Troca de experiências ajuda a aperfeiçoar o cooperativismo - ocb-go

Transcrição

Troca de experiências ajuda a aperfeiçoar o cooperativismo - ocb-go
Revista do Sistema OCB/SESCOOP-GO
Ano 1 -nº 4 outubro/dezembro-2014
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Troca de experiências ajuda a
aperfeiçoar o cooperativismo
Dirigentes de cooperativas goianas conheceram
os sistemas implantados em outros países, como
Alemanha, Canadá, Espanha e Estados Unidos
Pensar e Cooperar
| Boa intenção sem cooperativismo não passa nem da porteira
,
`
Mensagem do
Conselho de Administração
‘‘
Ao olhar o passado, agradecemos o que recebemos.
Mas, ao mesmo tempo, é necessário olhar para o futuro
e vislumbrar aquilo que ainda vamos construir, alcançar."
Um ano abençoado
Chegamos ao final de mais um ano. 2014 nos trouxe inúmeros desafios, mas também
várias conquistas. Ao enfrentar cada desafio proposto pudemos exercitar nossa capacidade
de superação. Superação que se fez pela união, pelo interesse comum e solidário, pela busca
de vitórias coletivas, por uma sociedade melhor.
Ao revisitarmos as páginas passadas em 2014, o sentimento que nos invade é de
tranquilidade e gratidão. Tranquilidade pela certeza do dever cumprido. Gratidão por tanto
que nos foi oferecido. Tivemos a oportunidade de exercitar nossa veia solidária e, a partir
desse exercício, contribuir para a cidadania de uma parcela da sociedade que necessita de
auxílio para ver seus direitos assegurados.
O Dia de Cooperar foi um capítulo especial de 2014, um marco na nossa história enquanto
sistema OCB/Sescoop em Goiás, mas também um marco em nossas histórias individuais,
quando tivemos a oportunidade de mostrar aquilo que, muitas vezes, já fazíamos, mas que ao
se somar aos fazeres de outras pessoas ganhou em proporção e alcance.
Ao olhar o passado, agradecemos o que recebemos. Mas, ao mesmo tempo, é necessário olhar
para o futuro e vislumbrar aquilo que ainda vamos construir, alcançar. Na última edição da Revista
Goiás Cooperativo de 2014, trazemos uma matéria especial sobre o intercâmbio, campo a ser
explorado nos dias que se seguem, damos dicas sobre uma importante ação deste período, que é a
elaboração do balanço patrimonial e prestação de contas das cooperativas, e fazemos um giro pelas
nossas cooperadas, mostrando o que elas estão fazendo e os resultados positivos alcançados.
Que 2015 seja um ano abençoado e repleto de conquistas, individuais e coletivas, para
todos nós!
HAROLDO MAX DE SOUSA - Presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM
DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DE GOIÁS
SINDICATO E ORGANIZAÇÃO DAS
COOPERATIVAS BRASILEIRAS NO ESTADO DE GOIÁS
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO:
Presidente: Haroldo Max de Sousa (Coapro) / Vice-presidente: Vanderval José Ribeiro
(Sicoob do Vale) / / Secretário:Aguilar Ferreira Mota (Comigo) / Conselheiros: Pedro Jaime de
Araújo Caldas (Sicredi Planalto Central GO), Joaquim Guilherme Barbosa de Souza (Complem),
Jocimar Fachini (Coperpamplona), Neirimar Norberto de Sousa (Uniodonto Goiânia)
Conselho Fiscal (efetivos): João Gonçalves Vilela (Cagel), Lister Borges Cruvinel (Sicoob Centro-Sul)
Suplentes: José Lourenço de Castro Filho (Coapil), Nilton Carlos da Silva (Coopersil), Elton José de
Oliveira (Coopercampi) / / Superintendente:Valéria Mendes da Silva
Av. H com Rua 14
nº 550 - Jardim Goiás
Goiânia/GO - CEP 74.810-070
Fone: (62) 3240-2600
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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente: Haroldo Max de Sousa // Conselheiros efetivos: / Conselheiros: Antonio Chavaglia
(Comigo), Sizenando da Silva Campos Jr. (Unimed Goiânia), Astrogildo Gonçalves Peixoto (Sicoob Goiás
Coapil), Gesmar João Amorim (Coapil) // Suplentes: Julio Sânzio Vilela (Comiva), João Batista da
Paixão Jr. (Cooperbelgo), Renato Nobile (Sescoop Nacional) , Antonio Moraes Resende (Centroleite)
//Conselho Fiscal (Efetivos): Enio Freitas de Sene (Sicredi Vale GO), José Mário Pereira Lima (Comai),
Carlos Henrique Arruda Duarte (Coacal) // Suplentes:Leopoldo José de Araújo (Sicoob Credicapa),
Cinézio Rezende (Codrhil), Esmeraldo Alves Barbosa (Cotrac) // Superintendente: Valéria Mendes da Silva
REDAÇÃO E EDIÇÃO: Carla de Oliveira (JP 10.76 G0) e Luisa Dias (GO n. 01181 JP) // COLABORAÇÃO: Eliane Almeida Dias / DESIGN GRÁFICO: Fábio Salazar (Mtb 722/GO) // FOTOGRAFIAS: Arquivo Sistema OCB/SESCOOP-GO e divulgação / IMPRESSÃO: Gráfica Cerrado /
Tiragem: 4 mil exemplares / DISTRIBUIÇÃO: Publicação dirigida às cooperativas e entidades ligadas direta ou indiretamente ao cooperativismo no estado de Goiás. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião do Sistema
OCB/SESCOOP-GO. Permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte. Este jornal está disponível em versão eletrônica no site do Sistema OCB/SESCOOP-GO: www.goiascooperativo.coop.br
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GOIÁS
COOPERATIVO
Leitura
Confira nossas dicas e saiba
mais sobre o cooperativismo |31
Sumário
REVISTA GOIÁS COOPERATIVO
Edição nº 04 - outubro/dezembro/2014
Intercâmbio
cooperativista
Comitivas formadas por dirigentes de cooperativas goianas e brasileiras
visitaram países como Alemanha, Canadá, Espanha e Estados Unidos
para verem, de perto, experiências tradicionais e de sucesso
|18 a 25
5º Fórum Goiano de
Presidentes e Dirigentes
Cooperativistas
Em sua quinta edição, evento reuniu
100 dirigentes para discutir temas
relevantes para o setor.
|10 a 13
Receita
Panetone caseiro é opção
para festas natalinas |30
Entrevista
Vanderval José Ribeiro,
vice-presidente do Sistema
OCB/Sescoop-GO e presidente
da Sicoob do Vale, fala sobre
2014 e as expectativas
para 2015
|6 e 7
}
Pirenópolis
Cidade erguida aos pés
da Serra dos Pireneus
é destino de turistas
de todo o Brasil
|32 e 33
VANDERVAL JOSÉ RIBEIRO | Vice-presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO
“
“
A mobilização da sociedade
é um compromisso do setor.
O vice-presidente do Sistema OCB/Sescoop-GO e presidente da Sicoob do Vale,
Vanderval José Ribeiro, faz um balanço positivo de 2014 e avalia como importantes os
avanços obtidos com o Dia C e na legislação do setor, para a imagem e a evolução do
cooperativismo. Mas acredita que 2015 será um ano de cautela, com as mudanças do
governo e o momento econômico brasileiro. Confira entrevista com o dirigente.
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GOIÁS
COOPERATIVO
Qual a avalição que o senhor faz de 2014 para o
cooperativismo em Goiás e no Brasil?
O ano de 2014 foi muito positivo, principalmente no ramo do
crédito, que teve uma evolução muito significativa. A rede
Sicoob teve um crescimento muito grande, em especial pela
união com a Unicred. Já no Estado, a aproximação da OCB
com o governo de Goiás, que permitiu o avanço da educação
cooperativista no ensino básico e médio. O tema também se
tornou matéria na Universidade Estadual de Goiás e há uma
proposta inicial de criarmos um curso de graduação em
cooperativismo, o que será um passo muito importante para
nós. Além disso, há uma sinalização de que teremos assento
na Junta Comercial do Estado, o que deve alavancar a cultura
cooperativista e permitir que o sistema participe efetivamente
da sociedade.
Na nona edição do prêmio Cooperativa do Ano, o
número de inscrições foi recorde. O setor cresceu,
neste período? O que a premiação revela?
As tecnologias de informação estão mexendo com a estrutura
de qualquer segmento. No nosso, está sendo decisivo. Quem
antecipa isso participa de concursos como este e é muito
importante mostrar seu trabalho. Um trabalho, que, às vezes,
a cooperativa acha que é algo restrito, mas serve de exemplo
para muitas outras. Acho importante a intercooperação e a
participação em outros eventos, pois soma no sistema.
Em 2014, o sistema participou pela primeira vez
do Dia C. Depois dos resultados conquistados neste
ano, como será o dia em 2015? Qual a importância
desta data para o setor?
O Dia C foi um dia de compromisso, dia do sistema mostrar a
cara e fazer com que a sociedade, onde a gente atua, pudesse
conhecer de perto nosso trabalho. A mobilização da sociedade é
um compromisso do setor e podemos contribuir muito para as
mudanças positivas. Espero, em 2015, um superávit de decisões
e posturas. Quem não participou, vai participar.
Pelo cenário apresentado em 2014, o senhor
acredita que será possível avançar, no próximo
ano, no ato cooperativo e na modernização da Lei
Geral das Cooperativas. Qual o cenário
vislumbrado?
Ter a nossa lei refeita e modernizada é importantíssimo. Houve
algumas adequações nestes últimos anos, mas tem que
atualizar muita coisa. Nós temos que mostrar para o País e
para o Congresso a importância do cooperativismo para a
economia e para resolver os problemas regionais do estado.
A lei está no Congresso e esperamos que essa questão seja
resolvida em 2015.
Qual a importância da Lei 13.043, sancionada
pela presidência? A OCB trabalhou pela
aprovação da lei, mas o projeto acabou recebendo
ressalvas. A legislação atende as expectativas das
cooperativas?
Tem vários entendimentos. Algumas pessoas acham que
está razoável, mas o sistema cooperativista precisa evoluir
cada vez mais. Organizamos as pessoas socialmente e
imprimimos alguns ritmos importantes na sociedade. É
importante uma legislação voltada para os interesses das
cooperativas e que não dependa apenas de uma decisão
político partidária.
Quais as expectativas do setor para 2015?
Sobre 2015, para o sistema crédito está difícil, o
momento é temeroso e a moeda vive um momento
frágil. É precisa ter muita cautela com gastos. Cautela e
canja de galinha é bom para todo muito. Acho prudente
a preocupação e andar com domínio do negócio bem na
palma da mão. Vivemos, neste final de ano, momento de
instabilidade administrativa devido às mudanças do
governo.
O intercâmbio e a internacionalização são metas
para 2015?
O intercâmbio com países com cooperativismo sólido é
muito importante, pois a prática é diferente, assim como
a formação cultural. É essencial a troca, levar as
pessoas para esses locais e receber visitas. O sistema é
mundial e temos que evoluir as práticas cada vez mais
no mundo inteiro.
Ter a nossa lei
refeita e modernizada
é importantíssimo.
Houve algumas
adequações nestes
últimos anos, mas tem
que atualizar muita coisa."
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GOIÁS
COOPERATIVO
GIRO COOPERATIVISTA
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Representantes de Unimeds de todo o país participaram de evento no Rio de Janeiro
SAÚDE
INTEGRAÇÃO
Sistema Unimed debate
impacto dos custos de
materiais especiais
Os debates da 44ª Convenção Nacional
Unimed, realizada de 14 a 18 de
outubro, no Rio de Janeiro, abordaram o
impacto dos custos de órteses, próteses e
materiais especiais (OPMEs) no setor de
saúde. Segundo informações abordadas
no evento, este mercado movimenta R$
20.5 bilhões ao ano e é um dos principais
causadores dos altos custos do setor. O
evento foi promovido pela Federação Rio
e a Unimed-Rio e debateu o tema Década
do cooperativismo: identidade e
transformação. O encontro reuniu
dirigentes das 352 cooperativas do
Sistema e especialistas em saúde,
economia,
cooperativismo
e
empreendedorismo para discutir o
tema. A Unimed do Brasil representa
institucionalmente o maior sistema
cooperativista de trabalho médico do
mundo e a maior rede de assistência
médica do Brasil. (Fonte: Easycoop)
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GOIÁS
COOPERATIVO
Cooperativistas
de seis países
conhecem
Sistema OCB
Representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, países
de língua portuguesa, visitaram o Brasil para aprofundar seu
conhecimento a respeito do cooperativismo, sobre a atuação do
Sistema OCB, e para realizarem a Assembleia Geral da Organização
Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa (OCPLP). O evento
foi realizado no dia 14 de outubro, em Brasília. O grupo de
cooperativistas estrangeiros participou do Projeto Portas Abertas,
por meio do qual conheceu as formas de atuação do Sistema OCB,
em uma palestra que enfocou a representação política, os processos
de desenvolvimento e qualificação das cooperativas e, ainda, sua
articulação sindical. O grupo conheceu, ainda, a metodologia de
construção e de implantação do Planejamento Estratégico do
Sistema OCB. Na Assembleia Geral, foram discutidos a
continuidade dos projetos de intercooperação em andamento e o
planejamento para os cursos de capacitação que ocorrerão nos
próximos dois anos. O foco das ações da OCPLP em 2014 foi o
Ramo Agropecuário. (Fonte: Ascom Sistema OCB)
CONQUISTA
Nova lei garante
Refis e Reintegra
às cooperativas
O governo sancionou, com
vetos, o projeto de lei de
conversão aprovado pelo
Congresso Nacional, em
outubro, no lugar da Medida
Provisória 651/2014. A Lei
13.043/2014, resultante da
MP, foi publicada no Diário
Oficial da União no dia 14 de
novembro.
Editada em julho deste ano, a
medida tratou de vários
assuntos relacionados a
tributos, como estímulos ao
mercado de capitais (por meio
de fundos de índices de renda
fixa e clubes de investimento) e
programas de parcelamento de
dívidas com o Fisco,
genericamente apelidados de
Refis, entre outros. O projeto
foi sancionado parcialmente
pelo vice-presidente Michel
Temer, na condição de
presidente da República em
exercício. Os vetos recaíram,
por exemplo, sobre
dispositivos que ampliariam
desonerações tributárias ou
facilidades de pagamento de
dívidas de contribuintes com o
governo sem os devidos
cálculos de impacto
orçamentário-financeiro. A
proposição contou com o
acompanhamento efetivo do
Sistema OCB, que atuou para
assegurar a inclusão das
cooperativas no texto entre as
beneficiárias. (Fonte: Agência
Brasil e Brasilcooperativo)
Realização de mostra cultural é um dos primeiros resultados apresentados pelo programa
EXEMPLO
Programa União Faz a Vida realiza 1ª Mostra Pedagógica
Implantado em agosto deste ano na Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, em Ipameri
(GO), o programa União Faz a Vida, do Sicredi Planalto Central GO, já começou a render
resultados positivos. No dia 19 de outubro foi realizada na escola a 1ª Mostra Pedagógica do
programa, no Pavilhão Diocesano Monsenhor Domingos Pinto de Figueiredo. Foram
realizadas várias apresentações culturais e de projetos da escola, que evidenciaram a missão
do projeto, que é a transformação na maneira de ensinar e de aprender. O programa União
Faz a Vida é destinado a crianças e adolescentes de 1º ao 9° ano e tem como objetivo
incentivar a cidadania e o espírito de cooperação. Fazem parte do programa
aproximadamente 240 alunos. (Fonte: Ascom Sicredi Planalto Central GO)
PIONEIROS
Sicredi Sudoeste GO faz homenagem aos fundadores
Os 56 sócios-fundadores da Sicredi Sudoeste GO
foram homenageados, no dia 10 de outubro, na
sede da cooperativa, pela importância do trabalho
realizado na cooperativa. Também foram
homenageados quatro ex-presidentes, que
contribuíram
decisivamente
para
o
desenvolvimento e crescimento da cooperativa
Pioneiros são homenageados em evento
em 11 anos de trajetória. O diretor executivo
Márcio Girardi fez uma breve apresentação sobre o crescimento da Sicredi Sudoeste GO e
também falou sobre os projetos de expansão para os próximos anos. O atual presidente, Zeir
Ascari, destacou a importância dos idealizadores que empreenderam o sonho de fundar uma
cooperativa de crédito para ser a sua própria instituição financeira, com foco no desenvolvimento
socioeconômico da comunidade local e regional. (Fonte: Ascom Sicredi Sudoeste GO)
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GOIÁS
COOPERATIVO
POR DENTRO DO SISTEMA
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Liderança cooperativista
Fórum debate tema com dirigentes
Cem dirigentes de
cooperativas de todo o
Estado participaram do 5º
Fórum Goiano de
Presidentes e Dirigentes
Cooperativistas, promovido
pelo Sistema OCB/SescoopGO, nos dias 22 e 23 de outubro, no Hotel Tayo, em
Caldas Novas. Na abertura do evento, o presidente do
sistema, Haroldo Max de Sousa, destacou as principais
conquistas da equipe da OCB/Sescoop-GO junto ao setor
cooperativista ao longo dos quase quatro anos de sua
gestão. Dentre eles, está a maior participação do sistema
em feiras e eventos e o crescimento do número de
atendimentos realizados pelo Sescoop Goiás.
Durante o fórum, os participantes puderam
assistir às apresentações de três grandes palestrantes.
No primeiro dia, após o almoço oferecido pela
organização, o doutor em Direito e Comunicação,
Clovis de Barros Filho, falou sobre o tema: Os três
tipos de amor e suas relações e viabilidades nas
organizações. Em seguida, foi a vez do jornalista e
escritor Jose Luiz Tejon Megido, com a palestra O
líder e a superação na liderança cooperativa. À noite,
os dirigentes e acompanhantes puderam desfrutar de
Presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO,
Haroldo Max de Sousa, fala durante abertura oficial do evento
um jantar de confraternização com música ao vivo.
A terceira palestra, no dia 23, foi do economista e
pesquisador do comportamento humano Carlos
Hilsdorf, considerado um dos maiores conferencistas
do País. O tema foi: Construindo a melhor Versão do
Futuro. O fórum seguiu até o meio-dia, com
encerramento feito pelo vice-presidente do Sistema
OCB/Sescoop-GO, Vanderval José Ribeiro.
PALESTRANTES
CLÓVIS DE BARROS FILHO
Doutor em Direito pela Universidade de
Paris. Doutor em Comunicação pela
Universidade de São Paulo (USP).
Professor livre-docente de Ética da
Escola de Comunicação e Artes
(ECA/USP) e Consultor de Ética a
UNESCO. Professor, colunista e
conferencista do Espaço Ética.
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GOIÁS
COOPERATIVO
JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO
Mestre em Arte e Cultura pela
Universidade Mackenzie. Doutor em
Ciências da Educação pela Universidad
de la Empresa (UDE/Uruguai).
Coordenador acadêmico de Programas da
FGV in Company. Coordenador acadêmico
de pós-graduação. Diretor vice-presidente
de Comunicação do Conselho Científico
para a Agricultura Sustentável (CCAS).
Jornalista, publicitário, autor e
palestrante.
CARLOS HILSDORF
Considerado pelo mercado empresarial
um dos dez melhores palestrantes do
Brasil. Palestrante dos Congressos
Mundiais de Administração na Alemanha
e na Itália e do Fórum Internacional de
Administração (México). Economista pósgraduado em Marketing pela FGV. Autor
dos best sellers Atitudes Vencedoras - 51
Atitudes Essenciais para Vencer na Vida e
na Carreira e Revolucione Seus Negócios.
.
CLÓVIS DE BARROS
Três conceitos de amor devem ser aplicados à rotina corporativa para que
as equipes de trabalho possam chegar ao sucesso - o de Platão (do desejo
constante por um trabalho melhor), o de Aristóteles (alegria pelo que faz) e
o de Cristo (no empenho em melhorar a vida do próximo). Quem afirma é o
professor doutor Clóvis de Barros Filho, conferencista do Espaço Ética, que
fez palestra durante o 5º Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes
Cooperativistas, realizado em Caldas Novas. Segundo ele, esse ideal só é
possível quando a preocupação da empresa com a felicidade de
colaboradores e clientes estiver em harmonia com as metas de lucro.
Confira a entrevista.
O senhor compara o amor nos conceitos de
Platão, Aristóteles e Cristo. Por que as empresas
se concentram apenas no amor platônico, em que
a felicidade está fora do trabalho, no pósexpediente?
O desejo platônico é intrínseco ao sistema
capitalista. Os donos e acionistas das empresas sempre
querem mais e mais lucros, pois a riqueza atual não
basta. Não existe espaço para o amor aristotélico ou
cristão no mercado de trabalho. Isso reflete na
constante pressão e exploração dos colaboradores que
trabalham nas empresas. Só é possível viver uma vida
que basta em si mesma, em desejos que podem se
bastar na própria conquista, fora do serviço. O amor,
em sua manifestação completa, só se revela quando
vivemos para nós mesmos, não para as cobiças dos
outros.
Executar esses três papéis no mundo
corporativo não parece ser um objetivo muito
idealizado? De que forma isso é possível?
É possível quando as empresas aceitam a
incorporação do mundo da vida no sistema
mercadológico. Quando a preocupação com a
felicidade de colaboradores e clientes estiver em
harmonia com as metas de lucro.
As empresas cooperativas, pelos seus
princípios, estão mais perto dessa possibilidade?
Sim, com certeza. As cooperativas reúnem o que há
de melhor no sistema capitalista com o melhor do
sistema socialista. Afinal, os trabalhadores cooperados
são os próprios patrões. Há uma vontade de que todos
os integrantes obtenham lucro, sem explorar seu
próprio trabalho. Eu acredito que os sistemas de
cooperativas são a melhor resposta para um mercado
socialmente responsável.
O amor, em sua
manifestação
completa, só se revela
quando vivemos para
nós mesmos, não para
a cobiça dos outros."
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GOIÁS
COOPERATIVO
CARLOS HILSDORF
Saber transformar as dificuldades em oportunidades para o
crescimento pessoal e profissional é o ponto chave para se chegar ao
sucesso. A partir desta visão, baseada na humildade, pode-se
construir atitudes vencedoras, que estão ligadas à proatividade, à
assertividade e ao bom humor. O economista e pesquisador do
comportamento humano Carlos Hilsdorf, um dos maiores
palestrantes do País, falou ao Sistema OCB/Sescoop-GO, durante o 5º
Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas, realizado
em Caldas Novas, nos dias 22 e 23 de outubro. Na ocasião, resumiu os
principais aspectos de sua apresentação no evento. Confira.
O senhor diz que não há receitas prontas para o
sucesso. Mas qual é o perfil do candidato a esse
sucesso?
O primeiro ingrediente fundamental para um
candidato ao sucesso é aquele que já compreendeu que
o sucesso começa necessariamente na humildade, na
sua abertura para o mundo. A gente tem uma falsa ideia
de humildade. A gente pensa que humildade é acreditar
que nós somos menos que os outros. Não é verdade.
Humildade é saber que nós não somos mais do que
ninguém e que, portanto, nós temos a possibilidade de
aprender com absolutamente todas as pessoas. Às
vezes a gente pensa: "Eu tenho tanto tempo de
cooperativismo e o cara está chegando agora..." Mas é
justamente porque está chegando agora que ele está
com os olhos muito abertos, não está acostumado com
o cenário, com determinadas incoerências, de coisas
que a gente se acostumou no dia a dia. Ele é um ótimo
termômetro para nos dizer coisas que sentiu ao chegar.
Assim como aquele que está há 40 anos no movimento
também é ótimo, porque ele conhece toda a história,
tem muita bagagem para dividir. Então, eu tenho de
aprender com quem tem muita experiência, com quem
tem pouca experiência, com quem tem muito
conhecimento e com quem tem pouco conhecimento. A
virtude de aprender é um ingrediente fundamental
para quem é candidato ao sucesso a qualquer coisa na
vida.
Há diferença na forma de se alcançar o sucesso
em relação ao setor cooperativista?
Se nós partirmos do conceito verdadeiro de sucesso,
seria a mesma coisa. O sucesso verdadeiro é uma
autorrealização, que conquistamos sem, de forma
alguma, impedir a autorrealização de outras pessoas e,
especialmente, colaborando com a autorrealização de
outras pessoas. Mas, como a gente entende o sucesso no
mundo como algo muito individualista, como algo muito
12 |
GOIÁS
COOPERATIVO
do indivíduo sozinho, esquecendo a relação que ele tem
com o mundo, então, dentro do setor cooperativista é
que a gente tem o melhor terreno para o
desenvolvimento do verdadeiro sucesso. Para que isso
aconteça, a gente precisa ter uma noção ética muito
grande. A melhor maneira de entender ética é a seguinte:
ética é o dever de fazer o bem. Todas as vezes que eu
estou em consonância com o dever de fazer o bem,
nunca estou fazendo nada antiético. Se eu deixo de fazer
o bem, eu já comecei a fazer algo antiético.
Quais as atitudes vencedoras necessárias para
uma versão melhor de futuro de que o senhor tanto
fala?
As atitudes vencedoras são aquelas que transformam
dificuldades em oportunidades. Eu selecionei 51 delas,
num pequeno livro, para facilitar o dia a dia das pessoas.
Mas, de maneira bem simples, nós temos de pensar
nisso. Eu não posso escolher o que o mundo coloca na
minha frente, mas eu posso escolher como vou reagir
àquilo que o mundo coloca na minha frente. Então,
diante de toda e qualquer dificuldade, (temos de) encarar
a dificuldade naquele momento. Pensar: "Quem, se não
eu?", "Quando, se não agora?" (É preciso) Chamar a
responsabilidade da dificuldade, porque, senão, ela vai
virar um problema, o problema vai virar uma crise e isso
vai para o caos depois. Agora, se eu aproveito a
dificuldade, ela se torna, para mim, uma oportunidade.
Então, esse é o caminho do círculo virtuoso das atitudes
vencedoras. Aí inclui a proatividade, que é a capacidade
de assumir a responsabilidade e agir no momento certo;
a assertividade, que é a capacidade de ir direto ao ponto,
não ficar viajando, tangenciando as coisas, ir
diretamente aquilo que faz a diferença; a compreensão
da importância do trabalho em equipe; o bom humor,
porque o mundo já está cheio de dificuldades e
problemas, nós não podemos ser mais uma. É um
conjunto de coisas.
JOSÉ LUIZ TEJON
Num mundo que avança para um crescimento populacional
estrondoso, o melhor caminho para a sobrevivência profissional é o
do empreendedorismo guiado pelo cooperativismo, que dá
consistência ao trabalho humano. Esta é a opinião do jornalista e
escritor José Luiz Tejon Megido, que participou da programação do 5º
Fórum Goiano de Presidentes e Dirigentes Cooperativistas realizado
em Caldas Novas, nos dias 22 e 23 de outubro. Dentro do tema de sua
palestra sobre liderança, ele aponta a necessidade de os líderes
manterem o foco naquilo que tem de ser feito e consciência do que
não pode. Leia a entrevista concedida ao Sistema OCB/Sescoop-GO.
Quais as diferenças de perfil entre o líder
corporativo e o líder cooperativista?
No cooperativismo, a gente tem um compromisso.
Não podemos perder pessoas, não podemos abandonar
pessoas. O corpo de cooperados é o fundamento do
cooperativismo. E aí é uma grande luta, porque, como
vimos aqui na palestra, as estatísticas são reveladoras.
Setenta por cento dos seres humanos são muito
dependentes de um processo de liderança, de um
processo de comunicação, de ambiente. Eu considero
muito mais difícil e exigente ser um líder
cooperativista do que um líder de uma companhia. Por
outro lado, considero extremamente mais satisfatório,
mais gostoso, mais fantástico ser um líder de uma
cooperativa, do que de uma empresa, apesar de a gente
poder fazer nas empresas grandes coisas, também,
muito positivas, humanas e tudo. Mas, no
cooperativismo, não tem escolha, tem que fazer.
Portanto, é uma luta brutal e eu admiro os exemplos
de cooperativas bem sucedidas no Brasil, porque aí tem
uma liderança invejável.
Quais os principais elementos para superação
da liderança cooperativista?
Precisa ter um foco muito claro do que tem de ser
feito e uma consciência muito grande daquilo que não
pode ser feito. Numa empresa, a gente recebe um
monte de demandas daqui, dali e de lá. E um líder não
existe para fazer o que as pessoas querem, um líder
existe para fazer o que a causa exige, o que a obra
exige. No cooperativismo, como é todo um processo de
cooperados, tem assembleia e tudo o mais. Fico
imaginando as pressões que um líder deve receber para
alguma coisa assistencialista aqui, de uma ajuda ali ou
perdão em dívida. Então, ele tem de ter, ao mesmo
tempo, uma determinação, uma convicção muito
grande para zelar pelo patrimônio, pelo todo e, ao
mesmo tempo, ele tem de saber dizer não de uma
maneira muito querida, carinhosa. Portanto, como eu
já disse, é um trabalho fascinante, mas creio que o
fundamental é o foco, o que tem de ser perseguido, e
aquilo que não pode ser feito.
Quais os resultados que a cooperativa pode
alcançar com esse aperfeiçoamento da liderança
cooperativista?
O Roberto Rodrigues, que é um líder cooperativista
que eu admiro, disse que nós teremos de conseguir um
prêmio Nobel da paz para cooperativismo. Não tenho
dúvida. No Brasil, creio que isso tinha de ser um plano
de Estado, porque não vejo possibilidade alguma em
um mundo que caminha para 9 bilhões, 10 bilhões de
seres humanos, que não exista chance de vida e
empregos. Só tem o caminho do empreendedorismo e
o empreendedorismo exige uma orquestração
cooperativista. Portanto, o cooperativismo significa
dar forma, dar administração, dar consistência ao
trabalho humano de bilhões de seres humanos para os
próximos anos. Portanto, ela está para mim como um
instrumento sine qua non de gestão.
Eu considero
muito mais difícil e
exigente ser um
líder cooperativista
do que um líder de
uma companhia."
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GOIÁS
COOPERATIVO
Campanha beneficiou 1,4 milhão de pessoas
no País, mais de 18,5 mil em Goiás. Dados
foram apresentados na Casa da Indústria
Sucesso do Dia C
é apresentado em números
Histórias para lembrar
O livro Histórias para lembrar é uma
publicação feita pelo Sistema
OCB/SESCOOP-GO para registrar as
ações realizadas por cada uma das
41 cooperativas goianas, além do
Sistema, que participaram do Dia de
Cooperar 2014. A obra de 88 páginas
e capa dura reúne os números que
comprovam o sucesso da campanha
já na primeira edição em Goiás, além
de trazer imagens representativas
que, por si só, mostram a importância
do movimento. Com esta obra, o
Sistema pretende reconhecer cada
um dos mais de 18,5 mil voluntários
que se sensibilizaram e se
dispuseram, de alguma forma, a
contribuir com a causa.
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GOIÁS
COOPERATIVO
A dedicação de 1.650 pessoas dentro do cooperativismo goiano em prol do
voluntariado e da promoção social nos últimos meses ecoou em mais de 40
cidades do Estado e provocou uma verdadeira corrente do bem. A campanha do
Dia de Cooperar , realizada este ano pela primeira vez em Goiás, beneficiou mais
de 18,5 mil crianças, adultos e idosos, com diversas ações. Em todo o País, o
movimento alcançou 1,4 milhão de pessoas.
Todos os dados do balanço do Dia C 2014 foram apresentados na sede do
Sistema OCB/SESCOOP-GO, no dia 27 de novembro, a representantes de
cooperativas que estiveram na Assembleia Geral Ordinária (veja quadro). Na
ocasião, aquelas que desenvolveram ações para a campanha de voluntariado
também receberam um certificado de participação e um livro com as histórias
de cada cooperativa no Dia C (leia texto ao lado).
A campanha de 2014 foi marcada pela evolução nas participações no Dia C.
Ao todo, 25 Estados aderiram à causa, mobilizando 20 mil voluntários. Em Goiás,
as cooperativas reuniram, pelo menos, 17 mil quilos de alimentos diversos, além
de 3,5 mil litros de leite. Também foram arrecadados 9,1 mil itens escolares e
2,4 mil livros didáticos e literários, 8,3 mil fraldas geriátricas e mais de mil itens
de higiene pessoal.
As próprias cooperativas escolheram o público favorecido (instituições
filantrópicas, famílias e comunidades carentes) e as atividades que desejaram
desenvolver, que foram desde uma simples confraternização ou almoço para
levar alegria a abrigados em asilos, até a construção de casa, passando por
variadas doações, ações de conscientização ambiental, de saúde, de doação de
sangue, dentre outras.
Em Goiânia, foi feita a consolidação de todos esses trabalhos, com um grande
evento no Parque Mutirama, no dia 6 de setembro, quando foi comemorado no
Dia de Celebrar em todo o País. Na ocasião, 300 voluntários trabalharam na
realização do evento para receber mais de 2,2 mil pessoas com atividades que
reuniram a recreação (distribuição de ingressos para os brinquedos,
caracterização de personagens) e a prestação de serviços (aferição de pressão,
educação sobre higiene bucal, dentre outras).
Todos esses resultados não passaram despercebidos pela imprensa goiana.
O Dia C 2014 rendeu 43 inserções em sites, além de matérias e notas em jornais
impressos, rádios e TV. Nos veículos dentro do Sistema, a cobertura foi completa
no Portal Goiás Cooperativo, boletins, programa de rádio, revista e mídias sociais.
Dia C em Goiás
18.509
pessoas beneficiadas
1.650
voluntários
50
Números do Dia C 2014 foram apresentados no dia 27 de novembro.
projetos desenvolvidos
41
cooperativas participantes
Dia C no Brasil
1,4 milhão
de beneficiados
20 mil
voluntários
854
cooperativas
Nanci Cavalcante: a campanha deve
levar o cooperativismo a um caminho
social de mais justiça
Virgínia Coelho: uma equipe vai
desenvolver o projeto do Dia C 2015 já
a partir do início do ano
Para o gerente de Marketing da Unimed Goiânia, Edney Vascurado Santos, que
esteve na apresentação do balanço do Dia de Cooperar, a realização do Dia C deve
consolidar ainda mais os princípios do cooperativismo, reunindo os esforços
espalhados pelo Estado em prol do objetivo de transformar a sociedade. "O
cooperativismo está crescendo e já provou que dá bons resultados. E o Dia C fez a
união dessas ações para mostrar na prática a ideia de que juntos, somos mais forte
mesmo."
Virgínia Coelho, secretária do Instituto Engecred, braço social do Sicoob Engecred,
diz que a cooperativa pretende, em 2015, superar a ação feita no Dia C deste ano, que
reuniu famílias de alunos de uma creche no Jardim Novo Mundo para
confraternização e doações. "Já no começo do próximo ano vamos montar uma
equipe para desenvolver o projeto do Dia C e executá-lo em 2015", frisa.
Para as diretoras da Cohacasb Nanci Cavalcante (presidente) e Dora Almeida
(operacional), também participaram da divulgação do balanço do Dia C, a campanha
de voluntariado deve levar o cooperativismo a alcançar um caminho social de mais
justiça e igualdade nas comunidades.
1.060
cidades em 25 Estados
Dia C 2015
Após a divulgação do balanço da
campanha deste ano, também foram
apresentadas algumas informações para
o Dia C 2015. A campanha nacional será
lançada em fevereiro. Em Goiás, em
março. A realização do Dia de Celebrar
será no dia 4 de julho, quando é
comemorado o Dia Internacional do
Cooperativismo. Na ocasião, foi lançada a
proposta de realização de uma corrida de
rua, a Corrida da Cooperação. A
apresentação do pré-projeto do Dia C
2015 visa dar as cooperativas um prazo
para o bom andamento da campanha.
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GOIÁS
COOPERATIVO
VITRINE COOPERATIVISTA
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Prêmio reconhece trabalho realizado pelas cooperativas em todo o país
Premiando projetos e programas de todo Brasil
O Sistema OCB premiou, no dia 25
de novembro, os três primeiros lugares
das sete categorias da nona edição do
Prêmio Cooperativa do Ano. Os
escolhidos foram revelados durante cerimônia em
Brasília, com apoio do Bancoob, Bansicredi, Seguros
Unimed e Banco do Brasil.
Ao todo, 185 cooperativas,
representando 21 Estados e dez
ramos, inscreveram 273 projetos nas
sete categorias da disputa. A última
edição foi realizada em 2012 e contou com 212
projetos de 138 cooperativas inscritas, oriundas de
20 unidades da Federação.
INTERNACIONAL
Delegação chilena
visita cooperativa
A cooperativa Rede Terra, que fornece produtos para o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), recebeu no dia 16
de outubro a visita de representantes do governo chileno. O
encontro, coordenado pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), mostrou como funciona o apoio à
comercialização da agricultura familiar. Integraram a comitiva
representantes da Central de Abastecimento Lo Valledor, do
Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da
Agricultura chileno, da Embaixada do Chile e do Instituto
ProChile. Após a visita técnica, a delegação participou de
reuniões com representantes da companhia para conhecer os
demais programas do governo federal nas áreas de segurança
alimentar e nutricional e agricultura familiar. (Fonte: Conab)
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GOIÁS
COOPERATIVO
Agricultura familiar foi um dos programas apresentados
GOIANÉSIA
INOVAÇÃO
Sicoob Emprecred
ganha Prêmio
Mérito Lojista
O Sicoob Emprecred foi premiado pela
Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de
Goianésia como a cooperativa de crédito
mais lembrada na região. O Emprecred
recebeu o Prêmio Mérito Lojista 2014, no
dia 8 de novembro, durante cerimônia no
salão de festas Otávio Lage, e teve a
presença de autoridades e empresários.
Para selecionar as empresas que foram
destaque no ano, a CDL Goianésia
realizou pesquisa especializada
(registrada em cartório), com a aplicação
de questionários entre consumidores da
cidade. O Mérito Lojista premia empresas
nos diversos ramos de atividades do
comércio local, sejam eles filiados ou não à
entidade.
Para a equipe do Emprecred, o
prêmio representa o reconhecimento da
sociedade aos serviços prestados pela
cooperativa e reforça o compromisso da
unidade com os princípios e valores
cooperativistas. O Sicoob Emprecred
possui, atualmente, cerca de mil
cooperados e 35 funcionários, com um
capital de R$ 17 milhões,
aproximadamente. Além da sede, em
Goianésia, há outros dois pontos de
atendimento, em Jaraguá e Uruaçu.
Cooperativa de
detentas no Pará é finalista
do Prêmio Innovare
Projeto da Cooperativa de Trabalho Arte Feminina
Empreendedora (Coostafe), da Superintendência do
Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), é
finalista do Prêmio Innovare 2014. No total, são 18
finalistas, dentre os 367 projetos de todo o País
inscritos este ano. Os vencedores serão conhecidos no
dia 16 de dezembro, em Brasília. A cerimônia de
premiação será no Supremo Tribunal Federal (STF).
A Coostafe é a primeira cooperativa de mulheres
presas do Brasil e está entre os três finalistas ao Prêmio
Especial, cujo tema é Sistema Penitenciário Justo e
Eficaz. Entre os autores das
práticas finalistas desta categoria,
estão uma advogada, um professor
de matemática e uma pedagoga.
(Fonte: Easycoop)
(Fonte: Sicoob Emprecred)
MAIS LEMBRADAS
Uniodonto e Unimed entre
as premiadas no Pop List
Sizenando, presidente da Unimed Goiânia, e
Neirimar, presidente da Uniodonto Goiânia,
recebem troféu Pop List
A Uniodonto Goiânia foi premiada pela décima primeira vez consecutiva
com o Prêmio Pop List, realizado pelo jornal O Popular, que consagra as
marcas mais lembradas pelo público em diversos segmentos. A cooperativa
foi premiada na categoria Planos Odontológicos. O prêmio foi entregue em
cerimônia realizada no dia 30 de outubro, no Cel da OAB, em Aparecida de
Goiânia. A cooperativa ficou em primeiro lugar com um índice de 67,5%, um
aumento de 6,7% em relação ao ano de 2013, consolidando ainda mais sua
liderança desde 2004. A Unimed foi a marca mais lembrada na categoria
Plano de Saúde. O estudo de mercado foi realizado pelo Instituto Verus com
exclusividade para o jornal O Popular e objetivou aferir o grau de fixação na
mente do consumidor das marcas de produtos, lojas e nomes de empresas
nos diversos segmentos do cotidiano econômico da cidade de Goiânia.
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GOIÁS
COOPERATIVO
Universidade de Mondragon:
Modelos de outros países
servem de inspiração
Intercâmbio
cooperativista
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GOIÁS
COOPERATIVO
Trocando experiências para
aperfeiçoar o cooperativismo
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GOIÁS
COOPERATIVO
Ao longo do ano,
dirigentes de
cooperativas goianas
e brasileiras
conheceram sistemas
implantados
em outros
países, como
Alemanha, Canadá,
Espanha e
Estados Unidos
20
20 ||
GOIÁS
GOIÁS
COOPERATIVO
COOPERATIVO
C
onhecer o sistema cooperativista de
um país com tradição e histórias de
desenvolvimento
totalmente
diferentes das brasileiras. O que isso
pode
contribuir
para
o
aperfeiçoamento do cooperativismo praticado em
nosso país? Para quem conheceu de perto sistemas
pioneiros de cooperativismo, a resposta é certa:
muito. Acreditando nessa premissa, 128 pessoas,
entre dirigentes e técnicos de cooperativas goianas,
do Sistema OCB/Sescoop-GO e do Conselho Estadual
de Cooperativismo (Cecoop), estiveram, durante o
ano de 2014, na Alemanha, Espanha e Estados
Unidos. Eles foram conferir de perto os casos de
sucesso desses países, que servem de inspiração para
quem está ingressando na área agora, e puderam
perceber que, apesar das grandes distâncias, a
essência do cooperativismo não muda nem aqui e
nem no outro lado do oceano. Em 2013 e 2014,
foram realizadas cinco visitas a quatro diferentes
países, com sistemas tradicionais de cooperativismo.
O cooperativismo
de crédito na
Alemanha
Presidente da Unicred Centro Brasileira, Clidenor Gomes Filho
esteve na Alemanha, onde conheceu o sistema cooperativista de
crédito, com destaque para o APO Bank, que reúne médicos e
farmacêuticos. Para Clidenor, os aspectos relacionados à governança
nas cooperativas de crédito foram os que mais chamaram sua
atenção, especialmente a parte de auditoria e controle. Segundo
assinala, o sistema adotado no APO Bank possui muitas semelhanças
com o nosso, mas há diferenças importantes e que podem
acrescentar às práticas daqui. Ele também já esteve na Espanha e no
Canadá e planeja conhecer a experiência francesa em breve. “O
mundo é plural. Existem muitas diferenças, mas o que nos liga é a
experiência do cooperativismo. A essência é a mesma”, frisa.
Arnaldo de Sousa Teixeira Júnior, presidente da Unicred Centro
Norte Goiano, destaca a presença marcante do cooperativismo de
crédito na Alemanha. “Em diversas oportunidades nos foi falado e
lembrado que a Alemanha, durante as duas guerras mundiais, foi
arrasada e que foi o cooperativismo, especialmente o de crédito, um
dos principais responsáveis por dar forças e alavancar diversos
segmentos da economia alemã”, diz. Segundo afirma, esta
participação é reconhecida pela sociedade alemã, onde o
cooperativismo é cultural. “É uma tradição que passa de pais para
filhos, o que tornou o cooperativismo forte e sólido, pois fez parte
da história de sucesso da Alemanha nesse século e no passado”.
Outro ponto de destaque, conforme Arnaldo, é o alto grau
organizacional e profissional do cooperativismo de crédito, que
administra cerca de um terço dos recursos do mercado financeiro
naquele país. “Entendo que o exemplo de profissionalismo é uma
meta que temos que perseguir e implantar em nossas cooperativas.
A educação cooperativista e o sonho de impregnar a cultura
cooperativista em nossa sociedade também servem de exemplo e
mostram que um trabalho bem planejado e efetivamente realizado,
pode tornar esse sonho em realidade”, finaliza.
Planejamento e eficiência
alemãs chamaram a atenção
da comitiva brasileira
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GOIÁS
COOPERATIVO
A experiência da
Espanha
Na Espanha, o
cooperativismo é
cultural e tradição
passa de pai para filho
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GOIÁS
COOPERATIVO
Um dos mais fortes e consolidados sistemas cooperativistas está na
Espanha. Trata-se do Complexo Mondragon, que engloba 140 cooperativas
independentes de trabalho, com 61 mil cooperados. Em 2013, o complexo
faturou US$ 8 bilhões, um acréscimo de 14% em relação ao ano anterior, e
gerou 8 mil empregos. O sistema se divide em quatro grandes setores: Bancos
e Seguros, Distribuição de Gêneros Alimentícios, Conhecimento e Atividade
Industrial. O sistema ainda possui efetiva participação na educação e, para isso,
mantém o Instituto Otalora, responsável pela disseminação da prática
cooperativista. Vice-presidente da OCB e presidente da Sicoob do Vale,
Vanderval José Ribeiro participou do grupo de 25 pessoas que visitou, em
novembro, a Espanha para conhecer as experiências do cooperativismo daquele
país. Ele conheceu o maior modelo de cooperativismo do mundo, o Complexo
de Mondragon, no País Basco na região Norte da Espanha. A visita fez parte
do projeto de estudos internacionais desenvolvido pela Centroleite e realizado
em parceria com Sescoop/GO, que realizou, só para a Espanha, três visitas este
ano.
Conhecer modelos cooperativistas de outros países tem sido uma opção
de Vanderval, que realizou sua terceira viagem de intercâmbio. Ele já visitou
Alemanha e Estados Unidos. “Na Espanha, conheci uma prática cooperativista
aprimorada, onde se usa muita tecnologia de informação e há investimento
em pesquisa. As cooperativas estão mobilizadas e a troca de informações é
muito eficaz”, afirma ele. Para Vanderval, os dirigentes devem apostar no
intercâmbio para a troca de conhecimentos. “Tanto temos o que aprender
como o que contribuir com as nossas experiências no Brasil”. Gerente de
Marketing da Unimed Goiânia, Edney Vascurado também esteve na Espanha,
no complexo de Mondragon. Em sua primeira incursão internacional com
este objetivo, ele voltou com a bagagem cheia de boas experiências. “Foi uma
viagem muito positiva e uma oportunidade de conhecer o cooperativismo
aplicado fora do Brasil”, assinala. Para Edney, de tudo o que viu, uma das coisas
que mais lhe chamou a atenção foi a tradição familiar do cooperativismo, que
passa de pai para filho. Além disso, chamou-lhe atenção a força da
intercooperação. “Existe uma cooperação muito grande entre as cooperativas,
uma união muito forte e o pensamento no coletivo”, destaca.
Instituto Otalora:
Primeiro empreendimento
cooperativista de Mondragon foi
fundado na década de 1950
História do fundador do Complexo Mondragon
Nascido em 1915, em Marquina – Viscaya, padre José Maria
Arizmendiarreita foi o fundador do Complexo Mondragon. Ingressou no
seminário aos 12 anos, concluindo sua formação no Seminário Diocesano de
Vitória. Durante a guerra civil, apoiou a causa republicana, colaborou com
revistas nacionalistas, o que o levou à prisão, onde permaneceu por 45 dias, até
ser absolvido das acusações. Em 1941, recém-ordenado sacerdote, foi designado
pároco de Mondragon. Tinha início sua história com Mondragon e o
cooperativismo.
Em 1943, criou a Escola Profissional (Escola Politécnica), que era
democraticamente administrada e aberta a todos os jovens da região e que
posteriormente se transformou na Universidade de Mondragon. Ela foi
fundamental para o desenvolvimento e incremento da experiência cooperativa.
Na década de 1950, junto com alunos egressos da escola, fundou o primeiro
empreendimento cooperativo na região, que havia sido devastada pela guerra.
Falecido em 1976, o legado do padre jesuíta é reconhecido em todo o mundo
cooperativista, servindo de inspiração, até hoje, para aqueles que aderem à
prática da cooperação.
Livro
O Sistema OCB/SESCOOP-GO conseguiu a autorização para publicar a
versão em Português do livro Pensamentos, do padre José Maria
Arizmendiarreita. A obra reúne as ideias de um religioso à frente do seu tempo
sobre o homem e a sociedade e sobre o trabalho e a empresa cooperativa. O
projeto de tradução e reedição ainda está sendo desenvolvido e a previsão é de
que a publicação seja feita em 2015, quando o livro será enviado gratuitamente
para todas as cooperativas associadas ao Sistema.
Busto do padre José Maria Arizmendiarreita
“Praticar a solidariedade
é um ato simples de
descrição e suficiente para
transformar a autêntica
força do valor humano”
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GOIÁS
COOPERATIVO
Aprendendo
com o modelo do
Canadá
Dentro do programa de
intercâmbio internacional do
Sistema OCB/SESCOOP-GO,
uma comitiva composta por 32
pessoas, dentre elas o
presidente da Central das
Cooperativas de Crédito do
Brasil Central (Unicred Brasil
Central), Dejan Rodrigues
Nonato e funcionários, o
presidente
do
Sistema
OCB/SESCOOP-GO Haroldo
Max
de
Sousa
e
a
superintendente
Valéria Campus da Universidade HEC Montreal
Mendes, foi ao Canadá
conhecer as cooperativas do Sistema Desjardins em Montreal, Lévis e Quebec. A
viagem, que integrou um projeto de estudos internacionais ocorreu em outubro
de 2013.
Em Montreal eles participaram do curso "Gestão de Cooperativas de Crédito",
na Universidade HEC Montreal. Conheceram o sistema de cooperativas de crédito
Desjardins presente na província de Quebec, que é a sexta maior instituição
financeira do Canadá. Segundo estudo da Ordem dos Economistas do Brasil, no
Canadá a penetração das cooperativas na população economicamente ativa (PEA)
é de 22%, sendo que a participação no mercado financeiro é de 10,5%.
Alphonse Desjardins, foi o precursor do cooperativismo de crédito nas Américas
quando fundou em, 6 de dezembro de 1900, em Quebec, no Canadá, a primeira de
muitas cooperativas que seguiriam o mesmo modelo. No marco do Movimento
Desjardins fazem parte mais de 400 caixas e centros financeiros empresariais,
reunindo cerca de 5,6 milhões de associados e clientes, ocupando cerca de 27,9%
da fatia do mercado financeiro. Em todo o Canadá, mais de 60% da população é
servida por 3.800 cooperativas, com mais de 18 milhões de associados.
Cooperativismo
de crédido nos
EUA
Entre os dias 4 e 7 de agosto deste ano, uma comitiva formada por 31
representantes de 26 cooperativas estiveram em Madison, nos Estados
Unidos, para conhecer o Sistema Cooperativo de Crédito da América do
Norte, um dos mais fortes e consolidados do mundo. A visita, realizada a
partir de uma parceria entre o Sescoop/GO e o Sicoob Goiás Central, contou
com o apoio do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito, o WOCCU.
Fundado em 1971, o Conselho conta com membros e entidades filiadas em
97 países.
Nos Estados Unidos, a regulamentação das cooperativas de crédito é
feita pela National Credit Union Administration (NCUA), Sistema de União
de Créditos, e não pelo Banco Central Americano (FED). Naquele país, as
cooperativas de crédito contam com isenção de impostos.
O cooperativismo também é forte no setor agropecuário. A primeira
cooperativa norte-americana foi fundada em 1909. Desde então, o sistema
cooperativista expandiu e se consolidou, contando, atualmente, com mais
de 93 milhões de cooperados.
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GOIÁS
COOPERATIVO
Comitivas participantes
ALEMANHA
Sistema Cooperativo de Crédito
Entidade responsável pelo intercâmbio: ADG - Academia Alemã de Cooperativas
CANADÁ
Sistema Desjardins
Entidade responsável pelo intercâmbio
ESPANHA
Sistema Cooperativo de Mondragon e Fundação Espriu
Entidade responsável pelo intercâmbio: Centro de Formação Otalora,
Complexo de Cooperativas de Mondragon e Fundação Espriu
ESTADOS UNIDOS / MADISON WI
Sistema Cooperativo de Crédito da América do Norte
Entidade responsável pelo intercâmbio: WOCCU –
Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito
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GOIÁS
COOPERATIVO
QUESTÃO DE JUSTIÇA
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Inaplicabilidade do Código de Defesa do
Consumidor na relação cooperativa x cooperado
As sociedades cooperativas são regidas pela Lei nº 5.764/71,
que define a Política Nacional do Cooperativismo e institui o
regime jurídico das sociedades cooperativas. O artigo 3º da
referida Lei preceitua que “celebram contrato de sociedade
cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade
econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro”.
Ao conceituar a sociedade cooperativa, o artigo 4º do
mencionado diploma legal dispõe que “As cooperativas são
sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de
natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar
serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades
pelas seguintes características”.
Da leitura dos artigos citados, é possível inferir que as
sociedades cooperativas são constituídas com o objetivo de
atender, por meio da mutualidade, os interesses comuns dos seus
sócios, chamados de cooperados.
Do regime jurídico das sociedades cooperativas, é possível
inferir que os sócios de cooperativas ostentam dupla condição em
relação a ela: são ao mesmo tempo os seus donos e, também, os
beneficiários/usuários dos serviços por elas prestados, princípio
este conhecido como “dupla qualidade do cooperado”.
Dessa estrutura societária própria das cooperativas
ressaltam várias características e, como situação peculiar e
essencial à sua tipicidade, encontra-se, portanto, na cooperativa,
o duplo papel dos seus cooperados: de uma parte, são os membros
e proprietários da sociedade, de outra, são os destinatários dos
seus serviços, dando origem à relação sócios e clientes.
Dessa particularidade das sociedades cooperativas,
estabelece-se a dupla qualidade, na qual o membro de cooperativa
é, ao mesmo tempo, seu sócio e cliente, ou seja, o cooperado
possui uma dupla qualidade ao integrar a cooperativa como sócio
- o que lhe confere o direito de participar internamente das
deliberações, eleger representantes, fiscalizar a atuação da
cooperativa etc. - e, juntamente, ao utilizar sua estrutura, como
usuário dos bens e serviços prestados pela cooperativa.
Na verdade, a cooperativa existe, tão-somente, para a
prestação direta de serviços aos cooperados, verificando-se a
existência de relações jurídicas diferenciadas entre os cooperados
e entre eles e a sociedade. Nesse sentido, fica claro que não está
presente a figura do destinatário final, exigida pelo Código de
Defesa do Consumidor (art. 2º), para a configuração de uma
relação de consumo.
Por outro lado, ao realizar o ato cooperativo, a Cooperativa
atua como longa manus dos cooperados, ou seja, utiliza os
recursos por eles investidos na sociedade para atender as
necessidades que o levaram a ingressar no quadro social. O
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GOIÁS
COOPERATIVO
eventual excedente não é apropriado pela sociedade cooperativa,
mas devolvido aos seus associados, ao final de cada exercício, na
forma de sobras, conforme deixa claro o artigo 4º, inciso VII, da
Lei nº 5.764/71 e, no caso específico das sociedades cooperativas
de crédito, o artigo 8º da Lei Complementar n.º 130/2009.
Em função disso, a sociedade cooperativa não aufere lucro.
Somente se utiliza dos recursos alocados pelos seus associados
para atender as necessidades destes últimos, devolvendo o
eventual excedente a eles na mesma proporção dos serviços por
eles usufruídos.
Logo, é possível concluir que, em última análise, os serviços
prestados pelas sociedades cooperativas não são remunerados.
Destarte, a rigor, não sendo os serviços remunerados, mais uma
vez verifica-se a ausência de mais um requisito para a
configuração de uma relação protegida pelo Código de Defesa do
Consumidor. É que Código Consumerista exige que o serviço seja
prestado mediante remuneração para merecer a proteção por ele
conferida, conforme disposto em seu artigo 3º.
Destaque-se, ainda, que o ato cooperativo, isto é, o negócio
jurídico realizado entre a cooperativa e o seu associado não é
considerado como operação de mercado, nem contrato de compra
e venda de produto ou mercadoria, conforme deixa claro o artigo
79 da Lei nº 5.764/71.
Além de todos os aspectos supramencionados, também é
importante registrar que, ao contrário das sociedades
empresárias, o cooperado, em razão da sua dupla condição
dono/usuário, tem o poder de influir na definição das diretrizes e
políticas adotadas pela sociedade cooperativa, por meio da
participação na chamada assembleia geral, que constitui o órgão
de cúpula desse tipo societário, conforme deixa claro o caput do
artigo 38 da Lei nº 5.764/71.
Em razão das especificidades acima delineadas, fica claro que
a relação travada entre a cooperativa e os seus respectivos
cooperados não pode ser sujeita a disciplina do Código de Defesa
do Consumidor. Inclusive, os tribunais pátrios vêm reconhecendo
essa assertiva.
Assim, está demonstrada a inaplicabilidade do Código de
Defesa do Consumidor às relações entre a sociedade cooperativa e
seus cooperados, à luz da Lei nº 5.764/71 e da jurisprudência.
A propósito, está em trâmite na Câmara dos Deputados o
Projeto de Lei n.º 302/2007, que trata sobre o assunto do
presente artigo, de interesse especial para as sociedades
cooperativas e o qual recomendamos a leitura.
Leia versão ampliada, com todos os artigos citados, no site
http://www.calameo.com/books/001316162fd6471735fbf
COOPERATIVA EM FOCO
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Coopertag
qualidade no atendimento
aos passageiros do aeroporto
Veículos
credenciados
atendem a critérios
estabelecidos pela
Infraero,
responsável pela
administração do
terminal de Goiânia
Fundada há 8 anos, a Cooperativa de Táxi do Aeroporto de Goiânia (Coopertag)
reúne 194 condutores, entre cooperados e motoristas auxiliares, responsáveis por
atender todo o fluxo de passageiros que desembarca no Aeroporto Santa Genoveva,
em Goiânia, e que busca o meio como transporte até o seu destino final.
Os 80 veículos que atendem os passageiros do aeroporto possuem convênio com
a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela
administração do terminal de Goiânia. No entanto, a seleção das permissões que
terão como ponto fixo o aeroporto é feita por processo encaminhado pela Secretaria
Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMT) de Goiânia.
Presidente da Coopertag, Oacil Silva Clemente explica que a prestação de
serviços se dá a partir de convênio específico, para atuação no ponto, que é privativo
do convênio. Segundo explica, apesar de ter apenas 8 anos de fundação, o convênio
com a Infraero existe há mais de 30 anos. “O meu táxi era do meu pai. Estamos aqui
há 41 anos”, lembra. O contrato com a Infraero, diz, estabelece critérios e exigências
para atuação no local. Os veículos não podem ter mais de 4 anos de uso, é necessário
ter mais de 100 cavalos de potência, ar condicionado e quatro portas. “É uma frota
especial, nova, par atender o público do local”, assinala.
Como a tarifa praticada em Goiânia, estabelecida pela Prefeitura Municipal, é
única, não há impedimento de aceitarem passageiros fora do terminal. O número de
veículos que atendem o aeroporto, no entanto, é considerado pequeno e uma nova
licitação, entre as permissões já existentes na cidade, está em curso, para destinar mais
20 veículos para o aeroporto. De acordo com o presidente da Coopertag, os novos
veículos devem começar a operar no primeiro semestre de 2015.
Oacil Silva Clemente: o convênio com a Infraero existe há mais de 30 anos
NÚMEROS
80
veículos
1.040
corridas por dia
194
motoristas, cooperados e auxiliares
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GOIÁS
COOPERATIVO
QUESTÃO CONTÁBIL
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Hora de fechar as contas
Balanço patrimonial e prestação de contas requer
atenção e precisão por parte de quem os elabora
O final de ano vai além das festas de
confraternização e do pagamento do 13º. É um
bom momento para organizar o balanço
patrimonial e a prestação de contas das
cooperativas. Trabalho minucioso que exige a
precisão e a dedicação dos contadores responsáveis.
O balanço patrimonial é constituído pelo ativo,
pelo passivo e pelo patrimônio líquido. Cada
cooperativa deve fazer um documento que
evidencia os componentes patrimoniais, de modo a
possibilitar aos seus usuários a adequada
interpretação das suas posições patrimonial e
financeira. Os dados são organizados para que seja
possível uma comparação com a gestão anterior.
O ativo compreende as aplicações de recursos
representadas por bens e direitos. O passivo
compreende as origens de recursos representadas
por obrigações. Já o patrimônio líquido
compreende os recursos próprios da entidade, ou
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GOIÁS
COOPERATIVO
seja, a diferença a maior do ativo sobre o passivo.
Já as sobras do exercício, após as destinações
legais e estatutárias, devem ser dispostas em
assembleia para deliberação. Em caso de sobras
líquidas, as mesmas devem ser distribuídas aos
seus associados de acordo com a produção de bens
ou serviços.
A prestação de contas anual, que deve ser submetida
aos órgãos competentes, pode seguir modelo já
disponibilizado pela Organização das Cooperativas do
Brasil. E, além de atender questões legais, é uma
oportunidade para que os cooperados acompanhem
ações, investimentos e evoluções do setor.
Em assembleia, a cooperativa deve fazer um
balanço transparente das contas realizadas no
exercício de um ano. O relatório deve conter dados
e informações sobre as atividades e as necessidades
de cada cooperativa, sendo que as áreas diferentes
exigem adaptações na hora de fazer o documento.
CURSOS E EVENTOS
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TREINAMENTO GDH - Analistas de Desenvolvimento Humano de várias cooperativas goianas participaram, no final do mês de novembro, de
treinamento sobre o novo sistema GDH. O curso, que teve duração de dois dias, visou a qualificação dos participantes para operação do sistema.
CURSO ENCERRAMENTO DE BALANÇO -1
Com instrução do professor Gilmar Wisnievki, foi realizado, no
dia 22 de outubro, o curso Encerramento de Balanço e
Apresentação de Contas de Cooperativas, na sede da OCB. Os
participantes foram capacitados para elaborar peças
obrigatórias da contabilidade das cooperativas.
CURSO ENCERRAMENTO DE BALANÇO - 2
Uma nova turma do curso Encerramento de Balanço foi capacitada no
dia 11 de novembro, também na sede do Sistema OCB, com orientação
de Dorly Dickel. Os participantes foram parabenizados pelo interesse e
disposição para o crescimento profissional.
5º FÓRUM GOIANO DE PRESIDENTE E DIRIGENTES COOPERATIVISTA reuniu líderes do setor em Caldas Novas, nos dias
22 e 23 de outubro. Foram realizadas palestras sobre liderança cooperativista. Saiba mais sobre este evento nas páginas 10 e 11.
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GOIÁS
COOPERATIVO
RECEITAS DE DELíCIAS
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Panetone
caseiro
A tradicional receita não pode faltar na ceia de Natal.
IngredIentes
1 kg de farinha de trigo peneirada
3 ovos (grandes)
1 copo americano de açúcar
1 pitada de sal (se a margarina for sem sal)
2 colheres de sopa de manteiga (ou margarina)
250 ml de leite morno
50 g de fermento biológico (padaria)
300 g de frutas cristalizadas (ou cubos de chocolate)
250 g de uvas passas (de preferencia sem sementes)
20 ml de essência de panetone (opcional)
Raspas de 1 limão
Tempo de preparo:
1h30
Rendimento:
3 porções
MOdO de PrePArO
Coloque no liquidificador os ovos, o açúcar, a manteiga (margarina), o leite e o fermento, a essência e bata por 30 segundos.
Em um recipiente grande, coloque a farinha peneirada, abra um furo no centro da mesma, acrescente os ingredientes já
batidos. Misture e amasse até soltar das mãos. Depois, coloque os demais ingredientes (frutas, uvas passas e raspas do
limão). Distribua em formas tipo pudim com furo no centro, untadas com margarina, até a metade da assadeira. A massa
deve dobrar o volume. Faça um corte em x em cima da massa, pincele as gemas batidas e asse até dourar. (Fonte: Tudo Gostoso)
COOPERATIVAS ANIVERSARIANTES
}
}
Parabéns às cooperativas goianas que celebram, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, seu aniversário de fundação!
deZeMBrO
01/12/1988 Coopecigo
01/12/2008 Copaccardio-GO
04/12/1990 Coenja
06/12/1964 Coacal
07/12/2010 Coapri
13/12/2001 Sicoob Cerrado
14/12/2000 Coodetec
14/12/2012 CTC
16/12/2003 Cootralar
17/12/1983 Sicoob Coopercred
19/12/1989 Sicoob Credicapa
19/12/1996 Federalcred-Goiás
19/12/2011 Multicoop
19/12/2003 Coopestur
20/12/1985 Sicredi Vale GO
20/12/2011 Coopeatra
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GOIÁS
COOPERATIVO
20/12/2005
21/12/2012
21/12/2009
21/12/2012
22/12/2001
29/12/2000
Coopertaxi
Coovetec
Coopertrans
Ctniquel
Cohacasb-GO
Coopervel
JAneIrO
01/01/2009
10/01/2001
10/01/2007
12/01/2012
15/01/2013
16/01/2013
24/01/2009
25/01/2009
30/01/1995
Cooperloc
Federação das Uniodontos
Coopertag
Combrasil
Coopertranse
Cotrapal
Coopertramsad
Coopertralto
Coopec
FeVereIrO
01/02/1989 Sicoob Agrorural
02/02/1993 Sicoob Palmeiras
04/02/2010 Coopercap
08/02/2011 Proleite
09/02/2002 Classe A
10/02/1987 Cooper-Rubi
11/02/2012 Transcope
11/02/2001 Coopac
12/02/1998 Coostec
12/02/2011 Coopergo
13/02/2008 Sicoob Cooprem
14/02/2009 Cootej
14/02/1992 Copacen
17/02/2006 Cooperalto
19/02/2011 Coopvitoria
21/02/1978 Unimed Goiânia
22/02/2010 CTA
27/02/1972 Comiv
LEITURA COOPERATIVISTA
|||||||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
‘‘
A cooperativa sem o ideal seria tão
somente ‘mais outro negócio’, não tendo
motivo especial par existir. É o idealismo
que a torna estimulante para os membros.”
José Odelso Schneider
(Coordenador.). Educação e capacitação cooperativa: os desafios no seu desempenho. São Leopoldo: UNISINOS, 2010.
FIDELIDADE COOPERATIVA:
UMA ABORDAGEM PRÁTICA.
Autor: Leonardo Boesche
Curitiba: OCEPAR/SESCOOP-PR,
2005. 96 p.
MANUAL DE CONTABILIDADE
PARA AS COOPERATIVAS
AGROPECUÁRIAS
Autor: Dorly Dickel
Porto Alegre: SESCOOP/RS, 2014. 317 p.
DIREITO TRIBUTÁRIO
COOPERATIVO
Autores: Brasil P. P. Salomão;
Marcelo Viana Salomão; Rodrigo
Forcenette, (Coordenadores)
São Paulo: MP, 2007. 405 p.
COOPERATIVISMO
AO ALCANCE DE TODOS.
Autor: Sindicato e Organização
das Cooperativas Brasileiras no
Estado do Tocantins. 2. ed.
Palmas: SESCOOP/TO, [2005].
De leitura fácil, o livro aborda os
aspectos doutrinários, princípios do
cooperativismo, organização do
quadro social e organização da
produção. Também apresenta
alternativas que podem melhorar a
comunicação e a participação dos
associados junto à cooperativa, é
indicado à todas as pessoas
interessadas em conhecer um
pouco mais sobre cooperativismo
pelo seu lado prático.
Com o propósito de fortalecer o
sistema cooperativo através do uso
da contabilidade como uma
ferramenta de gestão, o “Manual de
Contabilidade para as Cooperativas
Agropecuárias”, em sua segunda
edição, torna-se referência para as
cooperativas na interpretação,
elaboração e apresentação efetiva
do seu resultado econômico e
financeiro.
O livro traz pensamentos e
reflexões de estudiosos do Direito
Tributário e do cooperativismo e
busca estabelecer caminhos
seguros a serem percorridos pelos
profissionais, bem como propostas
de mudanças e alternativas para
sua evolução.
A cartilha tem como enforque a
“educação, a formação e a
informação”, um dos sete princípios
orientadores do cooperativismo. Busca
contribuir, com o leitor, apresentando
informações que leve a um melhor
conhecimento do cooperativismo.
Saiba mais sobre a biblioteca do Cooperativismo (catálogo on-line) acessando www.ocbgo.org.br/servicos/biblioteca/
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GOIÁS
COOPERATIVO
Mascarado:
Artesanato com
temática regional
Pirenópolis
Patrimônio do Brasil
Cachoeiras, arquitetura
e construções históricas
atraem turistas de várias
partes do país
}
Cavaleiro mascarado
é atração das
Cavalhadas, festa
mais importante da
cidade
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COOPERATIVO
Igreja Nossa Senhora do Rosário. Construção histórica no centro da cidade
Aos pés da Serra dos Pireneus, Pirenópolis é uma das mais antigas cidades de
Goiás e recebe turistas de todo o Brasil em busca da paz das suas cachoeiras e da
riqueza de suas expressões culturais. Tombada como patrimônio histórico pelo
conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1989, a cidade possui um
centro histórico com casarões e igrejas do século 18, como a Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Rosário (1728-1732), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo
(1750-1754) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1750-1754).
A cidade foi fundada como um pequeno arraial em 1727. A primeira rua da
cidade era uma ligação entre uma pousada e o garimpo de ouro, transportado
pela Estrada do Norte, que passava por dentro da Fazenda Bonsucesso. O centro
urbano desenvolveu-se em torno da Igreja Matriz até a construção das igrejas do
Bonfim e do Carmo, que atraíram casas para seus arredores. Até hoje as ruas são
preenchidas por casarões, prédios e igrejas em estilo barroco.
Uma das atrações é o artesanato local, onde se destacam a produção de jóias
de prata e de móveis de madeira. A fiação de colchas e cortinas e a criação de
objetos em barro e pedra também ainda são hábitos mantidos pelo povo
pirenopolino, assim como a fabricação de doces de frutas e de licores.
De arquitetura colonial, a
Igreja Nossa Senhora do
Bonfim foi construída no
período de 1750 a 1754
A cachoeira do Abade é um dos
principais destinos dos turistas
Batismo
Cidade de pedra
O nome Pirenópolis foi
dado em 1890 e é uma
homenagem à serra que
circunda todo seu perímetro.
A Serra dos Pireneus é
responsável por muitas das
atrações do local, como a
vegetação rica, cachoeiras e
rios. O ecoturismo atrai
turistas de Goiânia e Brasília,
que buscam aventuras como
montanhismo, rapel,
canoagem e outros.
A cidade de Pedra,
em Pirenópolis, possui
diversas formações
rochosas em quartzito
que formam cânions,
labirintos e formações
ruiniformes com rochas
cujos formatos lembram
rostos e animais.
Localizada na Serra de
São Gonçalo, foi
decretada Monumento
Natural Municipal em 4
de outubro de 2005,
pelo alto grau de
relevância de suas
formações.
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GOIÁS
COOPERATIVO
PENSAR & COOPERAR
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As propostas de reforma agrária não
resolvem mais as necessidades de inclusão
socioeconômicas, se não estiverem sob o
comando e a coordenação de exemplos
cooperativistas bem liderados.
JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO
Boa intenção sem
cooperativismo não passa
nem da porteira
Nos planos dos presidenciáveis existiam ótimas intenções. Aliás,
independente das linhas religiosas, estariam todos “abençoados”, se
boa intenção valesse moeda real na pós-eleição. Mas falta em todos
uma voz muito mais forte a respeito da solução cooperativista.
As realidades, quando queremos prestar atenção nelas, têm o
hábito perseverante de revelar, desvendar e ensinar para qualquer
plano inteligente de agronegócio, independentemente de tamanho de
área, cultura ou região, o valor diferencial das cooperativas. Está
provado que onde as cooperativas se desenvolveram, criamos uma
legítima e virtuosa agrossociedade. Isso quer dizer, além do
crescimento econômico e financeiro, vimos distribuição de renda
saudável, educação, estruturas urbanas melhoradas, e um contexto de
filosofia e ética.
As suas cidades demonstram isso, notório observar Campo
Mourão no Paraná, Chapecó em Santa Catarina, Entre Rios no Paraná,
Patos de Minas, Navirai no Mato Grosso do Sul, Lucas do Rio Verde no
Mato Grosso, Rio Verde em Goiás, Maringá no Paraná, Não me Toque e
Carlos Barbosa no Rio Grande do Sul, Guaxupé em São Paulo e iria por
aí, uma bela lista de reais agrossociedades, integrando o campo com a
cidade.
As propostas de reforma agrária não resolvem mais as
necessidades de inclusão sócio-econômicas, se não estiverem sob o
comando e a coordenação de exemplos cooperativistas bem liderados.
Claro que existem, também, casos de insucessos nos movimentos
cooperativistas, porém, eles se explicam em si mesmos; isso ocorreu
onde a liderança não compreendeu e não atuou dentro de seus
legítimos valores. Mas, ao olharmos onde deu certo, vamos ver, de
verdade, tudo aquilo que é sonhado por idealistas bem intencionados.
Só que dando certo, ampliando as possibilidades bem além das
porteiras das fazendas.
José Luiz Tejon Megido, diretor vice-presidente de Comunicação do Conselho
Cientifico para a Agricultura Sustentável (CCAS). Dirige o Núcleo de Agronegócio da
ESPM, é comentarista da rádio Estadão.
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GOIÁS
COOPERATIVO

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