׃ בֹֽזֲע ַ ־לֽ י ִ֗ת ָר ֽ֝ םֶ֑כָל י ִ ַ֣תָנ ב ֭ט חַקֶ֣ל יִ֤

Transcrição

׃ בֹֽזֲע ַ ־לֽ י ִ֗ת ָר ֽ֝ םֶ֑כָל י ִ ַ֣תָנ ב ֭ט חַקֶ֣ל יִ֤
BS “D
‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬
‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).
Mishlei (Provérbios) 4:2
Ano-5 N-229
Shabat Rosh Hhodesh Shalom! Parashá Noahh – 1 de MarHheshvan de 5772 (29/10/2011)
ְ ֥‫מ ֑ה ַו ִ ַ֖ ע ָ ֶֽרם׃ ַו ֵ ֥ ְ ְ מִן־הַ ֖ ַי ִן ַו ִ ְ ָ ֑ר ַו ִתְ ַ֖ל ְ ת‬
‫ך ֽהֳ לֹֽה׃‬
ָ ‫הֽאֲ ָד‬
ָ
‫ַו ָ ֥חֶ ל ֹנ֖חַ אִ ֣י‬
“E começou Noahh, homem da terra, e plantou vinha. E bebeu do vinho e embriagou-se, e descobriu-se [de
suas roupas] em sua tenda.” (Bereshit 9:20-21)
No Talmud (San'hedrin 70a), nossos Sábios discutem sobre os usos e resultados do vinho, tanto positivos
quanto negativos. Lá consta que, nestes versos onde se relata a história da plantação de um vinhedo e a
embriaguez de Noahh, constam 13 palavras que se iniciam com as letras vav e yud. Segundo Rashi, estas letras
formam a palavra “Vai – pobre/desafortunado”. É certo que este esforço de nossos Sábios, de contar estas 13
‘repetições’ e de registrá-las para nós, vem nos ensinar algum conhecimento e moral. Por alusão (remez), podese esclarecer o assunto da seguinte forma: 13 vezes o valor de vav (6) equivale a 78, que é o valor numérico das
palavras sal (melahh) e pão (lehhem), que possuem as mesmas letras. Daqui podemos entender que nosso
consumo do vinho pode ser semelhante ao do sal ou ao do pão. Tudo irá depender da forma do consumo, da
quantidade ingerida e das circunstâncias. Se a pessoa consome vinho tal como consome pão, aumentando a
quantidade ingerida e tornando-a sua bebida principal, isso lhe trará grandes danos, uma vez que a embriaguez
freqüente pode levar a pessoa aos mais baixos níveis, como ocorreu com Noahh, que antes fora chamado de
homem justo e agora de homem da terra. Somente o consumo moderado, como o fazemos do sal, o qual usamos
apenas para melhorar o gosto, é que é bem-quisto e bom, e não causará danos nem trará a pessoa a perigos.
Rabbi Eliyahu Munk Shlit”a, ao traduzir e comentar os ensinamentos do grande Rabbi Moshê Alshich ZTK”L,
ensina que os valores morais não dependem apenas dos atos, mas também das intenções associadas a estas
ações. O vinho pode ser usado para servir a D-us, como no kidush, na habdalah e em todas as situações em que
nossos sábios o instituíram. Ou pode, D-us no livre, ser usado de forma negativa. Nossos sábios e a própria
Torah nos advertem claramente sobre o mau uso do vinho e suas possíveis conseqüências.
Notadamente, na Torah, vemos o caso de Noahh e dos filhos de Aharon. Mas existem dois Midrashim muito
‘peculiares’... No Midrash Bereshit Rabah (36), consta que, quando Noahh foi plantar o vinhedo, um dos
mazikin (seres ligados à negatividade, e que podem causar danos às pessoas) se apresentou a ele e lhe disse que
seria seu sócio, mas que, se ele (Noahh) interferisse em seus domínios, ele lhe causaria dano. Segundo este
Midrash, por poder o vinho ser utilizado tanto para coisas sagradas quanto profanas, o mazik teria advertido
Noahh a não utilizar o vinho de forma profana (interferir em seu domínio) para não ser atingido. Outro Midrash
(Tan'hhuma – Noahh, simán 13) cita que, quando foi plantar o vinhedo (que nasceu e frutificou no mesmo dia)
o Satán (Acusador) se apresentou a Noahh e teria questionado o que ele fazia e a natureza do fruto que
plantava. Noahh explicou que era um fruto bom tanto maduro quanto seco e dele se fazia o vinho que alegra os
corações (Tehilim 104). O Satán, então, pediu para ser sócio de Noahh e este aceitou. O Satán trouxe, então, um
cordeiro, um leão, um porco e um macaco (estes dois estão em outra ordem segundo o Midrash Yalcut), os
abateu debaixo da videira e verteu seu sangue naquele vinhedo. E aludiu a Noahh que, antes do consumo do
vinho, a pessoa seria calma e ingênua como o cordeiro; consumindo de forma moderada, seria ‘forte’ como o
leão (se achando maior que todos); consumindo mais do que devia, seria como o porco, que se suja na urina e
nas fezes; e, ao se embriagar, seria como o macaco, que levanta, dança, brinca, fala bobagens e não sabe o que
fará. E, segundo o Midrash, tudo isso ocorreu com Noahh. E, se isso ocorreu com ele, a quem D-us chamou de
justo, o que não poderia ocorrer conosco? O “Netib Hayam” Z”L explica que quem bebe em demasia entra na
parte do Satán da parceria. “Beba com moderação” também é um conceito judaico. (Benayehu – San'hedrin 70, Midrashim e
site kabalahonline.org.)
Por Jaime Boukai e Mair Haim Nigri (Hhazakim Uberuchim)
Resumo da Parashá – Noahh / Livro Bereshit (Gênesis) 6:9 – 11:32
Hashem instrui Noahh – o único justo em um mundo consumido pela violência e corrupção – a construir
uma grande Tebá (“arca”) de madeira revestida de piche por dentro e por fora. “Um grande dilúvio”, diz D-us,
“apagará toda a vida da face da terra”. A chuva cai por 40 dias e noites e as águas demoram mais 150 dias antes
de se acalmarem e começarem a retroceder. A arca se assenta sobre o Monte Ararat e, de sua janela, Noahh
envia aves para verificar se as águas secaram. Quando o solo seca completamente – exatamente após um ano
solar (365 dias) do início do Dilúvio – Hashem ordena a Noahh para sair da Tebá e povoar a terra. Noahh
Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site
www.lekachtob.xpg.com.br!
BS “D
constrói um altar e oferece sacrifícios a D-us. D-us jura nunca mais destruir toda a humanidade por causa de
seus atos e mostra um arco-íris como testemunho de Seu pacto com o homem. D-us adverte a Noahh sobre a
santidade da vida: o assassinato é considerado crime capital e, apesar de ser permitido ao homem comer a carne
dos animais, fica proibido comer a carne ou o sangue de um animal vivo. Noahh planta um vinhedo e fica
embriagado. Dois dos filhos de Noahh – Shem e Yafet – são abençoados por cobrirem a nudez de seu pai,
enquanto K’naan é amaldiçoado. Os descendentes de Noahh permanecem como um povo único, com cultura e
linguagem únicas, por gerações. Porém, eles desafiam o Criador construindo uma grande torre (a de Babel) para
simbolizar sua ‘invencibilidade’. D-us confunde sua fala, de forma que “um não compreenda a fala do outro”,
fazendo-os abandonar seu projeto e se dispersarem pela terra, dividindo-se em 70 nações. A Parashá conclui
com as dez gerações desde Noahh até Abram (depois, chamado Abraham) e a jornada deste de seu local de
nascimento, Ur Casdim, para Hharan, a caminho de K’naan. (Adap. PARASHÀ EM UMA CASCA DE NOZ e Torah-mail.)
Por Jaime Boukai
Curiosidade da Semana:
O Poder da Fala
Nesta Parashá, a Torah nos conta que, inicialmente, todas as nações falavam uma mesma língua, tal como
descreve o passuk: “Vayehi chol haáretz safah ehhat u’debarim ahhadim – E foi toda a terra [tendo] uma língua
e mesmas palavras” (Bereshit 11:1). Contudo, como resultado do empreendimento pela construção da Torre de
Babel, D-us fez com que se confundisse a língua das pessoas, de modo que cada um não entendesse a
linguagem do outro, e assim seus planos fossem frustrados, dando-se origem a 70 línguas (ou até mais)... Há
uma explicação fascinante dada por Rav Yitzchak Hutner (1906-1980), em seu livro ‘Pachad Yitzchak’, que
explica por que Rambam (Maimônides), em seu livro “Yad Hahhazaká”, empregou um título um tanto quanto
estranho na seção que trata sobre a fala. O livro Yad Hahhazaká engloba todas as Leis da Guemará, sendo que
cada uma das suas seções recebe um título que denota o conteúdo nela abordado. Contudo, ao intitular a seção
sobre a fala, Rambam fugiu à regra e empregou o título Hafla’ah (literalmente, “maravilha, milagre”). Assim,
Rabbi Hutner propõe a seguinte explicação... O homem é composto de duas partes: o corpo físico e a alma
(Neshamá). A Torah diz que D-us soprou de Seu Espírito (Ruahh) no homem, e nossos Hhachamim nos
explicam que é do espírito, da alma, que o homem deriva a habilidade de falar. Os animais não possuem
Neshamot e, portanto, não são capazes de falar... Eles até têm a capacidade de se comunicar por meio de sons,
mas a habilidade sobre as palavras e a linguagem é atribuída apenas ao homem, por meio da Neshamá.
Todo dia de manhã, ou sempre que saímos do banheiro, na Berachá de “Asher Yatsar”, nós falamos “rofê
kol bassar u’mafli la’assot”. Esta Berachá enaltece e reconhece a D-us por Ele ter feito uma criação
maravilhosa. Nossos Hhachamim explicam que isto se refere ao fato de D-us ter unido dois opostos e, ainda
assim, eles conviverem em harmonia: a alma, que é “inimiga” do corpo, e o corpo, que é “inimigo” da alma. E,
não obstante tamanha “inimizade”, D-us os fez capazes de viver em paz! O fato de seres humanos serem
capazes de manter uma alma num corpo físico é verdadeiramente maravilhoso! Neste sentido, Rav Hunter
explica que Rambam denominou aquela seção de Hafla’ah porque nossas palavras dependem de nossa
Neshamá, e porque elas produzem impactos verdadeiramente maravilhosos e poderosos. Esta seção do Yad
Hahhazaká discute as leis da fala, as leis dos votos, as leis sobre blasfêmia e as leis de hherem (excomunhão).
Portanto, percebemos o quão significativa e maravilhosa é a fala, tendo o poder tanto de fazer Mitsvá quanto de
cometer pecado.
Devemos, portanto, sempre lembrar do poder da fala, levando em consideração que este poder é proveniente
de nossa Neshamá. A fala pode realizar maravilhas, mas também pode ser muito perigosa... Existe um ditado
em Árabe que diz “Chaki balash”, o qual significa que as conversas e as palavras são efêmeras, sem
importância. Mas, muito pelo contrário, as palavras são poderosas! Elas têm a capacidade de impactar o ‘Olam
habá, podendo também causar destruição tanto no mundo físico quanto no espiritual. Enquanto palavras fúteis e
torpes podem manchar a alma da pessoa, palavras de Torah, por outro lado, podem rapidamente elevar sua
Neshamá. E é por isso que Rambam denomina isto de Hafla’ah: por que a fala é poderosa e maravilhosa! A fala
emana da alma – a Neshamá dada por Hashem, a alma que reside ao lado de seu inimigo, o corpo físico...
(Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka e Sh’muel ben Nehhama Dinah.
Em memória e elevação das almas de Alberto Moysés Boukai Ben Fortuné, Maurício Cohen Zaide Ben Amone, Abraham Dallale Ben Hassibe,
Alberto Isaac Balassiano Ben Bida, Simão Meyer Nigri Ben Esther, Victória Cohen Bat Sarina Adoni, Yvonne Nigri Simantob Bat Ester,
Salomão Isael Balaciano Ben Rosa, Faride Kalili Zeitune Bat Raina, Emmanoel Jacob Nigri Ben Sara, Haim Saad Mansur Ben Faride e
Margarite Faride Setton Nigri Bat Malake.
A Equipe agradece ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

Documentos relacionados

N436-Noahh 5776 - lekachtob.xpg.com.br

N436-Noahh 5776 - lekachtob.xpg.com.br se acalmarem e começarem a retroceder. A arca se assenta sobre o Monte Ararat e, de sua janela, Noahh envia aves para verificar se as águas secaram. Quando o solo seca completamente – exatamente ap...

Leia mais