelho da Mealhada e tomaram
uma posição conjunta em relação ao
que consideram ser as progressivas restrições financeiras impostas à sua actividade e reivindicam mais apoios financeiros por parte do Estado.
“O objectivo do encontro foi tomar de
uma posição única e abrangente para
remeter à tutela e, se necessário, desencadear formas de protesto, defesa
e afirmação dos Sapadores Florestais
que, de ano para ano, têm visto diminuir
o apoio por parte do Estado, comprometendo a situação de muitas das suas
entidades gestoras”, afirmou Lara Luzindre, membro da Federação Nacional das
Associações de Proprietários Florestais
(FNAPF), entidade que organiza a reunião, em que deverão participar cerca de
cem pessoas.
O encontro realizou-se numa altura
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em que está a ser discutida uma nova
alteração do regime jurídico aplicável
aos Sapadores Florestais, trabalhadores
especializados que desenvolvem, com
carácter permanente e de forma sistemática, acções de silvicultura preventiva e acções de vigilância e de apoio ao
combate de incêndios florestais.
As Entidades Gestoras de Equipas de
Sapadores Florestais, que incluem, entre outros, cooperativas de agricultores,
produtores florestais e entidades gestoras de baldios, queixam-se das progressivas restrições financeiras impostas
pelo Instituto da Natureza e das Florestas (ICNF), cuja acção é preponderante
no Programa de Sapadores Florestais.
No entender da FNAPF, “o ICNF não
tem realizado os ajustamentos necessários para que as Equipas de Sapadores
Florestais (ESF) sejam autossuficientes,
não procedendo, nomeadamente, à actualização do valor do apoio ao funcio-
namento a atribuir anualmente às entidades gestoras das ESF no âmbito do
serviço público, que, actualmente, é um
garrote que asfixia as ESF”.
Em nota divulgada, a FNAPF entende
ainda que, ao longo dos últimos anos, não
tem havido sensibilidade para alguns aspectos preponderantes como o respeito
pelas condições e prazos de pagamento
do apoio ao funcionamento das ESF, bem
como a definição da obrigação e da tipologia do apoio do Estado à reparação/
substituição do equipamento colectivo
de trabalho, nomeadamente da viatura”.
Verifica-se assim, garante a FNAPF,
“um aumento de todos os custos directos
(mão-de-obra, combustíveis, equipamento de protecção pessoal, máquinas,
correntes, lâminas, pneus, óleos, etc),
de todos os custos indirectos (seguros,
reparação de equipamentos e viaturas,
apoio técnico, etc.) e uma regressão no
apoio ao funcionamento das ESF”.
No dia 5 de Junho celebrou-se o Dia
Mundial do Ambiente. Neste ano, a Europa pretendeu assinalar esta data com
uma chamada de atenção para as consequências da perda de biodiversidade.
A Agência Europeia do Ambiente foi o
agente dinamizador dessa sensibilização, tendo colocado uma forte ênfase
na acção que a Rede Natura 2000 tem
desempenhado na protecção e reabilitação dos ecossistemas naturais mais
ameaçados no espaço da União Europeia. Nesta acção de sensibilização, a
Agência Europeia do Ambiente recuperou uma outra mensagem que ganha
força crescente na agenda política europeia - Uma gestão sustentável é a chave
para florestas saudáveis na Europa! (já
retomaremos este tema).
Em Portugal, o Dia Mundial do Ambiente foi assinalado com a realização
de um Conselho de Ministros Extraordinário dedicado ao Ambiente no coração
da Serra da Arrábida, num claro sinal político de regresso da temática ambiental
ao topo da acção governativa.
Neste Conselho de Ministros, entre
outras medidas, gostaria de destacar a
aprovação da criação de um único fundo ambiental resultante da fusão dos
fundos actualmente existentes - Fundo
Português de Carbono, Fundo de Intervenção Ambiental, Fundo de Protecção
dos Recursos Hídricos e Fundo para a
Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Esta é uma decisão política que
pode trazer impactos positivos para a
floresta portuguesa.
Esta medida visa garantir uma maior
eficácia no financiamento das políticas
ambientais e os ecossistemas florestais,
certamente, também poderão vir a beneficiar desses apoios públicos. A flores-
ta gera um conjunto muito significativo
de serviços ambientais importantes. A
protecção dos solos, a regulação dos recursos hídricos, o sequestro do CO2 ou
a preservação da biodiversidade, de que
os montados de sobro e azinho constituem expoentes máximos no contexto
da Europa mediterrânica, constituem
funções “não-produtivas” das florestas
que a sociedade tem vindo a valorizar
cada vez mais.
No quadro da luta contra as alterações climáticas, sem dúvida, o maior
desafio ambiental que a Humanidade já
enfrentou, as florestas desempenham
um papel insubstituível como sumidouros de carbono. Esta foi uma das linhas
de acção que emanou da Cimeira Mundial do Clima - o Acordo de Paris não
só reconheceu a importância vital das
florestas para o bem-estar global, como
apela aos países para agirem na protecção dos recursos florestais, para travar
a desflorestação e promover a gestão
sustentável da floresta e o sequestro do
carbono.
O problema da destruição das florestas pelos incêndios, que todos os anos
são responsáveis por uma grande parte das emissões de dióxido de carbono
e pela devastação dos sumidouros de
carbono, é uma questão ambiental que
deve ser acompanhada de perto pelo
Governo e também pelos agentes do
sector e pela Sociedade Civil.
Desse ponto de vista, a promoção da
vitalidade dos ecossistemas florestais
e a sua gestão profissional, assente em
critérios de sustentabilidade, assumem
um desafio cada vez mais necessário diria mesmo, fundamental - para o futuro das florestas.
Em Portugal, os desafios da Economia
Verde colocam a floresta num papel cimeiro e, num País onde mais de 95% das
florestas são privadas, as políticas públicas assumem uma importância de ainda
maior relevo. Neste domínio, os pagamentos silvo-ambientais e a fiscalidade
verde constituem instrumentos de política que ganham actualidade crescente.
O Compromisso para o Crescimento
Verde, lançando pelo anterior Governo,
constituiu um primeiro passo, um marco
nesse caminho, mas que importa agora
dar seguimento e consequência, pois
porque as políticas ambientais necessitam de um prazo longo de aplicação, tal
como sucede na política florestal.
E, neste ponto, aqui retomo a mensagem da Agência Europeia do Ambiente
relativa à importância da gestão sustentável dos espaços florestais para cumprir
o papel decisivo que as florestas desempenham no desenvolvimento global e no
combate às alterações climáticas.
Urge que as instâncias governamentais e a Sociedade Civil reconheçam e
valorizem as florestas e os produtos florestais como importantes sumidouros
de carbono. Nesta matéria, sublinho o
Programa do Governo que inscreveu a
valorização dos serviços silvo-ambientais prestados pelos espaços florestais
(por ex., biodiversidade, conservação do
solo e da água, sequestro de carbono)
como uma linha de actuação num espectro mais amplo da intervenção para
a mitigação das principais ameaças ambientais da actualidade - as alterações
climáticas e a perda de biodiversidade.
É por tudo isso que o mundo (e Portugal)
precisa de uma floresta mais verde, mais
saudável e mais sustentável!
Miguel Galante
Eng.º Florestal
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Vítor Gomes é o novo presidente do Conselho de Administração
Resultados conhecidos a 2 de Julho
Crédito Agrícola do Vale do Dão
aposta no crescimento com solidez
Beira Interior promove
IX Concurso de Vinhos
Toaram posse os novos órgão sociais da Caixa de Crédito
Agrícola do Vale do Dão (CCAVD), sedeada em Mangualde e
com agencias em Satão e Penalva do Castelo. Vítor Gomes é
o novo presidente do Conselho de Administração, - ocupava
o segundo lugar na hierarquia, - garantiu que a referência da
instituição nos próximos anos passa por “crescer com solidez
financeira, desenvolver o negócio e ganhar cota de mercado”.
Para o novo presidente da CCAVD, o futuro “é um desafio”, mas
para isso será necessário “muito trabalho, dedicação, competência, rigor, investimento tecnológico e resiliência”. Vítor Gomes
lembrou os sacríficos feitos para que hoje a CCAVD seja uma “instituição credível e capaz de ir ao encontro dos clientes e associados com qualidade e eficiência”. O novo presidente garantiu
ainda que a CCAVD “vai manter fiel ao seu passado, mas olhando
o futuro, empenhada na fixação das populações, bem como no
desenvolvimento dos concelhos da região em que se insere”.
Vítor Gomes é acompanhado no Conselho de Administração
por João Coelho, Alfredo Poças, José Luis dos Santos e José
Marques. José Moniz presidente à Assembleia Geral e Acácio
Pinto, anterior presidente deste órgão transita para o Conselho
Fiscal.
A Comissão Vitivinícola da Região da
Beira Interior (CVRBI), o NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda
e a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) vão promover na Guarda, a 17
e 18 de Junho, o IX Concurso de Vinhos da
Beira Interior, iniciativa que visa promover a qualidade dos vinhos desta região.
Ao Concurso, que ano após ano tem
granjeado um apreciável prestígio, irão
concorrer 78 vinhos, entre vinhos tranquilos ou espumantes, tintos, brancos ou
rosados, classificados como DOC Beira
Interior ou como Vinho Regional Terras
da Beira, de 26 produtores.
Os vinhos admitidos no referido concurso serão avaliados em prova cega por
um júri, composto por enólogos, escanções, membros da hotelaria e restau-
ração, críticos de vinhos, membros das
câmaras de provadores outras comissões vitivinícolas; contando ainda este
ano com dois provadores vindos de Espanha. O júri do Concurso será presidido
pelo crítico de vinhos Aníbal Coutinho, a
quem caberá coordenar a prova.
Este evento tem vindo ano após ano a
dar maior visibilidade aos vinhos da Beira
Interior, tendo as vendas e exportações
da região vindo a aumentar gradualmente ano após ano.
No final, aos vinhos premiados serão
atribuídas as medalhas de Ouro, Prata e
ainda a Grande Medalha de Ouro, para o
melhor Vinho da Beira Interior. Os resultados do serão conhecidos no dia 02 de
Julho, durante um jantar de Gala a decorrer no Castelo do Sabugal.
Breves
III Festival de Carnes Portuguesas
Certificadas DOP
Numa iniciativa da Feira Internacional
de Artesanato de Lisboa (FIA), vai decorrer na FIL, em Lisboa, de 25 de Junho
a 3 de Julho, a Semana da Gastronomia
Tradicional, evento que abrange todos
os aspectos culturais a ela associados.
No mesmo espaço haverá uma oferta
de produtos genuínos distinguidos de
cada região, produtos de mercearia tradicional, vinhos e outras bebidas, produtos gourmet elaborados artesanalmente
segundo a cultura de cada região e doçaria de produção própria.
Pelo terceiro ano consecutivo, irão
estar em destaque as melhores carnes
das Raças Portuguesas certificadas
(DOP) confeccionadas por restaurantes de cozinha tradicional portuguesa
em representação de todas as regiões
do país.
Concurso Concelhio de Bovinos de
Raça Mirandesa
Realiza-se no próximo dia 24 de Junho,
no Mercado de Gado de Malhadas, na al-
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deia de Malhadas, Miranda do Douro, a
partir das 10 horas, o Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa.
Este é um evento que pretende divulgar esta raça de prestígio do concelho
mirandês e estimular a orientação dos
criadores na produção de animais de
Raça Bovina Mirandesa por contribuírem
para a valorização e aproveitamento de
recursos forrageiros de regiões desfavorecidas, bem como para obtenção de
carne excelente.
Para além do concurso, este ano estão
programadas, paras as 16 horas, lutas de
touros de Raça Mirandesa.
VIII Festival Hípico de Idanha-a-Nova
O VIII Festival Hípico de Idanha-a-Nova, concurso de saltos de obstáculos que
já é uma referência na modalidade, vai
disputar-se no próximo dia 19 de Junho,
domingo, na Zebreira, a partir das 14 horas. Está prevista a participação de dezenas de cavaleiros oriundos de todo o país.
Em disputa vão estar cinco provas de obstáculos, que vão desde a Prova de Escolas
(altura máxima de 0,30 metros) à Prova
Grande (altura máxima de 1,10 metros).
A competição atribui 1500 euros em
prémios pecuniários (500 euros na Prova Média e 1000 na Prova Grande), numa
organização da Câmara Municipal de
Idanha-a-Nova e da União de Freguesias de Zebreira e Segura.
Penha Garcia recebe II Congresso das
Medicinas Tradicionais
Penha Garcia, no concelho de Idanha-a-Nova, vai ser palco do II Congresso
das Medicinas Tradicionais, nos dias 18
e 19 de Junho, com um cartaz que reúne
as temáticas das forças da natureza, das
energias e dos medos ancestrais.
Os visitantes serão ainda surpreendidos com muita animação e a recriação
de rituais ancestrais, com destaque para
a noite de sábado. São dois dias que vão
colocar Penha Garcia no centro das medicinas tradicionais, num evento que alia
saúde, ciência e tradição, organizado
pelo Município de Idanha-a-Nova, Junta
de Freguesia de Penha Garcia e Rancho
Folclórico de Penha Garcia, entre outras
entidades.
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Em Viseu, de 5 de Agosto e 11 de Setembro
Feira de S. Mateus apostada
em recuperar tradições
No dia 25 de Junho, em Alfândega da Fé
Clube de Monteiros do Norte
promove jantar de entrega de prémios
O Clube de Monteiros do Norte (CMN)
vai entregar, no próximo dia 25 de Junho,
os Prémios CMN 2016 no Hotel & Spa em
Alfândega da Fé, pelas 19 horas. Ciente da importância do sector cinegético
para o país, e em especial para a região
de Trás-os-Montes e Alto Douro, o CMN
pretende com a atribuição destes prémios distinguir anualmente um Monteiro
pelo seu comportamento ético, postura e
actividade na defesa e promoção da caça
maior e conservação da vida selvagem.
Serão atribuídos prémios como uma
Zona de Caça, pela qualidade da sua gestão cinegética da caça maior reflectida
na relação de número de postos de caça/
quantidade/qualidade dos seus efectivos populacionais e troféus cobrados.
Uma Matilha de Caça Maior pela bravura,
empenho e dedicação no montear, assim
como pela apresentação e trato do matilheiro e zelo no tratamento dos seus cães.
Para além dos prémios Monteiro do Ano,
Mancha do Ano e Matilha do Ano eleitos
por votação dos sócios, o CMN instituiu
recentemente um novo prémio, designado
“Mérito CMN” da responsabilidade da direcção, que será atribuído pela primeira vez
este ano, destinado a distinguir uma personalidade ou entidade pelo seu relevante
contributo para a promoção e desenvolvimento da caça, da caça maior em particular e da conservação da vida selvagem.
Além da cerimónia de entrega dos
prémios, o jantar anual do CMN tem vindo a afirmar-se como um dos momentos
altos da actividade social do Clube envolvendo cada vez mais os associados e
respectivas famílias.
Pela primeira vez, o CMN no âmbito
deste jantar abraça uma causa humanitária, apoiando a HELPO, uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, sem fins lucrativos, que leva
a cabo programas de apoio continuados,
projectos de assistência, ajuda humanitária, desenvolvimento comunitário,
educação para o desenvolvimento e
desenvolvimento humano em múltiplos
países, nomeadamente Moçambique. No
âmbito desta iniciativa solidária o Clube
organizou uma campanha de recolha de
donativos para serem entregues à HELPO
no decorrer do jantar.
Ano XII | N.º 272 | Periodicidade: Quinzenal
Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | [email protected] | 968044320
Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante
Departamento Comercial: Coordenação Filipe Figueiredo
Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400
E-mail Geral: [email protected] | Web: www.gazetarural.com
ICS: Inscrição nº 124546
Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu
Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04
Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: [email protected] | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu
Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares
Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
FICHA TÉCNICA
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Recordar tradições de outros tempos
é o mote para a 624.ª edição da Feira
de S. Mateus, que vai decorrer em Viseu
de 5 de Agosto a 11 de Setembro. A organização do evento está apostada em
manter o cariz popular da mais antiga
Feira Franca activa da Península Ibérica,
que espera atrair mais de um milhão de
visitantes.
Serão trinta e oito dias de feira, com
mais de uma centena de eventos, 32
concertos e 40 iniciativas de animação. Estarão presentes 260 expositores,
“20% dos quais novos, especialmente de
Viseu”, adiantou a Viseu Marca, entidade
que assegura a organização do evento.
Recuperar “tradições há muito perdidas”, como o concurso dos vestidos de
chita, a lendária caixinha de furos dos
chocolates Regina e um dia dedicado às
enguias da Murtosa são algumas das novidades desta edição, bem como a nova
praça de Viriato dedicada aos vinhos do
Dão, gastronomia e doçaria de Viseu,
com destaque para os Viriatos.
Novidade será também a estreia do
espectáculo de teatro de rua “Viver Viriato”, que ocorrerá no dia de abertura,
numa grande produção cénica do Trigo
Limpo teatro ACERT. Visitas a Viseu para
mostrar “o lado B de uma cidade com
história, mitos e lendas” e um balão de
ar quente para experiências de voo, são
outras novidades da edição deste ano.
Com uma “nova oferta de animação e
apresentando o melhor cartaz de sempre”, o certame espera, segundo o presidente da Câmara de Viseu, “mais de um
milhão de visitantes”.
“Piscamos o olho a todos os públicos,
a famílias e a jovens, a visitantes e a turistas”, afirmou Almeida Henriques, na
apresentação da Feira de S. Mateus. O
autarca referiu que foram “alcançadas
as camadas mais profundas da requalificação da Feira de São Mateus”, realçando o facto de se ter conseguido “reactivar o baú da memória autêntica da feira,
ao mesmo tempo que inovamos na sua
oferta, programação e imagem, introduzindo modernidade e surpresa”.
João Cotta, presidente da Viseu Marca,
assegurou que este ano a Feira “deverá
ser a mais sustentável de sempre”, facto
reafirmado por Almeida Henriques, garantindo que “a Feira de São Mateus é
hoje auto-sustentável, sem prejuízos ou
défices”. Para o autarca “é também um
investimento atractivo e compensador
para grandes marcas nacionais e regionais. Temos e somos a maior feira popular histórica do país”.
Quanto a espectáculos há música para
todos os gostos. Entre outros, passarão pelo palco da feira Mariza, The Gift,
Rui Veloso, Carlão, GNR, David Carreira,
Dengaz, AGIR, DAMA, C4 Pedro, Ana Malhoa, Diogo Piçarra, Amor Electro, Jorge
Palma & Sérgio Godinho e Camané. O
viseense Moullinex inaugurará o placo
da Feira, que todas as quintas-feiras irá
receber bandas locais.
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A 29 de Junho e de 1 a 3 de Julho
Penedono promove desfile
etnográfico de S. Pedro
e Feira Medieval
O Município de Penedono vai promover dois eventos que atraem àquele
concelho milhares de visitantes. Assim, a
29 de Junho, feriado municipal, promove o Desfile Etnográfico de S. Pedro que
pretende mostrar que Penedono é uma
terra com história alicerçada em tradições que se vão perpetuando ao longo
dos séculos e detentor de um património
etnográfico único. Este evento que conta com a participação e envolvência de
todas as associações, colectividades e
juntas de freguesia do concelho.
Por sua vez, de 1 a 3 de Julho, tem lugar a Feira Medieval de Penedono que
acontece no maravilhoso centro históri-
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co desta vila. Por estes dias, e graças a
uma recriação histórica fidedigna, Penedono embarca numa aventura medieval,
pelas ruas ouvem-se os pregões dos almocreves, a música dos bobos, os gritos
dos guerreiros e os clamores da justiça
medieval. Nos três dias, Penedono recua
no tempo e exibe, para todos aqueles
que nos visitam e apreciam a história,
o orgulho que aqui prevalece desde os
tenros tempos da nacionalidade.
O encantador cenário histórico que a
vila proporciona, a activa participação das
gentes locais, a animação sempre diversificada e constante são motivos que vêm
contribuindo para o sucesso alcançado.
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